Caderno de Questões PROCESSO SELETIVO PARA O PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE HISTÓRIAS E CULTURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRA Edital Nº 50/2016 Atenção! Não abra este caderno antes de ser autorizado pelo fiscal. Você está recebendo um CADERNO DE QUESTÕES e um CADERNO DE RESPOSTAS. O CADERNO DE QUESTÕES consta de 4 (quatro) páginas, numeradas sequencialmente, incluindo espaço para rascunho. O CADERNO DE RESPOSTAS consta de 4 (quatro) páginas numeradas sequencialmente. A resposta deverá ser escrita na folha destinada a cada questão. Esta é uma prova dissertativa com o valor máximo de 60 (sessenta) pontos. 1 Ao receber autorização para abrir este caderno, verifique se a impressão, a paginação e a numeração das questões estão corretas. Caso ocorra qualquer erro, notifique o fiscal. 2 Para qualquer tipo de rascunho, somente será permitida a utilização das folhas constantes do CADERNO DE QUESTÕES. Não é permitido ao candidato destacar qualquer folha deste caderno. 3 O desenvolvimento das questões só será considerado se transcrito a caneta esferográfica de tinta azul ou preta, para o espaço destinado à resposta de cada questão no CADERNO DE RESPOSTAS. 4 NÃO será permitido ao candidato nenhum tipo de consulta. 5 Evite rasuras no CADERNO DE RESPOSTAS. 6 7 Avaliação Escrita 1ª Etapa Instruções Você dispõe de 3 (três) horas para fazer esta prova. Você só poderá sair do local de realização da prova decorridos 60 (sessenta) minutos do seu início. 8 Os 3 (três) últimos candidatos permanecerão sentados até que todos concluam a prova ou que termine o seu tempo de duração, devendo retirar-se juntos. 9 Ao término da prova, entregue ao fiscal o CADERNO DE RESPOSTAS e o CADERNO DE QUESTÕES. 10 Você só poderá levar o CADERNO DE QUESTÕES se sair do local de realização da prova nos 30 minutos que antecedem o seu término. www.ifrj.edu.br
Questão 01 (30 pontos) Segundo Nilma Lino Gomes (2005): Construir uma identidade negra positiva em uma sociedade que, historicamente, ensina aos negros, desde muito cedo, que para ser aceito é preciso negar-se a si mesmo é um desafio enfrentado pelos negros e pelas negras brasileiros(as). Será que, na escola, estamos atentos a essa questão? Será que incorporamos essa realidade de maneira séria e responsável, quando discutimos, nos processos de formação de professores(as), sobre a importância da diversidade cultural? Para entender a construção da identidade negra no Brasil é importante também considerá-la não somente na sua dimensão subjetiva e simbólica mas sobretudo no seu sentido político, como uma: tomada de consciência de um segmento étnico-racial excluído da participação na sociedade, para a qual contribuiu economicamente, com trabalho gratuito como escravo, e também culturalmente, em todos os tempos na história do Brasil (MUNANGA, 1994, p. 187). (GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In: BRASIL, MEC/SECAD. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal no 10.639/03 Brasília: Ministério da Educação, SECAD, 2005. Coleção Educação para Todos, p. 39-62.) A partir da leitura do poema a seguir, assim como do fragmento acima e da bibliografia proposta pelo Edital, disserte a respeito da construção da identidade negra no Brasil. VOZES-MULHERES Conceição Evaristo A voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio. Ecoou lamentos de uma infância perdida. A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos-donos de tudo. A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta no fundo das cozinhas alheias debaixo das trouxas roupagens sujas dos brancos do caminho empoeirado rumo à favela. A minha voz ainda ecoa versos perplexos com rimas de sangue e fome. A voz da minha filha recolhe todas as nossas vozes recolhe em si as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas. A voz da minha filha recolhe em si a fala e o ato. O ontem - o hoje - o agora. Na voz da minha filha se fará ouvir a ressonância o eco da vida-liberdade. (EVARISTO, Conceição. Poemas de recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008, p. 10-11.) - 1 -
Questão 02 (30 pontos) Uma das críticas que vem sendo reproduzidas por alguns docentes em relação à Lei 10.639/03, nestes seus 13 anos de vigência, se relaciona a um possível viés autoritário em sua gênese, ou seja, de que a lei seria resultado de uma política pública imposta de cima para baixo, sem levar em conta a realidade vivida pelos educadores em nosso país. Por outro lado, a implementação efetiva da referida lei tem encontrado obstáculos de diversas ordens nas escolas e diferentes esferas da rede de ensino. Considerando a bibliografia indicada no Edital: (a) disserte a respeito do processo que resultou na promulgação da Lei 10.639, em 2003; (b) debata sobre os eixos estratégicos propostos pelo Plano Nacional de Implementação das DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA. - 2 -
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