Direito Previdenciário Benefícios em espécie Aposentadoria Especial Parte 1 Prof. Bruno Valente
Art. 57 a 58 da Lei 8.213/91 Art. 64 a 70 do Decreto 3.048/99
O benefício de aposentadoria especial é uma garantia de proteção previdenciária para o segurado que labora em ambiente nocivo à sua saúde e à sua integridade física, o que naturalmente prejudica suas condições físicas e mentais a longo prazo. Preservar a integridade física e mental do segurado.
O risco social protegido pela aposentadoria especial está descrito no art. 201, 1º da CF e traz nítido carácter previdenciário, em razão da necessidade da proteção dos trabalhadores que estejam expostos a ambientes laborais degradantes e nocivos à sua saúde e integridade física.
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (art. 201, 1º, CF)
A aposentadoria especial foi criada pelo art. 31 da Lei nº 3.807/60 (LOPS) e vem sendo mantida até os dias atuais. Inicialmente foi estipulada para proteger trabalhador que laboravam em ambiente penoso, perigoso e insalubre.
O rol de atividade consideradas especiais era disposto no anexo do Decreto nº 53.831/64 e no anexo II do Decreto nº 83.080/79, os quais tiveram ultra-atividade declarada pelo art. 152 da Lei 8.213/91, permanecendo vigentes mesmo após 1991.
Art. 152 A relação de atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à integridade física deverá ser submetida à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de 30 dias a partir da data da publicação desta lei, prevalecendo, até então, a lista constante da legislação atualmente em vigor.
Com a redação constitucional (originária), a Lei 9.032/95 e após a edição da EC nº 20/98, restringiu-se às situações prejudiciais à integridade física e à saúde, limitando a proteção para atividades de natureza insalubre, afastando a penosidade e a periculosidade.
O anexo IV do Decreto nº 2.172/97, substituído pelo anexo IV do Decreto nº 3.048/99 somente contemplam atividades insalubres como especiais. STJ tem posicionamento favorável eletricidade, mesmo após o advento do Decreto nº 2.172/97
Definição legal: A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção, (...)
Definição legal: (...) que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Requisitos: 1)Qualidade de segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual (cooperado); Súmula 62 TNU - O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.
Requisitos: 2) Tempo de efetiva exposição a agentes nocivos pelo tempo mínimo de 15, 20 ou 25 anos; Possibilidade de conversão Anexo IV do Decreto nº 3.048/99 3) Exposição permanente, não ocasional.
Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
Requisitos: 4) Comprovação da efetiva exposição por meio de formulário próprio (perfil profissiográfico previdenciário - PPP);
O PPP constitui-se em um documento histórico laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pelo INSS, conforme formulário do Anexo XV, que deve conter as seguintes informações básicas: I - Dados da Empresa e do Trabalhador; II - Registros Ambientais;
III - Resultados de Monitoração Biológica; e IV - Responsáveis pelas Informações. O PPP deverá ser assinado pelo representante legal da empresa ou seu preposto, que assumirá a responsabilidade sobre a fidedignidade das informações prestadas quanto a:
a) fiel transcrição dos registros administrativos; e b) veracidade das demonstrações ambientais e dos programas médicos de responsabilidade da empresa. A prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica e de falsificação de documento público.
Requisitos: 5) PPP produzido com base em laudo técnico das condições ambientais do trabalho LTCAT, elaborado por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho (obrigação da empresa manter atualizado o LTCAT multa art. 283 RPS);
Requisitos: 6) LTCAT deve conter informações sobre a existência de EPC/EPI; (EPI Eficaz - STF Agravo (ARE) 664335) 7) LTCAT deve utilizar das normas do ANEXO IV do Decreto 3.048/99, da legislação trabalhista (NR 15 MTE) e metodologia da FUNDACENTRO;