portadores de visão subnormal

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Transcrição:

Estudo comparativo dos testes de VISa O de cores portadores de visão subnormal em compa ra tive study among the calor vision tests in lo w vision pa tien ts Luciene C. ernandes 1 1 Lúcia C arvalho V. Urbano eide atália R. Le ã o 131 RESUO 1 21 oram examinados 57 pacientes (1 1 2 olhos) portadores de visão subnormaldo Hospital São Geraldo. pesquisa procurou estudar a relação eritre a ac\iidade visual e a possibilidade de realização dos testes de visão de cores: Os pacientes foram submetidos aos testes de Ishihara, PanelDl5 de afpswoith, D2 de Roth e The City University Color VisionTest (CUGVT); Os pacientes com acuidade visual maior ou igual a 0,05 obtiveram resultados. favoráveis. Emcoritiriuidade à pesquisa, foi realizado um estudo comparativo entre o Panel D 15 de arnsworth, D2 de Roth e The City University Colo r Vision Test para determin ar o m el ho r indicado na classificação do tipo da discromatopsia. a análise dos resultados, o D 1 5 de arnsworth e o D2 deroth se equivaleram apresentando resultados semelhantes e superiores ao CUCVT. s autoras indicam o teste d e Ishihara no diagnóstico de uma alteração cromática congênita ou adquirida. Para classificação do tipo da discrom atôpsia consideram o D2 d e Roth o melhor indicado nos portadores de visão subnormal por ser mais sensível que o D15 de arnsworth. Palavras-chave: V isão subnormal; Visão d e cores; Teste de l s h i hara; Pane! 0 1 5 de arnsworth; 02 de Roth e The City U n iversity Color Vision Test. IODUÇÃO Trabalho rea l i zado no S erviço de Visão Subnonnal do Hospital São Geraldo (Hospital das C l inicas - UG) no periodo de \ 2 a \ 5. "' Oftalmologista responsável p e l o Serviço de V i são 12' Oftalmologia pda aculdade de edicina da UG. P rofessora adjunta IV do Departamento Oftalmolo S ubnormal do Hospital São Geraldo. Doutora em g i a/otorrin o l aringologi a da aculdade de edicina 01 da UG. Ortoptista responsável pela a v a l i ação das funções visuais do Serviço de V isão Subnormal do Hospital São Geraldo. 562 - RQ. B R S. O T L. 6 1 ( 5 ), O U T U B R 0/ 1 O conhecimento de uma discromatopsia é de grande importância na orientação da máxima utilização da visão residual em portadores de visão subnormal. discromatopsia (dis = distúrbio ; cromos = cor; opsis = olho) é um termo genérico usado para designar qualquer distúrbio de cores. Pode ser classificada em formas congênitas e adquiridas. S e gundo Wright ( 1 44) 6 do ponto de vista cromático os indivíduos p o dem ser classificados em tricromata (normal, anormal), dicromata, acromata ou monocromata. O tricromata normal não apresenta qualquer distúrb i o cromático, identi fi c ando todo o espectro. O tricromata anor mal percebe as c ores primári as porém, uma delas, de maneira defic itá ria. É a protanomalia se o déficit na percepção é para o vermelho ; a deuteranomalia, para o verde ; a tritanomalia para o azul e a tetar tanomalia p ara o amare l o. Já o dicromata não percebe uma das três cores básicas : é a protanopi a se a ausênc i a da p ercepção é para o vermelho, a deuteranopia p ara o verde, a tritanopia para o azul e a tetartanopia para o amarel o. http://dx.doi.org/10.535/0004-274.1002

s alterações cromáticas podem ser determinadas atra vés de métodos subj etivos e obj etivos. Dentre os subj etivos podemos considerar os métodos de denominação, discrimi nação, comparação e igualação. a avaliação obj etiva, o registro do potencial evocado visual (PEV) é o único método uti l izado 1 6 Entre os testes de discriminação, as tábuas pseudo isocromáticas de Ishihara são as mais empregadas. É um teste de fácil e rápida realização. Contudo, ele utiliza estímulos de pequeno tamanho, dificultando sua realização em portadores de visão subnormal. S ervem p ara i dentificar quantitativa mente tipo protan-deutan e, também, acromatopsia. São uti lizados basicamente, p ara identificar discromatopsias con gênitas 3 6 Os métodos de comparação ou classificação consistem em fazer uma seleção entre diversas amostras das cores mais semelhantes. Os testes de arnsworth são os mais utilizados, sendo o D l 5 e o D2 os principais. O Panel D 1 5 de arnsworth é teste qualitativo. É freqüentemente utilizado nos distúrbios cromáticos adquiri dos. É simples e rápido e pode ser aplicado em crianças acima de 6 anos. O D2 de Roth é um teste qualitativo, mais comp lexo que o 0 1 5, por apresentar 2 pastilhas em vez das 1 5 utilizadas por este. É, também, mais indicado nas discromatopsias ad quiridas. The City University Color Vision Test (CUCVT) é um exame simples e bem indicado em crianças. Detecta correta mente distúrbios no eixo vermelho-verde, dando muito fal so-negativo no eixo amarelo-azul. étodo mais indicado nas discromatopsias adquiridas. ausência de uniformidade entre os diversos métodos dificulta um diagnóstico da discromatopsia. atores como acuidade visual, idade e infor mação do paciente devem ser lembrados na análise dos resultados. O presente trabalho teve por obj etivo inicial estudar a relação entre a V e a possibilidade da realização dos testes de visão de cores e, a seguir, comparar os três testes de visão de cores (D l 5, D2 e CUCVT) determinando aquele melhor indicado para classificaç ão do tipo da discromatopsia, em portadores de visão subnormal. RIL E ÉTODOS oram estudados 57 pacientes ( 1 1 2 olhos) portadores de visão subnormal, de etiologia diversa, numa faixa etária de 05 a 77 anos (média 22, 1 anos), atendidos no S erviço de Visão Subnormal do Hospital S ão G eraldo (HC-UG), no p eríodo de 1 2 a 1 5. Os pacientes registrados n o S erviço eram submetidos a uma avaliação especializada que incluiu anamnese, medida da acuidade visual uti l i zando - s e dos testes LH (Lea Hyvarinen) para crianças e iletrados e o ETDRS nos pacien tes alfabetizados. 564 - R Q. B R S. OrL. 6 1 (5 ), OUTUBR0/ 1 a avaliação da visão cromática utilizou-se os testes de Ishihara, Panel D l 5 de arnsworth, D2 de Roth e The City University Color Vision Test (CUCVT), sempre que possível, anotando PR para o protan, deutan, tritan e tetartan. uma primeira etapa, a pesquisa procurou estudar a rela ção entre a acuidade visual e a possibilidade de realização dos testes de visão de cores. Em continuidade a pesquisa foi realizado um estudo comparativo entre o P anel D 1 5 de arnsworth, o D2 de Roth e the City University Color Vision Test para determinar o melhor indicado na classificação do tipo da discroma topsia. Para análise dos dados o s p acientes foram divididos em 3 grup o s : grupo I - V entre 0,3 a > 0, 1 ; grupo -V = 0, 1 a 0,05 e o grupo III - V < 0,05. Em todos os testes considerou-se possível a somatória dos resultados normal (), alterado () e incaracterístico (I), sendo este referi do ao exame alterado sem um eixo definido. O resultado foi considerado inviável (I) quando da impossibilidade da sua realização. Os resultados foram apresentados em tabelas e gráficos conforme a adequacidade em cada variável descrita. a com paração entre os três testes no grupo utilizou-se o teste X2 (Qui-quadrado) e o particionamento de tabelas para identifi car o melhor. E, em relação aos grupos I e 1 não foi necessá rio comparar os três testes utilizando-se uma análise estatísti ca. Desta forma, para estes grupos, foi apresentado apenas uma comparação de forma descritiva. Todos os resultados do grupo foram considerados significativos ao nível de significância de 5 % (p < 0,05). RESULTDOS oram examinados 5 7 pacientes ( 1 1 2 olhos) com visão subnormal, sendo 3 5 ( 6 1,4%) portadores de patologias congênitas/hereditárias e 22 (3,6%) portadores de patolo gias adquiridas. faixa etária v ariou de 05 a 77 anos (média 2 2, 1 ano s ) ; 3, 6 % apresentou acuidade visual en tre 0,3 e > O, 1 e os demais 6 1,4% uma acuidade visual :5: O, 1 (Tabela 1 ). Tabela 2 mostra que a realização do teste de Ishihara foi possível em 76,5% dos olhos do grupo I, 70,4% do grupo, sendo impossível sua realização em 75% do grupo 1. Em relação ao Panel D l 5, a Tabela 3 mostra que sua realização foi possível em 1 00% dos casos do grupo I, 6,4% no grupo e 7 5,0% no grupo III. Tabela 4 mostra a possibilidade da realização do D2 em 7, 1 % no grupo I, 6,5% no grupo 2 e 75,0% no grupo 1. Como observado no D l 5, a resposta no grupo III foi possível para V até 0,0 1 2 5 - Tabela 1. Quanto ao CUCVT, a Tabela 5 mostra que o exame foi possível em 7,4% do grupo I, 1,6% no grupo e em 50% do grupo III.

S J S B J S PJ BHC CRGR C DL ESB ERG 0,3 DC S 13 O B JO JD K R K J D H H TJ GCS G G GHR GG O S CPG PJ PLC LS RO R P S ZLR C JJ B D GL LV LLS LS L LS LHO VCD SLG SBP RE RSS B 7 5 12 34 23 77 12 3 62 36 30 15 56 33 63 42 16 64 25 10 15 7 16 2 6 0,3 v u l to s I I, v u l to s 0 0 0,03 " 0, 25 fv1, 0 05 0,3 0,0 0,025 0,05 0,05 I I Zero I 0,06 0,0 0,03 0, 1 25 0, 03n 566 - R Q. B R S. O T L. 6 1 (5 ), O U T U B R 0/ 1. ;; I I,,:. I I I I

Tabela 2. Resu ltado do teste de lshihara em portadores de visão subnormal do H ospital São Geraldo. Tabela 3. Resultado do teste 01 5 em portadores de visão subnormal do Hospital São Geraldo. Tabela 4. Resultado do teste 02 em portadores de visão subnormal do Hospital São Gera ldo. Tabela 5. Resultado do The C ity U n i versity Color Vision Test em portadores de visão subnormal do Hospital São Geraldo. I n viável Total Tabela 6. Com paração entre os três testes de visão de cores em portadores de visão subnormal com acu idade visual 0,3 a > O, 1. Tabela 7. Comparação entre os três testes de visão de cores considerando-se os pacientes com acu idade visual O, 1 a 0,05 em relação à possibilidade de real ização dos testes. 56 - RQ. B R S. O T L. 6 1 ( 5 ), O U T U B R 0/ 1

o estudo comparativo entre o 015, 02 e o CUCVT, a Tabela 6 mostra que no grupo I em 100% dos pacientes foi possível realização do O 15, 7,1% responderam corretamente ao 02 enquanto que, ao CUCVT somente em 7,4% foi possível a realização do teste. Entretanto, apesar dos resultados aos testes O 15 e 02 apresentarem uma maior proporção de diagnóstico em relação ao CUCVT, não se pode afirmar que estas diferenças são estatisticamente significativas. o grupo li verificou-se diferença estatisticamente significativa entre os três testes de visão, sendo que, o O 15 e o 02 se equivaleram apresentando resultados semelhantes e superiores ao CUCVT. Tabela 7 mostra estes resultados. DISCUSSÃO Os testes de visão de cores anteriormente mencionados não são específicos para portadores de visão subnormal. O tamanho do estímulo dificulta, muitas vezes, a sua realização nestes pacientes 2 5 O teste de lshihara é indicado para V maior que e o 015 pode ser realizado em pacientes com V inferior a O, 12 o presente trabalho, uma resposta favorável a todos os testes foi possível para V até 0,05. Hyvarinen 3 indica o 015 para crianças a partir de 4 ou 5 anos. Realizamos todos os testes em crianças de 5 anos. O CUCVT é um teste de fácil realização, sendo bem indicado para crianças 3. Contudo, mostrou respostas inferiores ao O 15 e ao 02 em todos os grupos. ehr e reid 4 citam o O 15 como um teste de escolha por ser simples e rápido. a realização dos testes observou-se resposta semelhante ao O 15 e ao 02. s autoras consideram o 02 o melhor indicado nos portadores de visão subnormal por ter maior número de pastilhas, sendo mais sensível que o 015. não concordância de resultados aos testes O 15, 02 e CUCVT num mesmo paciente foi, algumas vezes, observada. Urbano e ogueira (13) registraram tal variação mesmo em pacientes com V normal. ssim, acreditamos que a variação das respostas aos testes não esteja diretamente relacionada à V mas sim, à sensibilidade do teste. O conhecimento do grau e tipo da discromatopsia é de particular interesse nos portadores de visão subnormal auxiliando, algumas vezes, na definição do diagnóstico além de proporcionar orientação no treinamento escolar, na escolha de uma profissão futura 2 3 6. ovos testes como o PV16 (Precision Vision) 2 têm surgidos para avaliação cromática em portadores de visão subnonnal. Este teste utiliza as mesmas pastilhas do O 15 porém, de maior tamanho. Estudos complementares devem ser realizados para mostrar sua superioridade em relação aos testes já existentes, surgindo a possibilidade de avaliação cromática nos pacientes com V < 0,05. COCLUSÕES Uma resposta favorável aos testes aplicados foi obtida em pacientes com V até 0,05. O 015 de arnsworth e o 02 de Roth se equivaleram, apresentando resultados semelhantes e superiores ao CUCVT. Em comparação com o Pane! 015, consideramos o 02 o mais adequado, por ter maior número de pastilhas, possibilitando uma resposta mais segura. SURY ifty-seven low vzs10n patients (1 12 eyes) fr om the São Geraldo hospital were examined to study the relationship between visual acuity and the possibility o f performing colar vision tests. Th e patients were submitted to 1shihara, arnsworth 's Pane/ D15, Roth 's D2 and Th e City University Calor Vision Test. The patients with a visual acuity equal or greater than 0. 05 had a fa vorable response to the tests. compara tive study among the arnsworth 's Pane/ D 15 and Roth 's D2 and The City University Calor Vision Test was dane to determine the best test to classify a dyschromatopsia. li groups showed identical and better response to arnsworth 's Pane/ D15 and Roth 's D2 than to the CUCVT. Th e 1shihara test is indicated to classify pathology as congenital or acquired. To classify the typ e of dyschromatopsia the authors concluded that the Roth 's D2 is the best chromatic test in low vision patients due to its sensibility in relation to arnsworth 's D15. Keywords: Subnormal vision; Colar Vision; 1shihara test; arnsworth 's Pane/ D15; Roth 's D2; The City University Calor Vision Test. REERÊCIS BIBLIOGRÁICS I. Dantas. Doenças da retina. Rio de Janeiro: Editora Cultura édica Ltda. 1;55-63. 2. ischer L. In: Rosenthal BP, Cole RG. unctional ssessment o f low vision clinicai. Implications of color Vision Deficiencies. osby, EU 1 6;105-27. 3. Hyvarinen L, Lindstedt E. ssessment of vision in children. Stockholm: SR Tal & Punkt ;32-43. 4. ehr E, reid. Low vision care. Professional Press Chicago 175;25-33. 5. enu JP et ai. Testing c olor vision o f visually impaired person. In: Kooijman C et ai. 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