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Transcrição:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 6ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO SP. Processo n 0000584-82.2014.5.02.0006 SIRLENE BATISTA DA SILVA, qualificada nos autos da Reclamação Trabalhista proposta em face de SAMIR JABAQUARA COMÉRCIO DE PLÁSTICOS E ESPUMAS LTDA, vem perante V.Exa., por seu advogado, apresentar suas CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO, nos termos do artigo 900 da CLT, requerendo o seu processamento e o envio das suas contrarrazões ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. DA TEMPESTIVIDADE DAS CONTRARRAZÕES DE RECURSO APLICAÇÃO DO ARTIGO 900 da CLT APLICAÇÃO DO ARTIGO 775, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CLT APLICAÇÃO DO ATO GP/CR Nº 06/2015 APLICAÇÃO DA PORTARIA GP/CR Nº 80/2015 Esclarece a reclamante que as contrarrazões são tempestivas, vez que após a publicação esta Vara do Trabalho permaneceu fechada em virtude da conversão dos autos físicos em digitais e a consequente integração das unidades ao PJe-JT.

Nestes Termos Pede Deferimento São Paulo, 16 de novembro de 2015. MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR OAB/SP 148.128 RITA DE CASSIA DA SILVA OAB/SP 327.435

CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO RECORRENTE: Samir Jabaquara Comércio de Plásticos e Espumas Ltda RECORRIDO: ORIGEM: Sirlene Batista da Silva autos nº 0000584-82.2014.5.02.0006 da 6ª Vara do Trabalho de São Paulo SP. EGRÉGIO TRIBUNAL COLENDA TURMA 1. DA PRELIMINAR NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO APELO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO APLICAÇÃO DO ARTIGO 514 DO CPC APLICAÇÃO ANÁLOGA DA SÚMULA 422 DO TST Entende a reclamante que o recurso ordinário da reclamada não atendeu todos os requisitos de admissibilidade e não deve ser conhecido, pois as razões recursais em nenhum momento atacaram os fundamentos da sentença de 1ª Instância. Pela análise da estrutura das razões recursais apresentadas pela reclamada houve simplesmente a cópia das matérias arguidas na contestação. Assim, a reclamada não cumpriu com a determinação prevista no artigo 514 do CPC e da Súmula 422 do TST. SÚMULA DO TST Nº 422 RECURSO. APELO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO RECORRIDA. NÃO CONHECIMENTO. ARTIGO 514, II, DO CPC. Não se conhece de recurso ordinário para o TST, pela ausência do requisito de admissibilidade inscrito no artigo 514, II, do CPC, quando as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que fora proposta.

Diante do exposto, requer a reclamante-recorrida seja acolhida essa preliminar para o não conhecimento do recurso ordinário. 2. DO MÉRITO Concorda a reclamante-recorrida com a sentença de 1ª Instância na parte que condenou a reclamada no pagamento das seguintes verbas: - horas extras e reflexos; - indenização por danos morais; - reconhecimento da rescisão indireta com o pagamento das verbas rescisórias. DA JORNADA DE TRABALHO Durante todo o pacto laboral o reclamante cumpriu as seguintes jornadas de trabalho: Período da admissão em 28/01/2007 até 23/01/2013 De 2ª a 6ª feira das 08:30 às 19:00 horas, com 1 hora para refeição e descanso; De sábado das 08:30 às 14:00 horas, com apenas 15 minutos para refeição e descanso. Período de 24/01/2013 até a presente data De 2ª a 6ª feira das 08:30 às 18:00 horas, com 1 hora para refeição e descanso; De sábado das 08:30 às 14:00 horas, com apenas 15 minutos para refeição e descanso.

A alegação da reclamada às fls. 185 de que conta com menos de 10 funcionários, passando, assim, o ônus da prova para a reclamante, trata-se de mero expediente de defesa para tentar esquivar-se do pagamento de suas obrigações trabalhistas. Pela análise dos recibos de pagamento juntados aos autos pela reclamante (fls. 35/78) e pela reclamada (fls. 206/209), verifica-se que a reclamante recebia algumas horas extras, sendo que a quantidade de horas extras pagas era variada (8, 12, 16 e 20). Como bem fundamentado na r. sentença a prova testemunhal corroborou as alegações da inicial, pois a testemunha (Sr. Artur Mortenson Ramos) apontou em seu depoimento: " Que trabalhou na reclamada desde 08/01/2001 até novembro de 2013; que era motorista; que o depoente teve um afastamento longo, de cerca de 1 ano, tendo retornado ao trabalho em 2008 e quando retornou a reclamante já trabalhava lá; que a reclamante era balconista; que a reclamante fazia serviço de limpeza de balcão, que era feito pelas balconistas, inclusive pela reclamante e as vezes até pelo depoente; o mesmo acontecia com os serviços de estoque; que o depoente trabalhava das 8h30 às 19h de segunda a sexta-feira com 1 hora de intervalo ; que aos sábados trabalhava das 8h30 às 14h, sem intervalo; que o depoente iniciava e terminava a jornada na loja; que só saía quando tinha as entregas para fazer; que a reclamante chegava no trabalho junto com o depoente e saía no mesmo horário;... que houve uma época em que a jornada de trabalho foi reduzida e o depoente e a reclamante começaram a sair às 18h, mas não sabe precisar quando. DAS HORAS EXTRAS APLICAÇÃO DO ARTIGO 7º, XIII, DA CF APLICAÇÃO DO ARTIGO 58 DA CLT Conforme análise dos horários de trabalho, verifica-se que a Reclamante desde a admissão até 23/01/2013 laborava além da 8ª hora diária e além da 44ª hora semanal, violando o disposto no artigo 7º, XIII, da CF e o artigo 58, da CLT, pois as horas extras não lhe eram pagas, tampouco integradas para todos os efeitos legais.

DIFERENÇAS NAS HORAS EXTRAS APLICAÇÃO DO ARTIGO 7º, XIII, CF APLICAÇÃO DO ARTIGO 58 DA CLT Conforme análise das jornadas de trabalho acima descritas, verifica-se que a reclamante no período de 24/01/2013 até a atualidade labora além da 8ª hora diária e além da 44ª hora semanal, violando o disposto no artigo 7º, XIII, da Constituição Federal e do artigo 58 da CLT, as quais foram parcialmente pagas pela reclamada nos recibos de pagamento. Desta forma, faz jus a obreira ao pagamento de diferenças de horas extras e seus reflexos para todos os efeitos legais. DO INTERVALO PARA A MULHER ANTES DA HORA EXTRA APLICAÇÃO DO ARTIGO 384 DA CLT Conforme análise das jornadas de trabalho, temos que a reclamante laborava diariamente de 2ª a 6ª feira além da 8ª hora diária, sendo que a reclamada não concedia o intervalo de 15 minutos antes da realização da jornada extraordinária, violando o disposto no artigo 384 da CLT. Art. 384. Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de quinze (15) minutos, no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho. Nesse sentido o Supremo Tribunal Federal (STF) em 27 de novembro de 2014 no julgamento do Recurso Extraordinário 658.312/SC, com repercussão geral reconhecida decidiu que o artigo 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição da República de 1988.

De acordo com o voto do Relator, Ministro Dias Toffoli, "é fato que houve, com o tempo, a supressão de alguns dispositivos protetores da mulher que cuidavam do trabalho noturno e da jornada de trabalho da empregada, previstos nos arts. 374 a 376, 378 a 380, e 387 da Consolidação das Leis do Trabalho. Ocorre que, quando da revogação desses dispositivos pela Lei nº 7.855 de 24.10.89, o legislador entendeu que deveria manter a regra do art. 384 da CLT, a fim de lhe garantir uma diferenciada proteção, dada a identidade biossocial peculiar da mulher e da sua potencial condição de mãe, gestante ou administradora do lar" (destaque). Foi salientado ainda que "não parece existir fundamento sociológico ou mesmo comprovação por dados estatísticos a amparar a tese de que o dispositivo em questão dificultaria ainda mais a inserção da mulher no mercado de trabalho. Não há notícia da existência de levantamento técnico ou científico a demonstrar que o empregador prefira contratar homens em vez de mulheres em virtude da obrigação em comento" (STF, Pleno, RE 658.312/SC, voto do Rel. Min. Dias Toffoli, j. 27.11.2014) Conclui-se assim que "o art. 384 da CLT foi recepcionado pela atual Constituição, visto que são legítimos os argumentos jurídicos a garantir o direito ao intervalo. O trabalho contínuo impõe à mulher o necessário período de descanso, a fim de que ela possa se recuperar e se manter apta a prosseguir com suas atividades laborais em regulares condições de segurança, ficando protegida, inclusive, contra eventuais riscos de acidentes e de doenças profissionais.

Além disso, o período de descanso contribui para a melhoria do meio ambiente de trabalho, conforme exigências dos arts. 7º, inciso XXII e 200, incisos II e VIII, da Constituição Federal" (STF, Pleno, RE 658.312/SC, voto do Rel. Min. Dias Toffoli, j. 27.11.2014, destaquei). Assim, faz jus a obreira ao pagamento de 15 minutos extras diários e seus reflexos para todos os efeitos legais. DO ASSÉDIO MORAL APLICAÇÃO DO ARTIGO 1º, INCISOS III e IV, DA CF APLICAÇÃO DO ARTIGO 5º, INCISOS V e X, DA CF APLICAÇÃO DO ARTIGO 170, CAPUT, DA CF APLICAÇAO DOS ARTIGOS 186 E 927 DO CÓDIGO CIVIL A reclamada através da Sra. Neusa Maria constantemente vem agredindo verbalmente a reclamante e suas colegas de trabalho, pois a chamava de poste. Diz que a reclamante é uma pessoa sem nenhuma instrução e que se saísse da reclamada nunca mais iria conseguir emprego, então ela deveria se comportar no trabalho para não ser demitida. Registre-se que ultimamente a reclamante quase foi agredida fisicamente pela Sra. Neusa Maria porque o seu celular tocou nas dependências da reclamada. A proprietária da reclamada extrapolou o poder diretivo do empregador, vez que praticou atitudes que demonstram toda a humilhação e constrangimento da obreira. Esclarece a reclamante que esse assédio moral ficou devidamente comprovado quando da realização da audiência de instrução.

Como bem fundamentado na r. sentença a prova testemunhal corroborou as alegações da inicial, pois a testemunha (Sr. Artur Mortenson Ramos) apontou em seu depoimento o constrangimento moral a que foi exposta a obreira: " Que trabalhou na reclamada desde 08/01/2001 até novembro de 2013; que era motorista; que o depoente teve um afastamento longo, de cerca de 1 ano, tendo retornado ao trabalho em 2008 e quando retornou a reclamante já trabalhava lá; que a reclamante era balconista; que a reclamante fazia serviço de limpeza de balcão, que era feito pelas balconistas, inclusive pela reclamante e as vezes até pelo depoente; o mesmo acontecia com os serviços de estoque;... a Sra. Neusa, mas essa tinha o costume de se dirigir aos funcionários com ofensas, tais como chamá-los de poste; que certa vez disse isso para o depoente e para o reclamante porque estavam parados proximo ao horário de ir embora; que as ofensas a quem estivesse parado era um costume; que uma vez tocou o celular da reclamante, sendo que ela nem chegou a atender, mas a Sra. Neusa só faltou bater nela por causa disso; que o depoente já estava decidido até a denunciar caso chegasse as vias de fato ; que nessa ocasião haviam cerca de quatro clientes na loja, além do depoente e testemunha da reclamada que foi contraditada; que isso ocorreu num sábado, mas não sabe precisar o dia; que isso ocorreu no último ano em que o depoente trabalhou na reclamada A proprietária da reclamada extrapolou o poder diretivo do empregador, vez que praticou atitudes que demonstram toda a humilhação e constrangimento da obreira. A reclamada tomando a atitude de humilhar e tentar agredir fisicamente a reclamante atingiu a honra e a imagem de sua colaboradora. Os atos praticados pela reclamada foram discriminatórios, vedados pelo ordenamento jurídico (Lei nº 9.029/95; Convenção 111 da OIT; artigos 8º e 165 da CLT; artigos 1º, III e IV, 3º, I, III e IV, 5º, I e XXIII, 7º, I, 170, III e VIII e 193, todos da CR/88). O dano moral, protegido constitucionalmente nos incisos V e X do art. 5º, ficou caracterizado, e, desta forma, deve a reclamada indenizar seu empregado (artigo 186 e 927, do Código Civil).

Cabe ressaltarmos que o trabalhador é sujeito e não objeto da relação contratual, e tem direito a preservar sua integridade física, intelectual e moral, em face do poder diretivo do empregador. A subordinação no contrato de trabalho não compreende a pessoa do empregado, mas tão-somente a sua atividade laborativa, esta sim submetida de forma limitada e sob ressalvas, ao jus variandi. (TRT 2ª Região 04ªT, ac. 20090875219, Rel. Ricardo Artur Costa e Trigueiros, DOE: 23 de out. de 2009 in www.trt02.gov.br). Desta feita, s.m.j., resta configurado grave atentado à dignidade do trabalhador, a ensejar indenização por dano moral (art. 5º V e X, CF; 186 e 927 do NCC), de modo a imprimir feição suasória e pedagógica à condenação. DA RESCISÃO INDIRETA JUSTA CAUSA DO EMPREGADOR APLICAÇÃO DO ARTIGO 483, d, e, DA CLT APLICAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DO 3º DO REFERIDO ARTIGO Diante das situações apontadas e sendo o salário a única fonte de renda e, via de consequência, de sobrevivência da obreira, a atitude da Reclamada constitui, portanto, falta grave do empregador, nos termos das alíneas d e e do artigo 483 da CLT, que autorizam a rescisão por justa causa cometida pelo empregador (rescisão indireta do contrato de trabalho), com o recebimento de todas as verbas decorrentes da resilição e com os benefícios previstos no parágrafo 3º do mesmo artigo consolidado. Com o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho a Reclamada deverá pagar a reclamante as seguintes verbas: aviso prévio normal indenizado, aviso prévio proporcional indenizado, férias vencidas + 1/3, férias

proporcionais + 1/3 até a data da decretação da rescisão indireta, 13º salário de 2014, 13º salário até a data da decretação da rescisão indireta, FGTS sobre as verbas acima + 40%, bem como a liberação do FGTS que está depositado na conta vinculada + 40% e baixa na CTPS. Diante do exposto, requer a Reclamante-recorrida seja negado provimento ao recurso ordinário da reclamada para manter a sentença de 1ª Instância para julgar a reclamação trabalhista procedente. Nestes Termos Pede Deferimento São Paulo, 16 de novembro de 2015. MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR OAB/SP 148.128 RITA DE CASSIA DA SILVA OAB/SP 327.435 CONTRARRAZOES RO SAMIR JABAQUARA - SIRLENE