DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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Transcrição:

RELEMBRANDO: 1. Conceito: DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre credor e devedor, cujo objeto consiste numa prestação econômica positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o cumprimento através do patrimônio Washington de Barro Monteiro 2. Objeto: prestação 3. Finalidade: instrumentar o credor pagamento pelo devedor

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 4. IMPORTÂNCIA: regular relação econômica 5. CARACTERÍSTICAS: a. Direitos de créditos b. Relativos sem efeito erga omnes c. Patrimoniais obrigação suscetível de avaliação em quantia

DISTINÇÃO ENTRE DIREITO PESSOAL E DIREITO REAL AULA 2

DIREITO OBRIGACIONAL X DIREITO REAL O Direito Obrigacional é o direito pessoal, por ser um direito sobre uma pessoa. Consiste num vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação; Constitui uma relação de pessoa a pessoa (direito relativo) e tem, como elementos: a) o sujeito ativo; b) o sujeito passivo; c) a prestação;

direito real pode ser definido como o poder O jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. É a relação jurídica da pessoa na posse, uso e gozo de uma coisa, corpórea ou incorpórea, que é de sua propriedade. O direito real tem como elementos essenciais: a) b) o sujeito ativo; a coisa; c) e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio;

Não há como inventar os direitos reais, pois estes estão dispostos no Código. No direito obrigacional é o contrário, podem nascer novos direitos obrigacionais (obrigações atípicas) através dos contratos.

Principais Distinções A) QUANTO AO OBJETO: porque exigem o cumprimento de determinada prestação, ao passo que os direitos reais incidem sobre uma coisa; B) QUANTO AO SUJETO: porque o sujeito passivo é determinado ou determinável, enquanto nos direitos reais, é indeterminado (são todas as pessoas do universo, que devem abster-se de molestar o titular); C) QUANTO À DURAÇÃO: porque são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios, enquanto os direitos reais são perpétuos, não se extinguindo pelo não uso, e sim nos casos expressos em lei (desapropriação, usucapião em favor de terceiro, etc); D) QUANTO À FORMAÇÃO: pois podem resultar da vontade das partes, sendo ilimitado o número de contratos inominados, ao passo que os direitos reais só podem ser criados pela lei, sendo seu número limitado e regulado por esta; E) QUANTO AO EXERCÍCIO: porque exigem uma figura intermediária, que é o devedor, enquanto os direitos reais são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um sujeito passivo; F) QUANTO À AÇÃO: que é dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito passivo (ação pessoal), ao passo que a ação real pode ser exercida contra quem quer de detenha a coisa;

PONTOS COMUNS A obrigação muitas vezes, tem por escopo justamente adquirir a propriedade ou outro direito real, como por exemplo na compra e venda; Em outras, os direitos reais atuam como acessório dos direitos obrigacionais, visando conferir segurança a estes, por exemplo as garantias reais de penhor, hipoteca, etc; Outras vezes ainda, o direito obrigacional está vinculado a um direito real, como é o caso das obrigações propter rem, das obrigações com eficácia real, que veremos depois;

Obrigação Civil ou Perfeita Obrigação não cumprida, dá origem à responsabilidade patrimonial. Pode o credor valer-se do Poder Judiciário, pois estão presentes os elementos constitutivos: sujeito, objeto e vínculo jurídico (OBRIGAÇÃO CIVIL ou PERFEITA); Obrigação civil é a que encontra respaldo no direito positivo, podendo seu cumprimento ser exigido pelo credor, por meio de ação.

Obrigação Natural ou Imperfeita Na ausência desse poder de garantia ou da responsabilidade do devedor, diz-se que a obrigação é natural ou imperfeita; Trata-se de obrigação sem garantia, sem ação para se fazer exigível. O devedor não está obrigado a pagar; Se voluntariamente efetuar o pagamento, não terá o devedor direito a restituição.

DISTINÇÃO As obrigações civis e as obrigações naturais distinguem-se, quanto à exigibilidade de cumprimento;

Obrigação Natural

Conceito e características Obrigação natural não constitui relação de direito, mas relação de fato; Possui uma tutela jurídica parcial, em face da soluti retentio (direito a retenção pelo pagamento espontâneo);

Obrigação Natural no Código Civil Brasileiro Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. Art. 564 Não se revogam por ingratidão: (...) III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;

Obrigação Natural no Código Civil Brasileiro Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.

Efeitos da obrigação natural Alguns afirmam que ela produz todos os efeitos das obrigações civis, exceto a coercibilidade; Outros sustentam que o único efeito por ela produzido é a irrepetibilidade do pagamento.

Carlos Roberto Gonçalves O principal efeito da obrigação natural consiste na validade de seu pagamento; Outro efeito é a irrepetibilidade do pagamento (soluti retentio). A obrigação natural não comporta fiança, pois esta é de natureza acessória e segue o destino do principal, não podendo existir sem uma obrigação civil válida e exigível.

DAS OBRIGAÇÕES CIVIS E NATURAIS CIVIL Há exigência jurídica NATURAL Sem exigência jurídica Há pagamento indevido Não há pagamento indevido Dever jurídico Dever de consciência

OBRIGAÇÃO PROPTER REM OBRIGAÇÃO HÍBRIDA A natureza dessa obrigação é uma obrigação híbrida, intermediária entre obrigações reais e obrigacionais. Elas nascem da titularidade de um direito real. É a obrigação que persegue a coisa, obrigação por causa da coisa. as obrigações reais, ou propter rem, passam a pesar sobre quem se torne titular da coisa. Logo, sabendo-se quem é o titular, sabe-se quem é o devedor. A transmissão ocorre automaticamente, isto é, sem ser necessária a intenção específica do transmitente. Exemplo: obrigação imposta aos proprietários e inquilinos de um prédio de não prejudicarem a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos (art. 1277 CC), decorrente da continuidade dos dois prédios; Art. 1315 condômino concorre para as despesas de conservação da coisa comum; Art. 1219 Indenizar Benfeitorias, etc

MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES

Modalidade é o mesmo que Espécies; Estão classificadas em categorias, reguladas por normas específicas, segundo diferentes critérios.

DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES QUANTO AO OBJETO Classificação objetiva porque considera a qualidade da prestação Quanto ao Objeto 1. Obrigações de dar coisa certa (art. 233 a 242 C.C.) e coisa incerta (art. 243 a 246 C.C.) (positiva) 2. Obrigação de fazer (art. 247 a 249 C.C.) (positiva) 3. Obrigação de não fazer (art. 250 e 251 C.C.) (negativa)

DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES QUANTO AO ELEMENTO 1. Simples um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto Ex: João se obriga com Maria de entregar um veículo. 2. Complexa ou composta basta que haja mais de um Suj. Ativo ou mais de um Suj. Passivo ou mais de um objeto. Ex. Pedro e Carlos se obrigaram a entregar um veiculo a João Ex. Pedro se obrigou a entregar um veículo e uma moto a Carlos.

DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES QUANTO à MULTIPLICIDADE DO OBJETO 1. Conjuntivas ou cumulativas conjunção e A se obrigou a entregar um vaso e uma planta. Obriga-se a entregar os DOIS objetos 2. Alternativas ou disjuntivas conjunção ou A se obrigou a entregar um vaso ou uma planta. Obriga-se a entregar um OU outro 3. Facultativas doutrinária; há uma única prestação, porém, facultado ao devedor, e só a ele, exonerar-se mediante o cumprimento de prestação diversa e predeterminada. É obrigação com faculdade de substituição;

DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES QUANTO à MULTIPLICIDADE DE SUJEITOS 1. Divisíveis objeto da prestação pode ser dividido entre os sujeitos (cada credor só tem direito a sua parte, podendo exigi-la independentemente do outro; e cada devedor só responde por sua quota); Ex: João e José se obrigaram a entregar duas sacas de café a Pedro; (Pedro cobrará 1 saca de João e 1 saca de José) art. 257 C.C

2. Indivisíveis objeto não pode ser dividido Cada devedor só deve a sua quota parte, mas em razão da indivisibilidade física do objeto a prestação deve ser cumprida por inteiro. Ex: Entrega de um cavalo Somente um credor pode exigir a entrega, mas deverá prestar conta ao outro; (art. 258 e 261 CC)

Solidárias mais de um credor ou mais de um de devedor que se obrigam pela dívida toda (art 264/265 CC); O credor pode exigir o cumprimento de apenas um dos devedores, por exemplo; podendo o devedor que cumpriu sozinho entrar regressivamente cobrando dos demais; (art. 283 CC)

SIMPLES CUMULATIVAS Classificação das Obrigações quanto aos seus elementos constitutivos COMPOSTAS PELA MULTIPLICIDADE DE OBJETO ALTERNATIVAS FACULTATIVAS PELA MULTIPLICIDADE DE SUJEITOS DIVISÍVEIS INDIVISÍVEIS SOLIDÁRIAS

OBRIGAÇÕES DE DAR 1. Conceito: Aquela em virtude da qual o devedor fica jungido a promover, em benefício do credor, a tradição da coisa (móvel ou imóvel), já com fim de outorgar um novo direito, já com o de restituir a mesma ao seu dono RUBENS LIMONGI FRANÇA Ex: Entrega de uma casa em um contrato de compra e venda; - Conduta humana que tem por objeto uma coisa, subdividindose em três: obrigação de dar coisa certa, obrigação de restituir e obrigação de dar coisa incerta.

Obrigação de dar coisa certa: vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a entregar ao credor determinado bem móvel ou imóvel, perfeitamente individualizado. 1. Coisa individualizada, infungível, insubstituível Ex: Venda do automóvel x. 1. Impossível entregar coisa diversa art. 313 impossível pretender coisa diferente, salvo acordo. 2. O contrato não basta para transferência do domínio propriedade tradição de bem móvel e registro do bem imóvel

O que vai caracterizar a obrigação de dar coisa certa é porque o objeto da prestação é coisa única e preciosa. Ex: a raquete de Guga, o capacete de Ayrton Senna, a camisa dez do Pelé, etc. O devedor obrigado a dar coisa certa não pode dar coisa diferente, ainda que mais valiosa, salvo acordo com o credor (art 313 CC ) Acordo com o credor = novação objetiva

- Melhoramentos(benfeitorias) e acrescidos(acessões) poderão ser cobrados pelo vendedor crias, frutos percebidos caput do art. 237 CC - Frutos (utilidades) pendentes pertencem ao credor art. 237, parágrafo único CC - Art. 233 principal tem existência própria e acessório só existe se existir o principais. - Ex: A alienação de um imóvel inclui como acessórios os melhoramentos ou benfeitorias realizadas, bem como o ônus de pagar os impostos; a venda de um veículo inclui os acessórios destes;

* Na obrigação de entregar se houver perecimento ou deterioração: quem suporta o prejuízo?

Se ocorrer perecimento (perda total da coisa) - art. 234 CC A- sem culpa do devedor resolve-se a obrigação e devolve-se o valor pago sem indenização por perdas e danos. Ex: a coisa é destruída por um raio; Se pendente condição suspensiva o direito não será adquirido e o devedor suporta o risco da coisa; Ex. entrega da coisa após casamento; B- por culpa do devedor suportará perdas e danos + o equivalente da coisa em dinheiro

Se ocorrer deterioração (perda parcial da coisa) A- sem culpa do devedor: credor escolhe se resolve a obrigação ou aceita a coisa com abatimento no preço; (art 235 CC) B- com culpa do devedor: credor tem a escolha de resolver a obrigação, exigindo o equivalente em dinheiro, aceitar a coisa com abatimento do preço + perdas e danos; (art. 236 CC)

OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR Restituir (subespécie da obrigação de dar) = devolver recebida EX: comodato, locação, penhor, depósito a coisa Na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor, apenas sua posse é que foi transferida ao devedor; Ex: na locação o cliente/devedor tem a obrigação de restituir o bem ao locador após o prazo acertado;

PERECIMENTO DA COISA A SEM CULPA DO DEVEDOR: se a coisa perecer sem culpa do devedor perda para o credor, recebendo os valores até o dia da perda (raio, incêndio por reflexo caso fortuito ou força maior) art 238 CC Ex: um animal emprestado (comodato), se perdeu, por um raio, o credor perderá o animal, e a obrigação está resolvida; B COM CULPA DO DEVEDOR: se a coisa perecer por culpa do devedor conservar a coisa como se sua fosse logo responde pela coisa mais perdas e danos art 239 CC Ex: um animal emprestado (comodato) morreu de fome pq o devdor não alimentou, deverá pagar pelo animal, acrescido de perdas e danos;

DETERIORAÇÃO DA COISA A SEM CULPA DO DEVEDOR: deterioração sem culpa prejuízo para o credor, receberá ela de volta sem direito a indenização; Art 240 primeira parte; Ex:um animal emprestado (comodato), machucou a pata pois caiu em um buraco, o credor receberá o animal no estado em que se encontra; B COM CULPA DO DEVEDOR: deterioração com culpa observarse-á o disposto no art 239 CC Art 240 segunda parte; ou seja, o devedor será responsável pelo equivalente em dinheiro + perdas e danos; Ex: uma casa de aluguel, devolveu com a parede com um buraco enorme no meio da sala, o devedor deve pagar o concerto e se for cabível a cada caso mais perdas e danos;

OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA Obrigação de pagar com dinheiro é uma espécie particular da obrigação de dar; Art. 315 princípio do nominalismo - valor da moeda é o valor nominal no ato da emissão. Joao emprestou R$ 100,00 a Pedro para devolução em 30 dias devolução de R$ 100,00 - Clausula da Escala Móvel - índices de correções monetárias aplicadas depende de prévio ajuste contratual

Obrigação de pagar valor - difere de pagar em dinheiro - Paga em Dinheiro Objeto da Prestação é o Dinheiro Ex: contrato de mútuo (o devedor obriga-se a devolver a quantia estipulada em determinado prazo) - Pagar Valor O dinheiro apenas representa o valor; Ex: Pagamento de 30% do salário mínimo; Indenização prévia e justa; Indenização por desapropriação;

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA Art. 243 CC a coisa incerta é indicada pelo menos pelo gênero e pela quantidade mínimo necessário para que exista a obrigação Ex. 200 dúzias de banana quantidade Ex. dúzias de banana quantas? Ex. dúzias de que? gênero Objeto ou conteúdo da prestação é indeterminado MAS DETERMINÁVEL no momento do cumprimento; Se faltar um desses requisitos a indeterminação será absoluta, e a avença com tal objeto não gerará obrigação;

- A escolha da coisa incerta denomina-se concentração ato unilateral de escolha e posterior entrega; - Art 245 CC após a escolha a coisa vira CERTA A quem cabe a escolha se coisa incerta? Art. 244 devedor (regra) Ao credor se houver cláusula contratual estipulando Quais os limites da escolha? - art.244 - critério da qualidade média; - Art. 246 CC antes da escolha coisa indeterminada se a coisa se perder não se poderá alegar culpa ou força maior haverá o cumprimento, pois o gênero nunca perece; EX: se alguém se obrigada a entregar 10 sacas de café, não se eximirá da obrigação, ainda que se percam todas as sacas que possui, porque pode obter, no mercado ou em outra propriedade agrícola, o café prometido; Ex: dinheiro perdeu

Após a escolha objeto determinado regras da obrigação de dar coisa certa; Se gênero limitado entrega de toda a banana do bananal perecimento sem culpa extinção da obrigação

OBRIGAÇÕES DE FAZER A prestação consiste em atos ou serviços a serem executados pelo devedor; Podem constituir: a) No trabalho intelectual (serviços) determinado pelo tempo, gênero ou qualidade; b) No trabalho determinado pelo produto, ou seja, pelo resultado; c) Num fato determinado simplesmente pela vantagem que traz ao credor;

Interessa ao credor a própria atividade do devedor que se obrigou a realizar algo. Ex: Contrato de empreita para fazer uma obra determinada e tanto tempo; ESPÉCIES: 1. INFUGÍVEIS OU PERSONALÍSSIMAS (intuitu personae) somente a própria pessoa pode cumprir a obrigação; cláusula expressa; - Ex: Um pintor de renome pintar um quadro;

2. FUGÍVEIS OU MATERIAL OU IMPESSOAL: pode ser realizada por um terceiro art. 249 CC - Ex: um pedreiro é contratado para construir um muro, tem caráter material, pode ser feito por outro pedreiro; - - O credor precisa autorizar o terceiro a fazer o serviço;

Obrigação de emitir declaração de vontade outorgar escritura definitiva aquisição de bem móvel juiz poderá fazer as vezes do que se recusou a declarar art. 461 e segts CPC.

Se descumprida a obrigação de fazer: Por culpa do devedor - indenização Sem culpa do devedor resolve-se Se obrigação infungível personalíssima art 247 perdas e danos; multa diária art. 461 CPC meio indireto; Se obrigação fungível impessoal terceiro cumpre à custa do devedor art. 249

OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER Obrigação negativa dever de abstenção; Ex: salão no mesmo bairro; construção de prédio com limite de altura; Objeto deve ser lícito não sendo lícito abstenções excessivas, ex:obrigação de não casar, não trabalhar, não comer;

INADIMPLEMENTO: Art. 251 CC credor pode exigir que o desfaça, sob pena de ele mesmo desfazer e cobrar as despesas do devedor, além de perdas e danos; Ex: alguém faz um muro que se obrigou a não fazer, o credor pode, exigir que seja desfeito o muro, no caso de recusa, mandar derrubar às custas do devedor, e cobrando perdas e danos;

Se inadimplemento sem culpa- art. 250 devedor se compromete a não vender o imóvel, mas sofre desapropriação a obrigação se extingue; Mora presumida pelo descumprimento