LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO, COMPLIANCE E O SETOR DE TRANSPORTE COLETIVO

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Transcrição:

FEPASC Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina CICLO DE PALESTRAS 2018 LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO, COMPLIANCE E O SETOR DE TRANSPORTE COLETIVO André Guskow Cardoso 25 de julho de 2018

1 Panorama global das medidas de combate à corrupção 1.1) Acordos e convenções internacionais (ONU (2003), OCDE (1997) e OEA (1996)) 1.2) FCPA (1977) 1.3) UK Bribery Act (2011) 1.4) União Europeia

2 - A consagração normativa do combate à corrupção no Brasil 2.1) Lei 12.846, de 1º.8.2013 2.2.) Regulamento Federal: Decreto 8.420/2015 2.3.) Normas CGU (Ministério da Transparência): Portarias 909 e 910, de 7.4.2015; Portaria Conjunta 2.279, de 9.9.2015 (Micro e pequenas empresas) 2.4.) Santa Catarina: Decreto 1.106/2017

3 - Principais pontos da Lei 12.846/2013 3.1) Responsabilização objetiva administrativa e civil pela prática de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira Pessoas jurídicas Abrangência: operações societárias e controladoras, controladas, coligadas ou consorciadas Abrangência territorial ampla: art. 28

3 - Principais pontos da Lei 12.846/2013 3.2) Atos considerados lesivos Elenco art. 5º. Previsões amplas Lista de condutas e atos: obtenção indevida de vantagens; atos no âmbito de licitações e contratos; empecilhos à fiscalização. 3.3) Responsabilização administrativa Multa e publicação da decisão condenatória Dosimetria da pena. Razoabilidade e proporcionalidade.

3 - Principais pontos da Lei 12.846/2013 3.4) Reparação do dano causado 3.5) Processo administrativo de responsabilização Peculiaridades Desconsideração da personalidade jurídica. Hipóteses. 3.6) Acordo de leniência. Particularidades.

3 - Principais pontos da Lei 12.846/2013 3.7) Responsabilização judicial Sanções. Gravidade das consequências. Rito ACP. Reparação do dano. 3.8) Programa de integridade e auditoria ( compliance ) 3.9) Sanções da Lei de improbidade e das leis de licitações (Lei 8.666/93, Lei 12.462/2011, pregão). Relação.

4 O Compliance 4.1) Sentido de compliance Cumprimento de regras e normas Sentido ampliado (art. 41 do Decreto 8.420): conjunto de medidas destinadas a assegurar o pleno cumprimento de normas e evitar a prática de atos irregulares. 4.2) Previsão na Lei 12.846 (art. 7º, VII) Relevância: (i) dosimetria sanções; (ii) acordo de leniência

4 O Compliance 4.3) Atribuição ao particular do ônus de demonstrar a regularidade da atuação. Interpretação adequada da afirmação. 4.4) Programa de integridade. Avaliação. Critérios Decreto 8.420/2015 (art. 42) Portaria CGU 909/2015 Relevância do momento da implantação Eficácia 4.5) self cleaning

5 Relevância do programa de compliance para o setor de transporte coletivo 5.1) Setor altamente regulado. Interface permanente com administração pública e reguladores (licenças, licitações, leilões, contratos administrativos, autorizações etc.) 5.2) Presença de SPE s, consórcios e joint ventures 5.3) Sucessão empresarial (cisão, fusão, aquisições de SPE s e operações etc.)

6 Considerações gerais sobre os programas e atividades de compliance 6.1) Premissa fundamental. Tendência humana à violação de regras. Variações culturais. Tendências globais. 6.2) Complexidade. Caráter dinâmico. 6.3) Inutilidade de programa meramente formal.

6 Considerações gerais sobre os programas e atividades de compliance 6.4) Constatações da ciência comportamental. Heurística. Pressuposto para a definição e estruturação de regras do programa. Nudges 6.5) Cabimento de regulamentação específica pelas entidades reguladoras de cada setor. 6.6) Relevância para (i) operações societárias (ii) self cleaning.

7 Síntese: perspectivas 7.1) Nova realidade jurídica. Necessária maturação. Evolução entendimento jurisprudencial. 7.2) Nova realidade político-social no país. Implicações e efeitos das investigações e operações em curso. 7.3) Necessidade de que as empresas e entidades se preparem adequadamente e se ajustem a essas realidades.

8 Iniciativa da FEPASC 8.1) Estabelecimento de programa de integridade e compliance no âmbito da Federação 8.2) Alterações no estatuto 8.3) Aprovação de um código de ética e conduta. Instituição de Conselho de Ética. 8.4) Adoção das demais medidas necessárias à implantação do programa: mapeamento de riscos, definição de procedimentos, treinamentos etc.

9 Código de ética e conduta da FEPASC 9.1) Valores: atuação pautada na lei, na ética, na transparência e na imparcialidade 9.2) Aplicação do código aos colaboradores, administradores e filiados. Pessoas e entidades que venham a se relacionar com a FEPASC (fornecedores, prestadores de serviço e agentes intermediários) 9.3) Vedação à oferta e ao recebimento de benefícios

9 Código de ética e conduta da FEPASC 9.4) Contratações pela FEPASC 9.5) Confiabilidade dos registros contábeis e regulação das informações privilegiadas 9.6) Regras sobre a participação em reuniões e audiências públicas e demais atos, bem como externalização de manifestações pela FEPASC 9.7) Conselho de Ética

9 Código de ética e conduta da FEPASC 9.8) Previsão de aplicação de penalidades 9.9) Estabelecimento de canal de comunicação 9.10) Treinamentos 9.11) Medidas para efetividade do programa: alteração estatuto, criação Conselho de Ética, envolvimento da alta direção, treinamento, implantação canal comunicação, auditorias externas, atualização e adaptação constantes.

andre@justen.com.br