Câmara dos Deputados Grupo de Pesquisa e Extensão - Programa de Pós-Graduação - CEFOR Fabiano Sobreira SEAPS-NUARQ-CPROJ-DETEC Valéria Maia SEAPS-NUARQ-CPROJ-DETEC Elcio Gomes NUARQ-CPROJ-DETEC Jacimara Guerra Assessora Técnica - ECOCÂMARA Suely de Araújo Consultoria Legislativa Leonardo de Oliveira UNICEUB
Contextos Sustentabilidade em Edificações Públicas uma boa arquitetura e a economia de energia em prédios poderiam fazer mais pelo combate ao aquecimento global do que todas as restrições de emissão de gases de efeito estufa definidas no Protocolo de Kyoto. "o uso mais eficiente de concreto, metais e madeira na construção e um menor consumo de energia em itens como arcondicionado e iluminação em casas e escritórios poderiam economizar bilhões de dólares em um setor responsável por de 30% a 40% do consumo mundial de energia. Programa Ambiental das Nações Unidas - UNEP Relatório - Março 2007
Contextos Sustentabilidade em Edificações Públicas PROJETO DE PESQUISA Câmara dos Deputados Grupo de Pesquisa e Extensão - Programa de Pós-Graduação - CEFOR OBJETIVOS (a) identificar a legislação ambiental relacionada às de edificações públicas; (b) identificar procedimentos e barreiras administrativas, técnicas e legais para a implementação da legislação; (c) avaliar a efetividade e aplicabilidade da legislação vigente; (d) catalogar exemplos de "boas práticas"
Contextos Sustentabilidade em Edificações Públicas ARTIGO Sustentabilidade em Edificações Públicas OBJETIVO Apresentar um breve panorama e análise crítica sobre alguns dos caminhos que estão sendo seguidos pela Administração Pública na tentativa de tornar suas edificações mais sustentáveis.
Contextos Sustentabilidade em Edificações Públicas TÓPICOS DE ANÁLISE Instrumentos Legais Selos Verdes e Certificações Experiências na Administração Pública Concursos de Projeto 1 2 3 4
Instrumentos Legais 1
Instrumentos Legais 1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL De acordo com o art. 225 da Constituição Federal, impõe-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defender o meio ambiente e preservá-lo para a presente e as futuras gerações. O Poder Público deve controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente (art. 225, 1º, inciso V)
Instrumentos Legais 1 LEI 8.666/1993 - LEI DE LICITAÇÕES Sobre Obras e Serviços - Projeto básico (art. 6º, inciso IX): que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento Entre os requisitos mínimos (Art. 12) que devem ser observados na elaboração dos projetos básicos: (...) IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local; (...) VII - cuidado com o impacto ambiental
Instrumentos Legais 1 CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE RESOLUÇÃO Nº 01/1986 Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EIA Questões como adequação do empreendimento à cultura local integram as avaliações sobre impacto ambiental RESOLUÇÃO Nº 307/2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, de forma a minimizar os impactos ambientais.
Instrumentos Legais 1 PROJETOS DE LEI CÂMARA DOS DEPUTADOS PL 1.715/1999 - Dep. Marcos Afonso Propõe alterações na Lei de Licitações. Estabelece que em obras e serviços públicos, a madeira utilizada deve ser oriunda de plano de manejo florestal aprovado pelo órgão ambiental competente PL 1.739/2007 - Dep. Paulo Teixeira Introduz dispositivos sobre a sustentabilidade do ambiente construído no Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001). Prevê a aprovação do plano municipal de sustentabilidade do ambiente construído.
Instrumentos Legais 1 INICIATIVAS ESTADUAIS ESTADO DE SÃO PAULO Decreto nº 50.170/2005 - Estado de São Paulo Institui o Selo Socioambiental no âmbito da Administração Pública estadual. As licitações e contratações de serviços e obras deverão adotar especificações técnicas adequadas à promoção da sustentabilidade socioambiental. Decreto nº 49.674/2005 - Estado de São Paulo Estabelece procedimentos de controle ambiental para a utilização de produtos e subprodutos de madeira em obras e serviços de engenharia contratados pelo Estado de São Paulo.
Instrumentos Legais 1 INICIATIVAS INSTITUCIONAIS CÂMARA DOS DEPUTADOS Projeto de Resolução 01/2007 - Dep. Sarney Filho Dispõe sobre a obrigatoriedade da adoção de medidas, por parte da Câmara dos Deputados, objetivando a redução das emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa e a economia de energia. Nas licitações e contratos a serem realizados pela Câmara dos Deputados, devem ser considerados, como critério de seleção, os produtos e serviços ambiental e socialmente sustentáveis. No processo seletivo para as novas edificações, terão prioridade os projetos que privilegiem a luminosidade natural.
Selos Verdes e Certificações 2
Selos Verdes e Certificações 2 Atestados de qualidade que buscam garantir o menor impacto ambiental e o menor consumo de energia para o edifício construído ou produto beneficiado
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design FSC - Forest Stewardship Council PROCEL EDIFICA - ELETROBRÁS
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design FSC - Forest Stewardship Council PROCEL EDIFICA - ELETROBRÁS
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design US Green Building Council O Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) é um selo (sistema de avaliação) internacional instituido pelo US Green Building Council para verificação do grau de adequação ambiental do projeto, da construção e da operação de edifícios.
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design US Green Building Council Sítios Sustentáveis Uso Eficiente de Água Energia e Atmosfera Materiais e Recursos Qualidade do Ambiente Interno Inovação e Processo de Projeto
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design US Green Building Council Algumas empresas públicas, como a PETROBRÁS, têm desenvolvido os seus projetos de novas edificações com o objetivo de obter certificações internacionais de eco-eficiência, como o LEED.
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design US Green Building Council O Brasil ainda não consolidou sua própria metodologia de avaliação e, na "onda verde", vem adotando metodologias importadas, carentes de reflexões e adaptações às próprias metas de sustentabilidade, sobretudo, sem avaliar a adequação desses selos à realidade nacional. Uma das deficiências do enfoque aplicado pelos selos tradicionais é a redução das questões da sustentabilidade das edificações a apenas preocupações ecológicas, o que acaba ocultando outras questões sérias como as econômicas e sociais.
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design US Green Building Council As soluções de eficiência e sustentabilidade deveriam resultar da qualidade do projeto proposto, o que nos deveria levar à valorização do processo (o projeto) e não apenas do produto edificado. O projeto deverá apresentar soluções culturalmente adequadas preservando a identidade cultural do país ou da região, meta desejável em uma avaliação consistente da sustentabilidade.
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design FSC - Forest Stewardship Council PROCEL EDIFICA - ELETROBRÁS
Selos Verdes e Certificações 2 FSC - Forest Stewardship Council Certificação de Madeira Trata-se de um selo de certificação de madeira, que busca garantir a procedência legal e sustentável do produto. O objetivo do FSC é promover o manejo das florestas de forma ambientalmente apropriada, socialmente benéfica e economicamente viável, através do estabelecimento de um padrão mundial de Princípios de Manejo Florestal amplamente reconhecidos e respeitados.
Selos Verdes e Certificações 2 LEED - Leadership in Energy and Environment Design FSC - Forest Stewardship Council PROCEL EDIFICA - ELETROBRÁS
Selos Verdes e Certificações 2 PROCEL - EDIFICA - ELETROBRÁS Programa e Selo Etiquetagem Voluntária de Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos, desenvolvida no âmbito da Lei Federal 10.295 (Lei de Eficiência Energética).
Experiências na Administração Pública 3
Experiências na Administração Pública 3 A3P - Agenda Ambiental na Administração Pública Programa criado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2001, com o objetivo de sensibilizar gestores públicos para as questões ambientais, estimulando-os a incorporar princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades de rotina.
Experiências na Administração Pública 3 Questionário - Sustentabilidade em Edificações Públicas Projeto Obra Pós-Ocupação Rotinas e Procedimentos Internos
Experiências na Administração Pública 3 Questionário - Sustentabilidade em Edificações Públicas GRUPO A Corresponde à implantação inicial de programas de gestão ambiental, envolvendo questões de gestão de resíduos (coleta seletiva), da economia de recursos (desde copos descartáveis, papéis a energia e água) e da educação ambiental. Nas edificações, as ações se limitam a ações de menor impacto (troca de luminárias e equipamentos sanitários).
Experiências na Administração Pública 3 Questionário - Sustentabilidade em Edificações Públicas GRUPO B Investimentos em novas tecnologias e sistemas de infra-estrutura, tanto em novas edificações quanto em reformas (coleta de águas pluviais, reuso de águas servidas, sistemas de automação predial, películas e elementos de proteção de fachada). EXEMPLOS: Ministério do Meio Ambiente, Câmara dos Deputados, CAIXA (ações administrativas e financiamentos), Banco do Brasil, Correios, Tribunal Superior Eleitoral, etc...
Experiências na Administração Pública 3 Questionário - Sustentabilidade em Edificações Públicas GRUPO C Novas edificações. Os princípios de sustentabilidade são aplicados desde a fase de concepção dos projetos (implantação do edifício, sistemas de infraestrutura, interferência no sítio e no entorno, qualidade do ambiente interno, etc). EXEMPLOS: PETROBRÁS, Banco do Brasil
Experiências na Administração Pública 3 O que se observou nos casos estudados é que muitas das iniciativas internas ocorrem de forma isolada e descentralizada, e poucas se inserem em programas mais amplos, que tratem da sustentabilidade das edificações como uma diretriz institucional.
Concursos de Projeto 4
Concursos de Projeto 4 A legislação federal (Lei 8666/1993) define o concurso como uma das modalidades de licitação, e a forma preferencial para a contratação de projetos de arquitetura pela administração pública. A inclusão de critérios de sustentabilidade nos concursos públicos nacionais de arquitetura é a ação que mais diretamente pode ser implementada pelos órgãos públicos que pretendem escolher o melhor projeto que, entre outros aspectos, contemple avaliações adequadas para edifícios e cidades de menor impacto ambiental. Nos editais e nos termos de referência dos concursos têm sido incluídos aspectos relacionados aos princípios da sustentabilidade.
Concursos de Projeto PRINCÍPIOS PROJETUAIS 4 orientação solar adequada adequada aos condicionantes climáticos locais minimização da carga térmica interna eficiência térmica dos materiais construtivos conforto térmico e luminoso internos proteções solares externas ventilação natural (resfriamento e renovação do arinterno) aproveitamento da luz natural uso da vegetação sistemas para uso racional de água e reuso materiais de baixo impacto ambiental
Concursos de Projeto 4 Os concursos geram a expectativa de um compromisso com aspectos sustentáveis. No entanto, o grande desafio é eleger a melhor arquitetura, e que esta também seja sustentável e eficiente, principalmente em um contexto em que a sustentabilidade tem sido reduzida a acessórios e soluções superficiais.
Conclusões
Conclusões A preocupação ambiental deve ser integrada ao processo de concepção e licenciamento do projeto, inclusive em termos de parâmetros legais A Administração Pública deve fundamentar as compras e contratações em parâmetros sócio-ambientais, o que deve estar refletido na legislação que norteia esses atos governamentais.
Conclusões Os parâmetros ambientais devem ser estabelecidos de forma abrangente e consistente, que considere a cultura local, nos contextos ambiental, social e econômico. É preciso reforçar a troca de informações sobre sustentabilidade ambiental em edificações públicas.
Conclusões As principais decisões sobre sustentabilidade em edificações devem ser tomadas ainda na fase do projeto. Os concursos de arquitetura constituem um instrumento importante para viabilizar a sustentabilidade ambiental em edificações públicas. Para isso, é necessário fortalecer os instrumentos técnicos que subsidiam os editais e os processos de julgamento.
fabiano.sobreira@camara.gov.br