Daltonismo. Daltonismo. Daltonismo
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- Maria de Belem Leveck Araújo
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1 O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica. O distúrbio, que era desconhecido até ao século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era portador. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossoma X, ocorre mais frequentemente entre os homens (no caso das mulheres, será necessário que os dois cromossomas X contenham o gene anómalo). Os portadores do gene anómalo apresentam dificuldade na percepção de determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que se repercute na percepção das restantes cores do espectro. Esta perturbação é causada por ausência ou menor número de alguns tipos de cones ou por uma perda de função parcial ou total destes, normalmente associada à diminuição de pigmento nos fotoreceptores que deixam de ser capazes de processar diferenciadamente a informação luminosa de cor. Os daltonicos são incapazes de discernir as sete cores de um arco-íris. 1
2 Foi somente por volta de 1801 que o físico inglês Thomas Young formulou, em termos de hipótese, a primeira explicação científica para a sensibilidade do olho humano às cores. Cerca de cinqüenta anos mais tarde, Hermann von Helmholtz, físico e fisiologista alemão, se encarregaria de desenvolver essa hipótese e converte-la em teoria, que se tornou universalmente aceita. Segundo a teoria de Young-Helmholtz, a retina possui três espécies de células sensíveis - os cones. Cada uma delas seria responsável pela percepção de uma dada região do espectro luminoso. Essas regiões seriam o vermelho. o verde e o azul. Estas seriam as cores primárias, que, por combinações, originariam todos os outros tons cromáticos. Embora a teoria de Young-Helmholtz tenha sido contestada, ela se ajusta, ainda hoje, aos fenômenos observados. Os estímulos imediatos da percepção visual são os feixes luminosos que, depois de passarem pela pupila, incidem na retina. É ali que a energia luminosa se converte em sinais elétricos, responsáveis pela atividade neural. Os impulsos neurais, provenientes da retina, são então encaminhados ao cérebro, que os interpreta e classifica. A cor que você vê depende de quanto é excitada cada espécie de cone. Quando você olha para a luz vermelha, somente os cones de suas retinas sensíveis ao vermelho enviam mensagens para o cérebro. Se você olhar para uma luz verde, os cones sensíveis ao verde responderão. Os cones sensíveis ao azul responderão à luz azul mais intensamente. 2
3 Nem todas as pessoas vêem as cores da mesma maneira. Aproximadamente 10% dos homens e 1% das mulheres apresentam algum grau de deficiência na avaliação das cores. Essa deficiência chama-se daltonismo. Nas pessoas daltonicas os cones não existem em número suficiente ou apresentam alguma alteração. O tipo mais comum de daltonismo é aquele em que a pessoa não distingue o vermelho do verde. Aquilo que, para uma pessoa é normal, é verde ou vermelho, para esse daltônico é cinzento em várias tonalidades. O motorista com esse tipo de daltonismo pode contornar o problema de distinguir as luzes do semáforo observando suas posições, pois pelas cores não é possível. Em número menor, existem daltônicos que confundem o azul e o amarelo. Um tipo raro de daltonismo é aquele em que as pessoas são completamente "cegas" para as cores: seu mundo é em preto, branco e cinzento. Existem testes especiais que permitem detectar se uma pessoa é ou não daltônica. As figuras seguintes, por exemplo, serão observadas diferentemente por pessoas de visão normal e por aqueles que sofrem de daltonismo. Que números consegues ver nas seguintes lâminas? Figura do teste de Ishihara, método utilizado para diagnosticar o daltonismo. O número 8 somente é visível para as pessoas de visão normal 3
4 Em cima Ao centro Abaixo Visão normal Esquerda Direita Cegueira para o vermelho e o verde Em cima Ao centro Abaixo Esquerda 25 Direita 56 Nesta lâmina, um individuo normal verá o número 5, enquanto que um daltonico (com cegueira para o vermelho ou o para o verde) verá um 2. 4
5 - Curiosidades O daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas portadoras de visão normal, tal como foi descrito num artigo publicado pela BBC Online. Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge demonstrou que algumas formas de daltonismo podem, na verdade, proporcionar uma visão mais aprimorada de algumas cores: Durante a 2ª Guerra Mundial descobriu-se que os soldados daltonicos tinham mais facilidade em detectar camuflagens ocultas na mata. Os daltonicos possuem uma visão noturna superior à de uma pessoa com visão normal. - Curiosidades Eles também são capazes de identificar mais matizes de violeta do que as pessoas com visão normal. A maioria dos daltonicos não sabe que possui esta anomalia. A percepção das cores varia muito de uma pessoa com daltonismo para outra. O pintor Vincent van Gogh sofria de daltonismo. A incidência de daltonismo é maior entre os descendentes de Europeus. Os daltonicos vêem, em média, entre 500 a 800 cores. Normalmente as cores predilectas de quem tem esta alteração genética são o azul ou roxo, por serem cores vivas. Para os daltonicos o arco-íris não possui 7 cores. 5
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