DIREITO ELEITORAL. Processo penal eleitoral Parte 2. Prof. Roberto Moreira de Almeida

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Transcrição:

DIREITO ELEITORAL Processo penal eleitoral Parte 2 Prof. Roberto Moreira de Almeida

Competência Regra geral A competência da Justiça Eleitoral, inclusive a criminal, nos termos do caput do art. 121 da CF, deverá ser definida por lei complementar federal. Tal lei, entrementes, ainda não foi editada. Ressalvadas as exceções previstas em lei ou na Constituição, os crimes eleitorais devem ser processados e julgados perante a Justiça Eleitoral (primeira instância) do lugar da prática delitiva.

Fogem à regra da competência de primeiro grau de jurisdição da Justiça Eleitoral e do lugar da infração: a) foro privilegiado por prerrogativa de função; b) prática de crime eleitoral por menores de dezoito anos de idade; e c) cometimento de crime doloso contra a vida conexo com crime eleitoral.

Procedimento processual penal eleitoral Introito O Código Eleitoral dispõe, nos arts. 359 a 363, sobre o rito ou procedimento a ser observado na tramitação do processo penal eleitoral. Segundo o art. 13 da Resolução TSE n.º 23.396, de 17 de dezembro de 2013, a ação penal eleitoral observará os procedimentos previstos no Código Eleitoral, com a aplicação obrigatória dos artigos 395, 396, 396-A, 397 e 400 do Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei nº 11.971, de 2008. Após esta fase, aplicar-se-ão os artigos 359 e seguintes do Código Eleitoral.

Rito processual por prática de crime eleitoral Oferecimento da denúncia Processo Penal Eleitoral A denúncia, segundo o art. 357 do Código Eleitoral, deve ser apresentada pelo MPE no prazo de 10 dias. Rejeição liminar da denúncia (CPP, art. 396) Rejeição quando: a) for manifestamente inepta; b) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou c) faltar justa causa para o exercício da ação penal.

citação O réu deve ser citado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. resposta preliminar da defesa Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.

absolvição sumária a) existir manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; b) houver manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; c) o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou. d) estiver extinta a punibilidade do agente.

audiência de instrução e julgamento o Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do MP e, se for o caso, do querelante e do assistente. o Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008) (CPP, art. 400).

diligências Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. alegações finais Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para alegações finais (Código Eleitoral, art. 360)

sentença Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença (Código Eleitoral, art. 361).

Recurso de apelação Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias (Código Eleitoral, art. 362). Execução da sentença Se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença, que será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da vista ao Ministério Público (Código Eleitoral, art. 363).