RelatóRio e contas 2017

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Comunicado dos resultados

Transcrição:

Relatório e contas 2017

Relatório e contas 2017

índice 01 Mensagem do presidente 06 gestão de risco Mensagem do Presidente 6 Risco 78 02 SÍNTESE DA ACTIVIDADe Compliance 86 Auditoria Interna 87 Síntese da Actividade 12 03 o Banco postal 07 análise financeira Análise Financeira 88 Estrutura Accionista 18 Organização 20 Visão, Missão, Valores e Princípios 24 08 demonstrações financeiras e notas Demonstrações Financeiras 96 04 enquadramento macroeconómico Economia Internacional 30 Economia Angolana 32 Notas às Demonstrações Financeiras Relatório de Auditor Independente Relatório e parecer do Conselho Fiscal 100 146 148 Alterações Regulamentares 38 05 enquadramento da actividade Estratégia e Modelo de Negócio 44 Xikila Money 46 Comércio & Empresários 54 Corporate & Personal 60 Inovação e Tecnologia 66 Marketing e Comunicação 68 Património Humano 72 4 Relatório e contas

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MENSAGEM DO PRESIDENTE DO Banco POSTAL Prezados Accionistas, Clientes, Parceiros e membros da Família Postal. O ano 2017 foi sem dúvida um ano marcado por enormes desafios e expectativas. Numa panorâmica global, o ano registou profundas alterações no contexto geopolítico com impactos significativos na dinâmica das trocas comerciais, bem como na reorganização de todo mercado financeiro mundial. As consequências da queda do preço do barril de petróleo ocorridas no passado recente desempenharam também um papel crítico na alteração do panorama económico mundial, contribuindo para a restruturação de algumas médias e grandes economias. A disrupção digital teve em 2017 momentos marcantes com a aparição e consolidação de novos players no mercado, onde a inovação nos modelos de negócio suportada pelos avanços tecnológicos da actualidade desafiaram todo o conceito e percepção do mercado, bem como a forma como os serviços financeiros são distribuídos. Por outro lado, é possível verificar que a crise financeira é efectivamente uma página virada nos mercados e economias mais maduras. Contudo, políticas de redução dos custos rígidas continuam a ser a base para uma maior solidez e equilíbrio nas contas públicas e privadas. Neste contexto, o sector bancário africano apresenta uma dinâmica interessante sendo actualmente o segundo maior mercado em crescimento, com um ROE médio de 14.9% e uma receita bruta, a preços correntes, avaliada em USD 86 mil milhões, mas com uma taxa de bancarização de apenas 38%. A capitalização do potencial do sector no continente está repleta de desafios, sobretudo no que concerne à adequação do quadro regulatório, à elevada circulação de massa monetária, bem como o baixo acesso ao crédito e uma, consequente, melhor gestão de risco. Relatório e contas 2017 7

A elevada penetração da tecnologia de comunicação móvel coloca o continente africano na vanguarda da inovação de produtos e serviços financeiros com foco no combate à pobreza e melhoria das condições de vida, permitindo assim um crescimento acelerado do nível de inclusão financeira de uma nova classe média. Nos últimos anos e como sobejamente assinalado, Angola tem atravessado uma profunda crise financeira, como consequência da queda do preço do petróleo, o que obriga a que a força de regeneração de todo o panorama socioeconómico do país seja um objectivo e um desígnio nacional. Sem descurar as mais recentes mudanças no contexto político, o país tem vivido um momento histórico sem precedentes. A ano de 2017 mostrou-se particularmente difícil e desafiante para os angolanos sobretudo para os que se encontram na franja mais frágil da sociedade. A desvalorização do kwanza, bem como o aumento da inflação tiveram um impacto significativo no rendimento familiar. O ano de 2017 é, por isso, um ano particularmente especial para mim e para toda a Família Postal, pois marcou o lançamento da nossa primeira unidade de negócio: Xikila Money, um projecto inovador e único A inclusão financeira do Banco Postal Nascimento É ponto assente que os propósitos que norteiam o nascimento de uma organização, são normalmente a capacidade que esta tem de gerar valor para os seus accionistas, enquanto contribuem para o crescimento e desenvolvimento socioeconómico do país. No caso do Banco Postal, toda a envolvente política, social e económica que marcou o seu nascimento reflecte o compromisso de toda a organização para enfrentar com soluções adequadas todo o momento de incerteza que assiste as famílias e empresas do país. Na sua génese, o Banco Postal assume o propósito de providenciar instrumentos e ferramentas que permitam a todos os angolanos, mas com particular foco nos que se encontram excluídos do sistema financeiro, assumirem a autoria da sua própria narrativa: Serem dotados de personalidade financeira como um direito fundamental. 8 Relatório e contas 2017

É pois com imensa satisfação e privilégio que me dirijo a Vossas Ex.ªs neste nosso primeiro relatório e contas. O documento é o resultado de uma enorme dedicação e sentido de compromisso da Família Postal, que todos os dias acreditou que era possível. A humildade que nos assiste e deve sempre assistir na antevisão do futuro são para mim motivo maior de satisfação pela forma como abordamos os desafios de crescimento e consolidação do nosso negócio de forma a caminharmos sustentadamente para a materialização da nossa Missão. NO Banco POSTAL as pessoas são a organização Pessoas e Organização No Banco Postal as pessoas são a organização. A Família Postal é por isso um activo estratégico e como tal é importante dotar a instituição de um ambiente e de instrumentos e ferramentas que permitam não só atrair talento, mas também fomentar o seu desenvolvimento e crescimento pessoais. Nesta vertente, o Banco é uma instituição jovem com uma média de idade global de 31 anos. Os números que hoje sustentam a nossa operação são o resultado de uma aposta numa força laboral enérgica e dinâmica. A inclusão faz-se e é acima de tudo um fenómeno que resulta da abordagem humana e esta deve começar de dentro para fora. Neste sentido, a inclusão no Banco Postal materializa-se também na promoção e igualdade de género. A inovação potenciada pela juventude dos nossos colaboradores é e será sempre o motor que permitirá gerar verdadeiro impacto nas vidas das pessoas e das comunidades. Desafiamo-nos pois e sempre a procurar capitalizar toda a nossa criatividade em processos e ferramentas que permitam a geração de uma experiência de serviço financeiro verdadeiramente única e dedicada aos nossos clientes. Digitalização vs Físico A revolução digital, não só é necessária como incontornável, sendo por isso o ponto de partida na optimização de processos de gestão de organização e de negócio e o elemento fundamental para uma relação de proximidade, conforto e sobretudo de segurança na relação com os nossos clientes. Os desafios de crescimento e sustentabilidade passam por um equilíbrio entre os canais físicos e digitais. É nesta premissa em que assenta o nosso modelo de negócio, permitindo-nos utilizar as práticas mais inovadoras na forma como disponibilizamos os nossos serviços, sem comprometer os aspectos socioculturais importantes para a materialização da inclusão. Isto é, privilegiar o contacto humano e ao mesmo tempo tirar partido das soluções digitais para providenciar, acessibilidades, conforto e segurança. Relatório e contas 2017 9

O FUTURO é uma certeza para o Banco Postal Importa ainda salientar que a segmentação de mercado e a adequação dos canais de distribuição em função das necessidades dos nossos clientes desempenha um papel crucial no alcance de rácios de eficiência e de transformação sustentáveis a longo prazo. O Xikila Money é a materialização efectiva desta visão. Os mais de 130 mil clientes em menos de um ano confirmam assim a nossa aposta num serviço de proximidade e inovador. Uma rede de distribuição onde se destacam 4 agências (três em Luanda e uma no Huambo) tendo como complemento 147 postos bancários (quiosques). Adicionalmente a esta capilaridade o Xikila Money conta ainda com uma rede de agentes e parceiros comerciais em franco crescimento e que à data perfazem 6 agentes e 1642 comerciantes aderentes à rede de pagamentos "Paga Aqui"! Por outro lado, os canais digitais como web e aplicação para Smartphones e SMS permitem criar uma experiência financeira verdadeiramente única e direccionada a todo o tipo de utilizadores. O Banco em 2018 O futuro é uma certeza para o Banco Postal. Esta certeza começa por ser plantada nas nossas acções previstas para o ano de 2018. Isto traduz-se numa aposta forte no desenvolvimento do Xikila Money, acelerando a expansão nacional bem como o fomento ao desenvolvimento comunitário. Alcançadas estas duas primeiras dimensões da nossa Missão, prosseguiremos com o aumento exponencial da utilização efectiva dos nossos canais e com a implementação gradual de produtos de poupança e crédito. Para completar a cobertura do seu mercado-alvo estratégico, o Banco Postal prevê o lançamento de mais duas unidades de negócio: Comércio & Empresários e Corporate & Personal. A unidade de negócio Comércio & Empresários, posiciona-se como um complemento ao Xikila Money, com particular foco na formalização das actividades económicas, através de produtos específicos e dedicados aos micro e pequenos empresários. O Corporate & Personal completará assim o nosso portfolio, com um leque de oferta mais convencional, mas ainda assim inovador e essencial na cap- 10 Relatório e contas 2017

tação de recursos e na prestação de um serviço de elevada qualidade que aposta em nichos de mercado tais como Trade Finance e Mercado de Capitais, claramente vocacionados para as médias e grandes empresas bem como para particulares de elevado rendimento. Em 2018, dentro do seu plano de expansão o Banco Postal, manterá a sua lógica de banca de proximidade, investindo em 3 Centros de Negócios para Comércio & Empresários e um Centro Financeiro para o Corporate & Personal. Cientes da nossa responsabilidade para com a economia, reconhecemos os nossos desafios e asseguraremos um retorno para os accionistas e para a sociedade assente em ambiciosos racionais económicos mas objectivamente sólidos. A toda a Família Postal, que no dia-a-dia faz crescer o Banco, apresento o meu reconhecimento incondicional pelo enorme esforço e dedicação. A todos os nossos parceiros reitero o meu profundo agradecimento. Plenos do espírito da nossa Missão, construiremos os caminhos que nos permitirão dotar todos os angolanos de personalidade financeira, sendo este desígnio um requisito basilar da nossa Visão fundacional. Desejo uma leitura que vá ao encontro das Vossas expectativas, pois este relatório, É para si! N Gunu Tiny Presidente do Conselho de Administração Relatório e contas 2017 11

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02 Síntese da actividade Relatório e contas 2017 13

RETROSPECTIVA 2017_ 488 Colaboradores 130 922 Clientes 261 Canais Activos Recursos de Clientes 6701 M AKZ Produto bancário 727 M AKZ Resultado Líquido -4319 M AKZ 264 Colaboradores 147/4 Quiosques / Agências 130 253 Clientes 254 M AKZ Depósitos 46 Colaboradores 3 Centros de Negócios 556 Clientes 299 M AKZ Depósitos 11 Colaboradores 1 Centro Financeiro 113 Clientes 6 148 M AKZ Depósitos 14 Relatório e contas 2017

PRINCIPAIS INDICADORES_ ACTIVO TOTAL 10 333 226 milhares de Kwanzas RECURSOS DE CLIENTES 6 700 565 milhares de Kwanzas PRODUTO BANCÁRIO 727 204 milhares de Kwanzas MARGEM FINANCEIRA 141 255 milhares de Kwanzas MARGEM COMPLEMENTAR 585 949 milhares de Kwanzas CUSTOS DE ESTRUTURA 4 680 785 milhares de Kwanzas RESULTADO DE EXPLORAÇÃO (4 319 568) milhares de Kwanzas RESULTADO LÍQUIDO (4 319 568) milhares de Kwanzas 488 130 992 269 Colaboradores Clientes Clientes por colaborador 147 Quiosques 8 Agências/ Centros 6 Agentes 1 607 TPA Activos Relatório e contas 2017 15

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03 o Banco postal Relatório e contas 17

ESTRUTURA ACCIONISTA_ O Banco Postal, S.A. foi constituído por Escritura Pública a 1 de Setembro de 2016, com capital social no valor de 2 500 000 000 AKZ (dois mil e quinhentos milhões de Kwanzas). O Banco Postal é uma Instituição Bancária detida por accionistas públicos e privados. Sendo 70% do capital social do Banco Postal detido por accionistas privados. A 31 de Dezembro de 2017, o Banco Postal apresentava a seguinte estrutura accionista: _ EGM Capital, S.A. _ Correios de Angola, E.P. _ Grupo ENSA - Investimentos e Participações, E.P. _ ENSA - Seguros de Angola, S.A. _ C8 Capital, S.A. 62,90% EGM Capital, S.A. 22,50% Correios de Angola, E.P. 5% Grupo ENSA - Investimentos e Participações, E.P. 4,60% C8 Capital, S.A. 5% ENSA - Seguros de Angola, S.A. 18 Relatório e contas 2017

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ORGANIZAÇÃO_ ÓRGÃO SOCIAIS O Modelo de Governo Societário do Banco Postal tem por base uma Assembleia Geral, um Conselho de Administração e um Conselho Fiscal. ASSEMBLEIA GERAL Presidente Íris Ililiana Chagas de Sousa Martins Secretário Esteves C. Francisco de Oliveira CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente N'Gunu Olívio Noronha Tiny Administradores Carla Yessénia de Lousada Lourenço Evangelista de Jesus João Carlos Silva Freire CONSELHO fiscal Presidente Felícia Faustino Muteca Antunes Vogais Silvano Pinto Adriano Pedro Manuel Loureiro Calixto 20 Relatório e contas 2017

Governação Corporativa Ao nível da Governação Corporativa, o Banco Postal está estruturado de forma a responder aos mais elevados padrões de governance. ASSEMBLEIA GERAL Conselho de Estratégia Auditoria Externa PWC Conselho Fiscal Comité de Remunerações Conselho de administração Comissão de Crédito Comissão de Auditoria e Compliance ALCO Comissão de Risco Xilika Money Comércio & Empresários Corporate & Personal Serviços de Controlo Serviços Operacionais Serviços Financeiros Serviços de Suporte Marketing Marketing Marketing Risco Sistemas de Informação Financeira Jurídico e Secretaria Geral Agências Crédito Crédito Compliance Operações Bancárias Contabilidade Comunicação e Imagem Comercial Comercial Comercial Auditoria Infraestrutura e Logística Património Humano Agentes Trade Finance Recursos Humanos Estratégia e Inovação Sala de Mercado Call Center & Reclamações Segurança Interna Relatório e contas 2017 21

Quem somos_ Íris Ililiana Chagas de Sousa Martins Presidente da Mesa da Assembleia Geral _ Responsável pela coordenação geral do processo de organização das Assembleias Gerais e manutenção da documentação legal e estatutária inerente ao Banco. _ Licenciada em Ciências Jurídico Forenses e Direito Económico, pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Angola. _ Foi consultora jurídica na PwC Angola, onde desempenhou funções nas áreas de direito societário, laboral, contratual e investimento privado. Maria Luísa Alves Andrade Presidente do Conselho de Estratégia _ Responsável pelo aconselhamento e acompanhamento do Conselho de Administração em matérias de definição e condução da política estratégica do Banco. _ Licenciada em Economia pela Universidade Agostinho Neto e em Administração Postal pela Universidade dos Correios do Brasil. _ Conta com mais de 30 anos de experiência no sector postal, onde desempenhou funções nas áreas de contabilidade e finanças, produção, comércio internacional, entre outros. _ Actualmente é a Presidente do Conselho de Administração dos Correios de Angola. Felícia Faustino Muteca Antunes Presidente do Conselho Fiscal _ Responsável pela conformidade dos processos fiscais, gestão e ética do Banco. _ Licenciada em Economia com especialidade em Gestão pela Universidade Agostinho Neto. _ Tem mais de 37 anos de experiência em gestão empresarial, tendo desempenhado funções de chefia no Gabinete de Planeamento e Estatística do MINTEC, MINTRANS e mais recentemente no MTTI. _ Actualmente Administradora Executiva dos Correios de Angola 22 Relatório e contas 2017

N'Gunu Olívio Noronha Tiny Presidente do Conselho de Administração _ Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Doutorando pela LSE e Visiting Scholar na Harvard Law School. _ É Presidente do Conselho de Administração do Grupo Emerald. _ Foi membro do CA da DeBeers Angola. _ Foi Chairman e membro fundador da Eaglestone. _ Foi consultor do Goldman Sachs e do Carlyle Group. _ Foi Presidente da Mesa da Assembleia Geral no FiniBanco Angola. Carla Yessénia de Lousada Lourenço Evangelista de Jesus Administradora Executiva _ Licenciada em Gestão de Empresas pela Universidade Gregório Semedo. _ Pós-graduada em Gestão pela Universidade do Minho - Portugal. _ Foi Directora Comercial Central no Banco de Fomento de Angola (BFA). _ Foi membro da Comissão de Crédito no Banco BFA. _ Foi Directora Comercial no Banco VTB África. _ Foi Gerente de Balcão no Banco BCI. João Carlos Silva Freire Administrador Executivo _ Licenciado em Organização e Gestão de Empresas e pós graduações em Operação Bancária e Desenvolvimento de Estratégia de Liderança pela Universidade Católica Portuguesa e em Desenvolvimento de Estratégia pelo IESE Business School da Universidade de Navarra. _ Foi membro da Comissão Executiva do Deutsche Bank, Portugal, onde foi responsável pela coordenação das áreas de negócio de "Private, Personal & Business Clients". Foi também membro da Alta Direcção do Millennium BCP onde desempenhou funções em diversas geografias. Relatório e contas 2017 23

MISSÃO, VISÃO, VALORES E PRINCÍPIOS_ MISSÃO O Banco Postal tem uma missão de inclusão financeira e social, com benefícios para a dinamização da economia nacional. É, assim, um Banco centrado em três principais vertentes: _ Um Banco focado na inclusão e na dinamização da economia, que se posiciona na primeira linha do combate à exclusão social, pobreza e na promoção da criação de emprego. Um Banco que dinamiza a economia nacional, pelo fomento da inclusão financeira e formalização de actividades comerciais. _ Um Banco eficiente e eficaz, diferenciado pela inovação, que tem como objectivo contribuir de forma premente para a evolução do sistema bancário, através da criação de produtos e serviços de elevado valor e qualidade para os Clientes, apresentando-se com uma nova postura de modernidade e de ética do ponto de vista da opinião pública. _ Um Banco que transmite segurança e confiança ao sector bancário, que actua com elevados padrões de conduta e responsabilidade corporativa, combinando investimentos públicos e privados, projectando assim uma imagem de confiança no futuro da economia nacional. VISÃO O Banco Postal ambiciona ser uma instituição de referência em Angola: _ com abrangência nacional e distinta pela criação sustentada de valor; _ exemplar e amplamente reconhecida pela sociedade; _ com foco numa actuação rigorosa, consistente e equilibrada. O Banco Postal orienta a sua actuação por um conjunto de Valores e Princípios sólidos e transparentes 24 Relatório e contas 2017

VALORES E PRINCÍPIOS A nossa actuação pauta-se pelos seguintes valores e príncipios: Parceria Sustentabilidade Integridade Inovação Foco no Cliente Disciplina Relatório e contas 2017 25

A MARCA Banco POSTAL_ A marca O Banco Postal é um Banco que se pretende mais próximo, acessível e humano. É um Banco diferente porque nasceu para todos nós, para ajudar a crescer, a viver o presente e a pensar no futuro. Para quem investe em si, no seu negócio, para quem quer sentir-se realizado, para quem tem vontade de crescer, criar bases sólidas, e ser feliz e poder celebrar cada momento. É esta a simbologia que o Banco Postal representa a inclusão de todos nós numa sociedade cada vez mais moderna, dinâmica e inovadora. O símbolo Com um desenho simplificado, mas mantendo a sua personalidade e linguagem ancestral, o símbolo Banco Postal está centrado nas pessoas, na liberdade, independência e na expressão máxima da felicidade, o elevar os braços para celebrar cada momento. A inclinação do símbolo transmite movimento, evolução. Um acto contínuo de querer chegar mais longe e ter alguém que nos acompanha. O símbolo Banco Postal representa também a base para a criação de uma cultura interna que envolve todos os que nele trabalham. Estar de braços abertos para receber, ouvir e valorizar cada Cliente. 26 Relatório e contas 2017

O território cromático Este é o papel do Banco Postal dar "sangue novo", esperança, segurança, qualidade de vida às pessoas e vitalidade ao desenvolvimento social e económico de Angola. O logótipo É composto pelo símbolo e pela tipografia. A tipografia acrescenta ao desenho livre e alegre do símbolo, o rigor e a solidez, valores fundamentais num Banco. O desenho da letra é arrendondado, revelendo flexibilidade e capacidade de adaptação a cada Cliente. A assinatura A assinatura "É para si" demonstra o quão exclusivo, dedicado e ao mesmo tempo inclusivo e acessível é o Banco Postal. Esta é a mensagem do Banco Postal. Um Banco que nasceu para todos, é para si. Desde o atendimento, serviços e produtos, até às novas tecnologias e inovações, há um Banco onde tudo é feito para si, seja cliente particular, empresa, colaborador ou accionista. A resposta a todas as necessidades de comunicação do Banco Postal está sempre lá e é para si! Relatório e contas 2017 27

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04 enquadramento macroeconómico Relatório e contas 29

ECONOMIA INTERNACIONAL_ +3,7 % economia mundial Em 2017 a Economia Mundial registou um ritmo de crescimento optimista, segundo dados reportados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no World Economic Outlook (WEO). A projecção inicial apontava para um crescimento de 3,6%, em 2017, que foi revista para 3,7%, na actualização publicada no início de 2018. 1 Este resultado foi superior em 0,5 pontos percentuais face aos resultados de 2016 e, segundo o WEO, em 2018 a tendência positiva deverá manter-se, sendo que o FMI prevê que o crescimento Global se situe nos 3,9%. CRESCIMENTO ECONOMIA (%) 8% 7% 6,9 6,7 6,9 6% 5% 4% 3% 2,9 2% 1% 1,5 2,3 2,3 2,1 1,8 2015 2016 0 Fonte: FMI/WEO USA Zona Euro China 2017 1 World Economic Outlook Update Publicado a 11 de Janeiro de 2018 [http://www.imf.org/en/publications/weo/issues/2018/01/11/world-economic-outlook-update-january-2018] 30 Relatório e contas 2017

A maior economia mundial, os Estados Unidos da América, cresceu 2,3% em 2017, 0,8 pontos percentuais face à taxa de crescimento registada em 2016. Segundo a mesma fonte, este crescimento positivo no curto prazo reflecte condições financeiras favoráveis e tendo em conta o pacote de reforma fiscal aprovado em Dezembro de 2017, que prevê o corte aos impostos cobrados às empresas corporativas, cria um ambiente de maior confiança no sector empresarial e fomento ao desenvolvimento do sector com objectivos de redução nos preços dos produtos internos e tornando as empresas mais competitivas face a concorrência externa, principalmente da China e das economias da zona euro. A economia da zona Euro apresentou, também, um crescimento positivo em 2017. Enquanto o WEO estimou um crescimento de 2,4% para a zona euro, em 2017, o Eurostat revê o crescimento do PIB em 2,5%, o maior crescimento dos últimos 10 anos. A economia Chinesa, a segunda maior a nível mundial, cresceu 6,9%, em 2017, um crescimento tímido de 0,14 pontos percentuais face ao crescimento registado no ano anterior (6,72% em 2016), mas agressivo face ao crescimento global. A China continua a impulsionar os mercados emergentes como principal financiador e a desafiar os países de política macroeconómica proteccionista como os Estados Unidos onde o Presidente propôs uma taxa de até 45% para bens importados da China e México, sendo que a estabilização de determinadas commodities deveu-se em parte pela demanda dos mesmos pela China, devido ao crescimento do seu mercado interno, bem como o aumento da sua influência e poder em estabelecer determinadas regras no mercado mundial. Relatório e contas 2017 31

ECONOMIA ANGOLANA_ O FMI reviu positivamente o crescimento da economia nacional em 2017. O WEO estima que a Economia Angolana tenha crescido 0,7% em 2017, (Orçamento Geral de Estado de 2018 previa um crescimento de 1,1% para 2017), +1,5pp face ao crescimento registado no ano anterior. CRESCIMENTO ECONOMIA angolana (%) 5% 0 3,0-0,8 0,7-5% 2015 2016 2017 Fonte: FMI/WEO +0,7 % economia angolana Num ano marcado por eleições gerais que anteviam um processo de transição do poder político, a comunidade internacional acompanhou atentamente este processo, pois este era um momento de bastante incerteza quanto ao rumo que o país tomaria e, principalmente, se seria uma transição pacífica, como aliás se revelou. A par das eleições, a redução do poder de compra, associada à desvalorização da moeda nacional face à moeda externa, reduziu a capacidade produtiva da economia afectando directamente os pequenos empresários. Dificuldades financeiras, falta de matéria-prima/falta de materiais e a falta de procura figuram entre os principais factores que limitaram as actividades das empresas em 2017, segundo a informação publicada pelo Instituto Nacional de EstatÍstica (INE) no Relatório da Conjuntura Económica do IV Trimestre de 2017. Segundo o mesmo documento, que considera a opinião de 631 empresas nacionais que actuam em diversos sectores da economia, a conjuntura económica nacional continua desfavorável, contudo, o indicador apresenta uma tendência positiva quando comparado com os resultados do período homólogo, tendo passado de -33 pontos, no IV Trimestre de 2016, para -15 no IV Trimestre de 2017, representando uma subida de 18 pontos percentuais. 1 World Economic Outlook Update Publicado a 11 de Janeiro de 2018 [http://www.imf.org/en/publications/weo/issues/2018/01/11/world-economic-outlook-update-january-2018] 32 Relatório e contas 2017

Este pequeno sinal de confiança das empresas numa melhoria da conjuntura económica nacional poderá estar ligado aos esforços feitos pelo Banco Nacional de Angola, e pelo Executivo, no sentido de garantir uma disponibilização regular de divisas que assegurem a estabilização da oferta de bens essenciais, nomeadamente os que fazem parte da cesta básica, bem como assegurar as condições mínimas para o desenvolvimento da indústria transformadora, contribuindo para a diversificação da economia, que no momento não constituem um catalisador e/ou dinamizador da economia, contudo, que se pretende que venham a assumir um papel cada vez mais importante no que toca ao seu contributo para o Produto Interno Bruto Nacional. TAXA DE CÂMBIO MÉDIA 200 185,38 185,40 150 135,31 165,90 165,92 147,15 100 50 2015 0 AKZ / USD AKZ / EUR 2016 2017 Fonte: BNA Relatório e contas 2017 33

O esforço de manutenção da taxa de câmbio ao longo do ano de 2017 e a disponibilização regular de divisas (em 2017, a venda de Euro pelo BNA aumentou 18% face ao montante vendido em 2016) afectou de forma severa as Reservas Internacionais Líquidas que, segundo estimativas do BNA para 2017, terão diminuído 36%, face ao montante de 2016, fixando-se em 13 352 M USD, um montante que não é suficiente para cobrir 6 meses de importações. Reservas Internacionais Líquidas (em M USD) 30 000,00 20 000,00 24 265,00 20 806,58 13 351,71 10 000,00 0,00 2015 2016 2017 Fonte: BNA Após vários anos de estabilização monetária, os primeiros sinais de registo de crescimento da inflação, para dois dígitos, acontecem em 2015, quando a inflação acumulada anual atingiu os 14,27%. Em 2016, a inflação anual acumulada atinge os 41,95% e finalmente, em 2017, e apesar da recuperação tímida da economia, a inflação anual acumulada mantém-se nos dois dígitos tendo um valor de 26,26%. EVOLUÇÃO EXPORTAÇÕES vs IMPORTAÇÕES 40 000 M 20 000 M 2015 2016 0,00 Exportações (M USD) Importações (M USD) 2017 Fonte: AGT 34 Relatório e contas 2017

Embora haja divergência entre a posição relativa ao valor médio da inflação dos últimos 3 anos, publicado pelo INE versus determinadas agências internacionais, e considerando que os parâmetros de estimação do modelo não devem ser os mesmo, para o INE e as agências internacionais, o certo é que o valor acumulado da inflação situa-se muito próximo dos 100%. Esta contenção da inflação acumulada resulta das políticas implementadas para controlo do mercado cambial, controlo da especulação de preços a nível do mercado informal, regularização do stock de bens essenciais (Importações crescem 2% em 2017, face a 2016) e disponibilização regular de divisas a um regime de câmbio flexível de banda fixa. Foram também tomadas medidas de política monetária com o objectivo de reverter o processo inflacionista. 2015 2016 2017 Taxas de referência Taxa básica BNA 11,00 16,00 18,00 Facilidade permanente de cedência de liquidez 13,00 20,00 20,00 Facilidade permanente de absorção de liquidez 0,00 0,00 0,00 Facilidade permanente de absorção de liquidez 7 dias 1,75 7,25 0,00 Taxa de Redesconto 15,00 20,00 20,00 títulos do tesouro (bt) 63 dias 91 dias 13,90 18,55 16,15 182 dias 14,95 24,08 20,25 384 dias - 24,70 23,90 taxa luibor Overnight 11,31 23,35 17,77 3 meses 11,88 18,23 18,92 9 meses 12,58 19,65 21,90 Fonte: BNA Relatório e contas 2017 35

Em Outubro de 2017 o Comité de Política Monetária do BNA, cujo objectivo passa por preservar o valor da moeda nacional e evitar pressões inflacionistas através da gestão dos agregados monetários, tomou as seguintes medidas : _ Adopção da Base Monetária em moeda nacional como variável operacional da Política Monetária; _ Aumento da Taxa básica BNA de 16% para 18%; _ Redução da taxa de Facilidade permanente de absorção de liquidez 7 dias para de 2,25% para 0% (a taxa de Facilidade permanente de absorção de liquidez 7 dias passou por 3 alterações antes desta última. De 7,25% para 5,25%; e de 5,25% para 2,25%); _ Remoção da necessidade de constituição de cativos em moeda nacional para a compra de divisas ao Banco Central, pelos Bancos comerciais; _ Remoção da necessidade de constituição de cativos em moeda nacional como condição prévia para a compra de moeda estrangeira aos clientes dos Bancos comerciais; _ Redução de 30% para 21% do coeficiente das reservas obrigatórias a ser aplicado sobre os depósitos dos clientes dos Bancos comerciais (com excepção das contas do Governo Central, dos Governos Locais e das Administrações Municipais); _ Passaram a ser elegíveis para efeitos de dedução do cumprimento das reservas obrigatórias em moeda nacional, exclusivamente, 80% dos desembolsos de créditos em moeda nacional, concedidos a projectos dos sectores da agricultura, pecuária, silvicultura e pescas. Os Títulos do Tesouro também foram revistos a 91, 182 e 364 dias, tendo passado para 16,15%, 20,25% e 23,90%, respectivamente. A Taxa LUIBOR também sofreu alterações na modalidade Overnight (tendo passado de 23,35% para 17,77%), na modalidade 3 meses (sofreu uma subida ligeira de 0,69pp, face à taxa de 2016, tendo terminado 2017 nos 18,92%) e na modalidade de 9 meses (terminou 2017 em 21,90%, uma subida de 2,25pp face à taxa de 2016). "A estratégia de endividamento interno do Governo, com a emissão de Obrigações e Títulos de Tesouro, com taxas de juros até 23%, tem feito com que os Bancos comerciais financiem mais o Estado do que o sector empresarial privado, verificando-se o que em Macroeconomia se chama "Crowding out" ou efeito de evicção." Estas medidas poderão ser uma faca de dois gumes, visto que, se por um lado ajudam a controlar a inflação por outro podem produzir efeitos adversos ao desenvolvimento da economia. 2 São Instrumentos de Politica monetária: a) Facilidades Permanentes de Cedência e Absorção de Liquidez; b) Operações de Mercado Aberto; c) Reservas Obrigatórias; d) Intervenções no mercado cambial. Estes indicadores medem a quantidade de dinheiro que circula na economia 3 Informação BNA 4 O efeito de Crowding Out corresponde a uma redução no investimento e de outras componentes da despesa agregada sensíveis às taxas de juro, sempre que o Estado aumenta a despesa pública. 5 Paulo, Francisco Miguel, CEIC-UCAN, "O papel da actual Política Monetária do BNA", Disponível em [http://www. ceic-ucan.org/wp-content/uploads/2017/12/o-papel-da-actual-pol%c3%adtica-monet%c3%a1ria-do-bna.pdf] 36 Relatório e contas 2017

Relatório e contas 2017 37

ALTERAÇÕES REGULAMENTARES_ De seguida, apresentamos as principais alterações regulamentares publicadas pelas Entidades de tutela, ao longo do ano de 2017: Presidência da República Dec. Pres. n.º01/2017, de 3 de Janeiro Dec. Leg. Pres. n.º01/2017, de 20 de Junho Dec. Leg. Pres. n.º02/2017, de 9 de Agosto Dec. Pres. n.º24/2017, de 17 de Fevereiro Dec. Pres. n.º28/2017, de 22 de Fevereiro Dec. Pres. n.º30/2017, de 22 de Fevereiro Dec. Pres. n.º31/2017, de 22 de Fevereiro Dec. Pres. n.º40/2017, de 6 de Março Dec. Pres. n.º43/2017, de 6 de Março Dec. Pres. n.º75/2017, de 7 de Abril Dec. Pres. n.º115/2017, de 8 de Junho Dec. Pres. n.º125/2017, de 12 de Junho Dec. Pres. n.º151/2017, de 4 de Julho Dec. Pres. n.º152/2017, de 15 de Abril Dec. Pres. n.º193/2017, de 22 de Agosto Dec. Pres. n.º202/2017, de 6 de Setembro Regras anuais de execução do orçamento geral do estado Regime de reporte fiscal de informações financeiras no âmbito do FACTA Regime jurídico das sociedades gestoras de capitais Regime interno do conselho nacional de estabilidade financeira Lista de trabalhos proibidos ou condicionados às mulheres Lista de trabalhos proibidos ou condicionados a menores Regulamento do regime jurídico de cedência temporárida de trabalhadores Paradigmas dos contratos de trabalho por tempo determinado e indeterminado Regula o exercício da actividade profissional do trabalhador estangeiro não residente Regulamento procedimentos administrativos de licenciamento de importações e (re)exportações Aprova as instruções para a elaboração do orçamento geral do estado para 2018 Regulamento sobre o registo dos actos relativos aos direitos de autor e conexos Alteração do artigo 75.º do regulamento do regime jurídico de estrangeiros Regulamento da lei da nacionalidade Regulamento do licenciamento dos estabelecimentos e actividade comercial e serviços mercantis Cria sistema nacional de contratação pública electrónica e aprova o respectivo regulamento 38 Relatório e contas 2017

Assembleia Nacional Lei n.º 07/2017, de 16 de Fevereiro Lei n.º 09/2017, de 13 de Março Lei n.º 10/2017, de 13 de Setembro Lei n.º 14/2017, de 7 de Agosto Lei n.º 18/2017, de 17 de Agosto Lei n.º 19/2017, de 25 de Agosto Lei n.º 20/2017, de 31 de Agosto Lei da protecção das redes e sistemas informáticos Lei geral da publicidade Lei de alteração à lei das micros e PME Lei geral dos arquivos Lei que altera o código geral tributário Lei sobre a prevenção e o combate ao terrorismo Lei que altera o regime jurídico da identificação civil e emissão do bilhete de identidade Comissão Mercado de Capitais Regulamento n.º 01/2017, de 7 de Dezembro Regulamento n.º 02/2017, de 7 de Dezembro Estabelece os requisitos e procedimentos relativos ao registo dos responsáveis com função de gestão relevante nas instituições financeiras não bancárias ligadas ao mercado de capitais e investimento, bem como dos directores e gerentes das sucursais ou dos escritórios de representação Disciplina os mercados regulamentados, a estrutura de acesso aos referidos mercados, define os valores mobiliários passíveis de serem admitidos à negociação e regula o processo de registo Legenda: Dec. - Decreto Leg. - Legislativo Pres. - Presidencial Relatório e contas 2017 39

Banco Nacional de angola Aviso n.º01/2017, de 3 de Fevereiro Aviso n.º02/2017, de 3 de Fevereiro Aviso n.º03/2017, de 30 de Março Aviso n.º04/2017, de 28 de Junho Aviso n.º05/2017, de 10 de Julho Aviso n.º06/2017, de 10 de Julho Aviso n.º07/2017, de 12 de Setembro Aviso n.º08/2017, de 12 de Setembro Aviso n.º09/2017, de 12 de Setembro Instrutivo n.º01/2017, de 10 de Janeiro Instrutivo n.º02/2017, de 30 de Janeiro Instrutivo n.º03/2017, de 30 de Janeiro Instrutivo n.º04/2017, de 3 de Fevereiro Directiva n.º01/dma/2017 Directiva n.º02/dma/2017 Instrutivo n.º05/2017, de 1 de Dezembro Instrutivo n.º06/2017, de 1 de Dezembro Procedimentos para a realização de investimentos, transferências de capitais, juros, dividendos e outros rendimentos relacionados com transacções de valores mobiliários por parte de entidades não residentes cambiais, admitidos à negociação na Bolsa da Dívida e de Valores de Angola e demais mercados regulamentados geridos por sociedades gestoras registadas na Comissão do Mercado de Capitais Regras aplicáveis à abertura e movimentação de contas de depósito domiciliadas junto das instituições financeiras bancárias nacionais, tituladas por não residentes cambiais, denominadas em moeda nacional e estrangeira Estabelece as regras e os procedimentos aplicáveis à isenção de cobrança de comissões, bem como os deveres de informação a observar no âmbito dos serviços mínimos bancários Estabelece as regras e os procedimentos aplicáveis na realização de operações cambiais destinadas à recepção de receitas de exportação e reexportação de mercadorias Regulamenta as actividades de emissão, aceitação e utilização de cartões de pagamento e os princípios de funcionamento do subsistema multicaixa Define os níveis de serviços das operações em tempo real da rede multicaixa Regulamenta a prestação de serviços de pagamentos no âmbito do Sistema de Pagamentos de Angola Regula a classificação dos subsistemas de compensação e de liquidação SPA, tendo em vista a adopção de mecanismos de controlo de riscos, bem como dispor sobre o funcionamento e operacionalização dos referidos subsistemas, e sobre as responsabilidades dos respectivos operadores Estabelece os prazos para a execução de transferências e de remessas de valores, bem como para a disponibilização de fundos ao beneficiário, em resultado de depósitos de numerário e de cheques, de transferências ou de remessas de valores Estabelece os limites de valor para emissão de cheques, compensação no STC e liquidação por bruto no SPTR Estabelece a obrigatoriedade de realização dos testes de esforço, nomeadamente os riscos a considerar, a tipologia e periodicidade, as metodologias e a prestação de informação Prestação de informação sobre limites prudenciais aos grandes riscos Operações de mercadorias, suspensão temporária da aplicação dos números 3 e 5 do artigo14.º do Aviso n.º 19/2012, de 25 de Abril Facilidades permanentes de cedência e de absorção de liquidez, nomeadamente taxas de juros das operações Taxa básica de juro do BNA Revogação do instrutivo n.º12/2015 e dos pontos 4.1.4, 4.1.5, 4.1.6 e 4.1.7 do instrutivo n.º 10/2015 Actualização das normas de apuramento e cumprimento das reservas obrigatórias 40 Relatório e contas 2017

Órgãos Ministeriais Dec. Executivo n.º67/2017, de 14 de Fevereiro Dec. Executivo n.º249/2017, de 25 de Abril Dec. Executivo n.º290/2017, de 11 de Maio Dec. Executivo n.º293/2017, de 30 de Maio Dec. Executivo n.º338/2017, de 12 de Julho Dec. Executivo n.º345/2017, de 14 de Julho Dec. Executivo n.º363/2017, de 26 de Julho Dec. Executivo n.º365/2017, de 27 de Julho Dec. Executivo n.º366/2017, de 27 de Julho Dec. Executivo n.º660/2017, de 27 de Novembro Dec. Executivo n.º662/2017, de 12 de Dezembro Dec. Executivo n.º667/2017, de 14 de Dezembro Novo formulário de declaração aduaneira (DU) para a tributação de mercadorias Regulamento da auditoria ambiental para a certificação Regulamento sobre os procedimentos de arbitragem e Código de Ética e Deontologia dos árbitros Regulamento sobre a emissão, atribuição e uso do alvará industrial Regulamento aplicável aos cartórios notariais de competência especializada e privativos Aprova o modelo de título de registo automóvel e o modelo único de requerimento de registo Regime jurídico da tramitaçãoe registo electrónico dos procedimentos e processos tributários Normas sobre a arrecadação de receitas públicas Regime jurídico do número de identificação fiscal Taxa de circulação e fiscalização de trânsito Aplicação de acordos de isenção de vistos com a África do Sul e Moçambique Regulamento da inspecção da segurança social Legenda: Dec. - Decreto Leg. - Legislativo Pres. - Presidencial Relatório e contas 2017 41

42 Relatório e contas

05 enquadramento da actividade Relatório e contas 43

ESTRATÉGIA E MODELO DE NEGÓCIo_ A ESTRATÉGIA de diferenciação assenta numa abordagem multissegmento O Banco Postal é uma instituição financeira com a missão de dinamizar a economia nacional, através do fomento da inclusão financeira e formalização de actividades comerciais. Com o propósito de prossecução da sua missão, foi desenvolvida uma oferta diferenciadora de produtos e serviços inovadores, através dos quais o Banco Postal pretende contribuir de forma premente para a modernização do sistema bancário, conferindo mais segurança e confiança ao sector. O Banco Postal tem uma oportunidade no mercado de serviços financeiros móveis e nos segmentos de particulares Mass Market e de pequenas empresas e empresários, com especial foco nos não bancarizados e os que operam no mercado informal. Aproveitando esta oportunidade num espaço de mercado não ocupado, o Banco Postal criou uma relação financeira assente numa oferta de pagamentos e transferências, com evolução para uma relação bancária que inclui produtos de poupança e crédito. Assim sendo, a estratégia de diferenciação do Banco Postal baseia-se numa abordagem multissegmento com foco principalmente nos segmentos de clientes não bancarizados ou que não se encontrem servidos adequadamente, tendo como objectivo a inclusão financeira bem como a oportunidade financeira de longo prazo que esta inclusão representa. As vertentes acima enunciadas permitem ao Banco Postal estar presente em distintos segmentos de mercado dando resposta a necessidades específicas da nossa população, criando para o efeito três unidades de negócio distintas, autónomas e independentes entre si. O ano de 2017 foi pautado pelo início da actividade comercial do Xikila Money, e pelo desenvolvimento dos esforços necessários para o lançamento do Comércio & Empresários e Corporate & Personal no primeiro trimestre de 2018, bem como a composição e consolidação de toda a estrutura de negócio e suporte do Banco. 44 Relatório e contas 2017

Particulares de rendimento médio e baixo Segmento composto por particulares com rendimento médio, médiobaixo e baixo que não encontram resposta satisfatória no sistema financeiro tradicional, ou seja, os não bancarizados, e restante população que apesar de bancarizada não é adequadamente servida. Pequenas empresas e empresários Segmento composto por pequenas empresas e empresários que hoje se encontram na economia formal e informal e que são marginalmente servidas por Bancos e Instituições de microfinanças. Médias e grandes empresas Segmento composto por empresas de dimensão onde o Banco pretende ter um foco tático, por via da introdução selectiva de produtos e serviços inovadores. Particulares de elevado rendimento Clientes com rendimento elevado que o Banco serve de modo eficiente através de canais de comunicação modernos, produtos inovadores e um serviço de excelência. Relatório e contas 2017 45

xikila money_ 70% da população angolana Tendo elegido dar resposta em primeiro lugar ao segmento Mass Market, constituído por clientes particulares com baixos e médios recursos económicos, actualmente não bancarizados e não servidos, o Banco Postal apostou no lançamento da unidade Xikila Money. O ano de 2017 ficou marcado pelo arranque da unidade de negócio Xikila Money, focada no segmento de mercado constituído por particulares com rendimento médio e baixo e que não encontra hoje uma resposta satisfatória às suas necessidades no sistema financeiro tradicional. O objectivo foi de servir, de forma rentável, os 70% da população Angolana que não estava sendo servido pela oferta tradicional, bem como a restante população deste segmento que apesar de bancarizada não era adequadamente servida. "O Banco tem a capacidade de mudar a vida dos angolanos atribuindo personalidade financeira aos mesmos, cujas principais características são a proximidade, o impacto e a inovação social" N'Gunu Tiny 46 Relatório e contas 2017

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Estratégia _ Rede física de distribuição baseada em agências, postos bancários (quiosques) e agentes (terceiros), com uma marca própria e ajustada à oferta comercial. _ Foco no segmento de clientes particulares não bancarizados ou não servidos adequadamente, constituído por particulares com rendimento médio, médio-baixo e baixo. _ Peça fundamental para a missão de proximidade e de desenvolvimento do Banco Postal, e serve de alicerce para a restante operação. Oferta _ Rede de distribuição apoiada por postos bancários (quiosques) dedicados e por agentes (terceiros). Cada agência Xikila Money funciona como um Hub para os postos bancários (quiosques). _ Solução inovadora de serviços financeiros, via telemóvel e de baixo custo facilitando o acesso a pagamentos, transferências, poupanças e crédito. _ Acesso ao sistema nacional de pagamentos. _ Acesso à rede Paga Aqui: comerciantes aderentes ao modo de pagamentos atráves da solução Xikila Money. _ Acesso às principais utilities que operam no mercado para pagamento de contas e serviços. _ Modelo de scoring de crédito para operações simples de crédito ao consumo. 48 Relatório e contas 2017

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Rede de Distribuição Segmento composto por clientes com rendimento médio, médio-baixo e baixo que o Banco serve de modo eficiente através de canais modernos de proximidade tanto físicos como digitais, produtos inovadores e um serviço de excelência. CANAIS FÍSICOS AGÊNCIAS Hubs do Xikila Money QUIOSQUES (Postos bancários) Pontos de venda próprios sob dependência de uma Agência AGENTES Rede de balcões em locais de afluência de clientes (postos de abastecimento, retalhistas locais, serviços públicos, etc) PAGA AQUI Rede de comerciantes aderentes à solução de pagamentos Xikila Money CANAIS DIGITAIS WEB MOBILE BANKING Integração com a rede local de ATM e TPA (EMIS) 50 Relatório e contas 2017

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Durante o ano económico de 2017, verificou-se um crescimento dos canais físicos (próprios e externos) de distribuição ao longo dos meses, alcançando desta forma um total 157 de canais de atendimento nas províncias de Luanda e Huambo. Evolução dos canais activos 200 150 146 157 100 87 89 110 110 111 50 47 53 0 8 9 Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez "Trata-se de um Banco simples, fácil. A inovação está na mutiplicidade de canais que utilizamos para chegar aos nossos clientes, desde as agências, passando pelos quiosques, e terminando na operação que também temos com os telemóveis, mobile banking e os agentes da rede Paga Aqui." N'Gunu Tiny Agências As 4 agências instaladas em Luanda (3) e Huambo (1), formam os pilares de sustentação do Xikila Money, sendo o ponto de ligação entre os vários canais. Agrega agentes, quiosques próprios para todo o tipo de operações e de apoio. Quiosques Os 147 quiosques instalados, em Luanda (97) e Huambo (50) fornecem aos clientes o acesso aos serviços, atráves da sua maior capilaridade em relação às agências. Relatório e contas 2017 51

45% Básica As pessoas acreditam no Xikila Money e nos benefícios que esta oferta de serviços financeiros móveis traz para as suas vidas Contas abertas 11% Normal 44% Provisória Agentes Os 6 Agentes Xikila Money instalados em Luanda são uma rede constituída por comércios de variado tipo que funcionam como agentes, com um contrato de operação que fornece o acesso aos serviços, permitindo desta forma estender ao máximo a capilaridade do Xikila Money. Rede Paga Aqui Os 1 607 Comerciantes Paga Aqui instalados em Luanda (1 104) e Huambo (503) foram os parceiros do Banco Postal, onde é possível aos clientes realizarem pagamentos de compras. BASE DE CLIENTES Através da rede de distribuição implementada e de uma força de vendas dinâmica e motivada, foi possível a captação de clientes, correspondendo a um total 130 253 contas à data de 31 de Dezembro 2017, o que no último trimestre de actividade representou uma média um total de 650 novas contas por dia. 100 000 Atingimos 100 000 contas em menos de 7 meses de operação EVOLUÇÃO DO NÚMERO de clientes 150 000 120 000 90 000 60 000 30 000 0 Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 52 Relatório e contas 2017

Evolução do número de depósitos e levantamentos 70 000 60 000 50 000 40 000 30 000 20 000 10 000 0 Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Depósitos XKA Levantamentos DEPÓSITOS DE CLIENTES Ao longo da operação comercial no exercício de 2017, os volumes dos depósitos de clientes evoluíram de forma positiva e em linha com o expectável, representando a 31 de Dezembro um volume total superior a 254 milhões de Kwanzas. MEIOS DE PAGAMENTOS PAGA AQUI A rede Paga Aqui permite aos clientes Xikila Money pagar comodamente e sem complicações as suas contas na rede de Comerciantes aderentes aos Terminais de Pagamento Automáticos (TPAs) do Xikila Money. A unidade de negócios Xikila Money celebrou nas províncias de Luanda e Huambo um total de 2 007 contratos, contabilizando-se a 31 de Dezembro 2017, mais de 50 000 pagamentos realizadas na rede de comerciantes Paga Aqui. 32% Huambo Meios de pagamentos paga aqui Temos vindo a registar um aumento progressivo do número de aberturas de contas, do número de agências e postos de atendimento e, muito importante, um aumento do número de transacções efectuadas pelos nossos clientes 68% Luanda Relatório e contas 2017 53

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Comércio & empresários_ Comércio & Empresários é a Unidade de Negócio do Banco Postal dedicada aos empresários a título individual e às micro e pequenas empresas do sector formal e informal, vocacionada para atender às diferentes necessidades de poupança, financiamento e investimento fundamentais ao desenvolvimento de negócios de sucesso. Dotado de um portfólio especializado de produtos e serviços com soluções de poupança e crédito adequadas à realidade deste segmento, bem como de uma rede de Centros de Negócios dedicada e uma força de vendas competente e motivada. Com vista à promoção da inclusão financeira e social das famílias angolanas, o Banco Postal promove uma cultura de sustentabilidade orientada para o sucesso, posicionando-se como o parceiro estratégico para a vida empresarial dos seus clientes. Através da unidade de negócio Comércio & Empresários o Banco Postal quer contribuir para a concretização dos sonhos e ambições do tecido empresarial angolano, proporcionando o apoio e as ferramentas necessárias para a sustentabilidade financeira, aumento da receita, geração de lucro e criação de emprego, contribuindo para uma economia mais próspera e inclusiva, da qual todos beneficiam. Estamos mais próximos de si, da sua empresa e dos seus negócios Relatório e contas 2017 55

Estratégia _ O Banco Postal Comércio & Empresários tem como alvo potencial as micro e pequenas empresas e empresários a título individual que se encontram na economia formal e informal. _ Implementação de serviço acessível e simplificado, e processo de aprovação de crédito robusto, adaptado a este segmento devido ao risco associado à concessão de crédito. Oferta _ Rede de Centros de Negócio dedicados e complementada por uma Força de Vendas inovadora, proporcionando um serviço diferenciado e centrado no cliente. _ Produtos e serviços adaptados ao segmento de clientes. _ Processo de aprovação de crédito robusto, apoiado nas melhores práticas em termos de modelos de scoring. _ Modelos de pricing apoiado não apenas no risco de crédito inerente ao segmento mas também na rentabilidade total dos clientes. _ Acesso a solução de pagamento móveis e aos canais de distribuição física do Xikila Money para operações simples de depósitos, levantamentos, pagamento e transferências. 56 Relatório e contas 2017

Rede de Distribuição O potencial cliente Comércio & Empresários tem como principal necessidade o acesso a produtos e serviços específicos que potenciem o desenvolvimento da sua actividade empresarial. Para esta Unidade de Negócio, o grande desafio é o desenho de produtos, serviços e soluções de crédito de baixo risco adaptado a este segmento para posteriormente evoluir para um processo de aprovação de crédito robusto apoiado nas melhores práticas em termos de modelos de scoring. O Comércio & Empresários conta com uma rede de Centros de Negócios dedicados e complementada por uma força de vendas inovadora, proporcionando um serviço de proximidade e centrado no cliente que garante acesso a soluções de pagamentos móveis e aos canais de distribuição físicos do Xikila Money para operações simples de depósitos e levantamentos. CANAIS FÍSICOS CENTROS DE NEGÓCIOS Hub para uma inovadora equipa comercial FORÇA DE VENDAS Canal que providencia um atendimento diferenciado e a possibilidade de angariação de clientes. A força de vendas desloca-se directamente aos potenciais clientes para a venda de produtos e serviços CANAIS DIGITAIS WEB MOBILE BANKING Integração com a rede local de ATM e TPA (EMIS) Relatório e contas 2017 57

556 clientes captados BASE DE CLIENTES O mês de Outubro de 2017 marcou o início da operacionalização da Unidade de Negócio Comércio & Empresários consubstanciado num modelo piloto. Durante o decorrer da operação piloto, a equipa comercial conseguiu, em linha com as previsões, a captação de um total de 556 clientes, dos quais o segmento empresas representa 64% estando o foco de angariação direccionado para as empresas. CAPTAÇÃO DE CLIENTES 600 36% Particulares 500 400 300 CLIENTES POR SEGMENTO 200 64% Empresas 100 0 Out Nov Dez Empresas Particulares Porque acreditamos na capacidade criativa dos angolanos, queremos apoiar empreendedores com ambição e projectos válidos, que sejam geradores de emprego e de melhoria da qualidade de vida 58 Relatório e contas 2017

Depósitos captados (em m akz) 84% Empresas 144 150 CARTEIRA DE RECURSOS 4 Out Nov Dez 16% Particulares CARTEIRA DE RECURSOS À semelhança do comportamento do indicador de captação de clientes, observou-se uma evolução positiva ao nível da carteira de recursos, apresentando a 31 de Dezembro 2017 um saldo de aproximadamente 299 milhões de Kwanzas, dos quais 86% são relativos a clientes Empresas. Em contrapartida, os depósitos a prazo e à ordem em moeda estrangeira encontravam-se em fase de testes no sistema core da Unidade. Relatório e contas 2017 59

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CORPORATE & PERSONAL_ A Unidade de Negócio Corporate & Personal foi estrategicamente direccionada para um segmento composto por empresas e particulares, onde o Banco pretende ter um foco táctico, por via da introdução selectiva de produtos e serviços inovadores. O segmento Corporate é destinado às médias e grandes empresas que têm, em geral, necessidades muito sofisticadas, recorrendo sobretudo à negociação de linhas de crédito com spreads muito baixos devido à sua grande capacidade de negociação. Por sua vez, o segmento Personal destina-se a clientes com níveis elevados de rendimentos que solicitem ao Banco serviços sofisticados, tais como consultoria, aconselhamento, intermediação, valorização e protecção dos seus activos. EXCELÊNCIA O serviço de excelência é o principal factor diferencidor Ser cliente Banco Postal Corporate & Personal, é ter uma equipa experiente e dedicada a si, à sua família e à sua empresa. É a Unidade de Negócio do Banco focada nas médias e grandes empresas e particulares de rendimento elevado Relatório e contas 2017 61

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Estratégia _ O Banco Postal optou estrategicamente por lançar a Unidade de Negócios Corporate & Personal cujo foco está em dois segmentos de maior valor. _ Médias e grandes empresas: Segmento constituído por empresas de média e grande dimensão onde o Banco pretende ter um foco táctico, por via da introdução selectiva de produtos e serviços inovadores. _ Particulares com elevado rendimento: Segmento constituído por clientes com rendimento elevado que o Banco tem capacidade de dinamizar e rentabilizar através de parcerias e de produtos inovadores. Oferta _ Acesso à rede física de Agência do Xikila Money e do Comércio & Empresários para operações simples de depósitos, levantamentos, pagamentos e transferências. _ Produtos e serviços adaptados ao respectivo segmento de mercado, com enfoque em operações de trade finance, FX e capital market products. _ Adopção das melhores práticas ao nível do internet banking e mobile banking. Relatório e contas 2017 63

Rede de Distribuição O ano de 2017, para o Corporate & Personal, foi essencialmente um ano de constituição e estruturação, de forma a garantir todos os recursos e valências necessários para o arranque numa primeira fase em piloto no primeiro trimestre de 2018 e posteriormente em pleno da actividade comercial. Os canais de distribuição operam em sintonia para providenciar uma experiência omni-canal com elevados níveis de serviços. CANAIS FÍSICOS CENTRO FINANCEIRO CORPORATE & PERSONAL Principal ponto de atendimento desta Unidade de Negócio. Elevado nível de serviço, com contacto personalizado num ambiente reservado UNIDADE DE GESTÃO REMOTA DE CLIENTES Providencia um adequado atendimento, na ausência do gestor de conta respectivo, através de uma equipa de assistentes comerciais especializados OUTROS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Permitem o acesso a um serviço simplificado (depósitos, levantamentos, pagamentos e transferências) CANAIS DIGITAIS WEB MOBILE BANKING Integração com a rede local de ATM e TPA (EMIS) 64 Relatório e contas 2017

BASE DE CLIENTES No decorrer dos últimos meses de 2017, e em modo pré-piloto, a equipa comercial Coporate & Personal, realizou um conjunto de acções que culminaram na captação de novos clientes, pela qual foi possível a abertura de 113 contas. Relativamente à distribuição dos clientes angariados por segmento, os clientes Corporate são os que apresentam maior peso, com 68% face aos 32% do Personal. 113 novas contas abertas 32% Personal CLIENTES ANGARIADOS POR SEGMENTO 68% Corporate CARTEIRA DE RECURSOS Embora a Unidade de Negócio Corporate & Personal ainda se encontrasse numa fase embrionária, a sua abordagem comercial reflectiu-se positivamente não só na sua base de clientes mas também no volume de depósitos alcançados, de 6 148 milhões de Kwanzas a 31 de Dezembro 2017, o que é também um indicador animador do nível de performance comercial esperado para o exercício de 2018. 6 148 milhões de Kwanzas O Banco Postal ambiciona ser uma instituição de referência em Angola Relatório e contas 2017 65

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA_ Neste primeiro ano de operação assim considerado por ter sido marcado com a abertura de portas da instituição ao público em geral o Banco Postal exerceu o seu foco na conclusão dos trabalhos preparatórios que levaram ao arranque das suas operações. Graças à decisão estratégica na utilização de dois cores bancários - cada um com as suas particularidades e focadas em um determinado segmento de negócio da instituição, houve todo um intenso trabalho de lançamento destes sistemas ao longo do ano anterior e do actual que culminaram com a abertura de portas. Um Banco mais fácil e simples, inovador, apoiado nas melhores soluções tecnológicas, onde tudo é tratado com mais rapidez Assim, podemos dizer que 2017 foi um ano muito virado para o lançamento das fundações em termos não só tecnológicos, mas também humanos, através de muito esforço de capacitação dos recursos em sistemas, a decisão em utilização de sistemas com pouca ou nenhuma utilização no nosso mercado trouxe alguns desafios extra a todo o projecto de implementação do Banco. Desta forma, muitos dos projectos levados a cabo ao longo do ano tiveram como objectivo, dar seguimento à estratégia do Banco, bem como assegurar o suporte à operação das Unidades de Negócio, nomeadamente: T24 CORE BANKING Implementação do T24 plataforma Core Bancária, utilizada por mais de 600 Bancos a nível mundial, combina tecnologia de ponta com uma variedade de funcionalidades, com o objectivo de suportar a operação das Unidades de Negócio Comércio & Empresários e Corporate & Personal. Na mesma são executados diversos processos, desde onboarding de clientes e abertura de contas, até transferências, processos de crédito, investimentos, entre outros. TAGPAY CORE BANKING DIGITAL Implementação da solução TAGPAY plataforma Core Bancária digital, utilizada em mais de 15 países e habilitadora de transacções financeiras recorrendo ao telemóvel, é usada como suporte da unidade de negócio Xikila Money, cujo mote é a inclusão financeira. Nesta plataforma são executados os processos habituais de onboarding 66 Relatório e contas 2017

de clientes, abertura de contas e transferências internas, sendo que houve ainda um trabalho de integração com os subsistemas de pagamentos nacionais, via EMIS, para permitir a execução de transferências Interbancárias (STC), pagamentos de serviços (H2H) e compensação de cheques (SCC). CREDITQUEST Implementação da solução CreditQuest e integração com o Core Bancário T24 para gestão, análise e revisão das aplicações de crédito, permitindo diminuir não só o tempo de processamento dos processos de crédito, mas também automatizar a análise e diminuir o risco. FIORANO ESB A Fiorano ESB é a solução de middleware utilizada no Banco. Tem como principal objectivo intermediar todas as comunicações entre todos os sistemas, servindo como linha central de comunicação, o que permite diminuir a complexidade das integrações, monitorar e alertar em caso de falha. A decisão estratégica da implementação desta solução teve como mote a diminuição dos custos de interligação de todos os sistemas em produção, dado a crescente complexidade destes. EMIS Implementação de sistemas aplicacionais e integrações que permitam a ligação do Banco Postal aos subsistemas geridos pela EMIS, nomeadamente SCC, STC, H2H e MCX. Relatório e contas 2017 67

MARKETING E COMUNICAÇÃO_ Em 2017, o Banco Postal desenvolveu um conjunto de acções de marketing e comunicação de apresentação e posicionamento da marca do Banco e das Unidades de Negócios, enquanto instituição financeira bancária com uma proposta de valor distinta e com um forte sentido de missão de inclusão financeira e geração de impacto positivo tanto na economia angolana (formal e informal), bem como na vida dos angolanos. EVENTOS APRESENTAÇÃO E LANÇAMENTO DO Banco POSTAL E INAUGURAÇÃO DA AGÊNCIA XIKILA MONEY Realizou-se a 21 de Março de 2017, nas instalações do Instituto Superior de Tecnologias de Informação e Comunicação ISUTIC, no Rangel, o evento de apresentação e lançamento do Banco Postal e das suas Unidades de Negócio. O evento contou com a presença do Ministro das Finanças, Archer Mangueira, do Governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe, accionistas e parceiros do Banco, entre outras personalidades de diversos quadrantes da sociedade angolana. A par da cerimónia, foi inaugurada a segunda agência Xikila Money, uma das três unidades de negócio que constituem o Banco Postal. 68 Relatório e contas 2017

"O Banco tem a capacidade de mudar a vida dos angolanos atribuindo personalidade financeira aos mesmos, um Banco cujas principais características são a proximidade, o impacto e a inovação social", salientou N Gunu Tiny, Presidente do Conselho de Administração do Banco Postal, no seu discurso de apresentação, acrescentando que o Banco tem como objectivo principal "potenciar a inclusão financeira e o crescimento económico e sustentável dos angolanos através de uma abordagem e oferta totalmente inovadoras, e de uma implementação nacional, gradual e bem estruturada". 1ª EDIÇÃO DO POSTAL DA MANHÃ O Banco Postal promoveu a 11 de Fevereiro 2017, em Luanda, um Evento Institucional, denominado "O Postal da Manhã", subordinado ao tema "Investimento de Impacto e Inovação Social". O Evento juntou os Órgãos Sociais e a alta Direcção do Banco, assim como um grupo de convidados de diversos sectores da sociedade angolana e teve a participação especial do ex-ministro português, o Professor Doutor Luís Miguel Poiares Maduro, que partilhou as suas reflexões sobre o Investimento na Inovação Social. Relatório e contas 2017 69

"Ao pretender dar personalidade financeira a mais de metade da população que actualmente se encontra à margem do sistema financeiro, o Banco Postal é um exemplo de Investimento em Inovação ao nível do sector bancário", referiu. "E apesar de ser uma instituição privada com fins lucrativos, noto que tem no centro de toda a sua actuação uma forte dimensão social, que se manifesta no alargamento, de forma substancial, do número de pessoas que passará a ter uma conta bancária", aludiu o político luso. 2ª EDIÇÃO DO POSTAL DA MANHÃ A segunda edição do "Postal da Manhã" organizada pelo Banco Postal, teve lugar no Hotel Sana, a 12 de Abril e contou com Ashish Thakkar como "keynote speaker". O orador Ashish Thakkar é um reconhecido empresário, fundador do Mara Group, Mara Foundation e co-fundador da Atlas Mara e aproveitou este encontro institucional promovido pelo Banco Postal para partilhar as suas reflexões subordinadas ao tema: "Investing in Africa". O Banco tem a capacidade de mudar a vida dos angolanos atribuindo personalidade financeira aos mesmos, um Banco cujas principais características são a proximidade, o impacto e a inovação social 70 Relatório e contas 2017

CAMPANHAS CAMPANHA DE LANÇAMENTO E DIVULGAÇÃO DO XIKILA MONEY Aquando do lançamento do Xikila Money e a par do início da sua operação, desenvolveu-se uma campanha veículada pelos diversos meios de maior cobertura, de forma a apresentar a marca Xikila Money, mas acima de tudo, informar e posicionar a oferta de valor distinta e inovadora. CAMPANHA "XIKILA MONEY ESTÁ A DAR QUE FALAR" Por altura da quadra festiva, e no sentido de aumentar a transaccionalidade por via do estímulo dos pagamentos na rede Paga Aqui, lançou-se uma campanha nas redes sociais de sorteio semanal de smartphones para os clientes que realizassem compras de valor igual ou superior a 2.000 Akz nos estabelecimentos da rede Paga Aqui. Relatório e contas 2017 71

Património Humano_ O Banco POSTAL desenvolveu o Património Humano como um dos seus vectores estratégicos O Banco Postal acredita nas pessoas e tem um intrínseco compromisso de promover o crescimento sustentado do seu Património Humano. O nosso foco é motivar o nosso Património Humano, mostrando-lhe o caminho para que encontre as melhores soluções para os nossos clientes, e para desta forma melhor servir a nossa sociedade. A nossa Política de Património Humano pauta-se por: _ Trabalhar com brio, rigor e profissionalismo num ambiente saudável, onde as pessoas são o centro de toda a nossa actuação e o nosso activo mais valioso. _ Assumir o compromisso público de defesa e protecção dos Direitos Fundamentais do trabalho e dos nossos colaboradores, obedecendo à legislação laboral em vigor; _ Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores, oferecendo-lhes condições para o equilíbrio entre o trabalho, saúde e a família; _ Priorizar o crescimento profissional das pessoas, através do investimento na formação e valorização do conhecimento adquirido ao longo da carreira; _ Respeitar a diversidade e dignidade do Ser Humano, preservando a individualidade e privacidade, não admitindo a prática de actos discriminatórios de qualquer natureza no seio da nossa organização. Com o início da sua actividade em 2017, o Banco Postal teve o desenvolvimento do seu Património Humano como um dos seus vectores estratégicos. A ambição e desenvolvimento do Banco Postal assentam na aposta séria do seu quadro de colaboradores, na inovação, formação, treinamento e desenvolvimento de talentos para o seu crescimento e afirmação no mercado. 2017 marcou o início Caracterização do Património Humano Ao longo de 2017, decorrente do início da actividade e no sentido de garantir a qualidade dos seus profissionais e assistir às necessidades das unidades de negócio, o Banco Postal levou a cabo um esforço de constituição do quadro pessoal através da captação de talentos promovendo a igualdade de oportunidade através de anúncio nos principais canais de pesquisa e publicidade especializada. O Banco Postal apresenta-se como um Banco jovem no mercado reflexo da pirâmide etária da sua força de trabalho, que combina uma força dinâmica e inovadora e um conjunto de experiências multifacetadas e únicas. No início de 2017 o Banco contava com uma força de trabalho de 57 colaboradores. Até Dezembro do mesmo ano registou-se um aumento de 431 colaboradores atingindo um número total de 488 colabores correspondendo a um aumento de 7 vezes em comparação com o mês de Janeiro. 72 Relatório e contas 2017

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FAMÍLIA Banco POSTAL_ Número de colaboradores 488 (31 Dez. 2017) 57 (1 Jan. 2017) DISTRIBUIÇÃO POR UNIDADE DE NEGÓCIO 264 Xikila Money 46 Comércio & Empresários 11 Corporate & Personal 167 Áreas de suporte IGUALDADE DE GÉNERO 43% 57% Mulheres Homens NÍVEL DE ENSINO 67% Com licenciatura ou frequência universitária DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA ANTIGUIDADE 5% 22 anos 62% 23-32 anos 29% 33-42 anos 5% 43 anos 91% < 1 ano 9% > 1 ano Idade média: 31 anos 74 Relatório e contas 2017

A estrutura de colaboradores encontra-se maioritariamente alocada às Unidades de Negócio (66%), sendo que na sua maioria pertencem ao Xikila Money, representando 54% dos quadros totais do Banco. Ao nível da distribuição por zona geográfica, e em linha com a operação actual, os colaboradores distribuem-se pelas zonas de Luanda e Huambo, sendo que Luanda representa 84% face aos 16% no Huambo. Diversidade e Igualdade O Banco Postal acredita que os seus colaboradores são um activo de valor inestimável e de elevada criticidade para o seu sucesso, pelo que assume na sua gestão a missão de promoção da diversidade, igualmente e criação de oportunidades de sucesso para os seus colaboradores. Relativamente à distribuição por género, verifica-se uma distribuição relativamente equilibrada composta em 43% por colaboradores do género feminino e, consequentemente 57% do género masculino. Banco novo e colaboradores jovens Inovação, novidade e arrojo compõem o espírito fundacional do Banco Postal, características tipo da idade média dos colaboradores do Banco que, durante o ano de 2017 foi de 31 anos e em que 85% do efectivo tem idades compreendidas entre os 23 e 37 anos de idade. Esta média de idades coaduna-se com o grau de juventude da maioria da população, observando-se os colaboradores com a maior experiência e idades ao nível dos quadros de topo. O nosso foco é motivar o nosso Património Humano, mostrando-lhe o caminho para que encontre as melhores soluções para os nossos clientes e, desta forma, melhor servir a nossa sociedade Formação e investimento no Capital Humano A aposta na formação dos quadros é um compromisso da Administração para com os seus colaboradores e define a política contínua de capacitação do Património Humano contribuindo para o desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores. O Banco Postal, durante o exercício de 2017, promoveu mais de 1000 horas de formação, o que representa um investimento de 0,7% do total do seu custo com pessoal em formação nuclear das suas equipas comerciais, sendo que o valor indicado não incorpora os custos de alojamento, bem como os custos de logística associados à formação e treinamento das equipas. Aproximadamente 67% do total do efectivo do Banco possui licenciatura ou frequência universitária. +1000 horas de formação Relatório e contas 2017 75

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06 GESTÃO DE RISCO Relatório e contas 77

gestão de risco_ Com o intuito de assegurar o cumprimento das melhores práticas de Governo da Sociedade, a Assembleia Geral confia a condução do Banco, ao Conselho de Administração, que é o principal órgão de governo do Banco, cabendo-lhe os mais amplos poderes de gestão e de representação, de forma a prosseguir com a estratégia e objectivos delineados para a Instituição, zelando pelo acompanhamento das suas actividades, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sustentável do Banco Postal. Esta gestão encontra-se em conformidade com a legislação em vigor, e está consignada, não só nos Estatutos do Banco e Regulamento do Conselho, mas em toda uma prática de controlo permanente, suportada por um Sistema de Gestão de Risco de que fazem parte as Direcções de Compliance, Risco e Auditoria Interna, cada uma desempenhando de forma independente as funções que lhe cabem pela regulamentação em vigor, complementadas com as melhores práticas internacionais. UNIVERSO DE RISCO Compliance Risco Auditoria Interna É principal objectivo do Sistema de Gestão de Risco garantir que o Conselho de Administração tenha conhecimento da estrutura e do nível de Controlo Interno existente na Instituição, de forma a poder actuar atempadamente e assegurar a prevenção e minimização dos riscos inerentes à actividade e assim, assegurar da melhor forma o desenvolvimento, rentabilidade e solvabilidade do negócio e da própria Instituição numa lógica de médio e longo prazo, assegurando o seu crescimento sustentado, estabilidade financeira e consequente adequação de capital. Dentro desta estratégia de actuação, é privilegiada a qualidade do relacionamento com o cliente, através da manutenção da excelência do serviço prestado e da boa reputação institucional no mercado. 78 Relatório e contas 2017

GESTÃO DE RISCO Para efeitos de identificação, avaliação e monitorização dos vários riscos, o Banco definiu um modelo de governação que assenta na seguinte estrutura : Conselho de Administração Comissão de Risco Direcção de Risco Compete ao Conselho de Administração, no âmbito das competências atribuídas pelo Aviso 2/2013 do Banco Nacional de Angola : 1. Definir, implementar e rever periodicamente o sistema de controlo interno; 2. Garantir, no mínimo: a) uma estratégia, devidamente formalizada, focalizada na solvabilidade, a longo prazo, das instituições; b) a existência de elevados valores éticos e profissionais; c) uma estrutura organizacional adequada e transparente; d) o alinhamento da política de remuneração com a estratégia e perfil de risco das instituições, para, entre outros objectivos, inibir a tomada excessiva de risco; e) a independência, estatuto e efectividade das funções chave do sistema de controlo interno de gestão do risco, de compliance e de auditoria interna, as quais devem ser dotadas de meios humanos e materiais suficientes para o cumprimento da sua missão; f) a identificação, avaliação, acompanhamento, controlo e prestação de informação das diversas categorias de riscos, tendo em vista obter uma compreensão fundamentada da sua natureza e magnitude; g) a preparação das demonstrações financeiras de acordo com políticas e processos que assegurem a sua fiabilidade, oportunidade, consistência e compreensibilidade; h) a existência de processos de identificação e avaliação de transacções com partes relacionadas, de forma a garantir que estas se processem em condições idênticas às praticadas com partes não relacionadas; Relatório e contas 2017 79

i) a existência de recursos humanos e materiais suficientes para se atingirem os objectivos da instituição e de políticas consistentes de recrutamento, avaliação, promoção, compensação e formação dos colaboradores; j) a oportuna execução das suas orientações, nomeadamente, as que visem introduzir correcções e melhorias no sistema de controlo interno; k) a comunicação ao Banco Nacional de Angola da existência de operações suspeitas de actividades criminosas ou situações de fraude materiais à segurança, conduta sã e prudente e reputação da instituição, e; l) a existência de processos que detectem e mitiguem a ocorrência de conflitos de interesses. À Comissão de Risco compete apoiar o Conselho de Administração na tomada de decisões sobre risco, analisando e propondo metodologias, políticas, procedimentos e soluções para a minimização dos riscos inventariados pelas Direcções de Controlo de Gestão de Risco, recebendo maioritariamente a informação necessária para a sua actuação, da Direcção de Risco Global. Direcção de Risco À Direcção de Risco compete ( ver aviso 2/2013):.a) acompanhar a adequação e eficácia do sistema de gestão do risco face à actividade desenvolvida pela instituição e promover as medidas necessárias à correcção das deficiências detectadas; b) identificar, avaliar e monitorizar todos os riscos relevantes e controlar o seu enquadramento nos limites definidos; c) validar periodicamente os modelos e as metodologias de avaliação do risco utilizados na instituição, bem como os dados e a informação externa de base considerados nestes modelos; d) documentar adequadamente os processos associados à sua área intervenção, e; e) elaborar relatórios periódicos para o órgão de administração informação de gestão e aconselhar este órgão sobre as políticas e as práticas de gestão do risco. A gestão e controlo de riscos é efectuada por esta Direcção numa óptica centralizada, onde prioridade é dada aos riscos de crédito, operacional, de mercado e de liquidez do Banco, consagrando o princípio da segregação de funções entre as Unidades de Negócio e as áreas de controlo interno, de que a Direcção de Risco Global faz parte, no que respeita à identificação, avaliação e controlo dos riscos. 80 Relatório e contas 2017

Considerando que o ano de 2017 correspondeu ao primeiro ano de actividade do Banco Postal, a criticidade de alguns dos riscos identificados é inexistente ou baixa, por força da inexistência de produtos ou serviços base ou da limitação da sua existência, em termos de quantidade, volume ou frequência de ocorrência. Por tal facto, independentemente de o Banco Postal estar preparado para a evolução natural da sua actividade nos próximos anos, a estrutura da Direcção de Risco Global, à data de 31 de Dezembro de 2017, reflecte a simplicidade dos riscos existentes o que implica a transversalidade das funções dos técnicos que dela fazem parte. Assim, a estrutura da Direcção de Risco Global é a seguinte : Metodologia de gestão de risco direcção de risco global Departamento de Gestão de Riscos Financeiros Departamento de Gestão de Riscos Não Financeiros A metodologia seguida, para efeitos de controlo de riscos por parte do Banco Postal, consubstancia-se no seguinte processo : a. Identificação dos macro riscos e subdivisão em subcategorias e actividades de acordo com o Aviso 07/2016 de 22 Junho do BNA. Este inventário base irá ser enriquecido à medida que riscos e actividades não contempladas, por ora, venham a ser mapead; b. Descrição dos riscos e actividades identificados para elaboração de dicionário de riscos; factos e exemplos que suportem a avaliação que é efectuada; medidas de mitigação em curso ou a propor; c. Identificação do owner do risco/ actividade; d. Recolha de informação dos owners em formato pré-definido; e. Avaliação dos vários riscos/actividades através de matriz desenvolvida para o efeito; f. Guarda de informação obtida para posterior tratamento estatístico e evidência histórica; g. Elaboração de reportes tipo, de acordo com destinatários alvo; h. Monitorização dos riscos identificados dentro de periodicidade a definir, de acordo com graduação: Permanente para os de grau critico e elevado Relatório e contas 2017 81

com reporte mensal; trimestral para os de outro grau. Sempre que considerado necessário, são elaborados reportes intercalares. i. Qualquer das actividades mapeadas ou a mapear passa por obter informação quantitativa (análise de impacto do risco na conta de exploração do Banco) e só em situações extremas se aceitam avaliações qualitativas. Após a avaliação dos riscos da actividade do Banco, os mesmos são classificados segundo uma matriz impacto versus probabilidade com a seguinte estrutura : 1. Impactos Para o ano de 2017, definiu-se a seguinte grelha de criticidade, para classificação dos impactos do risco em avaliação, nos fundos próprios do Banco: Classificação dos Impactos Intervalos Muito baixo x < 2,5% Baixo 2,5% x < 5% Médio 5% x < 7,5% Elevado 7,5% x < 10% Crítico x 10% 2. Probabilidade Calculada com base na frequência da ocorrência ( dia/ mês/ semestre / ano: Classificação das Probabilidades Muito provável Provável Pouco provável Remoto Frequência Uma vez por dia / mês Uma vez por semestre Uma vez por ano Nem uma vez por ano Destes dois vectores de análise, resulta a seguinte matriz de risco: Impacto Muito baixo Baixo Médio Elevado Crítico Probabilidade Muito provável Provável Pouco provável Remota 82 Relatório e contas 2017

A metodologia e a estrutura da matriz de riscos seguidas serão alvo de monitorização permanente e sujeitas a alterações necessárias e justificáveis, de forma a adequar, de forma permanente, a avaliação dos riscos incorridos pelo Banco à dinâmica da sua actividade, à medida que esta se diversifique e se torne mais complexa. A Gestão de Riscos por parte do Conselho de Administração do Banco Postal passa por tomar medidas consentâneas com o nível de risco em questão, em sequência das acções de monitorização e alerta efectuadas pela Direcção de Risco, nomeadamente: Risco inaceitável (zona vermelha): acção de governação para eliminar a componente de risco ou reduzir a sua severidade e frequência; Risco inesperado : (zona laranja): definição de estratégias de mitigação e/ou planos de contingência para preparar a Instituição para a eventual repetição do acontecimento; Risco provável (zona amarela): definição de níveis aceitáveis de perda por tipo de acontecimentos e de limites de competência que evitem que o nível de impacto suba ao longo do tempo; Risco aceitável (zonas azul e verde): acção de manutenção de monitorização para garantir o não aumento do impacto. Nos acontecimentos de fronteira que são os de risco médio com probabilidade remota, risco elevado com probabilidade remota e risco crítico com probabilidades remota ou pouco provável, as decisões serão tomadas casuisticamente, de acordo com o acontecimento. O Conselho de Administração definiu, como grau de tolerância ao risco, as situações enquadradas nas categorias de risco aceitável e provável e como limite de risco as contempladas em risco aceitável. Capacidade de assumir Risco Risco máximo que o Banco consegue assumir, considerando a sua base de capital, liquidez, requisitos de crédito e regulamentares. Apetite ao Risco Dentro da capacidade para assumir risco, quanto é que o Banco está disposto a assumir? Buffer Qual deverá ser a diferença que visa assegurar o cumprimento dos objectivos? Relatório e contas 2017 83

Contudo, e porque o ano de 2017 foi o primeiro ano de actividade do Banco Postal, constatou-se a necessidade de ajustar, de forma regular, a organização interna da Instituição à dinâmica e ao crescimento natural das várias Unidades de Negócio e Serviços de Suporte e Corporativos, o que degenerou, excepcionalmente, na existência de riscos inesperados que obrigaram a estratégias de mitigação e potenciaram por essa razão o limite de risco assumido. Da análise regular da tipologia de riscos correntes no Banco Postal, no ano de 2017, destacam-se os seguintes : Risco de Crédito Risco de Crédito é o risco associado à possibilidade de uma Instituição Financeira incorrer em perdas financeiras, resultantes do incumprimento das obrigações contratuais dos tomadores nas respectivas operações de crédito. É compromisso do Conselho de Administração e das Direcções de Créditos e Risco manter a exposição de risco em níveis aceitáveis face aos objectivos de desenvolvimento do Banco, respeitando sempre as exigências regulamentares a que está sujeita. No final do exercício de 2017, a carteira de crédito é exclusivamente composta por crédito a colaboradores num total de 9 milhões de Kwanzas e está classificada com risco baixo. Os riscos de crédito registados em contas extrapatrimoniais por estarem substancialmente colateralizados por depósitos estão também classificados com risco baixo. Risco de Mercado O Risco de Mercado regista a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições detidas pelo Banco, incluindo os riscos das operações sujeitas à variação cambial, de taxa de juros, de preço de acções e de preço de mercadorias. No final de 2017, o Risco de Mercado no Banco Postal é substancialmente representado pelo risco de taxa de juro resultante das aplicações em mercado monetário e em títulos de curto prazo. 84 Relatório e contas 2017

Relatório e contas 2017 85

Risco Operacional O Banco Postal sustenta a operacionalidade da sua actividade em processos como meio de harmonizar procedimentos, segregar funções e responsabilidades e deste modo minimizar os riscos de compliance, operacional e de sistemas de informação. Complementarmente, garante as melhores práticas de controlo e fiabilidade na produção de informação através da utilização de sistemas de suporte adequados aos requisitos comerciais, regulamentares e de gestão, seguindo o seguinte esquema de análise: Avaliação e quantificação Identificação e análise Monitorização Eventos de risco Direcção de Compliance A Direcção de Compliance, responsável pela função de compliance, abrange todas as áreas, processos e actividades desenvolvidas pelo Banco e tem como missão contribuir para a prevenção e a mitigação dos "riscos de compliance", que se traduzem no risco de sanções legais ou regulatórias, de perda financeira ou de reputação em consequência da falha no cumprimento da aplicação de leis, regulamentos, código de conduta e das boas 86 Relatório e contas 2017

práticas bancárias, promovendo o respeito do Banco Postal e dos seus Colaboradores por todo o normativo aplicável através de uma intervenção independente, em conjunto com todas as unidades orgânicas do Banco. As funções de risco e compliance reportam hierárquica e funcionalmente a um administrador executivo e também ao Conselho de Administração através dos Comités em que participam outros administradores executivos, sendo responsabilidade da Direcção de Compliance: Identificar requisitos de Compliance referentes a risco, documentando os mesmos em normas de procedimento; Identificar lacunas de Compliance e oportunidades de melhoria. No decorrer do exercício de 2016, o Banco Nacional de Angola emitiu um conjunto de Avisos e Instrutivos com especial enfoque na gestão e reporte de risco por parte das Instituições Financeiras. Tendo em consideração que o ano 2017 foi o 1º ano de actividade em que as operações bancárias desenvolvidas não foram ainda muito abrangentes em termos de produtos e serviços oferecidos aos clientes pelas unidades de negócio, o Banco Postal ainda estando a desenvolver todos os esforços no sentido estar em condições de proceder ao reporte dentro dos prazos legalmente aplicáveis Direcção de Auditoria Interna O Direcção de Auditoria Interna é responsável pelo processo monitorização e de acompanhamento do sistema de controlo interno e de garantir que as politicas emitidas pelo Banco Postal associado ao sistema de controlo interno são efectivamente seguidas. É sua competência: Implementar as políticas e orientações gerais em matéria de Auditoria Interna; Realizar inspecções e auditorias nas diversas Áreas do Banco, de modo a avaliar o grau de implementação dos princípios e regras definidos, identificando eventuais insuficiências e definir, em conjunto com as diferentes Áreas, medidas correctivas para as oportunidades de melhoria e não conformidades identificadas nas auditorias. Colaborar para a definição de planos de auditoria interna através da identificação de áreas com maior exposição a risco. Relatório e contas 2017 87

88 Relatório e contas

07 ANÁLISE FINANCEIRA Relatório e contas 89

ANÁLISE FINANCEIRA_ Valores em milhares de Kwanzas Activo 10 333 266 Depósitos de Clientes 6 700 565 Produto Bancário 727 204 Resultado Líquido - 4 319 568 90 Relatório e contas 2017

O Banco Postal iniciou a actividade em Março de 2017 com a inauguração da sua Unidade de Negócio Xikila Money, que no final do ano já operava em Luanda e no Huambo, com um total de 4 Agências e 147 Quiosques. As Unidades de Negócio Comércio & Empresários e Corporate & Personal embora tenham sido formalmente lançadas em Fevereiro de 2018, já realizaram alguma actividade comercial no 4º trimestre de 2017. Assim, em 31 de Dezembro de 2017, em resultado da actividade desenvolvida, o balanço apresenta um activo total de 10.3 mil milhões de kwanzas, do qual 6,7 mil milhões de kwanzas (65%) é representado por disponibilidades e aplicações financeiras de curto prazo consideradas muito líquidas e 3,1 mil milhões de kwanzas (30%) é representado pelos investimentos em imobilizações de natureza corpórea e em soluções tecnológicas core (software). O crédito a Clientes no final de 2017 é ainda exclusivamente representado por créditos a colaboradores. Valores em milhares de Kwanzas 31.12.17 % Caixa e dispon. em Bancos centrais 1 873 613 Disponibilidades em outras instituições de crédito 174 076 Aplicações em Bancos centrais e em outras instit.de crédito 4 166 964 Investimentos detidos até à maturidade 529 732 Disponibilidades e Aplicações Financeiras líquidas 6 744 385 65% Crédito a clientes 9 732 - Activos tangíveis 2 357 520 Activos intangíveis 739 266 Investimentos em Imobilizações Corpóreas e Software 3 096 786 30% Outros 482 363 5% Activo total 10 333 266 100% Relatório e contas 2017 91

O passivo e o capital próprio do Banco representam em 31 de Dezembro de 2017, respectivamente 74% e 26% do total. Relativamente ao passivo, é sobretudo representado por recursos de Clientes (87%) que em 31 de Dezembro de 2017 atingiram 6,7 mil milhões kwanzas, sob a forma de depósitos à ordem em moeda nacional, de empresas e particulares afectos às três Unidades de Negócio. Valores em milhares de Kwanzas 31.12.17 % Recursos de Clientes 6 700 565 87% Outros 973 821 13% Passivo total 7 674 386 74% Capital Social 6 978 448 Resultado do Exercício -4 319 568 CAPITAL PRÓPRIO 2 658 880 26% Passivo e Capital Próprio 10 333 266 100% Durante o ano 2017, os accionistas do Banco realizaram 4,5 mil milhões de kwanzas correspondente a 56% do aumento de capital de 8 mil milhões de kwanzas aprovado para o exercício, de 2,5 mil milhões de kwanzas (capital inicial) para 10,5 mil milhões de kwanzas. Em Março e Abril de 2018 foi realizada a quase totalidade da parcela remanescente deste aumento de capital, no montante de 3,3 mil milhões. 92 Relatório e contas 2017

O produto bancário registou uma evolução progressiva ao longo dos trimestres com forte contribuição dos resultados cambiais (81%). A margem financeira teve uma contribuição de 19% para o produto bancário enquanto que o resultado da prestação de serviços contribuiu com 11%. Embora em linha com o planeamento estratégico do Banco, neste primeiro ano de actividade, o resultado do exercício foi negativamente influenciado pelos custos com pessoal e com fornecimentos e serviços de terceiros, fundamentais para o arranque e operação do Banco, incorridos quer em 2017, como também em 2016 (cerca de 180 milhões de kwanzas). Valores em milhares de Kwanzas 2017 % Margem financeira 141 255 19% Resultados da Prestação de Serviços 79 028 11% Resultados cambiais 506 921 70% Produto Bancário 727 204 100% Custos com Pessoal 2 380 784 47% Fornecimentos e serviços de terceiros 2 274 850 45% Depreciações e Amortizações 365 987 7% Imparidades e provisões 9 494 - Outros custos 15 657 - Custos totais 5 046 772 100% Resultado líquido -4 319 568 Relatório e contas 2017 93

94 Relatório e contas

08 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS Relatório e contas 95

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS_ Balanço em 31 de Dezembro de 2017 Valores em milhares de Kwanzas Notas 31.12.2017 activo Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 10 1 873 613 Disponibilidades em outras instituições de crédito 10 174 076 Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito 11 4 166 964 Activos financeiros disponíveis para venda 11 71 000 Investimentos detidos até à maturidade 12 529 732 Crédito a clientes 9 732 Outros activos tangíveis 13 2 357 520 Activos intangíveis 13 739 266 Outros activos 14 411 363 Total do activo 10 333 266 PASSIVO Recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito 3 104 Recursos de clientes e outros empréstimos 15 6 700 565 Provisões 9 395 Outros passivos 16 961 322 Total do passivo 7 674 386 CAPITAL PRÓPRIO Capital Social 17 6 978 448 Resultado líquido do exercício -4 319 568 Total do capital próprio 2 658 880 TOTAL DO PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO 10 333 266 96 Relatório e contas 2017

Demonstração de Resultados e do outro rendimento integral do período de 23 de Março a 31 de Dezembro de 2017 Valores em milhares de Kwanzas Notas 31.12.2017 Juros e rendimentos similares 4 149 605 Juros e encargos similares 4 (8 350) Margem Financeira 141 255 Rendimentos de serviços e comissões 5 96 445 Encargos com serviços e comissões 5 (17 417) Resultados cambiais 6 506 921 Produto da Actividade Bancária 727 204 Custos com o pessoal 7 (2 380 784) Fornecimentos e serviços de terceiros 8 (2 274 850) Depreciações e amortizações do exercício 13 (365 987) Provisões líquidas de anulações (9 396) Imparidade para crédito a clientes líquida de reversões e recuperações 98 Resultado Antes de Impostos de Operações em Continuação (4 303 911) Impostos sobre os resultados Correntes 9 (15 657) Resultado após impostos de operações em continuação (4 319 568) Rendimento reconhecido directamente no Capital Próprio - Resultado líquido individual do exercício (4 319 568) O Anexo faz parte integrante das demonstrações financeiras Relatório e contas 2017 97

Demonstração de fluxos de caixa do período de 23 de Março a 31 de Dezembro de 2017 Fluxos de caixa das actividades operacionais Valores em milhares de Kwanzas 2017 Juros, comissões e outros proveitos equiparados recebidos 219 907 Juros, comissões e outros custos equiparados pagos 19 659 Pagamentos a empregados e fornecedores (3 658 465) Outros resultados - Fluxos de caixa antes das alterações nos activos e passivos operacionais (3 418 899) Aumentos/Diminuições de activos operacionais Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito (4 150 555) Activos financeiros disponíveis para venda (71 000) Investimentos detidos até à maturidade (519 998) Crédito a clientes (9 830) Outros Activos (3 308) Fluxo líquido proveniente dos activos operacionais (4 754 691) Aumentos/Diminuições de passivos operacionais Recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito 3 104 Recursos de clientes e outros empréstimos 6 700 565 Outros passivos 1 935 Fluxo líquido proveniente dos passivos operacionais 6 705 604 Caixa líquida das actividades operacionais antes dos impostos sobre o rendimento Impostos sobre o rendimento pagos (15 657) Caixa líquida das actividades operacionais (1 467 986) FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO Aquisições de outros activos tangíveis, líquidas de alienações (2 682 899) Aquisições de activos intangíveis, líquidas de alienações (779 874) Caixa líquida das actividades de investimento (3 462 773) FLUXO DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO Aumentos/(Reduções) de capital social 6 978 448 Caixa líquida das actividades de financiamento 6 978 448 VARIAÇÃO DE CAIXA E SEUS EQUIVALENTES Caixa e seus equivalentes no início do período 2 047 689 Efeitos da variação cambial em caixa e seus equivalentes - Caixa e seus equivalentes no fim do período 2 047 689 98 Relatório e contas 2017

Demonstração de alterações do capital próprio do período de 23 de Março a 31 de Dezembro de 2017 Valores em milhares de Kwanzas Notas Capital Social Resultado líquido do período Total do capital próprio Saldos em 23 de Março de 2017 17 2 500 000-2 500 000 Aumentos/(Reduções) de capital social 17 4 478 448-4 478 448 Resultado líquido do período - (4 319 568) - Saldos em 31 de Dezembro de 2017 6 978 448-6 978 448 O Anexo faz parte integrante das demonstrações financeiras Relatório e contas 2017 99

NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS_ Nota 1 - Nota Introdutória O Banco Postal, S.A., doravante igualmente designado por "Banco" ou "BPT", com sede em Luanda, é um Banco de capitais privados constituído por escritura pública em 1 de Setembro de 2016, tendo como objecto social o exercício da actividade bancária, nos termos e dentro dos limites da Lei Angolana. A actividade comercial do Banco teve início no dia 23 de Março de 2017. Nota 2 - Principais Políticas Contabilísticas 2.1 - Bases de apresentação No âmbito do disposto no Aviso n.º 6/2016 de 22 de Junho, do Banco Nacional de Angola, as Demonstrações Financeiras do Banco Postal, S.A. são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro ("IFRS"). As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores. As demonstrações financeiras do Banco agora apresentadas reportam-se ao período de 23 de Março de 2017 a 31 de Dezembro de 2017. As normas contabilísticas e interpretação recentemente emitidas, mas que ainda não entraram em vigor e que Banco ainda não aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras podem ser analisadas na nota 21. As Demonstrações Financeiras estão expressas em milhares de Kwanzas, arredondado ao milhar mais próximo e foram preparadas no pressuposto de continuidade das operações. Foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos com excepção dos activos registados ao justo valor, nomeadamente os activos financeiros disponíveis para venda. A preparação de Demonstrações Financeiras de acordo com as IFRS requer que o Banco efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das Demonstrações Financeiras encontram-se analisadas na Nota 3. 100 Relatório e contas 2017

As demonstrações financeiras individuais e o relatório de gestão do período findo em 31 de Dezembro de 2017 foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 10 de Maio de 2017, e serão submetidas para aprovação da Assembleia Geral que tem o poder de as alterar. No entanto, é convicção do Conselho de Administração que as mesmas venham a ser aprovadas sem alterações significativas. 2.2 - Transacções em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira são convertidas para a moeda funcional (Kwanza) à taxa de câmbio em vigor na data da transacção. Os activos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira, são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio em vigor na data de balanço. As diferenças cambiais resultantes da conversão são reconhecidas em resultados. Os activos e passivos não monetários denominados em moeda estrangeira e registados ao custo histórico são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio em vigor na data da transacção. Os activos e passivos não monetários registados ao justo valor são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor é determinado e reconhecido por contrapartida de resultados, com excepção daqueles reconhecidos em activos financeiros disponíveis para venda, cuja diferença é registada por contrapartida de reservas. As taxas de câmbio AKZ/USD e AKZ/EUR a 31 de Dezembro de 2017 eram 165,924 e 165,903, respectivamente. Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo, são imediatamente registadas na posição cambial à vista ou a prazo, cujo conteúdo e critério de reavaliação são como segue: _ Posição cambial à vista A posição cambial à vista em cada moeda, é dada pelo saldo líquido dos activos e passivos dessa moeda, assim como das operações à vista a aguardar liquidação e das operações a prazo com vencimento nos dois dias úteis subsequentes. A posição cambial à vista é reavaliada diariamente com base na taxa de câmbio média publicada pelo BNA nessa data, dando origem à movimentação da conta de posição cambial (moeda nacional), por contrapartida de resultados. Relatório e contas 2017 101

_ Posição cambial a prazo A posição cambial a prazo em cada moeda corresponde ao saldo líquido das operações a prazo a aguardar liquidação, com exclusão das que se vençam dentro dos dois dias úteis subsequentes. Todos os contratos relativos a estas operações (forwards de moeda), são reavaliados às taxas de câmbio a prazo do mercado ou na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de juro aplicáveis ao prazo residual de cada operação. A diferença entre os contravalores em Kwanzas às taxas de reavaliação a prazo aplicadas e os contravalores às taxas contratadas, que representam o custo ou proveito ou o custo de reavaliação da posição cambial a prazo, é registada nas rubricas de "Operações cambiais" do activo ou do passivo, por contrapartida de resultados. 2.3 - Crédito a Clientes O crédito a Clientes inclui os empréstimos originados pelo Banco, cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os quais são registados na data em que o montante do crédito é adiantado ao cliente. O crédito a Clientes é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do Banco relativos aos respectivos fluxos de caixa expiraram, (ii) o Banco transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou (iii) não obstante o Banco ter retido parte, mas não substancialmente todos, os riscos e benefícios associados à sua detenção, o controlo sobre os activos foi transferido. O crédito a Clientes é reconhecido inicialmente ao seu justo valor, acrescido dos custos de transacção, e é subsequentemente valorizado ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efectiva, sendo apresentado em balanço deduzido de perdas por imparidade. Imparidade A política do Banco consiste na avaliação regular da existência de evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso se verifique uma redução do montante da perda estimada, num exercício posterior. Após o reconhecimento inicial, um crédito ou uma carteira de créditos sobre clientes, definida como um conjunto de créditos com características de risco semelhantes encontra-se em imparidade (i) quando existe evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos, e (ii) quando estes tenham impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do crédito ou carteira de créditos sobre clientes, que possam ser estimados de forma fiável. 102 Relatório e contas 2017

Dada a diminuta dimensão e ausência de histórico, o Banco analisa individualmente a totalidade da carteira de crédito. As perdas por imparidade são calculadas através da comparação do valor actual dos fluxos de caixa futuros esperados descontados à taxa de juro efectiva original de cada contrato e o valor contabilístico de cada crédito, sendo as perdas registadas por contrapartida de resultados. O valor contabilístico dos créditos com imparidade é apresentado no balanço líquido das perdas por imparidade. Para os créditos com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto utilizada corresponde à taxa de juro efectiva anual, aplicável no período em que foi determinada a imparidade. Para os clientes que da análise individual de crédito resultar imparidade zero e não exista nenhum indício de imparidade, o Banco regista uma perda IBNR (incurred but not reported) de 1%. 2.4 - Outros instrumentos financeiros (i) Classificação, reconhecimento inicial e mensuração subsequente Os outros instrumentos financeiros são reconhecidos na data da transacção, que é o momento a partir do qual o Banco se torna parte integrante do contrato e são classificados considerando a intenção que lhes está subjacente de acordo com as categorias descritas seguidamente: _ Activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados, e dentro desta categoria como: _ Detidos para negociação; _ Designados ao justo valor através de resultados. _ Investimentos detidos até à maturidade; _ Activos financeiros disponíveis para venda; e _ Passivos financeiros. Um activo ou passivo financeiro é inicialmente mensurado ao justo valor acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis à aquisição ou emissão, excepto se forem itens registados ao justo valor através de resultados em que os custos de transacção são imediatamente reconhecidos como gastos do exercício. As Obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional e indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos estão sujeitas a actualização cambial. O resultado da actualização cambial do valor nominal do título, do desconto e do juro corrido, é reflectido na demonstração dos resultados do exercício em que ocorre, na rubrica "Resultados cambiais". 1) Activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados 1a) Activos financeiros detidos para negociação Os activos financeiros detidos para negociação são aqueles adquiridos com o objectivo principal de serem transaccionados no curto prazo ou que são detidos como parte integrante de uma carteira de activos, normalmente de títulos ou derivados, em relação à qual existe evidência de actividades recentes conducentes à realização de ganhos de curto prazo. Relatório e contas 2017 103

Derivados detidos para negociação Os derivados que não sejam considerados numa relação de cobertura contabilística são considerados como outros instrumentos financeiros ao justo valor através de resultados. Quando o justo valor dos instrumentos for positivo, são apresentados no activo, quando o seu justo valor for negativo são classificadas no passivo, em ambos os casos na rubrica de derivados detidos para negociação. Derivados embutidos Os derivados embutidos em instrumentos financeiros são separados contabilisticamente sempre que: _ os riscos e benefícios económicos do derivado não estejam relacionados com os do instrumento principal (contrato hospedeiro); _ o instrumento híbrido (conjunto) não esteja, à partida, reconhecido ao justo valor através de resultados. Os derivados embutidos são apresentados na rubrica derivados de negociação, registados ao justo valor com as variações reflectidas em resultados do período. 1b) Designados ao justo valor através de resultados A designação de activos ou passivos financeiros ao justo valor através de resultados (Fair Value Option) pode ser realizada desde que se verifique pelo menos um dos seguintes requisitos: _ os activos ou passivos financeiros são geridos, avaliados e reportados internamente ao seu justo valor; _ a designação elimina ou reduz significativamente o mismatch contabilístico das transacções; ou _ os activos ou passivos financeiros contêm derivados embutidos que alteram significativamente os fluxos de caixa dos contratos originais (contrato hospedeiro). Os activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados são reconhecidos inicialmente ao seu justo valor, com os custos ou proveitos associados às transacções reconhecidos em resultados no momento inicial, com as variações subsequentes de justo valor reconhecidas em resultados. A periodificação dos juros e do prémio/desconto (quando aplicável) é reconhecida na margem financeira com base na taxa de juro efectiva de cada transacção, assim como a periodificação dos juros dos derivados associados a instrumentos financeiros classificados nesta categoria. 2) Investimentos detidos até à maturidade Nesta categoria são reconhecidos activos financeiros não derivados, com pagamentos fixos ou determináveis e maturidade fixa, para os quais o Banco tem a intenção e capacidade de manter até à maturidade e que não foram designados para nenhuma outra categoria de activos financeiros. Estes activos financeiros são reconhecidos ao custo amortizado no momento inicial do seu reconhecimento e mensurados subsequentemente ao custo amortizado, usando o método da taxa de juro efectiva. O juro é calculado através do método da taxa de juro efectiva e reconhecido em margem financeira. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados quando identificadas. 104 Relatório e contas 2017

Qualquer reclassificação ou venda de activos financeiros reconhecidos nesta categoria que não seja realizada próxima da maturidade, obrigará o Banco a reclassificar integralmente esta carteira para activos financeiros disponíveis para venda e ficará durante dois anos impossibilitado de classificar qualquer activo financeiro nesta categoria. 3) Activos financeiros disponíveis para venda São activos financeiros não derivados que: (i) o Banco tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) que não se enquadram nas categorias anteriormente referidas. Esta categoria pode incluir títulos de dívida ou de capital. Os activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos inicialmente ao justo valor, incluindo os custos ou proveitos associados às transacções e posteriormente mensurados ao seu justo valor. As alterações no justo valor são registadas por contrapartida de reservas de justo valor até ao momento em que são vendidos ou até ao reconhecimento de perdas de imparidade, caso em que passam a ser reconhecidos em resultados. Instrumentos de capital que não sejam cotados e cujo justo valor não é possível ser calculado com fiabilidade são registados ao custo. Na alienação dos activos financeiros disponíveis para venda, os ganhos ou perdas acumulados reconhecidos em reservas de justo valor são reconhecidos na rubrica "Resultados de activos financeiros disponíveis para venda" da demonstração dos resultados. A flutuação cambial dos títulos de dívida em moeda estrangeira é registada na demonstração de resultados na rubrica de "Resultados cambiais". Para os instrumentos de capital, por se tratarem de activos não monetários, a flutuação cambial é reconhecida na Reserva de justo valor (Capitais próprios), como uma componente integrante do respectivo justo valor. Os juros de instrumentos de dívida são reconhecidos com base na taxa de juro efectiva na margem financeira, incluindo um prémio ou desconto, quando aplicável. Os dividendos são reconhecidos em resultados na rubrica de "Rendimentos de instrumentos de capital" quando for atribuído o direito ao recebimento. Os activos financeiros aqui reconhecidos são inicialmente registados ao seu justo valor e subsequentemente ao custo amortizado líquido de imparidade. Os custos de transacção associados fazem parte da taxa de juro efectiva destes instrumentos financeiros. Os juros reconhecidos pelo método da taxa de juro efectiva são reconhecidos em margem financeira. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados quando identificadas. 4) Passivos financeiros Um instrumento financeiro é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual de uma liquidação a ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou outro activo financeiro, independente da sua forma legal. Os passivos financeiros são desreconhecidos quando a obrigação subjacente é liquidada, expira ou é cancelada. Os passivos financeiros não derivados incluem recursos de instituições de crédito e de Clientes, empréstimos, responsabilidades representadas por títulos, outros passivos subordinados e vendas a descoberto. Relatório e contas 2017 105

Os passivos financeiros são inicialmente reconhecidos ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado. Os custos de transacção associados fazem parte da taxa de juro efectiva. Os juros reconhecidos pelo método da taxa de juro efectiva são reconhecidos em margem financeira. As mais e menos valias apuradas no momento da recompra de outros passivos financeiros são reconhecidas em Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados no momento em que ocorrem. O Banco classifica os seus passivos financeiros que não garantias e compromissos, mensurados ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva ou ao justo valor através de resultados. (ii) Custo amortizado O custo amortizado de um activo ou passivo financeiro é o montante pelo qual um activo ou passivo financeiro é reconhecido inicialmente, deduzido de recebimentos de capital, acrescido ou deduzido de amortizações acumuladas usando o método da taxa de juro efectiva, decorrentes da diferença entre o valor inicialmente reconhecido e o montante na maturidade, menos as reduções decorrentes de perdas por imparidade. (iii) Mensuração ao justo valor O justo valor é o preço que seria recebido ao vender um activo ou pago para transferir um passivo numa transacção corrente entre participantes de mercado à data da mensuração ou, na sua ausência, o mercado mais vantajoso a que o Banco tem acesso para efectuar a transacção aquela data. O justo valor de um passivo reflecte o risco de crédito do próprio Banco. Quando disponível, o justo valor de um investimento é mensurado utilizando a sua cotação de mercado num mercado activo para aquele instrumento. Um mercado é considerado activo se houver frequência e volume de transacções suficientes de forma a que exista uma cotação de preços numa base constante. Se não houver cotação num mercado activo, o Banco utiliza técnicas de valorização que maximizem a utilização de dados de mercado observáveis e minimizem a utilização de dados não observáveis em mercado. A técnica de valorização escolhida incorpora todos os factores que um participante no mercado levaria em consideração para calcular um preço para a transacção. (iv) Identificação e mensuração de imparidade Adicionalmente à análise de imparidade sobre os créditos a Clientes, em cada data de balanço é efectuada uma avaliação da existência de evidência objectiva de imparidade para todos os restantes activos financeiros que não estejam registados ao justo valor através de resultados. Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tenham impacto nos fluxos de caixa futuros do activo que possam ser estimados com fiabilidade. Em conformidade com as IFRS, o Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. 106 Relatório e contas 2017

Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para as acções e outros instrumentos de capital, uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu valor de mercado abaixo do custo de aquisição, e (ii) para os títulos de dívida, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade. No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro e são registadas por contrapartida de resultados. Estes activos são apresentados no balanço líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício. Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital, em que as mais-valias subsequentes são reconhecidas em reservas. (v) Transferências entre categorias O Banco apenas procede à transferência de activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, da categoria de activos financeiros disponíveis para venda para a categoria de activos financeiros detidos até à maturidade, desde que tenha a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros até à sua maturidade. Estas transferências são efectuadas com base no justo valor dos activos transferidos, determinado na data da transferência. A diferença entre este justo valor e o respectivo valor nominal é reconhecida em resultados até à maturidade do activo, com base no método da taxa efectiva. A reserva de justo valor existente na data da transferência é também reconhecida em resultados com base no método da taxa efectiva. As transferências de activos financeiros disponíveis para venda para crédito a Clientes crédito titulado são permitidas se existir a intenção e capacidade de o manter no futuro previsível ou até à maturidade. Relatório e contas 2017 107

(vi) Desreconhecimento O Banco desreconhece os seus activos financeiros quando (i) expiram todos os direitos aos fluxos de caixa futuros, (ii) o Banco os tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os risco e benefícios. O Banco procede ao desreconhecimento de passivos financeiros quando estes são cancelados, extintos ou expirados. (vii) Compensação de instrumentos financeiros O Banco procede à compensação de activos e passivos financeiros, apresentando um valor líquido no balanço quando, e apenas quando, o Banco tem o direito irrevogável de os compensar numa base líquida e tem a intenção de os liquidar numa base líquida ou de receber o valor do activo e liquidar o passivo simultaneamente. O direito legal executável não pode ser contingente de eventos futuros, e deve ser executável no decurso normal da actividade do Banco, assim como em caso de default, falência ou insolvência do Banco ou da contraparte. 2.5 - Instrumentos de Capital Um instrumento financeiro é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual de a sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro a terceiros, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos. Os custos de transacção directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Os valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção. Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito ao seu recebimento é estabelecido e deduzidos ao capital próprio. 2.6 - Outros activos tangíveis (i) Reconhecimento e mensuração Os outros activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas por imparidade. O custo inclui despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens. (ii) Custos subsequentes Os custos subsequentes são reconhecidos como um activo separado apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para o Banco. As despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo à medida que são incorridas de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. 108 Relatório e contas 2017

(iii) Amortizações Os terrenos não são amortizados. As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, de acordo com os seguintes períodos de vida útil esperada: _ Benfeitorias em Imóveis arrendados (edifícios) - 10 anos, que corresponde aos prazos dos contratos de arrendamento dos imóveis onde são realizadas benfeitorias; _ Quiosques 4 anos _ Material electrónico e informático entre 3 e 5 anos; _ Equipamento de comunicações e de segurança entre 3 e 15 anos; _ Mobiliário e instalações interiores entre 3 e 10 anos _ Material de transporte 4 anos Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, a IAS 36 Imparidade de activos exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração dos resultados. O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil. 2.7 - Activos intangíveis Software Os custos incorridos com a aquisição de software a terceiras entidades são capitalizados, assim como as despesas adicionais suportadas pelo Banco necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados linearmente pelo período da vida útil estimado, a qual se situa normalmente entre 5 e 10 anos. Encargos com projectos de investigação e desenvolvimento Os custos directamente relacionados com o desenvolvimento de aplicações informáticas, relativamente às quais seja expectável que venham a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício, são reconhecidos e registados como activos intangíveis. Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos são reconhecidos como custos quando incorridos. 2.8 - Activos cedidos e empréstimo de títulos Títulos comprados com acordo de revenda (reverse repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições de crédito ou Clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva. Relatório e contas 2017 109

Títulos vendidos com acordo de recompra (repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições de crédito ou a Clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva. Os títulos cedidos através de acordos de empréstimo não são desreconhecidos do balanço, sendo classificados e valorizados em conformidade com a política contabilística referida na Nota 2.4. Os títulos recebidos através de acordos de empréstimo não são reconhecidos no balanço. 2.9 - Impostos sobre lucros Os impostos sobre lucros registados em resultados incluem o efeito dos impostos correntes e impostos diferidos. O imposto é reconhecido na demonstração dos resultados, excepto quando relacionado com itens que sejam movimentados em capitais próprios, facto que implica o seu reconhecimento em capitais próprios. (i) Imposto corrente Os impostos correntes correspondem ao valor que se apura relativamente ao rendimento tributável do período, utilizando a taxa de imposto em vigor ou substancialmente aprovada pelas autoridades à data de balanço e quaisquer ajustamentos aos impostos de exercícios anteriores. Com a publicação da Lei 19/14 que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2015, o imposto Industrial é objecto de liquidação provisória numa única prestação a ser efectuada no mês de Agosto, apurada através da aplicação de uma taxa de 2% sobre o resultado derivado das operações de intermediação financeira, apurados nos primeiros seis meses do exercício fiscal anterior, excluídos os proveitos sujeitos a imposto sobre aplicação de capitais, independentemente da existência de matéria colectável no exercício. (ii) Imposto diferido Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço e que se espera que venham a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem. Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis com excepção das diferenças resultantes do reconhecimento inicial de activos e passivos que não afectem quer o lucro contabilístico quer o fiscal e de diferenças relacionadas com investimentos em subsidiárias na medida em que não seja provável que se revertam no futuro. Os activos por impostos diferidos são reconhecidos quando é provável a existência de lucros tributáveis futuros que absorvam as diferenças temporárias dedutíveis para efeitos fiscais (incluindo prejuízos fiscais reportáveis). 110 Relatório e contas 2017

2.10 - Provisões e passivos contingentes São reconhecidas provisões quando (i) o Banco tem uma obrigação presente (legal ou decorrente de práticas passadas ou políticas publicadas que impliquem o reconhecimento de certas responsabilidades), (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação. A mensuração das provisões tem em conta os princípios definidos na IAS 37 no que respeita à melhor estimativa do custo expectável, ao resultado mais provável das acções em curso e tendo em conta os riscos e incertezas inerentes ao processo. Nos casos em que o efeito do desconto é material, provisões correspondentes ao valor actual dos pagamentos futuros esperados, descontados a uma taxa que considera o risco associado à obrigação. As provisões são revistas no final de cada data de reporte e ajustadas para reflectir a melhor estimativa, sendo revertidas por contrapartida de resultados na proporção dos pagamentos que não sejam prováveis. As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para as obrigações para as quais foram inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixem de se observar. Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes são sempre objecto de divulgação, excepto nos casos em que a possibilidade da sua concretização seja remota. 2.11 - Reconhecimento de juros Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros activos e passivos mensurados ao custo amortizado são reconhecidos nas rubricas de juros e rendimentos similares ou juros e encargos similares (margem financeira), pelo método da taxa de juro efectiva. Os juros à taxa efectiva de activos financeiros disponíveis para venda também são reconhecidos em margem financeira assim como dos activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados. A taxa de juro efectiva corresponde à taxa que desconta os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro (ou, quando apropriado, por um período mais curto) para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. Para a determinação da taxa de juro efectiva, o Banco procede à estimativa dos fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando eventuais perdas por imparidade. O cálculo inclui as comissões pagas ou recebidas consideradas como parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios ou descontos directamente relacionados com a transacção, excepto para activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados. No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada para desconto de fluxos de caixa futuros na mensuração da perda por imparidade. Especificamente no que diz respeito à política de registo dos juros de crédito vencido são considerados os seguintes aspectos: Relatório e contas 2017 111

_ Os juros de créditos vencidos com garantias reais até que seja atingido o limite de cobertura prudentemente avaliado são registados por contrapartida de resultados de acordo com a IAS 18 Rédito no pressuposto de que existe uma razoável probabilidade da sua recuperação; e _ Os juros já reconhecidos e não pagos relativos a crédito vencido há mais de 90 dias que não estejam cobertos por garantia real são anulados, sendo os mesmos apenas reconhecidos quando recebidos por se considerar, no âmbito da IAS 18 Rédito, que a sua recuperação é remota. Para os instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles que forem classificados como instrumentos de cobertura do risco de taxa de juro, a componente de juro não é autonomizada das alterações no seu justo valor, sendo classificada como Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados. Para derivados de cobertura do risco de taxa de juro e associados a activos financeiros ou passivos financeiros reconhecidos na categoria de Fair Value Option, a componente de juro é reconhecida em juros e rendimentos similares ou em juros e encargos similares (margem financeira). 2.12 - Reconhecimento de dividendos Os dividendos (rendimento de instrumentos de capital) são reconhecidos em resultados quando for atribuído o direito ao seu recebimento. 2.13 - Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões Os rendimentos resultantes de serviços e comissões são reconhecidos de acordo com os seguintes critérios: _ quando são obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados é efectuado no período a que respeitam; _ quando resultam de uma prestação de serviços, o seu reconhecimento é efectuado quando o referido serviço está concluído. Quando são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro, os proveitos resultantes de serviços e comissões são registados na margem financeira. 2.14 - Actividades fiduciárias Os activos detidos no âmbito de actividades fiduciárias não são reconhecidos nas demonstrações financeiras do Banco. Os resultados obtidos com serviços e comissões provenientes destas actividades são reconhecidos na demonstração de resultados no período em que ocorrem. 2.15 - Resultados em operações financeiras Os resultados em operações financeiras incluem os ganhos e perdas gerados por activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados, nomeadamente das carteiras de negociação e de outros activos e passivos ao justo valor através de resultados, incluindo derivados embutidos e dividendos associados a estas carteiras. Estes resultados incluem igualmente as valias nas vendas de activos financeiros disponíveis para venda, e de activos financeiros detidos até à maturidade. As variações de justo valor dos instrumentos financeiros derivados de cobertura e dos instrumentos cobertos, quando aplicável a relações de cobertura de justo valor, também aqui são reconhecidas. 112 Relatório e contas 2017

2.16 - Caixa e seus equivalentes Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se incluem a caixa e as disponibilidades em outras instituições de crédito. A Caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto dos Bancos Centrais. 2.17 - Garantias financeiras e compromissos Garantias financeiras são contratos que obrigam o Banco a efectuar pagamentos específicos de forma a reembolsar o detentor por uma perda incorrida em virtude de um devedor falhar o cumprimento de um pagamento. Compromissos são compromissos firmes com o objectivo de fornecer crédito ao abrigo de condições pré-determinadas. Passivos que decorrem de garantias financeiras ou compromissos dados para fornecer um empréstimo a uma taxa de juro abaixo do valor de mercado são inicialmente reconhecidos ao justo valor, sendo o justo valor inicial amortizado durante o período de vida útil da garantia ou compromisso. Subsequentemente o passivo é registado ao mais alto entre o valor amortizado e o valor presente de qualquer pagamento expectável para liquidar. Nota 3 Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeiras Os IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue julgamentos e faça as estimativas necessárias para decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Banco são apresentadas nesta Nota, tendo como objectivo melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados do Banco e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é apresentada na Nota 2 às demonstrações financeiras. Considerando que, em muitas situações, existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Banco poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do Banco e o resultado das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes. 3.1 - Impostos sobre os lucros Para determinar o montante global de impostos sobre os lucros foi necessário efectuar determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação dos impostos a pagar é incerta durante o ciclo normal de negócios. Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no exercício. Relatório e contas 2017 113

As Autoridades Fiscais têm a possibilidade de rever o cálculo da matéria colectável efectuado pelo Banco durante um período de cinco anos. Desta forma, é possível que haja correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal, que pela sua probabilidade, o Conselho de Administração considera que não terão efeito materialmente relevante ao nível das demonstrações financeiras. 3.2 - Relato financeiro em economias hiperinflacionárias A norma internacional de contabilidade 29 Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias (IAS 29) refere que deve ser efectuada uma avaliação de quando se torna necessária a reexpressão das demonstrações financeiras de acordo com esta norma. O juízo deve ter em consideração as características do ambiente económico do país, nomeadamente as seguintes: _ a população em geral prefere conservar a sua riqueza em activos não monetários ou numa moeda estrangeira relativamente estável. As quantias de moeda local detidas são imediatamente investidas para manter o poder de compra; _ a população em geral vê as quantias monetárias não em termos de moeda local mas em termos de uma moeda estrangeira estável. Os preços podem ser cotados nessa moeda; _ as vendas e compras a crédito têm lugar a preços que compensem a perda esperada de poder de compra _ durante o período de crédito, mesmo que o período seja curto; _ as taxas de juro, os salários e os preços estão ligadas a um índice de preços; _ a taxa de inflação acumulada durante três anos aproxima-se de 100% ou excede este valor. No que se refere à económica Angolana, a Associação Angolana de Bancos ("ABANC") e o Banco Nacional de Angola ("BNA") expressaram uma interpretação de que não se encontram cumpridos a totalidade dos requisitos previstos na IAS 29 Relato financeiro em economias hiperinflacionárias ("IAS 29") para que a economia Angolana seja considerada hiperinflacionária no período findo em 31 de Dezembro de 2017 e, consequentemente, a Administração do Banco decidiu não aplicar as disposições constantes naquela Norma às suas demonstrações financeiras naquela data. 114 Relatório e contas 2017

Nota 4 Margem financeira O valor desta rubrica é composto por: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 De activos/ passivos ao custo amortizado e activos disponíveis para venda De activos/ passivos ao justo valor através de resultados Total Juros e rendimentos similares Juros de crédito a clientes 957-957 Juros de disponibilidades e aplicações em instituições de crédito 138 976-138 976 Juros de investimentos detidos até à maturidade 9 672-9 672 Juros e encargos similares 149 605-149 605 Juros de recursos de Bancos centrais e instituições de crédito 7 638-7 638 Juros de recursos de clientes 712-712 8 350-8 350 Margem Financeira 141 255-141 255 Nota 5 Resultado de serviços e comissões O valor desta rubrica é composto por: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Rendimentos de serviços e comissões 96 445 Comissões de movimentos em moeda estrangeira 67 772 Comissões de garantia 11 955 Comissões de pagamentos e levantamentos 10 718 Comissão de custódia de títulos 2 821 Comissões de pagamento de serviços 1 750 Comissões de pagamentos, transferências e remessas 1 114 Outros serviços bancários 315 Encargos com serviços e comissões 17 417 Despesas bancárias 9 046 Encargos com operações de compensação 1 977 Outras despesas e encargos 6 394 Resultado com comissões 79 028 Relatório e contas 2017 115

Nota 6 Resultados cambiais O valor desta rubrica é composto por: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Resultados com compra e venda de divisas 562 110 Resultados de reavaliação cambial 55 189 Resultados cambiais 506 921 Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.2, e os resultados decorrentes da venda de moeda estrangeira. Nota 7 Custos com pessoal O valor desta rubrica é composto por: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Vencimentos e salários Membros dos Órgãos de Gestão e Fiscalização 293 360 Vencimento base 226 105 Subsídios e bónus 67 255 pessoal 1 810 525 Vencimento base 1 440 605 Subsídios e bónus 369 920 Encargos sociais 240 061 Obrigatórios 123 774 Facultativos 116 287 Outros custos 36 838 Custos com pessoal 2 380 784 116 Relatório e contas 2017

Os custos com a remuneração e outros benefícios atribuídos ao pessoal chave do Banco é apresentado como segue: Valores em milhares de Kwanzas Conselho de Administração Assembleia Geral Conselho Fiscal Conselho de Estratégia Total Remunerações e outros benefícios de curto prazo 285 294 - - - 285 294 Remunerações variáveis - 4 420 1 271 2 376 8 067 Subtotal 285 294 1 271 2 376 293 360 Benefícios de longo prazo e outros encargos sociais Outras remunerações e prémios de antiguidade - - - - - - - - - - Subtotal 285 294 1 271 2 376 293 360 Considera-se "Outro pessoal chave da gestão" os Directores Gerais e os Assessores do Conselho de Administração. O número de Colaboradores do Banco, considerando os efectivos e os contratados a termo, apresenta a seguinte desagregação por categoria profissional: 31.12.2017 Funções directivas 21 Funções de chefia 13 Funções administrativas e outras 454 Total 488 Relatório e contas 2017 117

Nota 8 Fornecimentos e serviços de terceiros O valor desta rubrica é composto por: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Rendas e alugueres 328 293 Publicidade e publicações 273 728 Comunicações e expedição 164 251 Conservação e reparação 259 752 Deslocações e representação 251 164 Água, energia e combustíveis 40 552 Material de consumo corrente 164 566 Serviços Informáticos 137 684 Mão-de-obra eventual 4 083 Judiciais, contencioso e notariado 32 150 Consultoria e auditoria 515 398 Recrutamento e formação 49 663 Outros custos 53 566 Total 2 274 850 Nota 9 Impostos O Banco encontra-se sujeito a tributação em sede de imposto industrial, sendo considerado fiscalmente um contribuinte do Grupo A. Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do exercício, excepto nos casos em que as transacções que os originaram tenham sido reflectidas noutras rubricas de capital próprio. Nestas situações, não aplicáveis em 2017, o correspondente imposto é reflectido por contrapartida de capital próprio, não afectando o resultado do exercício. O cálculo do imposto corrente do exercício findo em 31 de Dezembro de 2017 foi apurado nos termos dos números 1 e 2 do Artigo 4º, da Lei nº 19 / 14, de 22 de Outubro, sendo a taxa de imposto aplicável de 30%. Porém, como o Banco registou prejuízos fiscais no exercício então findo, não existe imposto corrente a liquidar ao Estado. As declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de 5 anos, podendo resultar, devido a diferentes interpretações da legislação fiscal, em eventuais correcções ao resultado tributável do exercício de 2017. No entanto, não é previsível que qualquer correcção relativa a este exercício venha a ocorrer e, caso ocorra, não são esperados impactos significativos nas Demonstrações financeiras. Os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício, conforme disposto no artigo 46.o do Código do Imposto Industrial, podem ser deduzidos aos lucros tributáveis dos três anos posteriores. 118 Relatório e contas 2017

O Banco apresenta na rubrica de impostos correntes o montante de custos de rendimentos de IAC reconhecidos em resultados na medida que considera que este imposto cumpre com os requisitos definidos na IAS 12 para ser considerado como imposto corrente. A totalidade do custo reconhecido na rubrica de impostos correntes no período de 2017 é referente a este imposto. Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, as quais correspondem às taxas aprovadas ou substancialmente aprovadas na data de balanço. Em 2017, o Conselho de Administração optou por não reconhecer impostos diferidos activos sobre os prejuízos fiscais registados pelo Banco neste seu primeiro ano de actividade, uma vez que no cenário mais conservador do planeamento estratégico de médio prazo, pode não ser possível realizar os resultados tributáveis positivos suficientes até ao final do período de três anos, para absorver a totalidade dos prejuízos fiscais de 2017. O valor total de impostos diferidos activos por prejuízos fiscais passíveis de ser reconhecidos era de 1,3 mil milhões de Kwanzas. Nota 10 Caixa e disponibilidades em Bancos centrais E DIS- PONIBILIDADES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO O valor desta rubrica é composto por: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Caixa 62 431 Depósitos em Bancos centrais 1 811 182 Banco Nacional de Angola 1 811 182 Total 1 873 613 A rubrica Disponibilidades no Banco Nacional de Angola inclui depósitos de carácter obrigatório, no montante de AKZ 1.563.516 milhares, que têm por objectivo satisfazer os requisitos legais quanto à constituição de disponibilidades mínimas de caixa, as quais são exclusivamente denominadas em moeda nacional. De acordo com o Instrutivo nº 06/2017 do Banco Nacional de Angola, de 1 de Dezembro, as reservas mínimas obrigatórias são calculadas de acordo com a seguinte tabela: Moeda Nacional Moeda Estrangeira Taxas sobre Base de Incidência Governo Central, Governos Locais e Administradores Municipais Outros sectores Apuramento Diário Apuramento Diário 75% / 50% 100% 21% 15% Relatório e contas 2017 119

De acordo com o Instrutivo em vigor todas as reservas obrigatórias relativas a responsabilidades com Clientes em moeda nacional, deverão ser constituídas exclusivamente depósitos à ordem junto do BNA conforme descrito no quadro acima, sendo que em moeda estrangeira 80% dessa reserva pode ser constituída por Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira. Em 31 de Dezembro de 2017 o Banco não tinha responsabilidades em moeda estrangeira abrangidas pelo instrutivo acima referido. O cumprimento das disponibilidades mínimas obrigatórias é efectuado para um dado período de observação semanal, tendo por base a média dos saldos diários das responsabilidades dos Clientes junto do Banco durante o período imediatamente anterior. O saldo de disponibilidades em Instituições de Crédito é composto na totalidade por exposições junto de entidades residentes em Angola e Portugal. Nota 11 Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições DE CRÉDITO E ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2017 é analisada como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Aplicações em instituições de crédito no país Aplicações no Banco Nacional de Angola 1 450 555 Mercado monetário interbancário 2 700 000 Outras aplicações Juros corridos 16 409 Total 4 166 964 Todas as aplicações têm prazo de maturidade até 3 meses. As aplicações em instituições de crédito em Angola reportadas nesta rubrica em 31 de Dezembro de 2017 venciam juro à taxa média de 13,78%. A rubrica de activos financeiros disponíveis para venda é composta pela participação de 0.9% do Banco na EMIS. 120 Relatório e contas 2017

Nota 12 Investimentos detidos até à maturidade Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2017 é analisada como segue: A 31 de Dezembro de 2017, o prazo de vencimento dos títulos em carteira é inferior a 3 meses. Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Obrigações e outros títulos de rendimento fixo De emissores públicos 519 998 Juros corridos 9 734 Total 529 732 De acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.4, o Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de imparidade na sua carteira de activos detidos até à maturidade seguindo os critérios de julgamento descritos na referida nota. O Banco avaliou com referência a 31 de Dezembro de 2017, a existência de evidência objectiva de imparidade na sua carteira de investimentos detidos até à maturidade, não tendo verificado eventos com impacto no montante recuperável dos fluxos de caixa futuros desses investimentos. Nota 13 Activos tangíveis e intangíveis A rubrica de Activos tangíveis, a 31 de Dezembro de 2017, é apresentada como segue: Valores em milhares de Kwanzas Adições Abates Regularizações/ Transferências 31.12.2017 Activo tangível Móveis, utensílios, instalações e equipamentos 1 756 799 - - 1 756 799 Outras imobilizações 780 091 - - 780 091 Imobilizações em curso 146 009 - - 146 009 Total 2 682 899 - - 2 682 899 Amortizações acumuladas Móveis, utensílios, instalações e equipamentos (190 069) - - (190 069) Outras imobilizações (135 310) - - (135 310) Total (325 379) - - (325 379) Activo tangível líquido 2 357 520 - - 2 357 520 Relatório e contas 2017 121

Todos os Activos tangíveis com excepção de alguns veículos incluídos na categoria Material de Transporte, iniciaram a sua utilização em 2017 e as respectivas amortizações foram calculadas tendo em consideração o mês da sua entrada em actividade. A rubrica de Activos intangíveis, a 31 de Dezembro de 2017, é apresentada como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 activos intangíveis Adquiridos a terceiros em funcionamento Sistema de tratamento automático de dados 692 968 Outros 10 166 703 134 Adquiridos a terceiros em curso de implementação Sistema de tratamento automático de dados 76 740 Outros - 76 740 Activos intangíveis (valor bruto) 779 874 Amortização acumulada 40 608 Activos Intangíveis (valor líquido) 739 266 Os Activos intangíveis em funcionamento foram iniciando a sua utilização ao longo de 2017 e as respectivas amortizações foram calculadas com referência à data da sua entrada em funcionamento. Nota 14 Outros activos A rubrica Outros activos a 31 de Dezembro de 2017 é analisada como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Adiantamentos pelo fornecimento de bens e serviços Nacionais 192 083 Estrangeiros 97 301 Devedores diversos 6 443 Despesas antecipadas 114 076 Outros activos 1 460 Total 411 363 122 Relatório e contas 2017

O saldo de Adiantamentos pelo fornecimento de bens e serviços nacionais, inclui um valor de Akz 149 milhões da EGM Capital, cuja regularização só não ocorreu antes do final do ano, pelo facto de este accionista ter privilegiado canalizar as entregas de caixa por si efectuadas em 2017, para a realização parcial do aumento do capital do Banco, quer na proporção que lhe competia, quer por conta de outros accionistas. Prevê-se que este saldo seja regularizado no início de 2018, imediatamente após a conclusão da realização integral do aumento de capital por todos os accionistas. Nota 15 Recursos de Clientes e outros empréstimos O saldo da rubrica recursos de Clientes e outros empréstimos é composta, quanto à sua natureza, como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Depósitos à vista Depósitos à ordem 6 700 515 Depóstios a prazo Depóstios a prazo 50 Activo tangível líquido 6 700 565 Nota 16 Outros passivos A rubrica Outros passivos a 31 de Dezembro de 2017 é analisada como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Fornecedores Nacionais 215 648 Estrangeiros 197 964 413 612 Encargos fiscais Próprios 58 703 De terceiros 8 229 66 932 Pessoal 211 649 Outros credores 8 679 Total 961 322 Relatório e contas 2017 123

A rubrica Fornecedores inclui Akz 260 milhões referentes à especialização de custos incorridos no exercício para os quais ainda não foram recebidas as respectivas facturas. A rubrica Encargos fiscais inclui fundamentalmente imposto sobre o rendimento de trabalho, segurança social, imposto de selo e imposto da aplicação de capitais a liquidar. A rubrica Pessoal, inclui as estimativas de custo com férias e subsídio de férias a pagar a Colaboradores. Nota 17 Capital social, Acções próprias e Reservas de reavaliação O Banco Postal foi constituído no dia 1 de Setembro com um capital social de Akz 2.500 milhões, representado por igual número de acções, tendo sido realizado pelos seguintes accionistas na proporção das suas: Valores em milhares de Kwanzas Capital em 31.12.2017 % Capital Nº Acções Montante EGM Capital,S.A. 62,90% 1 572 500 1 572 500 Correios Angola 22,50% 562 500 562 500 Grupo ENSA 5% 125 000 125 000 ENSA Seguros de Angola, S.A. 5% 125 000 125 000 C8 Capital 4,60% 115 000 115 000 Total 100,00% 2.500 000 2 500 000 Em Junho de 2017, sob proposta do Conselho de Administração do Banco Postal, os accionistas deliberaram aprovar na Assembleia Geral de 7 de Junho, um aumento do capital social do Banco para Akz 10.500 milhões, através da emissão de 8.000 milhões de novas acções. O prazo e o formato do aumento de capital veio a sofrer algumas alterações que foram ratificadas na Assembleia Geral de Accionistas ocorrida em 24 de Novembro de 2017. Assim, o aumento de capital de Akz 8.000 milhões aprovado em Junho foi executado parcialmente até 31 de Dezembro de 2017 no montantes de Akz 4.478.447 milhares, nos seguintes moldes: Em espécie no montante global de Akz 2,865,114 milhares Esta parcela foi realizada em Setembro de 2017, e resultou: _ da conversão dos créditos da EGM Capital sobre Banco Postal relativos às despesas pagas em 2016 pela EGM por conta do Banco Postal no montante de Akz 2.113 milhões e _ da conversão de um empréstimo em dinheiro concedido pela EGM Capital ao Banco Postal, em Agosto de 2017, no montante de Akz 752 milhões. Este aumento de capital em espécie, foi objecto de certificação por auditor independente. 124 Relatório e contas 2017

Em dinheiro no montante global de Akz 1.613.333 milhares Esta parcela foi realizada entre Setembro e Dezembro de 2017. Assim, após o aumento de capital realizado nos termos acima descritos pelos accionistas evidenciados no quadro abaixo, o capital social do Banco em 31 de Dezembro de 2017 ascende a AKZ 6 978 447 milhares: Valores em milhares de Kwanzas Capital em 31.12.2017 Aumento de capital realizado Capital em 31.12.2017 % Capital Nº Acções Montante Em espécie Em dinheiro Total EGM Capital,S.A. 62,90% 1 572 500 1 572 500 2 865 114 1 046 689 3 911 803 5 484 303 Correios Angola 22,50% 562 500 562 500 - - - 562 500 Grupo ENSA 5% 125 000 125 000-326 644 326 644 451 644 ENSA Seguros de Angola, S.A. 5% 125 000 125 000-240 000 240 000 365 000 C8 Capital 4,60% 115 000 115 000 - - - 115 000 Total 100,00% 2 500 000 2 500 000 100,00% 1 613 333 4 478 447 6 978 447 A parcela remanescente do aumento de capital não realizado até 31 de Dezembro de 2017, no montante de Akz 3 521 553 mil foi realizada em dinheiro em Março e Abril de 2018, pelos accionistas abaixo evidenciados, pelo que no final de Abril de 2018 o Capital Social do Banco Postal atinge já o montante de Akz 10 312 milhões: Valores em milhares de Kwanzas Participação accionista Aumento Capital 2017 Capital em 31.12.2017 Aumento Capital 2018 Capital em 31.04.2018 Distribuição Final de Capital EGM Capital,S.A. 62,90% 3 911 803 5 484 303 1 120 197 6 604 500 6 604 500 Correios Angola 22,50% - 562 500 1 611 803 2 174 303 2 174 303 Grupo ENSA 5% 326 644 451 644 73 356 525 000 525 000 ENSA Seguros de Angola, S.A. 5% 240 000 365 000 160 000 525 000 525 000 C8 Capital 4,60% - 115 000 368 000 483 000 483 000 Total 100,00% 4 478 447 6 978 447 3 333 356 10 311 803 10 311 803 Antes de procederem à emissão das novas acções representativas do capital social do Banco Postal e ao respectivo registo na conservatória, é intenção dos accionistas procederem ao encontro de contas necessário à manutenção das suas participações iniciais de capital, conforme acima apresentado. Relatório e contas 2017 125

Nota 18 Garantias e outros compromissos Os montantes de garantias e avales prestados e os compromissos perante terceiros são analisados como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31.12.2017 Garantias e avales prestados 934 424 Compromissos perante terceiros 1 095 000 Valores recebidos em depósitos 564 174 As garantias e os avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de fundos por parte do Banco. Os compromissos assumidos perante terceiros são revogáveis e dependem da concretização dos compromissos assumidos por terceiros. Caso o compromisso assumido pelo terceiro se concretize, este converte-se num depósito colateral e o compromisso assumido perante terceiros converte-se automaticamente numa garantia prestada pelo Banco, colateralizada pelo depósito anteriormente referido. Os compromissos revogáveis e irrevogáveis apresentam acordos contratuais para a concessão de crédito com os Clientes do Banco os quais, de forma geral, são contratados por prazos fixos ou com outros requisitos de expiração e, normalmente, requerem o pagamento de uma comissão. Substancialmente todos os compromissos de concessão de crédito em vigor requerem que os Clientes mantenham determinados requisitos verificados aquando da contratualização dos mesmos. Não obstante as particularidades destes compromissos, a apreciação destas operações obedece aos mesmos princípios básicos de uma qualquer outra operação comercial, nomeadamente o da solvabilidade, quer do cliente, quer do negócio que lhe está subjacente, sendo que o Banco requer que estas operações sejam devidamente colaterizadas quando necessário. Uma vez que é expectável que a maioria dos mesmos expire sem ter sido utilizado, os montantes indicados não representam necessariamente necessidades de caixa futuras. Os instrumentos financeiros contabilizados como Garantias e outros compromissos estão sujeitos aos mesmos procedimentos de aprovação e controlo aplicados à Carteira de Crédito nomeadamente quanto à avaliação da adequação das provisões constituídas. Os valores recebidos em depósitos são representados por títulos de clientes recebidos pelo Banco em custódia. 126 Relatório e contas 2017

Nota 19 Justo valor de activos e passivos financeiros O justo valor tem como base as cotações de mercado, sempre que estes se encontrem disponíveis. Caso estas não existam, o justo valor é estimado através de modelos internos baseados em técnicas de desconto de fluxos de caixa. A geração de fluxos de caixa dos diferentes instrumentos é feita com base nas respectivas características financeiras e as taxas de desconto utilizadas incorporam quer a curva de taxas de juro de mercado, quer os actuais níveis de risco do respectivo emitente. Assim, o justo valor obtido encontra-se influenciado pelos parâmetros utilizados no modelo de avaliação, que necessariamente incorporam algum grau de subjectividade, e reflecte exclusivamente o valor atribuído aos diferentes instrumentos financeiros. O justo valor dos activos e passivos financeiros registados ao custo amortizado no balanço do Banco, são apresentados como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31 de Dezembro de 2017 Activos e passivos financeiros Valor contabilístico (líquido) Registados ao justo valor Registados ao custo amortizado Justo valor dos activos ao custo amortizado Diferença Registados ao custo histórico Caixa e disponibilidades Bancos centrais Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Investimentos detidos até à maturidade 1 873 613-1 873 613 1 873 613 - - 174 076-174 076 174 076 - - 4 166 964-4 166 964 4 166 964 - - 529 732-529 732 529 732 - - Crédito a clientes 9 732-9 732 9 732 - - Ativos financeiros 6 825 117-6 825 117 6 754 117-71 000 Recursos de Bancos centrais e outras instituições de crédito Recursos de clientes e outros empréstimos 3 104-3 104 3 104 - - 6 700 565-6 700 565 6 700 565 - - Passivos financeiros 6 703 669-6 703 669 6 703 669 - - Relatório e contas 2017 127

Em 31 de Dezembro de 2017, não existiam diferenças significativas entre os activos e passivos registados ao custo amortizado e o respectivo justo valor. O Banco utiliza a seguinte hierarquia de justo valor, com três níveis na valorização de instrumentos financeiros (activos ou passivos), a qual reflecte o nível de julgamento, a observabilidade dos dados utilizados e a importância dos parâmetros aplicados na determinação da avaliação do justo valor do instrumento, de acordo com o disposto na IFRS 13: Nível 1: O justo valor é determinado com base em preços cotados não ajustados, capturados em transacções em mercados activos envolvendo instrumentos financeiros idênticos aos instrumentos a avaliar. Existindo mais que um mercado activo para o mesmo instrumento financeiro, o preço relevante é o que prevalece no mercado principal do instrumento, ou o mercado mais vantajoso para os quais o acesso existe; Nível 2: O justo valor é apurado a partir de técnicas de avaliação suportadas em dados observáveis em mercados activos, sejam dados directos (preços, taxas, spreads ) ou indirectos (derivados), e pressupostos de valorização semelhantes aos que uma parte não relacionada usaria na estimativa do justo valor do mesmo instrumento financeiro. Inclui ainda instrumentos cuja valorização é obtida através de cotações divulgadas por entidades independentes, mas cujos mercados têm liquidez mais reduzida; e, Nível 3: O justo valor é determinado com base em dados não observáveis em mercados activos, com recurso a técnicas e pressupostos que os participantes do mercado utilizariam para avaliar os mesmos instrumentos, incluindo hipóteses acerca dos riscos inerentes, à técnica de avaliação utilizada e aos inputs utilizados e contemplados processos de revisão da acuidade dos valores assim obtidos. O Banco considera um mercado activo para um dado instrumento financeiro, na data de mensuração, dependendo do volume de negócios e da liquidez das operações realizadas, da volatilidade relativa dos preços cotados e da prontidão e disponibilidade da informação, devendo, para o efeito verificar as seguintes condições mínimas: _ Existência de cotações diárias frequentes de negociação no último ano; _ As cotações acima mencionadas alteram-se com regularidade; _ Existem cotações executáveis de mais do que uma entidade; Um parâmetro utilizado numa técnica de valorização é considerado um dado observável no mercado se estiverem reunidas as condições seguintes: _ Se o seu valor é determinado num mercado activo; _ Se existe um mercado OTC e é razoável assumir-se que se verificam as condições de mercado activo, com a excepção da condição de volumes de negociação; e, _ O valor do parâmetro pode ser obtido pelo cálculo inverso dos preços dos instrumentos financeiros e ou derivados onde os restantes parâmetros necessários à avaliação inicial são observáveis num mercado líquido ou num mercado OTC que cumprem com os parágrafos anteriores. Em 31 de Dezembro de 2017 não existiam activos no Banco valorizados ao justo valor. 128 Relatório e contas 2017

A aplicação dos critérios de justo valor atrás referida aos activos e passivos financeiros do Banco valorizados ao custo amortizado, resulta na seguinte distribuição em termos de hierarquia de valorização: 31 de Dezembro de 2017 Valores em milhares de Kwanzas Activos e passivos ao custo amortizado Justo valor Nível 1 Nível 2 Nível 3 Caixa e disponibilidades Bancos centrais Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Investimentos detidos até à maturidade 1 873 613-1 873 613-174 076-174 076-4 166 964-4 166 964-529 732-529 732 - Crédito a clientes 9 732-9 732 - ACtivos financeiros 6 754 117-6 754 117 - Recursos de Bancos centrais e outras instituições de crédito Recursos de clientes e outros empréstimos 3 104-3 104-6 700 565-6 700 565 - Passivos financeiros 6 703 669-6 703 669 - Caixa e disponibilidades e aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Dada a curta maturidade e elevada liquidez dos instrumentos financeiros, o justo valor é o igual ao custo amortizado. Investimentos detidos até à maturidade O justo valor destes instrumentos financeiros é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis. Caso não existam, o justo valor é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros no futuro para estes instrumentos. Crédito a Clientes O justo valor do crédito a Clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas contratualmente definidas. Os fluxos de caixa futuros esperados das carteiras de crédito homogéneas, são estimados numa base de portfólio. Relatório e contas 2017 129

Aplicações e Recursos em/de Bancos centrais e outras instituições de crédito O justo valor destes activos e passivos é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros, considerando que os recebimentos e os pagamentos, consoante o caso, ocorrem nas datas contratualmente definidas. Recursos de Clientes e outros empréstimos O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros. A taxa de desconto utilizada é a que reflecte as taxas praticadas para os depósitos com características similares à data do balanço. Considerando que as taxas de juro aplicáveis são renovadas por períodos inferiores a um ano, não existem diferenças materialmente relevantes no seu justo valor. Nota 20 Gestão de riscos da actividade O Banco está sujeito a riscos de diversa ordem no âmbito do desenvolvimento da sua actividade. A gestão dos riscos é efectuada de forma centralizada aos riscos específicos de cada negócio. A política de gestão de risco do Banco visa a manutenção, em permanência, de uma adequada relação entre os seus capitais próprios e a actividade desenvolvida, assim como a correspondente avaliação do perfil de risco/retorno por unidade de negócio. Neste âmbito, assume uma particular relevância o acompanhamento e controlo dos principais tipos de riscos financeiros - crédito, mercado, liquidez e operacional - a que se encontra sujeita a actividade do Banco. Principais Categorias de Risco Crédito O risco de crédito encontra-se associado ao grau de incerteza de recuperação do investimento e do seu retorno, por incapacidade quer de um devedor (e do seu garante, se existir), provocando deste modo uma perda financeira para o credor. O risco de crédito encontra-se patente em títulos de dívida ou outros saldos a receber. Mercado O conceito de risco de mercado reflecte a perda potencial que pode ser registada por uma determinada carteira em resultado de alterações de taxas (de juro e de câmbio) e/ou dos preços dos diferentes instrumentos financeiros que a compõem, considerando quer as correlações existentes entre eles, quer as respectivas volatilidades. Assim, o Risco de Mercado engloba o risco de taxa de juro, cambial e outros riscos de preço. 130 Relatório e contas 2017

Liquidez O risco de liquidez reflecte a incapacidade do Banco cumprir com as suas obrigações associadas a passivos financeiros a cada data de vencimento, sem incorrer em perdas significativas decorrentes de uma degradação das condições de acesso ao financiamento (risco de financiamento) e/ou de venda dos seus activos por valores inferiores aos valores habitualmente praticados em mercado (risco de liquidez de mercado). Operacional Como risco operacional entende-se a perda potencial resultante de falhas ou inadequações nos processos internos, nas pessoas ou nos sistemas, ou ainda as perdas potenciais resultantes de eventos externos. Organização Interna Como elemento basilar para o sucesso da actividade, o Banco considera fundamental a implementação e preservação de uma adequada gestão do risco, que se deverá materializar na definição do apetite ao risco do Banco e na implementação de estratégias e políticas que visam atingir os seus objectivos tendo em conta o apetite ao risco definido garantindo que o mesmo se mantém dentro de limites predefinidos e que é sujeito a uma supervisão adequada e contínua. O Conselho de Administração do Banco Postal é responsável pela aprovação do apetite ao risco, política global de risco e políticas específicas para os riscos significativos. Inclui-se neste âmbito a aprovação dos princípios e regras de mais alto nível que deverão ser seguidas na gestão do risco do Banco assim como as linhas de orientação que deverão ditar a alocação de capital aos diferentes riscos e unidade de negócio. O Conselho de Administração assegura através do Comité de Risco a existência de um controlo de risco adequado e de sistemas de gestão eficazes em todas as áreas do Banco. O Comité de Risco é responsável por acompanhar periodicamente os níveis globais de risco incorridos, assegurando que os mesmos são compatíveis com os objectivos e estratégias aprovadas para o desenvolvimento da actividade. A função de gestão de risco é desempenhada pela Direcção de Risco. É responsável pela monitorização e reporte da situação de risco do Banco, nomeadamente: estabelecer e promover políticas, procedimentos, metodologias e ferramentas de gestão de risco; monitorizar a tomada de risco das unidades de negócios e promover a importância do controlo ao nível da primeira linha de defesa assegurada pelas unidades de negócios; recolher informação relevante junto das unidades de negócios de modo a controlar regularmente as métricas do apetite ao risco; produzir de forma automática (sempre que possível) relatórios de apetite ao risco. Relatório e contas 2017 131

Avaliação de riscos Risco de Crédito Em 31 de Dezembro de 2017 o Banco Postal não tinha ainda concedido qualquer crédito, excepto aos seus colaboradores, o qual se encontra provisionado com IBNR de 1% (ver nota 2.3). No quadro abaixo apresenta-se a informação relativa à exposição do Banco ao risco de crédito: Valores em milhares de Kwanzas 31 de Dezembro de 2017 Valor contabilístico bruto Imparidade Valor contabilístico líquido Patrimoniais Caixa e disponibilidades em Bancos centrais Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito 1 873 613-1 873 613 174 076-174 076 4 166 964-4 166 964 Activos financeiros disponíveis para venda 71 000-71 000 Investimentos detidos até à maturidade 529 732-529 732 Crédito a clientes 9 830 98 9 732 Extrapatrimoniais Garantias e avales prestados 943 819 9 395 934 424 132 Relatório e contas 2017

Por nível de rating, a exposição do Banco ao risco de crédito está assim representada: 31 de Dezembro de 2017 Valores em milhares de Kwanzas Origem do rating Nível de rating Exposição bruta Imparidade Exposição líquida Caixa e disponibilidades em Bancos centrais Caixa e disponibilidades em Bancos centrais Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Activos financeiros disponíveis para venda Investimentos detidos até à maturidade Sem rating ND 62 431-62 431 Rating externo B- 1 811 182-1 811 182 Sem rating ND 174 076-174 076 Rating externo B- 1 454 980-1 454 980 Sem rating ND 2 711 984-2 711 984 Sem rating ND 71 000-71 000 Rating externo B- 529 732-529 732 Crédito a clientes - Patrimonial Rating interno B 9 830 98 9 732 Garantias e avales prestados Rating interno B 943 819 9 395 934 424 Relatório e contas 2017 133

No que respeita ao risco de crédito, as Disponibilidades e as Aplicações em Bancos centrais, e os Investimentos detidos até à maturidade, são exposições soberanas à República de Angola. A concentração geográfica do risco de crédito em 31 de Dezembro de 2017, pode analisar-se como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31 de Dezembro de 2017 Área geográfica Angola Europa Total Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 62 431-62 431 Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 1 811 182-1 811 182 Disponibilidades em outras instituições de crédito 11 253 162 823 174 076 Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito 1 454 981-1 454 981 Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito 2 711 984-2 711 984 Activos financeiros disponíveis para venda 71 000-71 000 Investimentos detidos até à maturidade 529 732-529 732 Crédito a clientes - Patrimonial 9 732-9 732 Crédito a clientes - Extrapatrimonial 934 424-934 424 Para efeitos de redução do risco de crédito em 31 de Dezembro de 2017 são relevantes os depósitos constituídos no Banco como colateral da garantia emitida cuja exposição líquida totaliza AKZ 108.425 milhares. Risco de Mercado No que respeita à informação e análise de risco de mercado é assegurado o reporte regular no ALCO sobre as carteiras de activos financeiros, as quais estão sujeitas a diversos limites de risco. O Banco mantém ainda o cumprimento do Aviso nº 08/2016 de 16 de Maio referente ao Risco de Taxa de juro na carteira bancária (instrumentos financeiros não detidos na carteira de negociação). A avaliação do risco de taxa de juro originado por operações da carteira bancária é efectuada por análise de sensibilidade ao risco. Com base nas características financeiras de cada contrato, é feita a respectiva projecção dos fluxos de caixa esperados, de acordo com as datas de refixação de taxa e eventuais pressupostos comportamentais considerados. A agregação, para cada uma das moedas analisadas, dos fluxos de caixa esperados em cada um dos intervalos de tempo permite determinar os gaps de taxa de juro por prazo de refixação. 134 Relatório e contas 2017

No seguimento das recomendações da Instrução n.º 06/2016 de 08 de Agosto, do Banco Nacional de Angola, o Banco calcula a sua exposição ao risco de taxa de juro de balanço baseado na metodologia definida no instrutivo. Os activos e passivos do Banco são decompostos por tipo de taxa à data de 31 de Dezembro de 2017 como segue: 31 de Dezembro de 2017 Valores em milhares de Kwanzas Exposição a Taxa fixa Taxa variável "Não sujeito a risco de taxa de juro" Derivados Total Activos 4 706 527-62 431 62 431 62 431 Caixa e disponibilidades em Bancos centrais Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Activos financeiros disponíveis para venda Investimentos detidos até à maturidade - - 1 873 613-1 873 613 - - 174 076-174 076 4 166 964 - - - 4 166 964 - - 71 000-71 000 529 732 - - - 529 732 Crédito a clientes 9 732 - - - 9 732 Passivos 349-6 703 320-6 703 669 Recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito Recursos de clientes e outros empréstimos - - 3 104-3 104 349-6 700 216-6 700 565 Relatório e contas 2017 135

O detalhe dos instrumentos financeiros com exposição a risco de taxa de juro em função da data de maturidade ou de refixação em 31 de Dezembro de 2017, preparado nos termos do Aviso n.º 08/2016 de 16 de Maio, apresenta-se como segue: 31 de Dezembro de 2017 Valores em milhares de Kwanzas Exposição por intervalos de maturidade ou refixação de taxa de juro Até 1 mês 1 a 3 meses 3 a 6 meses 6 meses a 1 ano 1 a 2 anos Indeterminado Total Activos 6 318 242 428 499 1 613 2 472 3 291 71 000 6 825 117 Caixa e disponibilidades em Bancos centrais Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Activos financeiros disponíveis para venda Investimentos detidos até à maturidade 1 873 613 - - - - - 1 873 613 174 076 - - - - 174 076 4 166 964 - - - - - 4 166 964 - - - - - 71 000 71 000 102 897 426 835 - - - - 529 732 Crédito a clientes 692 1 664 1 613 2 472 3 291-9 732 Passivos 6 703 669 - - - - - 6 703 669 Recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito Recursos de clientes e outros empréstimos 3 104 - - - - 3 104 6 700 565 - - - - - 6 700 565 Posição Liquida ( 385 427) 428 499 1 613 2 472 3 291 71 000 121 448 136 Relatório e contas 2017

A repartição dos instrumentos financeiros activos e passivos, a 31 de Dezembro de 2017, por moeda, é apresentada como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31 de Dezembro de 2017 Kwanzas Dólares dos Estados Unidos da América Euros Total Activos 6 975 274-261 206 7 236 480 Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 1 873 613-1 873 613 1 873 613 Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito 10 980 163 096 174 076 174 076 4 166 964-4 166 964 4 166 964 Activos financeiros disponíveis para venda 71 000-71 000 71 000 Investimentos detidos até à maturidade 529 732-529 732 529 732 Crédito a clientes 9 732-9 732 Outros activos 313 253 98 110 411 363 9 732 Passivos 7 449 737 92 901 122 353 7 664 991 Recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito 3 104 - - 3 104 Recursos de clientes e outros empréstimos 6 700 565 - - 6 700 565 Outros passivos 746 068 92 901 122 353 961 322 Posição Liquida (474 463) (92 901) 138 853 (428 511) A análise de sensibilidade do valor patrimonial dos instrumentos financeiros expressos em moeda estrangeira a variações das taxas de câmbio face ao kwanza à data de 31 de Dezembro de 2017, é apresentada como segue: Valores em milhares de Kwanzas 31 de Dezembro de 2017-20% -10% -5% +5% +10% +20% Moeda Dólares dos Estados Unidos da América 18 580 9 290 4 645 (4 645) (9 290) (18 580) Euros (27 771) (13 885) (6 943) 6 943 13 885 27 771 Total (9 191) (4 595) (2 298) 2 298 4 595 9 191 Relatório e contas 2017 137

O resultado do stress test apresentado corresponde ao impacto esperado nos capitais próprios (antes de impostos), devido a uma valorização de 20% no câmbio de cada moeda contra o Kwanza. Risco de Liquidez A avaliação do risco de liquidez é feita utilizando métricas internas definidas pela gestão do Banco, nomeadamente, limites de exposição. Este controlo é reforçado com a execução mensal de análises de sensibilidade, com o objectivo de caracterizar o perfil de risco do Banco e assegurar que as suas obrigações num cenário de crise de liquidez são cumpridas. O controlo dos níveis de liquidez tem como objectivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo. O risco de liquidez é monitorizado diariamente, sendo elaborados diversos relatórios, para efeitos de controlo e para acompanhamento e apoio à tomada de decisão em sede de comité ALCO. A evolução da situação de liquidez é efectuada, em particular, com base nos fluxos de caixa futuros estimados para vários horizontes temporais, tendo em conta o balanço do Banco. Aos valores apurados é adicionada a posição de liquidez do dia de análise e o montante de activos considerados altamente líquidos existentes na Carteira de Títulos descomprometidos, determinando-se assim o gap de liquidez acumulado para vários horizontes temporais. Adicionalmente, é também realizado um acompanhamento das posições de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculadas segundo as regras exigidas pelo Banco Nacional de Angola (Instrutivo n.º 06/2016 de 08 de Agosto). Em 31 de Dezembro de 2017, o gap de liquidez do balanço do Banco apresentava a seguinte estrutura: 138 Relatório e contas 2017

Valores em milhares de Kwanzas 31 de Dezembro de 2017 Prazos residuais contratuais À vista Até 1 mês "1 a 3 meses" "3 a 6 meses" "6 meses a 1 ano" "1 a 3 anos" Mais de 3 anos Indeterminado Total Activos 2 047 689 4 270 553 428 499 1 613 2 472 3 291-71 000 6 825 117 Caixa e disponibilidades em Bancos centrais Disponibilidades em outras instituições de crédito Aplicações em Bancos centrais e em outras instituições de crédito Activos financeiros disponíveis para venda Investimentos detidos até à maturidade 1 873 613 - - - - - - - 1 873 613 174 076 - - - - - - - 174 076-4 166 964 - - - - - - 4 166 964 - - - - - - - 71 000 71 000-102 897 426 835 - - - - - 529 732 Crédito a clientes - 692 1 664 1 613 2 472 3 291 - - 9 732 Passivos 6 700 515 3 154 - - - - - - 6 703 669 Recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito 3 104 3 104 3 104 3 104 3 104 - - 3 104 Recursos de clientes e outros empréstimos 6 700 565 6 700 565 6 700 565 6 700 565 6 700 565 - - 6 700 565 Gap (4 652 826) 4 267 399 428 499 1 613 2 472 3 291-71 000 121 448 Gap acumulado (4 652 826) ( 385 427) 43 072 44 685 47 157 47 157 47 157 47 157 47 157 Relatório e contas 2017 139

Em 31 de Dezembro de 2017, o Rácio de Liquidez (até 1 mês) e o Rácio de Observação (de 1 a 3 meses), calculados em conformidade com o Instrutivo 19/2016 de 30 de Agosto, é de 226% e 417%, respectivamente. Este instrutivo define como mínimo 100% para cada um destes rácios. De referir que o Banco dispõe do montante 530 milhares de Akz respeitante a títulos de Dívida Pública Angolana não onerados e que poderão ser dados em colateral para efeitos de obtenção de liquidez. Risco Operacional Encontra-se implementado um sistema de gestão de risco operacional que se baseia na identificação, avaliação, acompanhamento, medição, mitigação e reporte deste tipo de risco. A Direcção de Risco do Banco exerce a função corporativa de gestão de risco operacional do Banco que é suportada pela existência de Interlocutores em diferentes unidades orgânicas que asseguram a adequada implementação da gestão de risco operacional no Banco. Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade Os fundos próprios do Banco são apurados de acordo com as normas regulamentares aplicáveis, o Aviso nº 02/2016 de 28 de Abril e o respectivo Instrutivo nº 18/2016, o Aviso nº 03/2016 de 28 de Abril e os respectivos Instrutivos nºs 12/2016 e 13/2016, o Aviso 09/2016 de 16 de Maio e o Aviso 14/2013 de 15 de Novembro. As instituições financeiras angolanas devem manter um nível de fundos próprios compatíveis com a natureza e escala das operações devidamente ponderados pelos riscos inerentes às operações, sendo o Rácio de Solvabilidade Regulamentar mínimo de 10%. Os Fundos Próprios regulamentares compreendem: 1 - Fundos Próprios de Base compreendem (i) o Capital Social realizado; (ii) Reserva para registo do valor da actualização monetária do capital social realizado; (iii) resultados transitados de exercícios anteriores; (iv) reservas legais, estatutárias e outras reservas provenientes de resultados não distribuídos, ou constituídas para o aumento de capital, e (v) resultado líquido do exercício e (vi) instrumentos cujas condições de emissão cumprem os requisitos para serem incluídos nesta categoria e foram autorizados pelo Banco Nacional de Angola. 2 - Fundos Próprios Complementares compreendem (i) acções preferenciais remíveis; (ii) fundos e provisões genéricas; (iii) reservas provenientes da reavaliação dos imóveis de uso próprio; (iv) dívidas subordinadas e instrumentos híbridos de capital e dívida; (v) 45% das mais valias potenciais dos títulos disponíveis para venda e (vi) outros valores autorizados pelo Banco Nacional de Angola. 140 Relatório e contas 2017

3 - Deduções Compreendem: (i) acções próprias em carteira; (ii) acções preferenciais remíveis e com dividendos fixos e cumulativos; (iii) empréstimos concedidos com natureza de capital; (iv) resultados negativos de exercícios anteriores ou do exercício em curso; (v) créditos tributários decorrentes de prejuízos fiscais; (vi) imobilizações incorpóreas líquidas das amortizações; (vii) insuficiências de provisões e (viii) outros valores, por determinação do Banco Nacional de Angola. O rácio de solvabilidade regulamentar a 31 de Dezembro de 2017 é de 53%. Nota 21 Normas contabilísticas interpretações recentemente emitidas Impacto da adopção das alterações às normas que se tornaram efectivas a 1 de Janeiro de 2016 Impacto da adopção das alterações às normas que se tornaram efectivas a 1 de Janeiro de 2017. a) IAS 7 (alteração), Revisão às divulgações (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017). Esta alteração introduz uma divulgação adicional sobre as variações dos passivos de financiamento, desagregados entre as transacções que deram origem a movimentos de caixa e as que não, e a forma como esta informação concilia com os fluxos de caixa das actividades de financiamento da Demonstração do Fluxo de Caixa. b) IAS 12 (alteração), Imposto sobre o rendimento Reconhecimento de impostos diferidos activos sobre perdas potenciais (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017). Esta alteração clarifica a forma de contabilizar impostos diferidos activos relacionados com activos mensurados ao justo valor, como estimar os lucros tributáveis futuros quando existem diferenças temporárias dedutíveis e como avaliar a recuperabilidade dos impostos diferidos activos quando existem restrições na lei fiscal. Normas (novas e alterações) publicadas, cuja aplicação é obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018, que a União Europeia já endossou: a) IFRS 9 (nova), Instrumentos financeiros (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39, relativamente: (i) à classificação e mensuração dos activos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidade sobre créditos a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e classificação da contabilidade de cobertura. Relatório e contas 2017 141

b) IFRS 15 (nova), Rédito de contratos com clientes (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a entrega de produtos ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação contratual de entregar activos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflecte a contraprestação a que a entidade tem direito, conforme previsto na "metodologia das 5 etapas". c) IFRS 16 (nova), Locações (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta nova norma substitui o IAS 17, com um impacto significativo na contabilização pelos locatários que são agora obrigados a reconhecer um passivo de locação reflectindo futuros pagamentos da locação e um activo de "direito de uso" para todos os contratos de locação, excepto certas locações de curto prazo e de activos de baixo valor. A definição de um contrato de locação também foi alterada, sendo baseada no "direito de controlar o uso de um activo identificado". d) IFRS 4 (alteração), Contratos de seguro (aplicação da IFRS 4 com a IFRS 9) (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração atribui às entidades que negoceiam contratos de seguro a opção de reconhecer no Outro rendimento integral, em vez de reconhecer na Demonstração dos resultados, a volatilidade que pode resultar da aplicação da IFRS 9 antes da nova norma sobre contratos de seguro ser publicada. Adicionalmente é dada uma isenção temporária à aplicação da IFRS 9 até 2021 às entidades cuja actividade predominante seja a de seguradora. Esta isenção é opcional e não se aplica às demonstrações financeiras consolidadas que incluam uma entidade seguradora. e) Alterações à IFRS 15, Rédito de contratos com clientes (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Estas alterações referem-se às indicações adicionais a seguir para determinar as obrigações de desempenho de um contrato, ao momento do reconhecimento do rédito de uma licença de propriedade intelectual, à revisão dos indicadores para a classificação da relação principal versus agente, e aos novos regimes previstos para simplificar a transição. Normas (novas e alterações) e interpretações publicadas, cuja aplicação é obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017, mas que a União Europeia ainda não endossou: Normas a) Melhorias às normas 2014 2016 (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017). Este ciclo de melhorias afecta os seguintes normativos: IFRS 1, IFRS 12 e IAS 28. 142 Relatório e contas 2017

b) IAS 40 (alteração) Transferência de propriedades de investimento (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que os activos só podem ser transferidos de e para a categoria de propriedades de investimentos quando exista evidência da alteração de uso. Apenas a alteração da intenção da gestão não é suficiente para efectuar a transferência. c) IFRS 2 (alteração), Classificação e mensuração de transacções de pagamentos baseados em acções (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica a base de mensuração para as transacções de pagamentos baseados em acções liquidadas financeiramente ("cash-settled") e a contabilização de modificações a um plano de pagamentos baseado em acções, que alteram a sua classificação de liquidado financeiramente ("Cash-settled") para liquidado com capital próprio ("equitysettled"). Para além disso, introduz uma excepção aos princípios da IFRS 2, que passa a exigir que um plano de pagamentos baseado em acções seja tratado como se fosse totalmente liquidado com capital próprio ("equity-settled"), quando o empregador seja obrigado a reter um montante de imposto ao funcionário e pagar essa quantia à autoridade fiscal. d) IFRS 9 (alteração), Elementos de pré-pagamento com compensação negativa (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração introduz a possibilidade de classificar activos financeiros com condições de pré-pagamento com compensação negativa, ao custo amortizado, desde que se verifique o cumprimento de condições específicas, em vez de ser classificado ao justo valor através de resultados. e) IAS 28 (alteração), Investimentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que os investimentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos (componentes do investimento de uma entidade em associadas e empreendimentos conjuntos), que não estão a ser mensurados através do método de equivalência patrimonial, são contabilizados segundo a IFRS 9, estando sujeitos ao modelo de imparidade das perdas estimadas, antes de qualquer teste de imparidade ao investimento como um todo. Relatório e contas 2017 143

f) Melhorias às normas 2015 2017 (a aplicar aos exercícios que se inicies em ou após 1 de Janeiro de 2019). Este ciclo de melhorias ainda está sujeito ao processo de endosso pela União Europeia. Este ciclo de melhorias afecta os seguintes normativos: IAS 23, IAS 12, IFRS 3 e IFRS 11. g) IFRS 17 (nova), Contratos de seguro (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2021). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta nova norma substitui o IFRS 4 e é aplicável a todas as entidades que emitam contratos de seguro, contratos de resseguro e contratos de investimento com características de participação discricionária. A IFRS 17 baseia-se na mensuração corrente das responsabilidades técnicas, a cada data de relato. A mensuração corrente pode assentar num modelo completo ("building block approach") ou simplificado ("premium allocation approach"). O reconhecimento da margem técnica é diferente consoante esta seja positiva ou negativa. A IFRS 17 é de aplicação retrospectiva. Interpretações a) IFRIC 22 (nova), Operações em moeda estrangeira e contraprestação antecipada (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta interpretação ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Trata-se de uma interpretação à IAS 21 Os efeitos de alterações em taxas de câmbio e refere-se à determinação da "data da transacção" quando uma entidade paga ou recebe antecipadamente a contraprestação de contratos denominados em moeda estrangeira. A "data da transacção" determina a taxa de câmbio a usar para converter as transacções em moeda estrangeira. b) IFRIC 23 (nova), Incerteza sobre o tratamento de Imposto sobre o rendimento (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta interpretação ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Trata-se de uma interpretação à IAS 12 Imposto sobre o rendimento, referindo-se aos requisitos de mensuração e reconhecimento a aplicar quando existem incertezas quanto à aceitação de um determinado tratamento fiscal por parte da Administração fiscal relativamente a Imposto sobre o rendimento. Em caso de incerteza quanto à posição da Administração fiscal sobre uma transacção específica, a entidade deverá efectuar a sua melhor estimativa e registar os activos ou passivos por imposto sobre o rendimento à luz da IAS 12, e não da IAS 37 "Provisões, passivos contingentes e activos contingentes", com base no valor esperado ou o valor mais provável. A aplicação da IFRIC 23 pode ser retrospectiva ou retrospectiva modificada. 144 Relatório e contas 2017

O Banco não estima impactos relevantes nas demonstrações financeiras na adopção futura das normas e interpretações enunciadas, com excepção da IFRS 9 conforme abaixo apresentado: Em Julho de 2014, o IASB emitiu a versão final da IFRS 9 que vem substituir a IAS 39 Instrumentos financeiros: Reconhecimento e Mensuração, a qual foi endossada pela União Europeia no passado dia 3 de Novembro de 2017. A IFRS 9 introduz novos requisitos no que respeita à (i) classificação e mensuração de activos e passivos financeiros, (ii) mensuração e reconhecimento de imparidade de crédito sobre activos financeiros através de um modelo de perdas esperadas e (iii) contabilidade de cobertura. A IFRS 9 é de aplicação obrigatória nos exercícios com início em ou após de 1 de Janeiro de 2018 e estas novas regras são de aplicação retrospectiva a partir dessa data. No entanto, os respectivos saldos comparativos, não serão reexpressos. Os impactos nas demonstrações financeiras do Banco decorrentes da adopção desta nova norma foram estimados por referência a 1 de Janeiro de 2018, tendo por base a informação disponível à data e a assunção de um conjunto de pressupostos. Com base nestas estimativas, e tendo presente que o Banco continua à presente data a concluir com maior rigor o impacto que a IFRS 9 terá nas suas demonstrações financeiras, com modelos que continuam a ser alvo de aprimoramento e de validação interna e externa. O tratamento fiscal dos impactos que venham a resultar da adopção da IFRS 9 está dependente da legislação fiscal que venha a ser aprovada durante o ano de 2018. Durante o exercício de 2018 o Banco continuará a calibrar os modelos que estão em implementação para dar cumprimento aos novos requisitos da IFRS 9 e acompanhará eventuais orientações dos reguladores nacionais e internacionais a respeito da aplicação da referida norma. Nota 22 Eventos subsequentes Não temos conhecimento de quaisquer factos ou acontecimentos posteriores a 31 de Dezembro de 2017 que justifiquem ajustamentos na divulgação nas Notas às Contas relativas ao exercício analisado, que afectem as situações e/ou informações nas mesmas reveladas de forma significativa e/ou que tenham alterado ou se espere que venham a alterar significativamente a situação financeira do Banco, os seus resultados e/ou as suas actividades. Relatório e contas 2017 145

RELATÓRIO DE AUDITOR INDEPENDENTE_ 146 Relatório e contas 2017

Relatório e contas 2017 147

148 Relatório e contas 2017 RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL_

Relatório e contas 2017 149

ADMINISTRADORES_ 150 Relatório e contas 2017