Depreciação. Contabilidade - Prof: Fernando Aprato

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Transcrição:

Depreciação Contabilidade - Prof: Fernando Aprato

1. Introdução

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...] V - os direitos classificados no imobilizado, PELO CUSTO DE AQUISIÇÃO, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; [...] 2 o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;

DEPRECIAÇÃO quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. AMORTIZAÇÃO quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. EXAUSTÃO quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

2. Depreciação

O imobilizado deve ser registrado inicialmente pelo seu custo de aquisição. Uma vez registrado, o ativo imobilizado que estiver disponível para uso, ou seja, em condição de funcionamentona forma pretendida pela administração, deverá ser depreciado. A conta de Depreciação Acumulada registra o total das despesas de depreciação incorridas aolongoda vida útil dobem, sendo conta retificadora de ativo. A depreciação representa a diminuição do valor dos bens corpóreos (tangíveis ou materiais) que integram o ativo imobilizado, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência.

O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários a manutenção à atividade da empresa. São considerados bens de consumo durável, pois não são utilizados umaúnica vez. Depreciar significa perder ou reduzir valor. A depreciação é o procedimento que consiste em considerar despesa ou custo do período uma parte do valor do bem registrado pela empresa. Ela também pode ser considerada como uma parcela que se retira do lucro com o fim específico de formar uma provisão que permita substituir o bemdepreciado sem a necessidade de recorrer a capitais de terceiros. Segundo CPC 27: Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longodasua vidaútil.

3. Valor de Aquisição ou Produção (Valor Original)

O valor de aquisição, ou produção, do bem do ativo não-circulante é o valor por ele pago (como decorrência da aplicação do princípio de contabilidade do Registro pelo Valor Original). Assim, integram esse valor todos os gastos realizados, necessários para que os bens possam ser utilizados nas atividades a que se destinam e ocorridos até esse momento.!! ATENÇÃO!! Parte do valor pago pode ser objeto de devolução e, assim, não consiste em um efetivo gasto necessário para que o referido bem possa ser utilizado. Ora, se alguém devolve o valor pago, não há falar emefetivo gasto.

Esse é o caso dos tributos recuperáveis na aquisição do bem: ICMS, PIS/Pasep e Cofins. Esses tributos compõem o valor pago pelo bem adquirido, ou seja, estão embutidos no valor do preço pago, mas são recuperáveis e, assim, não compõem o valor original. Emsuma, o valor de aquisição é o valor a ser pago, deduzido dos tributos recuperáveis.

De acordo com o item 16 do CPC 27 o custo de um item do ativo imobilizado compreende: (a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; (b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionarda forma pretendida pela administração; (c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a entidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado período para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período.

De acordo com o item 17 do CPC 27 são exemplos de custos diretamente atribuíveis: (a) custos de benefícios aos empregados (tal como definidos no Pronunciamento Técnico CPC 33 Benefícios a Empregados) decorrentes diretamente da construção ou aquisição de itemdoativo imobilizado; (b) custos de preparação dolocal; (c) custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação); (d) custos de instalaçãoe montagem; (e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução das receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o ativo nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o equipamento); e (f) honorários profissionais.

3. Vida Útil

3.1. Regra Geral

CPC 27 Ativo Imobilizado Vida útil é: (a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou (b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização doativo.

O conceito de vida útil é facilmente apresentável como a quantidade de períodos prevista para utilização de determinado bem do ativo não-circulante. Frise-se que é a quantidade de períodos prevista para utilização do bem, mas não é a quantidade permitida de períodos para sua utilização. Assim, podem existir bens sendo utilizados após o final de sua vidaútil. Saliente-se que a Lei das S/A não determina o critério da determinação dessa vida útil e, assim, busca-se subsidiariamente na legislação tributária esse critério (que será aplicável desde que em linha com a lei das S/A, formando um sistema harmônico). Pois bem, a regra proposta pela legislação tributária está contida no art. 310 do Decreto 3.000, de 1999, a seguir:

Art. 310. A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar utilização econômica do bem pelo contribuinte, na produção de seus rendimentos (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, 2º). 1º A Secretaria da Receita Federal publicará periodicamente o prazo de vida útil admissível, em condições normais ou médias, para cada espécie de bem, ficando assegurado ao contribuinte o direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, 3º).

2º No caso de dúvida, o contribuinte ou a autoridade lançadora do imposto poderá pedir perícia do Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica, prevalecendo os prazos de vida útil recomendados por essas instituições, enquanto os mesmos não forem alterados por decisão administrativa superior ou por sentença judicial, baseadas, igualmente, em laudo técnico idôneo (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, 4º). 3º Quando o registro do imobilizado for feito por conjunto de instalação ou equipamentos, sem especificação suficiente para permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de acordo com a natureza do bem, e o contribuinte não tiver elementos para justificar as taxas médias adotadas para o conjunto, será obrigado a utilizar as taxas aplicáveis aos bens de maior vida útil que integrem o conjunto (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, 12).

O tempo de vida útil para itens do Ativo Imobilizado são definidos pela Secretaria da Receita Federal por meio das IN/SRF 1.700/2017. Entretanto, a Secretaria da Receita Federal do Brasil fixou apenas o prazo de alguns ativos, deixando que a jurisprudência administrativa definisse asdemais situações.

Exemplos mais utilizados de taxas anuais de depreciação e correspondente vida útil de bens: Taxa Bem Vida Útil 4% edifícios e benfeitorias 25 anos 10% móveis e utensílios 10 anos 10% máquinas e equipamentos 10 anos 20% veículos de passageiro e carga 5 anos 20% computadores e periféricos 5 anos 25% motociclos, tratores e caminhões fora de estrada 4 anos

!! ATENÇÃO!! No ano em que os bens forem postos em operação, deve-se ajustar a taxa anual proporcionalmente ao número de meses de efetiva utilização desses bens (independente da quantidade de dias nomês).

3.2. Vida Útil de Bens Usados

A depreciação de bens adquiridos usados deverá ser realizada considerando a vida útil remanescente aplicável ao bem. Ocorre que há uma presunção de vida útil de bens adquiridos usados, que consiste nomaior dos prazos a seguir: (a) metade da vida útil que seria admitida para aquele bem, se adquirido novo; (b) o restante da vida útil daquele bem, considerado o tempo decorrido desde o início de sua utilização, pelo primeiro proprietário. Essa regra não é derivada do texto da Lei das S/A, mas decorre de disposição expressa do Decreto 3.000, de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda), emseu art. 311

Seja um equipamento cuja vida útil normal é de 10 anos. Considere a compra desse equipamento usado, após seu uso por quatro anos (pelo primeiro proprietário vendedor do equipamento). Nesse caso, a depreciação será realizada considerando-se, como vida útil, o valor a seguir apurado: Vida útil inicialmente prevista para o bem Tempo de utilização desde a sua instalaçãoinicial Metade da vida útil que seria admitida para aquele bem, se adquirido novo O restante da vida útil daquele bem, considerado o tempo decorrido desde o iniciode sua utilização, pelo primeiro proprietário Vida útil do bem usado 10 anos 4 anos 5 anos 6 anos 6 anos

4. Valor Residual

De acordo com o item 6 do CPC 27 o valor residual é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil. O valor residual de um bem é o valor que o bem terá após o fim da vida útil para a empresa. Do ponto de vista puramente patrimonial, o valor residual é um conceito teórico perfeitamente lógico: trata-se do valor patrimonial remanescente do bem, deduzida toda a depreciação realizada durante sua vida útil. Em outras palavras, é o valor que sobra após toda a perda por uso, desgaste ou obsolescência.

5. Valor Depreciável (Base de Cálculo da Depreciação)

O valor depreciável, sobre o qual incidem os encargos de depreciação, é resultante da diferença entre o valor de aquisição e o valor residual. Cumpre referir que o valor depreciável será idêntico ao valor de aquisição sempre que o valor residual for zero. De acordo com o item 6 do CPC 27 Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual. O valor depreciável de umativo é determinado após a dedução de seu valor residual. Valor depreciável = valor de aquisição valor residual

O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vidaútil estimada. O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser contabilizada como mudança de estimativa contábil, segundo o Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil, desde que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. A reparação e a manutenção de um ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo.

O valor residual de um ativo pode aumentar. A despesa de depreciação será zero enquanto o valor residual subsequente for igual ou superior ao seu valor contábil. VALOR JUSTO VALOR CONTÁBIL VALOR RESIDUAL VALOR CONTÁBIL Depreciação reconhecida mensalmente Não reconhece a Depreciação

(SEFAZ RJ/Auditor/FGV/2010) - A Cia Barra Mansa apresentava os seguintes dados em relação ao seu Ativo Imobilizado: equipamentos - custo R$10.000,00. Esses ativos entraram em operação em 01.01.2007 e têm vida útil estimada em 5 anos, sendo depreciados pelo método linear. No início de 2010, a empresa procedeu a uma revisão dos valores, conforme previsto no CPC 27, aprovado pelo CFC. Assim, constatou asseguintes informações:

Analisando as informações citadas, assinale a alternativa que indique corretamente o tratamento contábil a ser seguido, a partir de 01.01.2010. a) A empresa deve manter a despesa de depreciação de R$ 2.000,00 ao ano. b) A empresa deve acelerar a despesa de depreciação uma vez que o valor residual aumentou. c) A empresa deve suspender a despesa de depreciação uma vez que o valor residual está maior que o valor contábil. d) A empresa deve suspender a despesa de depreciação uma vez que o valor justo está maior que o valor contábil. e) A empresa deve acelerar a despesa de depreciação uma vez que o valor justo aumentou. Gabarito = C

6. Taxa de Depreciação

A taxa de depreciação é um percentual, que deverá ser aplicado sobre o valor depreciável a cada período, para fins de apuração do valor do encargo de depreciação do referido período. De uma maneira simplista, poder-se-ia pensar que a taxa de depreciação seria sempre calculável pela divisão: [1 (/) número de períodos da vida útil do bem]. Exemplificando, se um bem tem vida útil de 5 (cinco) anos, sua taxa de depreciação seria de [1 (/) 5] (=) 20% ao ano.

Efetivamente, esse é o método geralmente utilizado, mas trata-se de uma simplificação da realidade, na qual se parte do pressuposto de que os bens envelhecem (perdem valor por uso, desgaste ou obsolescência) de forma linear no tempo. Isso não corresponde à realidade; pois os bens (assim como nós) envelhecem de forma irregular no tempo (geralmente perdem muito de seu valor no início de sua vida útil e pouco no final). Assim, veremos que há várias formas de calcular a taxa de depreciação, entretanto, a mais utilizada é a depreciação linear.!! ATENÇÃO!! Como o total da depreciação não pode ultrapassar o valor patrimonial depreciável do bem, temos (por decorrência) que o somatório das taxas de depreciação de todos os períodos da vida útil dobemdeve ser SEMPRE 100%.

7. Encargo de Depreciação do Período e Depreciação Acumulada

O encargo de depreciação de período é o resultado da multiplicação do valor depreciável pela taxa de depreciação dorespectivo período. Em um exemplo ilustrativo, o valor do encargo de depreciação de cada período seria calculado da seguinte forma: Valor depreciável R$ 1.000.000,00 (*)Taxa de depreciação 10% (=) encargo de depreciação do período R$ 100.00,00 Contabilização D Depreciação (Despesa) C Depreciação Acumulada (AÑC Imobilizado) A depreciação acumulada (registrada em conta retificadora do ativo) é o somatório dos encargos de depreciação dos vários períodos emque o bemfoi utilizado.

8. Valor Contábil

O valor contábil é calculado pela diferença entre o valor de aquisição e da depreciação acumulada Valor contábil = valor de aquisição - depreciação acumulada perda ao valor recuperável. Repare que, ao final da vida útil do bem, o valor contábil (valor de aquisição, deduzida a depreciação acumulada e a perda ao valor recuperável) é idêntico ao valor residual.

9. O Encargo de Depreciação Despesa x Custo

A despesa de depreciação de cada período deve ser reconhecida no resultado a menos que seja incluída no valor contábil de outro ativo. A depreciação do período deve ser normalmente reconhecida no resultado. No entanto, por vezes os benefícios econômicos futuros incorporados no ativo são absorvidos para a produção de outros ativos. Nesses casos, a depreciação faz parte do custo de outro ativo, devendo ser incluída no seu valor contábil. Por exemplo, a depreciação de máquinas e equipamentos de produção é incluída nos custos de produção de estoque (ver o Pronunciamento Técnico CPC 16 Estoques). De forma semelhante, a depreciação de ativos imobilizados usados para atividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um ativo intangível reconhecido de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 Ativo Intangível.

!! ATENÇÃO!! O encargo de depreciação (que, via de regra, é considerado despesa) poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o caso.

10. Quem Registra o Encargo de Depreciação

A depreciação será deduzida pela entidade que suporta o encargo econômico do desgaste ou obsolescência, e essa será via de regra a proprietária do bem a ser depreciado. Assim, caso uma empresa LOCADORA seja proprietária de uma edificação que está sendo utilizada por outra LOCATÁRIA (por conta de um contrato de locação), quem registrará encargos de depreciação será a LOCADORA e não a LOCATÁRIA. A locatária deverá registrar, mensalmente, despesas com aluguéis.

Entretanto, pode ocorrer um caso especial em que a perda do valor do bem (por uso desgaste ou obsolescência) é suportada pela empresa que apenas usa o bem, sem ser proprietária. Essa é a situação que ocorre, por exemplo, quando o locatário se encontra contratualmente obrigado a devolver um bem novo idêntico ao final da locação. Outro exemplo é o do leasingfinanceiro. Saliente-se que esses exemplos são decorrentes da aplicação da nova redação dada ao inciso IV do art. 179 da Lei das S/A:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: [...] IV no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;

11. Início e Fim do Cômputo do Encargo de Depreciação

De acordo com o item 55 do CPC 27, A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração. O encargo de depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir. Em outras palavras, não importa a data de aquisição do bem, mas a data de colocação do bem em funcionamento.

A explicação para essa condição, do ponto de vista patrimonial, é que: (1) se o bem não está sendo utilizado, não há esforço patrimonial no afã de auferir lucros; (2) portanto, não cabe registrar despesas com depreciação. Cabe, entretanto, o registro de eventual perda no caso desse bem se tornar impróprio para o uso e for descontinuado pela empresa. Cumpre referir que não é prevista a constituição de provisão para ajuste a valor de mercado de bens do imobilizado (porque o objetivo é que esse tipo de bem seja usado e não vendido), mas sim de ajuste ao valor recuperável (impairment).

A legislação do Imposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999) tem disposição específica nesse mesmo sentido, emseu art. 309, a seguir: Art. 309. A quota de depreciação registrável na escrituração como custo ou despesa operacional será determinada mediante a aplicação da taxa anual de depreciação sobre o custo de aquisição dos bens depreciáveis (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, 1º). 1º A quota anual de depreciação será ajustada proporcionalmente no caso de período de apuração com prazo de duração inferior a doze meses, e de bem acrescido ao ativo, ou dele baixado, no curso do período de apuração. 2º A depreciação poderá ser apropriada em quotas mensais, dispensado o ajuste da taxa para os bens postos em funcionamento ou baixados no curso do mês.

De acordo com o item 55 do CPC 27, a depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda (ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 Ativo-Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada) ou, ainda, na data em que o ativo é baixado, o que ocorrer primeiro. Portanto, a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o ativo esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de depreciação pelo uso, a despesa de depreciação pode ser zero enquanto não houver produção.

12. Limite do Valor da Depreciação

O valor do bem, deduzido da respectiva depreciação acumulada nunca poderá resultar em um número negativo. Isso é uma decorrência do próprio conceito de depreciação (perda do valor de um bem, por uso, desgaste ou obsolescência); ora, um bem nunca pode perder mais do que a totalidade de seu valor patrimonial.

13. Depreciação de Bens na Fase Pré-Operacional

Os encargos de depreciação dos bens do ativo imobilizado que tenham ocorrido durante a fase pré-operacional eram escriturados no ativo diferido para posterior amortização. Com a extinção do grupo ativo diferido, decorrente da edição da Medida Provisória nº 449, de 2008, que alterou a Lei das S/A: (1) a ocorrência dessa depreciação durante a fase pré-operacional passou a ser reconhecida diretamente como despesa; (2) os valores até então registrados no ativo diferido podem ser mantidos no ativo até sua final amortização.

14. Bens não Sujeitos a Depreciação

Há, também, bens corpóreos de longo prazo, ou seja, de natureza não circulante, mas que não estão sujeitos à depreciação e, em relação aos quais, não é admitido registro de quota de depreciação, são eles: (a) terrenos; (b) edificações não utilizadas nemalugadas; (c) bens que aumentam de valor no tempo (como joias e obras de arte); e (d) benssujeitos à exaustão.

Terrenos Terrenos, não estão sujeitos à depreciação, salvo em relação aos melhoramentos e construções. Isso decorre do fato de que a terra nua não perde seu valor porque é usada. No caso de um terreno que não estiver contabilmente segregado do valor da edificação que, eventualmente, possa sobre ele existir; deverá ser feita a separação dos dois valores (relativo ao terreno e à edificação), a fim de que se possa computar quota de depreciação somente sobre as edificações (construções e benfeitorias). Essa segregação contábil deverá ser baseada em laudo de avaliação do bem. Prédios e construções não alugados nem utilizados Bens que aumentam de valor com o tempo Bens objeto de exaustão Prédios e construções não alugados nem utilizados por seus proprietários na produção de seus rendimentos, ou imóveis destinados à venda, também não estão sujeitos à depreciação. Isso decorre do conceito de que os bens somente são depreciados a partirdomomento emque são postosemfuncionamento. Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou antiguidades também não devem ser objeto de depreciação. Essa é uma decorrência, do próprio conceito de depreciação, pois, não há perda de valor do bem com o passar do tempo (ainda que eles sejam usados). Por exclusão, bens em relação aos quais seja registrada quota de exaustão, conforme será estudado adiante, também não serão depreciados.

15. Benfeitorias em Propriedades de Terceiros

As benfeitorias em propriedades de terceiros podem ou não ser objeto de registro no ativo imobilizado. Pode ocorrer que uma empresa locatária realize construção em terreno locado, ou seja, terreno de propriedade alheia. De pronto, cabe diferenciar o caso em que essa construção é restituível do caso em que não haja previsão (legal ou contratual) de restituição. Caso os gastos com as benfeitorias sejam passíveis de restituição, não entra no patrimônio da empresa locatária qualquer bemou direito de natureza permanente (a ser registrado no imobilizado).

Contabilização da benfeitoria em imóvel de terceiro com cláusula de restituição Empresa locatária constrói um galpão em um terreno alugado de outra pessoa jurídica locadora, tendo gasto um valor de R$ 80.000,00. Pelo contrato ficou acertado que a empresa locadora indenizaria integralmente a empresa locatária, mediante dedução de R$ 4.000,00 no valor do aluguel mensal que equivale a R$ 5.000,00, em 20 parcelas. Pelo registro dos gastos na construção: D Valores a Receber (AC) R$ 48.000,00 D Valores a Receber (AÑC - Realizável a Longo Prazo) R$ 32.000,00 C Bancos (AC - Disponibilidades) R$ 80.000,00 12 parcelas x R$ 4.000,00 = 48.000,00 no circulante e o restante no realizável a longo prazo. Pelo registro das parcelas de indenização e do valor do aluguel pago: D Despesas de Aluguéis (Despesa Resultado do Exercício) R$ 5.000,00 C Valores a Receber (AC ) R$ 4.000,00 C Bancos (AC Disponibilidades) R$ 1.000,00

Por outro lado, caso os gastos com as benfeitorias não sejam passíveis de restituição, com o valor gasto, a empresa locatária adquire umdireito: o direito de se utilizar da benfeitoria 1) pelo prazo do contrato de locação; ou 2) pelo tempo previsto de duração da benfeitoria realizada sua vida útil. Trata-se de um direito de longoprazo a ser reconhecido noimobilizado. Ora, no caso de um contrato de locação por prazo indeterminado, a benfeitoria será utilizada pela empresa locatária enquanto a referida benfeitoria tiver serventia (enquanto não envelhecer). Nesse caso, cabe a depreciação dessa benfeitoria.

Há uma característica diferente no que diz respeito a essas benfeitorias imobilizadas. Se as benfeitorias em imóveis de terceiros forem em contrato de locação por prazo indeterminado, ou se o prazo do contrato for maior que a vida útil da benfeitoria, devemosdepreciar estas benfeitorias. Caso o contrato tenha duração determinada e menor que a vida útil da benfeitoria, esta será amortizada pelo prazo docontrato.!! ATENÇÃO!! Se o contrato de locação for por prazo determinado, cabe amortização.

Contabilização da benfeitoria em imóvel de terceiro sem cláusula de restituição Uma empresa realizou benfeitorias em um terreno alugado a outra empresa, no valor de R$ 150.000,00. O contrato, após a execução das benfeitorias, tem vigência fixada por mais 50 meses e estabelece que as benfeitorias não serão indenizadas. Pelo registro dos gastos incorridos durante a construção: D Benfeitorias em Andamento (AÑC - Imobilizado) R$ 150.000,00 C Bancos (AC Disponibilidades) R$ 150.000,00 Pelo registro da conclusão da obra: D Benfeitorias em Propriedades de Terceiros (AÑC - Imobilizado) R$ 150.000,00 C Benfeitorias em Andamento (AÑC - Imobilizado) R$ 150.000,00 Pelo registro da quota mensal de amortização que será apropriada durante a vigência do contrato: D Amortizações (Custo ou Despesa Conta de Resultado) R$ 3.000,00 C Amortizações Acumuladas (AÑC - Imobilizado) R$ 3.000,00 Cálculo da apropriação da quota mensal: R$ 150.000,00 / 50 meses = R$ 3.000,00

Com cláusula de restituição Registra o direito a receber no Ativo Benfeitorias em Imóveis de Terceiros Sem cláusula de restituição Registra os gastos incorridos no AÑC - Imobilizado Prazo Determinado e menor que a vida útil da benfeitoria Prazo Indeterminado, ou se o prazo do contrato for maior do que a vida útil da benfeitoria AMORTIZA DEPRECIA

16. Métodos do Cálculo da Taxa de Depreciação

16.1. Linear ou Método da Linha ou das Quotas Constantes

Se a questão não mencionar o método de depreciação, você irá utilizar o linear. O método linear é o método padrão, portanto, já foi visto e apresentado nos exemplos até aqui propostos. Ele parte do pressuposto de que a depreciação ocorre de maneira constante no tempo e portanto: (a) a taxa de depreciação é igual ao percentual calculado através da divisão [1 (/) vida útil]; (b) o encargo de depreciação do período = valor depreciável (*) taxa.

Resumidamente: encargo de depreciação do período (=) (custo do bem valor residual estimado) / (período de vida útil emanos). Exemplo: - custo (valor de aquisição)do bemr$ 500.000,00; - valor residual do bemr$ 100.000,00; - vida útil do bem 5 anos. Depreciação anual: (R$ 500.000,00 R$ 100.000,00) / 5 = R$ 80.000,00.

16.2. Da Soma dos Dígitos ou de Cole

O método da soma dos dígitos é um modelo em que a taxa de depreciação dos diversos períodos da vida útil de umbemvaria. Trata-se de um modelo interessante, do ponto de vista patrimonial, pois, é normal que um bem venha a perder uma grande parte de seu valor no início de sua vida útil e apenas uma pequena parte no seu final (basta pensar em um veículo: no primeiro ano de vida ele sofre grande desvalorização e, no final de sua vida útil, a desvalorização pode ser desprezível).

Por outro lado, pode ocorrer (ainda que de forma menos frequente) a situação inversa; na qual um bem venha a perder uma pequena parcela de seu valor no início de sua vida útil e uma maior parcela ao final. Isso ocorreria, por exemplo, quando um equipamento fosse utilizado na fabricação de um produto que estivesse sendo introduzido no mercado e que, no início de sua vida útil, é pouco utilizado (porque o produto ainda não estaria sendo produzido em larga escala) e, à medida que o mercado aceitasse o produto, a produção aumentaria (aumentando, consequentemente, a utilização do bem e também sua depreciação).

O método da soma dos dígitos alcança as duas situações acima apresentadas e, como aquelas são situações inversas, esse método (da soma dos dígitos) se divide, em: (a) Método da soma dos dígitos DECRESCENTE; e (b) Método da soma dos dígitos CRESCENTE.

16.2.1. Da Soma dos Dígitos Decrescente

O método da soma dos dígitos Decrescente é utilizado para representar o comportamento de perda de valor patrimonial de bens (por uso, desgaste ou obsolescência depreciação) no tempo, quando a perda é maior no início da vida útil do bem e menor a seu final. Portanto as taxas de depreciação (calculadas segundo esse método) são decrescentes. Para aplicação deste método, a taxa de depreciação de cada período é calculada na forma de uma fração: [Numerador (/) Denominador], cujos valores são apurados conforme a seguir:

(1) O denominador é constante em todos os períodos da vida útil do bem e tem o valor da soma dos algarismos que compõem o número de períodos da vida útil desse bem; (2) O valor do numerador varia, conforme o período: (2.a) Para o primeiro período: o númerode períodos de vida útil do bem, (2.b) Para o segundo período: o númerode períodos de vida útil do bemmenos 1, (2.c) Para o terceiro período: o número de períodos de vida útil do bemmenos 2. E, assim por diante, até que o numerador relativo ao último período da vida útil do bem depreciado seja igual a 1.

Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados conforme acima). Para ilustrar o conceito, apresentamos o exemplo a seguir: Seja um bem que apresente: (1) valor depreciável (custo) de R$ 50.000,00; (2) vida útil de 5 (cinco) anos e (3) depreciação baseada no método da soma dos dígitos decrescente. A partir desses dados, calcularemos o encargo de depreciação (e a depreciação acumulada) em cada um dos anos da vida útil do bem. Denominador: 1+2+3+4+5 = 15 Numeradores: 5; 4; 3; 2 e 1 (para cada um dos cinco anos da vida útil do bem)

Período Numerador Denominador Fração Custo do Bem Valor da Depreciação Depreciação Acumulada 1 5 15 33,33% 50.000,00 16.666,67 16.666,67 2 4 15 26,67% 50.000,00 13.333,33 30.000,00 3 3 15 20,00% 50.000,00 10.000,00 40.000,00 4 2 15 13,33% 50.000,00 6.666,67 46.666,67 5 1 15 6,67% 50.000,00 3.333,33 50.000,00 Total 50.000,00

16.2.2. Da Soma dos Dígitos Crescente

O método da soma dos dígitos Crescente é utilizado para representar o comportamento de perda de valor patrimonial de bens (por uso, desgaste ou obsolescência depreciação) no tempo, quando a perda é menor no início da vida útil do bem e maior a seu final. Portanto as taxas de depreciação (calculadas segundo esse método) são crescentes. Saliente-se que esse não é o caso comum (os bens, em geral, perdem mais valor patrimonial por uso no iníciode sua vida útil).

Para aplicação deste método, a taxa de depreciação de cada período é calculada na forma de uma fração è [Numerador (/) Denominador], cujos valores são apurados conforme a seguir: (1) O denominador é constante em todos os períodos da vida útil do bem e tem o valor da soma dos algarismos que compõem o número de períodos da vida útil desse bem; (2) O valor do numerador varia, conforme o período: (2.a) Para o primeiro período: 1; (2.b) Para o segundo período: 2; (2.c) Para o terceiro período: 3.

E, assim por diante, até que o numerador relativo ao último período da vida útil do bem depreciado seja igual à quantidade de períodos de sua vida útil. Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados conforme acima).

Para ilustrar o conceito, apresentamos o exemplo a seguir: Seja umbemque apresente: (1) valor depreciável (custo) de R$ 50.000,00; (2) vida útil de 5 (cinco) anos e (3) depreciação baseada no método da soma dos dígitos crescente. A partir desses dados, calcularemos o encargo de depreciação (e a depreciação acumulada) em cada um dos anos da vida útil do bem. Denominador: 1+2+3+4+5 = 15 Numeradores: 1; 2; 3; 4 e 5 (para cada um dos cinco anos da vida útil do bem)

Período Numerador Denominador Fração Custo do Bem Vlr. da Depreciação Depreciação Acumulada 1 1 15 6,67% 50.000,00 3.333,33 3.333,33 2 2 15 13,33% 50.000,00 6.666,67 10.000,00 3 3 15 20,00% 50.000,00 10.000,00 20.000,00 4 4 15 26,67% 50.000,00 13.333,33 33.333,33 5 5 15 33,33% 50.000,00 16.666,67 50.000,00 Total 50.000,00

16.3. Das Unidades Produzidas

O método das unidades produzidas é utilizado para refletir o comportamento da depreciação de bens em que a utilização é variável ao longo de sua vida útil e dependente da produção realizada a partir da utilização desse bem. Portanto, nesse método, de antemão, não se pode saber se o bem irá perder valor de forma constante, crescente ou decrescente. Com efeito, a perda de valor do bem se dará conforme o volume de produção do período (em relação à produção total, prevista a partir da utilização desse bem).

A taxa de depreciação de cada período é calculada através de uma fração (Numerador (/) Denominador), onde: (1) O numerador é igual aonúmerode unidades produzidas noperíodo; e (2) O denominador é igual ao número estimado de unidades a serem produzidas durante toda a vida útil do bem. Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados conforme acima).c

16.4. Das Horas Trabalhadas

O método das horas de trabalho é utilizado para refletir o comportamento da depreciação de bens em que a utilização é variável ao longo de sua vida útil. Portanto, nesse método, de antemão, não se pode saber se o bem irá perder valor de forma constante, crescente ou decrescente. Com efeito, a perda de valor do bem se dará conforme a quantidade de horas de utilização do bemno período (em relação ao total de horas previstas de utilização desse bem, prevista).

A taxa de depreciação de cada período é calculada através de uma fração (Numerador (/) Denominador), onde: (1) O numerador é igual aonúmerode horas de utilização dobemnoperíodo; e (2) O denominador é igual ao número estimado de horas de utilização do bem, durante toda sua vida útil. Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados conforme acima).

17. Depreciação Acelerada

A depreciação acelerada consiste em atribuir coeficientes multiplicadores em função do número de horas diárias de operação do bem sujeito ao desgaste pelo uso. Somente é adotada no caso de bens móveis. Coeficientes adotados: I. Coeficiente 1,0 para umturno de oito horas de operação; II. Coeficiente 1,5 para 2 turnos de oito horas de operação (16 horas); III. Coeficiente 2,0 para 3 turnos de oito horas de operação (24 horas);

18. Mudança de Estimativa de Vida Útil

CPC 27 Ativo Imobilizado 50. O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vidaútil estimada. 51. O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser contabilizada como mudança de estimativa contábil, segundo o Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.

Antes da edição do CPC 27, o valor residual e a vida útil eram definidos (geralmente, as empresas usavam o critério fiscal) e não mais se alteravam, durante a vida útil do ativo. Todavia, com as mudanças, o valor residual e a vida útil de um ativo devem ser revisados pelo menos ao final de cada ano. Se houver diferença, deve ser realizada e tratada como mudança de estimativa contábil, como reza o artigo 51 do CPC 27. A mudança na depreciação deve ser considerada mudança de estimativa contábil, isto implica produzir efeitos prospectivos - no ano corrente e nos anos futuros. Não deve ser feita nenhuma alteração nos valores já contabilizados como depreciação.

De acordo com o CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro, a mudança na estimativa contábil decorre de uma nova informação ou inovações que resultar em ajustes nos saldos contábeis de ativo ou de passivo, ou nos montantes relativos ao consumo periódico de ativo, avaliados com base em informações disponíveis e confiáveis a época da mensuração. Ao longo da utilização de seus ativos, a companhia pode perceber que a vida útil estimada para alguns de seus bens precisa ser revista. Este fato afetará o cálculo da depreciação, da amortizaçãoou da exaustão.

A mudança na vida útil ou no padrão esperado de consumo de umativo não trará qualquer impacto sobre o valor original do bem. Do mesmo modo, a depreciação acumulada até o período de revisão da estimativa de vida útil será mantida. A diferença fica por conta da vida útil restante e da base de cálculo das despesas de depreciação.

(DPE AM/Analista em Gestão - Contábeis/FCC/2018) - Em 31/12/2014, a Cia. Só Concreto adquiriu umequipamento por R$ 1.300.000,00 à vista. Na data da aquisição, a Cia. estimou que a vida útil econômica seria 10 anos e o valor residual esperado seria R$ 300.000,00. Em 01/01/2016, a empresa reavaliou a vida útil econômica remanescente para 8 anos e o valor residual para R$ 200.000,00. Sabendo que a empresa utiliza o método das cotas constantes para cálculo da depreciação, o valor contábil apresentado pela Cia. Só Concreto, no Balanço Patrimonial de 31/12/2016, foi, em reais, a) 1.075.000,00. b) 1.025.000,00. c) 875.000,00. d) 825.000,00. e) 1.100.000,00. Gabarito = A

Depreciação no ano de 2015 BC da depreciação = custo de aquisição valor residual BC Depreciação = 1.300.000 300.000 = 1.000.000 Depreciação de 2015 = 1.000.000 /10 anos = 100.000 Valor contábil em 31/12/2015 = custo de aquisição depreciação acumulada = 1.300.000 100.000 = 1.200.000

Depreciação no ano de 2016 BC da depreciação = valor contábil antes da reavaliação valor residual após a reavaliação BC Depreciação = 1.200.000 200.000 = 1.000.000 Depreciação de 2016 = 1.000.000 /8 anos = 125.000 Valor contábil em 31/12/2016 = custo de aquisição depreciação acumulada = 1.300.000 225.000 = 1.075.000

(ARTESP/Especialista Contabilidade/FCC/2017) - A empresa Metais Pesados S.A. adquiriu, em 31/12/2014, um imobilizado por R$ 50.000,00, à vista. A vida útil econômica estimada da máquina, na data de aquisição, foi 10 anos e o valor residual estimado foi R$ 5.000,00. Em 31/12/2015, a empresa reavaliou a vida útil e determinou que a vida útil econômica remanescente da máquina era 5 anos e o valor residual era R$ 8.000,00. Com base nestas informações e sabendo que a empresa utiliza o critério de quotas constantes para cálculo da depreciação, o valor da depreciação acumulada evidenciado no Balanço Patrimonial da empresa, em31/12/2016, foi, emreais, a) 16.800,00. b) 9.000,00. c) 14.000,00 d) 11.000,00. e) 12.000,00. Gabarito = B