MPE Ministério Público Eleitoral Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ AUXILIAR DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DA BAHIA O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, por sua Procuradoria Regional, vem oferecer REPRESENTAÇÃO, com pedido de medida liminar, em face de: I. LUIS PIMENTEL SOBRAL, brasileiro, com endereço na Rua Miguel Navarro Canizaris, n. 247, apt. 101, Pituba, Salvador, Bahia, CEP: 41820210; II. III. IV. CARLITO FERREIRA PEREIRA DOS SANTOS, brasileiro, com endereço na Av. Paulo VI, n. 1759, 4º andar, apt. 401, Pituba, Salvador, Bahia, CEP: 41810000; DOMINGOS LEONELLI NETTO, brasileiro, com endereço na Av. Oceânica n. 705, Barra, Salvador, Bahia, CEP: 40140130; UZIEL BUENO BARBOSA DE SANTANA JUNIOR, brasileiro, com endereço na Rua Dr. Romulo Serrano, n. 261, Edf. Palazzo Di Tiberio, apt. 601, Engenho Velho da Federação, Rio vermelho, Salvador, Bahia, CEP: 40220005; V. LUIZA COSTA MAIA, brasileira, com endereço na Rua Lucaia, n. 317, Edf. Raphael Gordilho sala 103, Rio Vermelho, Salvador, Bahia, CEP: 41940660;
VI. VII. VIII. IX. SÉRGIO LUIS LACERDA BRITO, brasileiro, com endereço na Av. Tancredo Neves, n. 274, Centro Empresarial Iguatemi, bloco A, sala 635, Caminho das Àrvores, Salvador, Bahia, CEP: 41820030; NELSON VICENTE PORTELA PELLEGRINO, brasileiro, com endereço na Rua Professor Basílio Catalá Castro, n. 69, casa 37, Condomínio Quinta do Candeal, Candeal de Brotas, Salvador, Bahia, CEP: 40280550; MARIA LUIZA ORGE BARRADAS E CARNEIRO, brasileira, com endereço no Km 9, Estrada do Coco, Condomínio Busca Vida, Lote R, n. 8, Busca Vida, Camaçari, Bahia, CEP: 42805200; ROSEMBERG EVANGELISTA PINTO, brasileiro, com endereço na Rua Dr. José Peroba, n. 325, Edf. Elite Comercial 801, Stiep / Costa Azul, Salvador, Bahia, CEP: 41770235; X. GILDÁSIO PENEDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE FILHO, brasileiro, com endereço na Rua Manoel Gomes de Mendonça, n. 231, Ed. Mansão Ville Imperial, Pituba, Salvador, Bahia, CEP: 41900235; XI. XII. XIII. ALICE MAZZUCO PORTUGAL, brasileira, com endereço na Rua Arnaldo Lopes, n. 67, Edf. Nevada, apt. 601, Stiep, Salvador, Bahia, CEP: 41760280; ANTONIO JOSE IMBASSAHY DA SILVA, brasileiro, com endereço na Rua Waldemar Falcão, n. 1495, apt. 2201, Horto Florestal, Salvador, Bahia, CEP: 40295010; FERNANDO DANTAS TORRES, brasileiro, com endereço na Av. I, n. 130, Ed. Wilson Lins, gabinete 108 Alba, CAB, Salvador, Bahia, CEP: 41745001; 2
XIV. XV. XVI. XVII. XVIII. XIX. XX. XXI. XXII. JOSÉ ALVARO FONSECA GOMES, brasileiro, com endereço na Rua do Salete, n. 330, Barris, Salvador, Bahia, CEP: 40070200; ALFREDO BOA SORTE JUNIOR, brasileiro, com endereço no Cond. Jardim dos Passos, n. 36, Qd. 06 Lt. 36, Estrada do Coco, Lauro de Freitas, Bahia, CEP: 42700000; REGINALDO SILVA DE OLIVEIRA, brasileiro, com endereço no Vilage 05, n. 841, Itapoã, Salvador, Bahia, CEP: 41620830; PEDRO SOUZA DOS SANTOS, brasileiro, com endereço na Rua Teodolo de Alburquerque, n. 101, Cond. Residencial Cabula VI, Bl.163, apt. 101, Cabula VI, Salvador, Bahia, CEP: 41181045; CESAR AUGUSTO RABELLO BORGES, brasileiro, com endereço na Av. Sete de Setembro, n. 1796, apt. 601, Vitória, Salvador, Bahia, CEP: 40080001; MAURÍCIO GONÇALVES TRINDADE, brasileiro, com endereço na Av. ACM, n. 2501, sala 608, Brotas, Salvador, Bahia, CEP: 40260700; JOB MEDRADO BRASILEIRO, brasileiro, com endereço na Rua Goias, n. 354, Cond. Califórnia, Ed. Los Angeles, apt 301, Pituba, Salvador, Bahia, CEP: 41830130; VALMIR CARLOS DA ASSUNÇÃO, brasileiro, com endereço na Av. Um, n. 130, Edf. Nelson David Ribeiro Gab. 109, CAB, Salvador, Bahia, CEP: 41745001; UBIRAJARA DA SILVA RAMOS COROA, brasileiro, com endereço na Rua Décima do Parque, n. 56, Gleba B, Camaçari, Bahia, CEP: 42809320; 3
XXIII. XXIV. XXV. XXVI. XXVII. XXVIII. XXIX. ANTONIO TADEU NASCIMENTO FERNADES, brasileiro, com endereço na Rua Monsenhor Gaspar Sadoc, n. 89, apt. 01, Costa Azul, Salvador, Bahia, CEP: 41760200; FELIX DE ALMEIDA MENDONÇA JUNIOR, brasileiro, com endereço na Av. Sete de Setembro, n. 1796, Edf. Artur Moreira Lima, Vitória, Salvador, Bahia, CEP: 40080001; ADOLFO EMANUEL MONTEIRO DE MENEZES, brasileiro, com endereço na Rua Drº Alexandrino Guimarães, n. 317, Centro, Campo Formosa, Bahia, CEP: 44790000; JOAO CARLOS BACELAR BATISTA, brasileiro, com endereço na Rua Sócrates Guanaes Gomes, n. 73, Edf. Príncipe de Luxemburgo, apt. 903, Cidade Jardim, Salvador Bahia, CEP: 40296720; EMILIANO JOSÉ DA SILVA FILHO, brasileiro, com endereço na Rua Guedes Cabral, n. 184, Rio Vermelho, Salvador, Bahia, CEP: 41950620; JOSÉ CARLOS ALELUIA COSTA, brasileiro, com endereço na Rua Professos Basílio C Castro, n. 18, Horto Florestal, Salvador, Bahia, CEP: 40296-730; BRUNO SOARES REIS, brasileiro, com endereço na Alameda Jasmim, n. 176, Edf. Bulevard Cidade Jardim, apt. 203, Cidade Jardim, Salvador, Bahia, CEP: 40296200; XXX. JONIVAL LUCAS DA SILVA JUNIOR, brasileiro, com endereço na Rua Cícero Simões, n. 251, Edf. Mansão Antonio Gaudi, apt. 901, Pituba, Salvador, Bahia, CEP: 41820000; XXXI. MARCELO DE OLIVEIRA GUIMARÃES FILHO, brasileiro, com endereço na Rua Sócrates Guanaes Gomes, n. 02, apt. 1901, Cidade Jardim, Salvador, Bahia, CEP: 40296720. 4
Pelos motivos adiante explicitados: I) DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS A partir de material colhido por esta Procuradoria Eleitoral, constatou-se a veiculação de propaganda eleitoral irregular a cargo dos representados. Com efeito, verifica-se das fotos inclusas que, a toda evidência, os réus estão a promover propaganda eleitoral irregular mediante afixação de artefatos propagandísticos em bens públicos tais como postes de iluminação/sinalização e árvores plantadas em canteiros e jardins, em especial ao longo de todos os canteiros central e lateral da Avenida Luis Viana Filho, bem como nos jardins que servem às imediações da praia do Jardim de Alah, o que configura ofensa direta ao artigo 37, caput, da Lei 9.504/97, verbis: Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados. 1o A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no caput deste artigo sujeita o responsável, após a notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais Sem adentrar a discussão sobre o acerto ou desacerto do Tribunal Regional da Bahia, ao conceder permissivos judiciais que autorizam os candidatos a utilizar o canteiro central da Avenida Luis Viana Filho, bem como de outras vias, para a exibição de suas placas publicitárias, o certo é que tais decisões não constituem passe livre para o desrespeito às leis eleitorais. Vale dizer, há limites!!! 5
Com efeito, em momento algum os referidos provimentos judiciais autorizam que se afixem placas em postes de iluminação pública e de sinalização, tampouco em árvores plantadas em locais públicos, sobretudo porque a publicidade deve ser móvel e não fixa, como corriqueiramente se observa nas ruas, criando cenário que revela, inclusive, a depredação de bens públicos!!! De igual sorte, o TRE/BA, por óbvio, ao prolatar decisões com escora no artigo 37, 6º, da Lei 9.504/97, não o fez para permitir a violação do que estabelecido no artigo 37, 7º, da Lei 9.504/97. Ocorre, todavia, que as decisões proferidas por essa Corte têm sido utilizadas de forma subalterna, para ampliar, às escancaras, a burla à legislação eleitoral, já que, além de afixarem os engenhos em bens públicos, os candidatos, partidos e coligações não se dignam a respeitar o horário estabelecido para colocação e retirada das propagandas chegando-se a extrapolar em muito o intervalo das 6h às 22h, sendo comum os engenhos pernoitarem nos locais em que instalados. Veja-se, a propósito, o que dispõem os referidos dispositivos: Lei 9.504/97, art. 37: [...] 6 o É permitida a colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. 7 o A mobilidade referida no 6 o estará caracterizada com a colocação e a retirada dos meios de propaganda entre as seis horas e as vinte e duas horas. (grifou-se). Aduza-se, ainda, que malgrado as fotografias ora coligidas exibam pontos específicos de determinadas vias, a utilização de bens públicos para a realização de propaganda eleitoral tem sido prática difusa e reiterada por parte de diversos candidatos, os quais promovem a instalação ilícita de artefatos publicitários nas mais diversas localidades do Município, em clara demonstração de desrespeito ao patrimônio público e à população. III) DO CONHECIMENTO PRÉVIO À vista das dimensões da propaganda, dos locais em que foram afixadas (praticamente em todas as principais vias e canteiros centrais Município adentro), é de 6
nítida certeza de que o candidato, não só possui o claro conhecimento do ato ilícito, bem como foi o responsável por sua perpetração. Percebe-se claramente que a propaganda ora impugnada tem beneficiado os candidatos, atendendo a padrões determinados e integrando de forma harmônica o conjunto da publicidade desenvolvida pelo comando de campanha com o objetivo alavancar as suas respectivas candidaturas. Dessarte, impõe-se reconhecer que, uma vez configurada a propaganda eleitoral irregular ora noticiada, outra medida não se demanda, consoante legislação de regência, que não a imediata determinação para: I) que os artefatos sejam removidos de todos os bens públicos; II) III) que sejam respeitados os horários de colocação de retirada, estabelecidos na legislação de regência; que os representados se abstenham de utilizar bens públicos para a realização de publicidade. Interpretação contrária enseja o esvaziamento de norma imperativa e a consequente e desautorizada remoção de importante proteção a bens jurídicos de estatura constitucional, como soem ser o patrimônio público, o equilíbrio do pleito e a vontade soberana do eleitor. IV) DO PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR Ante a relevância dos fundamentos invocados na presente demanda, todos associados à higidez do processo eleitoral, necessário que a ilicitude das condutas perpetradas pelos réus, seja interrompida, em caráter urgente, sobretudo, não se olvide, por se tratar de iniciativa que se constitui em verdadeira burla à legislação e, via de regra, quebra do princípio isonômico. Dessa forma, requer a Procuradoria Regional Eleitoral a concessão de medida liminar para que: 7
I) seja determinada, no prazo máximo de 48h, a restauração dos bens públicos, com a remoção das propagandas neles afixadas e reparação dos danos provocados, sob pena de aplicação da multa de R$ 8.000,00, nos termos do artigo 37, 1º, da Lei 9.504/97; II) seja determinada, no tocante à colocação e remoção dos artefatos publicitários, no prazo máximo de 24 horas, a imediata observância do horário estabelecido no artigo 37, 7º, da Lei 9.504/97, sob pena de multa diária em valor a ser fixado pelo Juízo por descumprimento. V) DO PEDIDO PRINCIPAL E REQUERIMENTOS FINAIS Diante de todo o exposto, confirmada a medida liminar, com a consequente restauração dos bens públicos envolvidos, a Procuradoria Regional Eleitoral requer a condenação dos réus, individualmente, ao pagamento da multa prevista no art. 37, 1º, da Lei 9.504/97. Defesa. Requer, ademais, a notificação do representado para oferecimento de Pugna, ainda, seja conferida oportunidade para produção de prova testemunhal e documental, se necessário. Atribui-se à causa o valor de R$ 16.000,00 (oito mil reais). Salvador, 27 de setembro de 2010. SIDNEY PESSOA MADRUGA Procurador Regional Eleitoral 8