Ecovia do Litoral... ou talvez Ecoberma do Litoral? Este curto documento ilustra a má qualidade da infra-estrutura de algumas secções da ecovia do litoral, e demonstra que a má sinalização horizontal chega até a meter o ciclista em perigo. Não é aceitável que se divulgue esta ecovia como parte de uma rede europeia de ciclovias (EuroVelo 1) quando a mesma não cumpre sequer a definição de ecovia. Conceito de ecovia Infraestrutura destinada à circulação a pé ou em bicicleta e que tem como principal caraterística a ligação - tanto a nível local como regional - entre áreas de interesse ambiental. Fonte: Ciclovias, ecopistas, e ecovias. Norte de Portugal. http://www.portoenorte.pt/client/files/0000000001/3017.pdf Por definição, as Ecovias vias de comunicação autónomas e ininterruptas, destinadas à utilização pedonal e ao tráfego não motorizado, assentam em pressupostos recreativos e de carácter quotidiano, de fácil utilização, cujo traçado é reconhecido pelas suas características construtivas e de inserção na paisagem. Caracterizam-se por apresentar declives máximo de 3%, serem fisicamente autónomas relativamente à rede viária, possuírem um reduzido número de cruzamento ou pontos de conflito de usos e, assegurarem a continuidade do traçado ou percepção do mesmo, incorporarem uma imagem transversal de fácil interpretação (informação directa e indirectamente disponibilizada de apoio à utilização da rede), constituindo uma rede sectorial de vias de comunicação identificável como tal. Surgem frequentemente associadas a plataformas de linhas ferroviárias desactivadas, caminhos e itinerários históricos, ou estruturados em temáticas inerentes a corredores fluviais, espaços agrícolas e florestais e centros populacionais com interesse patrimonial. Vias verdes, voies vertes, voies lentes, voies douces, greenways, ejes verdes, pasillos verdes, corredores verdes, ecopista, ecovias, são terminologias utilizadas para descrever Ecovias. Fonte: Estudo da Ecovia do Litoral Norte e Percursos Complementares. http://www.polislitoralnorte.pt/doc.php?co=198
Exemplos de más práticas na Ecovia do Litoral: As fotografias abaixo ilustram algumas das situações nas quais seguir a dita ecovia é exactamente o que não se deve fazer. Muitos mais exemplos poderiam ter sido incluidos aqui, mas estes servem bem para demonstrar a falta de respeito e de consideração pela segurança do ciclista demonstrada por quem a projetou. De uma forma geral, estas marcações transmitem a ideia errada aos condutores ignorantes que os ciclistas devem circular o mais à direita possível, não obstante este ser muitas vezes o local mais perigoso. Onde não é possível ter uma faixa ciclável fisicamente segregada do trânsito motorizado, a sinalização horizontal deve ser pintado no meio de cada via. A sinalização tal como está coloca o ciclista menos experiente em perigo! Nestes casos má sinalização é pior que não ter sinalização. Rua do Clube Carvoeiro, Vale da Pinta - 37 08'06.6 N, 8 28'22.9 W Nesta situação, comum em grande parte da ecovia do litoral, a sinalização transmite a ideia errada (a condutores e ciclistas) de que se deve circular a 20 cms do lancil. Em caso de ultrapassagem perigosa por um veículo motorizado, o ciclista não tem por onde fugir para a sua direita sem bater no lancil. Nesta situação, um ciclista mais experiente sabe que deve circular no centro da via por forma a guardar espaço de segurança à sua direita (e.g. caso de ultrapassagem rasante, desvio de buracos ou outros obstáculos) e ser mais visível para outros utilizadores da estrada. A solução passaria por colocar a sinalização horizontal (i.e. pintura da bicicleta) no centro de cada uma das vias. Todas as imagens que se seguem sofrem desta problemática, além das suas problemáticas específicas.
Estrada das Açoteias, Olhos de Água - 37 05'50.1 N, 8 10'50.5 W Urbanização dos Salgados - 37 05'17.5 N, 8 19'16.4 W
Rua do Pestana Golf Resort, Vale da Pinta - 37 07'54.1 N, 8 29'09.9 W Uma vez mais, as imagens reforçam a atitude incorrecta do projetista em meter o ciclista encostado a um passeio de lancil alto e com pinocos. Um ciclista que circule encostado à direita e seja derrubado cairá inevitavelmente sobre os pinocos ou as barreiras de cimento, com óbvias consequências graves. Uma vez mais, um ciclista mais consciente tomará o centro da via, correndo o risco de gerar conflito com motoristas que assumem que o ciclista deve circular encostado ao lancil por assim verem indicado na sinalização horizontal.
Rua do Pestana Golf Resort, Vale da Pinta - 37 07'58.3 N, 8 29'01.9 W M1289-1, Olhos de Água - 37 05'41.5 N, 8 10'21.0 W Deve o ciclista circular em cima das sarjetas e buracos?
Rua Escola Primária Alporchinhos - 37 06'03.9 N, 8 23'23.8 W Este caso é ainda mais grave por colocar o ciclista ao alcance de uma porta de automóvel que se abra, com consequências desastrosas para o ciclista.
Estrada de Vale Rabelho 37 05'14.2 N 8 17'53.1 W Onde está a ecovia? Neste caso por se pintar o ciclista tão à direita, já quase nem se vê a sinalização horizontal.
Estrada Pedras de El-Rei a Santa Luzia 37 05'51.9 N 7 40'27.9 W Aqui a sinalização horizontal está fora da faixa de circulação, portanto realmente na berma, além de que está parcialmente coberta por folhas. Não podem os ciclistas usar a via de circulação? Estrada de Vale Rabelho 37 05'25.6 N 8 18'35.8 W Não basta pintar (e mal posicionado), é preciso fazer manutenção da ecovia.
Estrada de Vale Rabelho 37 05'25.2 N 8 18'34.9 W O ciclista que siga esta sinalização vai coçar a orelha na piteira! Uma vez mais a sinaização horizontal não deveria ter sido pintada tão próxima da parede/berma.
Estrada de Vale Rabelho 37 05'17.5 N 8 18'06.3 W Mais do mesmo - a sinalização horizontal não deveria ter sido pintada tão próxima da parede/berma.