AUTOR: Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo do Brasil

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Transcrição:

P á g i n a 1 PROCESSO DISCIPLINAR Nº: 007/2017 RELATORA: Auditora Ana Luiza Ribeiro e Nogueira De Souza AUTOR: Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo do Brasil DENUNCIADA: Juliana da Silva Moreira TERCEIRO INTERESSADO: Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem ABCD SESSÃO DE JULGAMENTO: 20/10/2017 EMENTA: DOPING - INFRAÇÃO ÀS NORMAS DA IAAF Regras 32.2 (a) do Livro de Regras da IAAF Presença de sustância proibida: STANOZOLOL E METABÓLICOS (anabólico esteroide androgênico exógeno - S1.1.a) Segunda violação Regra 10.7.1 do CMAD/2009 (em vigor à época da infração) - Aplicação de pena de 8 (oito) anos de inelegibilidade a partir da data da coleta. ACÓRDÃO Decide a Comissão Disciplinar Nacional do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, por votação unânime, condenar a Denunciada Juliana da Silva Moreira à pena de 8 (oito) anos de inelegibilidade 5 (cinco) meses de inelegibilidade, a contar a partir da data da coleta, por infração das normas da IAAF, diante da constatação de substância proibida (Stanozolol e Metabólicos) de acordo com a Lista de Susbtâncias Proibidas da WADA de 2014 na amostra de urina coletada. Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo do Brasil Auditora Relatora Ana Luiza Ribeiro e Nogueira de Souza São Paulo, 20 de outubro de 2017.

P á g i n a 2 RELATÓRIO Trata-se de denúncia ofertada pela Procuradoria de Justiça Desportiva ( Procuradoria ) em face de Juliana da Silva Moreira ( Denunciada ), diante de resultado analítico adverso verificado na amostra coletada fora de competição, em 28/3/2014, identificando a presença em seu organismo de substância proibida (Stanozolol e Metabólicos), integrante da lista proibida da World Anti-Doping Agency - WADA de 2014. Segunda consta da referida denúncia, em nenhum momento o atleta nega o uso da substância, aliás, não sabe sequer informar como referida substância encontrava-se em seu organismo naquele dia, porém, indicou que a mesma poderia fazer parte de algum suplemento. Dessa forma, a Procuradoria propugna pela condenação da Denunciada por infração das regras da IAAF, ante a utilização de substância proibida na Lista de Substâncias Proibidas da WADA, requerendo a aplicação de pena prevista na regra 40.2 da IAAF, em sua redação de 2014. Por sua vez, a ABCD apresentou manifestação, propugnando pela condenação da Denunciada nos termos elencados pela Procuradoria e, ainda, ressaltando o fato de que a Denunciada já havia sido anteriormente condenada pelo uso da substância Methandienone, verificada em amostra coletada, em 20 de maio de 2012, no Grande Prêmio Caixa, o que ensejou sua suspensão pelo prazo de 2 (dois) anos, a contar da data da referida coleta. Devidamente oficiada a respeito do resultado analítico adverso, a Denunciada apresentou explicações por e-mail, com a expressa desistência da abertura de sua amostra B. Igualmente oficiada sobre a instauração do presente Processo, a Denunciada, no entanto, deixou de apresentar defesa e de comparecer à sessão de julgamento. É o relatório.

P á g i n a 3 VOTO No caso dos autos, resta configurada a prática do doping ante ao incontroverso resultado analítico adverso da amostra de urina coletada do Denunciado, com expressa constatação da presença da substância específica proibida STANOZOLOL E METABÓLICOS em seu organismo. O STANOZOLOL é uma substância química de natureza exógena, classificada como esteroide anabolizante (AAS), oriundo da testosterona, sendo, portanto, incompatível com a produção endógena em seres humanos. É expressamente vedada a utilização da referida substância no âmbito esportivo, desde a primeira edição da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos pela WADA no ano de 2004. A Denunciada não trouxe aos autos qualquer explicação ou provas hábeis a elidir o resultado analítico adverso constatado, sem tampouco prestar esclarecimentos suficientes sobre a forma como a substância chegou ao seu organismo. Dessa forma, resta caracterizada a violação das regras antidoping (Regras 32.2 (a) do Livro de Regras da IAAF) pela Denunciada. Há que se considerar que a Denunciada é reincidente na prática de infração de doping, tendo sido anteriormente condenada, pelo uso da substância METHANDIENONE, conforme resultado analítico adverso constatado em amostra coletada no Grande Prêmio Caixa, o que ensejou sua suspensão pelo prazo de 2 (dois) anos, a contar da data da coleta (20 de maio de 2012), conforme comprovam os documento acostados aos autos. Ressalte-se, inclusive, que, quando da coleta da amostra (realizada em 28 de março de 2014, fora de competição) que ensejou o resultado analítico adverso em questão detectando a presença do STANOZOLOL E METABÓLICOS, a Denunciada ainda estava cumprindo a pena de suspensão provisória (a qual se findou em 20 de maio de 2014). Assim, para efeitos de dosimetria de pena em casos de segunda violação de regra anti-doping por uso de substância proibida, é de rigor sejam observados o Artigo 10.2 c.c. o Artigo 10.7.1 do CMAD de 2009, vigente à época dos fatos, que assim estabelecem:

P á g i n a 4 1 1 Conforme definição do CMAD de 2009: St (Standard sanction under Articles 10.2 or 10.3.1): The anti-doping rule violation was or should be sanctioned by the standard sanction of two (2) years under Articles 10.2 or 10.3.1. Em tradução livre, considera-se St a infração de regra anti-doping que foi ou deveria ser sancionada com a pena base de inelegibilidade pelo período de 2 anos de acordo com os Artigos 10.2 ou 10.3.1 do CMAD.

P á g i n a 5 In casu, ao aplicarmos o Artigo 10.7.1 do CMAD de 2009, a fim de chegarmos a pena a ser aplicada, devemos sopesar que: (i) a Denunciada havia sido anteriormente condenada por infração do Artigo 2.1 do CMAD de 2009 (Regras 32.2 (a) do Livro de Regras da IAAF), com a aplicação da pena estabelecida no Artigo 10.2 do CMAD de 2009 (inserido na classificação St acima mencionada); e (ii) a atual infração cometida pela Denunciada também está prevista no Artigo 2.1 do CMAD de 2009 (Regras 32.2 (a) do Livro de Regras da IAAF), cuja a pena está estabelecida no Artigo 10.2 do CMAD de 2009 (inserido na classificação St acima mencionada). Dessa forma, considerando o quanto acima mencionado, tem-se que a pena de inelegibilidade (suspensão) a ser aplicada deve observar o período mínimo de 8 (oito) anos até a inelegibilidade pela vida toda (lifetime ineligibility - banimento do esporte). Na hipótese sub judice, analisando as circunstâncias dos autos, entendo pela aplicação da pena de inelegibilidade pelo período de 8 (oito) anos. À luz do exposto, acolho os termos da denúncia apresentada pela Ilustre Procuradoria ante a caracterização da prática de doping pela Denunciada Juliana da Silva Moreira, diante da incontroversa presença de substância proibida (Stanozolol e Metabólicos) integrante da lista de substância proibidas da WADA em seu organismo, em afronta às Regras 32.2 (a) do Livro de Regras da IAAF, condenando-o à pena de 8 (oito) anos de inelegibilidade, nos termos do Artigo 10.2 c.c. do Artigo 10.7.1 do CMAD de 2009, a contar a partir da data da coleta da amostra (28/3/2014). É como voto. Auditora Relatora Ana Luiza Ribeiro e Nogueira de Souza Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo do Brasil