CONTRIBUIÇÕES DA PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO INCLUSIVO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

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Transcrição:

Resumo CONTRIBUIÇÕES DA PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO INCLUSIVO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE Cassiano Rufino da Silva (1); Anny Cibelly Campelo Barbosa (1); Cristiane Souza de Menezes (2) Universidade Federal de Pernambuco, anny.ccbaarbosa@gmail.com (1), cassiano.r@live.com (1), estagioemetodologiabio@gmail.com (2) A busca pela inclusão nas escolas a cada dia vem sendo impulsionada, e um dos fatores que contribuem para isso é a produção de recursos didáticos adaptados que atendam as necessidades dos alunos com algum tipo de deficiência. Este trabalho apresenta uma análise crítica acerca de uma pesquisa sobre a produção de materiais didáticos inclusivos, realizada com os docentes e licenciandos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco Campus Recife, sendo todos os envolvidos ex-bolsistas do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID). Considerando ainda, os dois primeiros autores ex-bolsistas do PIBID, os quais engajaram os resultados da pesquisa com suas experiências práticas próprias em sala de aula no âmbito das atividades do programa supracitado, Foi questionado na pesquisa acerca das necessidades, motivos e frequência da prática de produção de materiais didáticos inclusivos. Foi discutido ainda sobre os efeitos da utilização de materiais didáticos inclusivos nas dinâmicas diferenciadas das turmas de ensino, sendo tais instrumentos considerados agentes facilitadores no processo de ensino e aprendizagem inclusivo, os quais contribuem para a formação e ou manutenção da escola inclusiva. Além disso, é questionado ainda, sobre o processo de profissionalização de professores diante da prática de produzir materiais didáticos inclusivos, sendo necessário que estes instrumentos apresentem características lúdicas e respeitem os ritmos diferenciados de aprendizagem dos alunos, contemplando ainda todos os discentes da (a) turma (a) de ensino em caráter singular. Palavras-chave: Educação inclusiva, material didático, formação docente. Introdução O processo de inclusão escolar e a acessibilidade voltada aos alunos com algum tipo de deficiência estão sendo repercutido constantemente na sociedade nos últimos anos, uma vez que as lutas e conquistas por direitos que asseguram equidade na educação estão aumentando de acordo o avanço da inovação tecnológica e o acesso à informação. As diferenças de gênero, raça, classe social e as restrições às pessoas portadoras de alguma deficiência física e ou mental são fatores que contribuem para as desigualdades sociais, o que porventura é contraditório com a Constituição Federal (BRASIL, 1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), uma vez que estas últimas asseguram o direito de todas as crianças frequentarem uma escola e serem escolarizadas, considerando suas limitações.

É dever da escola apropriar-se de regras, metodologias e recursos que assegurem a igualdade entre os discentes tanto nos aspectos sociais quanto acadêmicos. Pois o processo de inclusão escolar ocorre diante das convivências rotineiras na escola e da promoção de políticas públicas voltadas a inclusão no ambiente escolar. Na educação escolar inclusiva, é importante enfatizar que pessoas portadoras de alguma deficiência de modo geral, não podem ser consideradas incapazes de realizar algo, pois todos os seres humanos em caráter biológico apresentam alguma dificuldade de fazer alguma coisa, ou seja, todos apresentam alguma limitação particular. Mas são necessárias muitas mudanças para o alcance da tão sonhada igualdade social na escola. No ambiente escolar, o docente além de disseminar os princípios éticos e respeito nas relações aluno-professor e aluno-aluno, este pode também apossar-se de metodologias e recursos didáticos adaptados às necessidades dos alunos, objetivando minimizar ou eliminar gradativamente as diferenças e assegurando uma educação de qualidade perante a igualdade no processo de ensino e aprendizagem. Como explícito na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994, p.11-12): O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades. (UNESCO, 1994, p.11-12). A produção de materiais didáticos inclusivos é de grande para formação docente, uma vez que o número de alunos com alguma deficiência cresce constantemente a cada ano nas escolas regulares de ensino. Logo, a prática de produção dos materiais supracitados pode ser considerada uma capacitação e ou preparação para o recebimento e devido acolhimento de alunos portadores de necessidades especiais. O objetivo deste trabalho consiste em discutir os resultados providos de uma pesquisa concluída sobre a produção de material didático inclusivo no âmbito das atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), Subprojeto Biologia da Universidade Federal de Pernambuco Campus Recife, pelo qual os dois primeiros autores deste trabalho fizeram parte no período de 2016 a 2017. Uma das demandas do PIBID Biologia Recife é a produção de materiais didáticos pelos bolsistas, mas o programa não incentiva a elaboração desses instrumentos em caráter inclusivo. É orientado apenas que produzam materiais didáticos lúdicos para serem utilizados

nas aulas práticas de biologia, mas as decisões diante da escolha dos materiais serem inclusivos partem dos próprios bolsistas. Tendo em vista a relevância da temática, entendemos que tal pesquisa pode contribuir para a difusão da informação científica sobre a importância da produção de materiais didáticos inclusivos no processo de formação docente inicial, pois o profissional professore deve adequar-se as necessidades heterogêneas da sociedade, comprometendo-se em construir metodologias e recursos didáticos que contribuam para o processo de desenvolvimento escolar dos alunos de forma igualitária, além de rejeitar a exclusão acadêmica e ou presencial de qualquer aluno na comunidade escolar. Metodologia Foi construído pelos autores deste trabalho, um formulário eletrônico (banco de dados) na plataforma do Google Drive, para que ex-bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) respondessem questões objetivas relacionadas à produção de material didático inclusivo e suas contribuições para ao processo de formação e profissionalização de professores, uma vez que o programa supracitado apresenta entre seus objetivos a proposta de preparar os profissionais da educação em formação ainda durante a graduação em alguma licenciatura, para que estes estejam aptos após o término do curso a construírem aulas construtivistas engajando ludicidade e ensino por investigação. É importante destacar ainda que foi exigido dos ex-bolsistas envolvidos na pesquisa o período mínimo de um ano de permanência no programa supracitado. Além disso, se fez necessário cerca de 40 ex-bolsistas para responder a pesquisa, para esta apresente dados suficiente para obter resultados relevantes e significativos. A identificação dos participantes da pesquisa foi preservada. Entre as perguntas que foram impostas no questionário, foi questionado se o exbolsistas do PIBID já haviam produzido algum material didático inclusivo durante as atividades do programa. Os percentuais das respostas estão expressos no gráfico abaixo:

Gráfico 1 Possibilidades de produção de material didático inclusivo. Produção de material didático no âmbito das atividades do Programa Institucional de Iniciação à Docência 10% 30% Sim, produzi poucas vezes, tal prática não é tão necessária. Não, nunca havia produzido. 60% Todos materiais didáticos que prduduzi foram inclusivos. Fonte: Autores (2018). Considerando os resultados do gráfico acima, é possível perceber que poucos dos bolsistas do PIBID (na época que fizeram parte do programa) se interessaram e ou foram motivados a produzir materiais didáticos inclusivos, mesmo considerando a existência ou inexistência de alunos com alguma deficiência nas turmas de ensino. Podendo tal prática pode ser estratégia para a sensibilização dos alunos considerados normais, além do aperfeiçoar as práticas e estratégias de criatividade, inovação e profissionalização de futuros docentes. 75% (setenta e cinco por cento) dos ex-bolsistas que produziram materiais didáticos inclusivos durantes as atividades do programa supracitado, responderam ainda que o motivo pelo qual elaboraram os modelos não foi devido à presença de alunos deficientes nas turmas de ensino, e sim porque tais recursos deveriam ser utilizados por alunos considerados normais, mas também por possíveis alunos deficientes futuros. Foi questionado ainda no questionário acerca do motivo mais relevante diante das estratégias de planejamento dos materiais didáticos inclusivos. Sendo esta questão considerada para os que já construíram modelos didáticos ou não. Os percentuais das respostas dos ex-bolsistas estão expostas no gráfico abaixo:

Gráfico 2 Estratégias e planejamento na produção de material didático inclusivo. Estratégias e planejamento na produção de material didático inclusivo no âmbito das atividades do Programa Institucional de Iniciação à Docência 44% 20% 36% Deveria apresentar resistência e alta durabilidade. Construído a partir de materiais debaixo custo e ou recicláveis. Apresentar ludicidade e atender as especificidades de uma ou mais deficiências. Fonte: Autores (2018). De acordo com as respostas do gráfico acima é importante considerar que as três respostas apresentam relevâncias significativas particulares. Sendo o fator resistência e durabilidade, grande estratégia para materiais inclusivos e não inclusivos, uma vez que estes asseguram que os instrumentos possam ser utilizados por bastante tempo, sem comprometer sua originalidade. Além disso, deve-se considerar ainda que tal produção construída a partir de materiais de baixo custo motiva o docente a realizar tal prática, pois muitas vezes as escolas não dispõem e ou não disponibilizam de recursos financeiros para a construção de materiais didáticos. É de extrema magnitude considerar ainda que os materiais didáticos inclusivos devem apresentar características lúdicas assegurando o interesse dos alunos, e além de tudo atender as especificidades de uma ou mais deficiências, ou seja, devem prover de artifícios próprios direcionados para as limitações dos alunos, onde os instrumentos voltados para pessoas que apresentam cegueira parcial ou total, estes devem aguçar o sentido da audição e ou do tato (sensorial), facilitando o entendimento do aluno e respectivamente o processo de ensino e aprendizagem significativo. Segue abaixo um modelo produzido pelos autores ex-bolsistas do PIBID, sendo o modelo confeccionado em especial para pessoas com algum tipo de deficiência visual, abordando o conteúdo de biologia divisão celular, mais especificamente fecundação 1. Como mostra a imagem, o modelo apresenta características em 3D, que pode aguçar o sentido do 1 Para maiores informações sobre o conceito de fecundação ver (Linhares: Gewandsznajder, 2005, p. 306).

tato, sendo possível que os alunos deficientes consigam identificar as representações de células, núcleos celulares, óvulo e espermatozoide humano. Figura 1 - Material didático inclusivo (Fecundação até a formação da mórula) Fonte: Autores (2018). Os resultados envolvidos na pesquisa em questão são enriquecidos pelas experiências dos autores ex-bolsistas do PIBID, ou seja, os dados estatísticos obtidos através do formulário supracitado foram utilizados como um recurso para fins estatísticos e discursivos, sendo estes engajados com as experiências de ensino vivenciadas pelos ex-bolsistas. Resultados e Discussão As experiências vivenciadas pelos autores ex-bolsistas do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) diante da produção de materiais didáticos inclusivos, bem como a utilização destes com os alunos (podendo estes últimos apresentar algum tipo de deficiência ou não) trouxe para os envolvidos uma grande satisfação devido aos benefícios encontrados nos materiais, uma vez que tais materiais apresentam propriedades pedagógicas e lúdicas, ou seja, são considerados agentes facilitadores no processo de ensino aprendizagem na construção do conhecimento de biologia. Os resultados oriundos da pesquisa respondida pelos outros ex-bolsistas do PIBID através do formulário do Google contribuíram para a obtenção de resultados específicos deste trabalho, ou seja, uma vez que as respostas apresentaram dados pelos quais foram analisados

criticamente, evidenciando as particularidades diante da escolha e ou necessidade de produzir ou não, materiais didáticos inclusivos. Além de enfatizar o que se faz importante quando o material está sendo planejado, ou seja, é necessário que o material apresente o máximo de propriedades que contribuam para sua originalidade, e contenha ainda o máximo de artifícios e adaptações de acordo com as limitações do público-alvo. De modo geral, é perceptível a necessidade de elaboração materiais didáticos inclusivos pelos profissionais da educação, uma vez que tais instrumentos didáticos agregam valores exclusivos que facilitam o processo de ensino e aprendizagem, contribuindo ainda para a mudança do ensino tradicional para o construtivista. A produção de materiais didáticos inclusivos contribui também para a formação e ou manutenção da escola inclusiva, pois comprometem positivamente o desenvolvimento cognitivo e social de alunos portadores de alguma deficiência. A tabela abaixo mostra os principais objetivos da prática de produção de materiais didáticos inclusivos. Tabela 1 - Objetivos gerais dos materiais didáticos inclusivos. Objetivos Sim/Não Contemplar a diversidade do público-alvo Sim Apresentar propriedades interativas e lúdicas Sim Contribuir para a construção Sim do conhecimento científico Tornar a escola inclusiva Sim Fonte: Autores (2018). Conclusões Através da pesquisa realizada foi possível verificar a importância da produção de materiais didáticos voltados para a inclusão, pois foi percebida a necessidade destes artifícios para a melhoria no processo de ensino aprendizagem. Onde por meio destas estratégias didáticas de ensino, os alunos com necessidades especiais são alcançados, fazendo com que não seja retirado o direito destes a uma educação de qualidade e igualitária, fazendo com que os mesmos sejam incluídos no ambiente escolar e na sociedade. Sabe-se ainda que existe uma grande necessidade de melhorias e qualificações voltadas à educação inclusiva por parte dos docentes, uma vez que nem todos realizam este tipo de exercício, talvez pela ausência de alunos com deficiência nas turmas de ensino. No

entanto, o mesmo curso de qualificação e aperfeiçoamento pode ser utilizado em ocasiões futuras. Portanto, para desenvolver os instrumentos didáticos sejam estes inclusivos ou não, o professor deve está bem preparado e disposto a desenvolver sempre a sua criatividade. É importantíssimo que o docente, seja ele concluinte ou em formação, esteja disposto a mudar suas metodologias e estratégias de ensino, de maneira que possa atender a diversidade das turmas, isto é, as necessidades e limitações dos alunos, considerando os ritmos de aprendizagens diferenciados e garantindo condições para que todos os alunos de uma turma consigam desenvolver as atividades rotineiras de sala de aula de forma igualitária. É perceptível identificar por meio da elaboração e utilização de atividades lúdicas e modelos didáticos inclusivos uma realização profissional, uma vez que o processo de profissionalização do profissional da educação deve acontecer constantemente ao longo do tempo, de acordo com o surgimento de novas tecnologias e culturas. Sendo assim está pesquisa provida de dados específicos, apresenta argumentos que justificam a necessidade de produção de materiais didáticos inclusivos, uma vez que é notória a eficácia de tais objetos. Além de disseminar o conhecimento de tal prática para a sociedade. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: LDB nº 9394, de 20 de Dezembro de 1996. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC / SEF/SEESP, 1998. UNESCO. Declaração de Salamanca. Brasília: CORDE, 1994.