A INFLUÊNCIA DA RECREAÇÃO E LAZER COMO ELEMENTOS AUXILIARES NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE DOENTES MENTAIS DE MARINGÁ-PR



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Transcrição:

20 a 24 de outubro de 2008 A INFLUÊNCIA DA RECREAÇÃO E LAZER COMO ELEMENTOS AUILIARES NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE DOENTES MENTAIS DE MARINGÁ-PR Bruno Ribeiro da Rocha 1 ; Diego Fernandes Maia 1 ; Joaquim Martins Junior 2 RESUMO: Este estudo visa analisar a importância da recreação e do lazer sobre a qualidade de vida de pacientes portadores de doenças mentais de um hospital psiquiátrico de Maringá-PR. Trata-se de uma pesquisa descritiva cujos resultados demonstraram que as práticas de atividades prazerosas e criativas podem contribuir para a recuperação dessa população, bem como, inseri-los de volta ao meio social. A coleta dos dados demonstrou que as atividades de recreação e lazer conseguem gerar nos pacientes sensações de bem-estar, felicidade, amor, prazer, realização pessoal, ou seja, a satisfação das suas necessidades básicas em termos de sociabilidade e afetividade. Ao final, foi possível concluir que a prática destas e de outras atividades semelhantes, tais como os jogos cooperativos, artesanato e atividades físicas contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida desses pacientes, em função dos benefícios físicos, psicológicos e sociais dela emanados, com influência positivas no seu processo de recuperação. PALAVRAS-CHAVE: Doentes mentais; qualidade de vida; recreação e lazer. 1 INTRODUÇÃO A doença mental é uma anomalia que tem sido discutida de diferentes maneiras por todo o mundo. Os estudos têm enfocado os chamados casos crônicos agudos, porém, pouco tem sido enfatizado esses casos, que referem mais de perto aos doentes ainda internados. Segundo Resende (1987), sempre houve uma tendência em, um primeiro momento, em excluir tais casos, junto com os desocupados, os inadaptados e perturbadores da ordem social. Segundo este autor, os primeiros cuidados com esta população eram feitos nas santas casas, onde eles recebiam um tratamento diferente dos demais, amontoados nos porões, sem assistência médica, tendo seus sintomas reprimidos por espancamentos ou contenção em troncos, condenados à morte por maus tratos físicos, desnutrição e doenças infecciosas. Sabe-se que os pacientes dos hospitais psiquiátricos são geralmente levados para aqueles locais quando a sua conduta provoca inconvenientes, vergonha ou sofrimento aos outros. É por esta razão que o seu tratamento é realizado à base de psicofármacos e a contenção dos seus sintomas por meio da internação psiquiátrica (LUSSI, 2003). Segundo Moraes (1993), o lazer é visto pela sociedade, como um tempo livre de atividades, com características próprias e sujos conteúdos seriam necessários a todas as pessoas. Por sua vez, Nahas (2001) refere que a qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na 1 Acadêmicos do Curso de Educação Física do Centro Universitário de Maringá CESUMAR. Programa de Bolsas de Iniciação Científica do Cesumar (PROBIC). br_selva@hotmail.com, diego_maia10@hotmail.com 2 Orientador e docente do Centro Universitário de Maringá CESUMAR. jmjunior@cesumar.br

vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O lazer então surge como resposta para a complexidade das relações sociais atualmente deturpadas, e vem para resgatá-las. Resgate de: valores, atitudes, iniciativas, condutas, motivação, livre escolha, processo educativo promovedor de auto-análise, e posicionar-se na sua dimensão humana, enquanto componente essencial da humanidade. Com essas perspectivas acima, este estudo pretende investigar qual seria a influência de atividades de lazer nessa população. Objetivando assim, identificar os benefícios da recreação e do lazer na melhoria da qualidade de vida de pacientes em hospitais psiquiátricos. Dessa forma, o lazer pode surgir como fator de terapia ocupacional, onde possa desenvolver-se para pacientes uma melhora na sua qualidade de vida? 2 MATERIAL E MÉTODOS Tendo em vista um objetivo estabelecido, foi utilizado neste estudo o método descritivo exploratório. Tratando-se de uma pesquisa descritiva, segundo THOMAS e NELSON (2002) A pesquisa descritiva é o estudo exploratório o qual inclui questionários, entrevista pessoais, sendo baseado na premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio de observação, analise e descrição objetivas e complementares. Fizeram parte desse estudo seis pessoas, que fazem parte da equipe de terapia ocupacional do hospital psiquiátrico de Maringá. Sendo que são 2 professores de educação física, 2 estagiários de educação física, 1 terapeuta ocupacional e 1 pedagoga. Para a composição da amostra, foi entregue ao hospital psiquiátrico de Maringá um resumo do projeto contendo as seguintes informações: Autorização do hospital Psiquiátrico, aprovação do comitê de Ética, objetivos, justificativas e os procedimentos metodológicos que foi utilizado pelo pesquisador. Logo aprovado e autorizado pelo hospital psiquiátrico de Maringá, foram agendadas reuniões com a equipe terapêutica para avaliar e coletar os dados sobre a recreação e lazer dentro dos hospitais psiquiátricos. O instrumento dessa pesquisa foi utilizado para verificar o nível da recreação e do lazer na qualidade de vida dos pacientes. A sua composição por um questionário com oito perguntas, para os seis integrantes da equipe de terapia ocupacional, e ainda, foi possível analisar o espaço reservado à recreação para o desenvolvimento cognitivo dos pacientes. O ambiente do hospital psiquiátrico de Maringá contém: duas quadras, um palco, uma sala de jogos, dois pátios e duas salas de terapia ocupacional, sendo uma feminina e uma masculina. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO As respostas dos integrantes da equipe de terapia ocupacional basearam-se em prontuários de todos os pacientes, cerca de 180 pacientes, cada profissional é responsável por uma quantidade mínima de pacientes. Verificam os progressos do tratamento, através da participação, do comportamento e relatos de pacientes. Veremos que a partir dessa pesquisa foi possível relacionar a inclusão da recreação e do lazer para hospitais psiquiátrico e verificar a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Com opiniões da equipe de terapia ocupacional do hospital psiquiátrico de Maringá, baseado em suas vivencias e de prontuários que demonstra o histórico dos pacientes desse hospital.

Tabela 1: Aceitação de atividades físicas e culturais pelos pacientes Para qual tipo de paciente Ótima Boa Razoável Ruim Dependentes Químicos Crônicos A tabela 1 mostra que as aceitações dos pacientes pelas atividades físicas e culturais estão em um nível aceitável, mas os pacientes crônicos, que estudo este direcionado, ainda faltam alcançar algumas etapas. Pois muitas vezes os doentes crônicos podem estar em crise emocional, delimitado por remédios ou pouco interessado nas atividades. Conforme diz Marcelino (1996), o lazer pode ser instrumento de defesa contra crise emocional, através de um lazer criativo e gratificante que torna possível ao paciente desenvolver atividades de lazer. Mas o profissional que esta a frente das atividades deve analisar o ambiente, enquanto ocorrem às atividades, pois assim, possa verificar se todos estão participando, casos não, deve incentivá-los convidando-os, ou seja, indo até os pacientes, os quais não estão participando e junto com eles realizar a atividade que esta sendo desenvolvida. Essas são as orientações para quem trabalha com essas pessoas. Tabela 2: A melhoria desde a implantação das atividades, tem melhorado no tratamento (opinião da equipe terapêutica, baseadas em vivencias e nos prontuários de cada paciente). Quantidade Porcentagem Sim 6 100% Não 0 0 A tabela 2 é a opinião da equipe terapêutica em relação à melhoria do tratamento dos pacientes. Através das respostas da equipe foi possível verificar que houve certa diminuição de ansiedade (este muito presente nos pacientes crônicos), na recuperação de depressão, do estresse emocional e até mesmo na ajuda no processo de desintoxicação de paciente com dependência química. Neste conceito de desgaste permite observar as transformações negativas originadas pela interação dinâmica das cargas bio-psíquicos humanos, (FERNANDES, 1999). Mas através da recreação e do lazer os pacientes, expressam o que teriam dificuldade de colocar em palavras. Nenhuma atividade é só para passar o tempo, mas é introduzida para a motivação dos processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. Tabela 3: Em relação a atividades extra-hospitalares, quais os locais que são praticados e a quantidade ao mês. Quantidade Não Praticado Praticado Passeios a bosque 1 Visita turística 2 Teatro Caminhadas externas 20 Viagem Cinema 1 Missa 4 Total 28

A tabela 3 demonstra as atividades fora do âmbito hospitalar são 28, ou seja, além de vivenciar outros locais, essa prática traz aos doentes crônicos um momento de prazer através de um simples ambiente diferente. Como comenta Marcelino (1996) em sua obra sobre os conteúdos do lazer, o estimulo da prática do lazer, pode ser desenvolvido a partir dos seus conteúdos: O intelectual, físico, manual, turístico, social e artístico. Sendo assim, as atividades físicas e culturais, seja dentro ou fora do meio hospitalar é possível desenvolver a recreação e o lazer, para deleitar da qualidade de vida. 4 CONCLUSÃO Com a possibilidade de a atividade física contribuir com essa área tão especial, muito mais que um dever, mostra-nos uma possibilidade de contribuir para a melhoria da qualidade de vida desses pacientes, que são tão agredidos com a doença mental. O desafio deve ser lançado ao professores de educação física e aos profissionais que atuam na área da saúde, que de verão tornar possível a interação com o usuário de uma forma mais leve, sem a rigidez de muitas instituições, de sistemas e normas que inviabilizam o contato com o usuário, de maneira criativa, tornando a vida do pacientes de hospitais psiquiátricos mais prazerosas e tornando-se possível a sua reinserção social. Através dessa pesquisa, foi possível prognosticar a realidade desses pacientes, através de uma vivência e de relatos da equipe terapêutica do hospital psiquiátrico. Relacionando assim, a inclusão da recreação/lazer com esse estudo dentro desse meio, pode-se dizer sim, que há uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. Por tanto, é preciso incorporar atividades lúdicas, que provoquem espaço para a reflexão e o questionamento, esses grupos de trabalhos sustentados pela criatividade, que trabalhavam com o auxílio de jogos, brincadeiras, atividades lúdicas criativas são forma de trabalhar o lazer nesse âmbito, mas sem deixar de analisar como o a terapia ocupacional influi na vida dos doentes mentais crônicos. REFERÊNCIAS FERNANDES, Sonia Regina Pereira. Transformações no Mundo no Trabalho e a Saúde Psíquica: A Ótica do Estresse Ocupacional. Rev. Organização e Saúde. Salvador- BA. Ed. Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia. V. 6, n 16, p 67-75, set./dez. 1999; LUSSI, I. A. O. Concepção sistêmica do indivíduo: auto-organização e reabilitação psicossocial. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília. 2003; MARCELINO, Nelson Carvalho. Estudo do lazer: Uma introdução. Campinas-SP. Ed. Autores Associados. 1996. p 97;. Lazer e Educação. 4. ed. Campinas: Papirus,1998; MORAIS, Vamberto. O Sentido da Vida: Trabalho, Lazer, e Ganância nas Sociedades Humanas. São Paulo-SP. Ed. Ibrasa. 1993; PERRUSI, Athur. Imagens da loucura: Representação social da doença mental na psiquiatria. São Paulo. Ed. Cortez. Recife. 1995;

SERVANTES, Luciano Ferraz. Terapia Ocupacional: Pesquisa e atuação em oncologia. Campo Grande. Ed. UCDB. 2002; SOARES, L. B.T. TERAPAIA OCUPACIONAL: Lógica do capital ou do trabalho?. São Paulo. Ed. Hucitec. 1991; RESENDE, H. Política de saúde mental no Brasil: uma visão histórica. Rio de Janeiro: Vozes, 1987; RIBEIRO, M. B. S. Estudo de características familiares de usuários de uma associação civil para a reabilitação psicossocial. Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu. 2003; THOMAS, Jerry R; NELSON, Jack K. Método de pesquisa em atividade física. 3º ed. Porto Alegre: Ed. Artmed. 2002; WERNECK, Christianne Luce Gomes; ISAYAMA, Hélder Ferreira; BORGES, Kátia Euclydes de Lima. Lazer e Qualidade de Vida. Revista Mineira de Educação Física. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa Departamento de Educação Física. V 7, Nº 2, p 94-97. 1999.