LACTATO EM TESES DE ENDURANCE E DE VELOCIDADE

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Transcrição:

LACTATO EM TESES DE ENDURANCE E DE VELOCIDADE KISS, M. A. P. D. M.* MACHIDA, J.** DIRANI,!.*** ZUCAS, S. M.**** RESUMO O objetivo do trabalho é analisar o comportamento do lactato sanguíneo em testes repetidos de velocidade, os quais procuram simular as atividades intensas e intermitentes durante jogo de voleibol. Foram examinados 10 jogadores da TELESP, antes da fase de treinamento de base e 2 meses após; os testes de laboratório seguiram os protocolos de Astrand no cicloergomêtro e de Mader em esteira. Em campo cada atleta correu 5 vezes a distância de 30ma velocidade máxima (5 "tiros"), com coleta de sangue entre os mesmos. Houve diminuição do lactato no teste de esteira com o treinamento, para o subgrupo em piores condições de endurance; a diminuição da produção de lactato nos tiros ocorreu apenas a partir do 2Çtiro; não houve correlação entre a evolução do teste de esteira e de campo. Concluímos que existe aumento de lactato já a partir do 19 tiro e que há necessdade de aplicarmos dois diferentes tipos de testes para acompanhamento da intensidade de treinamento em voleibol. * Professor Adjunto do Departamento de Organização e Aplicação Desportiva. ** Professor Assistente do Departamento de Organização e Aplicação Desportiva. *** Técnico de Laboratório (EEFUSP). **** Professor Titular - Chefe do Dep. de Org. e Aplicação Desportiva. Rev. Paul. Educ. Fis., 2(3): 39-43, dez. 1988 39

1. Introdução No estudo de atividades complexas, como jogos, há necessidade inicial de separar os tipos de trabalhos que os compõe, para depois procurarmos fazer uma síntese dos mesmos. Assim, quando um jogador de voleibol não tem bom desempenho precisamos diagnosticar as razões as quais podem se manifestar através da diminuição na endurance (cargas que correspondem a porcentagens baixas de consumo máximo de oxigênio), resistência (porcentagem quase máxima), na velocidade etc., isto é importante, pois devido a especificidade de treinamento, cada um desses tópicos tem características distintas, devendo ser desenvolvidas de forma harmônica, mas não simultânea, para a obtenção dos melhores resultados. A quantidade de ácido láctico no sangue foi, até há poucos anos, uma medida direta da ausência relativa de oxigênio a nível celular (Margaría et alii, 1969; Brooks e Fahey, 1984; Kiss, 1987; Kiss et alii, 1987); atualmente ela é conhecida como dependente do padrão de recrutamento das fibras brancas, que o produzem (mesmo na presença de oxigênio) e das fibras vermelhas do mesmo músculo, que simultáneamente o utilizam (na presença de oxigênio). Outros músculos pouco ativos no momento de determinado esforço, bem como coração e fígado tem grande participação no clearance de lactato (Brooks, 1987). Apesar do complexo equilíbrio metabólico existente para níveis semelhantes de ácido láctico, em sangue arterial izado, eles ainda são utilizados para determinar a intensidade das cargas de trabalho (Fõhrenbach, R. et alii, 1987) de forma individual e momentânea. Poucos são ainda os trabalhos que seguem o desenvolvimento de modalidades esportivas complexas (Ekblom, 1986) por períodos superiores a 4 semanas. Qual seria a melhoria que esportistas já treinados, podem ainda obter em relação aos níveis de ácido láctico no sangue em testes de média e curta duração? Existe relação entre os dois tipos de testes? O objetivo deste trabalho é analisar o comportamento de níveis sanguíneos de lactato em testes repetidos de velocidade, os quais simulam melhor as atividades duranto o jogo, pois elas são na maioria das vezes intermitentes (Ekblom, 1986). Além disso até que ponto é discutido a evolução da variável endurance e da repetição de velocidade durante 2 meses de treinamento de base. 2. Metodologia Foram examinados 10 atletas jogadores de voleibol, adultos, pertencentes a equipe regional da TELESP, antes e depois de 2 meses da preparação geral; esta tinha como objetivo inicial desenvolver condições aeróbicas e posteriormente mantê-las e desenvolver características de velocidade e potência. As variáveis morfológicas de cineantropometria foram peso e estatura. Os testes funcionais utilizados além do Astrand e Rodahl em ciclo ergómetro (1970) foram o escalonado de endurance (Mader e Hollman, 1977 atualizado por Fõhrenbach et alii, 1987). Assim foram aplicadas 4 cargas de forma crescente em esteira rolante, sem atingir velocidades máximas, mas elevando a freqüência cardíaca até quase a máxima para idade e sexo. A freqüência cardíaca durante exercício e após foi registrada em eletrocardiógrafo Herolet Pochard. Foi colhido lactato em lóbulo de orelha, hiperemiado pelo uso de pomadas Finalgon. A dosagem em 20 ul de sangue (Mader e Hol- Imann, 1977) foi feita nas amostras referentes a cada carga na esteira. O teste de pista foi adpatado de Liesen (1985). Foram feitos 5 tiros de 30 m; cada tiro percorrido na velocidade máxima que o indivíduo conseguia; o sangue de lóbulo de orelha hiperemiada com Finalgon era coletado imediatamente após cada tiro e não apenas como fraconizado por Liesen (1985) após o 2Qe 59 tiros. Os atletas estavam no início da preparação física de base no "pré-treino e a terminar quando dos testes denominados pós-treino, 2 meses após. 3. Resultados e Comentários As características gerais dos jogadores quanto a idade e os aspectos morfológicos e o consumo máximo de oxigênio encontra-se na tabela I. 40 Rev. Paul. Educ. Fis., 2(3): 39-43. dez. 1988

IDADE ESTATURA PESO (kg) VO Máx. (anos) (cm) PRÉ PÓS 1/m, ml/kg, mm X 22,3 190,32 81,26 82,0 3,55 4,40 S 2.49 5,57 6,73 6,80 0,45 6,0 t 2,09 gi 9 TABELA I Idade, estatura, pré-treino, peso pré e pós-treino, consumo máximo de oxigênio no pré-treino, valores médios e desvio padrão para o grupo, resultado de estatística de estudantes e graus de (gl) para a evolução da variável peso. Em decorrência das diferentes velocidades atingidas pelos jogadores na 4- carga do teste escalonado esteira, a apresentação dos resultados desse teste 2 sub-grupos: Gl (n=6) que atingiu 14,4 e Gil (n=4) que atingiu 15,6, 54 ml/kg/m ou 1 km em 4 10 57 ml/kgg/min ou 1 em 3 50. Os resultados da 3? (13,2) e 4- carga (14,4 e 15,6), 5 serão apresentados na Tabela II House evolução significativo do grupo com sobrecarga mais baixa mostrando que uma melhoria mais intensa apenas nos atletas que não estavam tão bem. 3? Carga La (mmol/1) 4 - Carga La (mmol/1) Pré Pós Pré Pós x 7, 14 5,18 11,77 6,84 O s 1,13 1,72 2,41 2,39 t 2,78 3,27 gi 5 5 x 6,08 5,11 9,31 7,94 s 3,7 0,68 3,95 0,67 O t 0,51 1,69 gi 3 3 TABELA II Lactato (mmol/1) na recuperação de cada uma das últimas duas cargas em esteira rolante em função dos grupos Gl e Oil; valores médios ( x desvio padrão (s), t de Student para dados correlacionados. Os resultados dos 5 tempos de percussão para 30m e dos respectivos no pré-treino encontram-se na Tabela III e no pós-treino na Tabela IV. Podemos ver que já no primeiro tiro, com tempo médio de 4 e 55 já houve produção de lactato; este contudo é considerado como trabalho alático conceito que agora precisamos rever tempo de percussão e lactato imediatamente após cada um dos 5 tiros de 30 m valores médios e desvio-padrão pré-treino. fíev. Paul. Educ. Fis., 2(3): 39-43, dez. 1988 41

19 2-39 49 5- T La T La T La T La L_ T La s mmol/1 s mmol/1 s mmol/1 s mmol/1 s mmol/1 x 4,55 3,03 4,52 5,17 4,44 6,48 4,53 8,17 4,42 8,42 s 0,21 0,87 0,26 1,20 0,21 1,81 0,21 1,76 0,18 2,39 TABELA III Tempo de percurso e lactato imediatamente após cada um dos 5 tiros de 30 m: valores médios e desvio-padrão no pré-treino. 19 2 39 49 59 T La T La T La T La T La s mmol/1 s mmol/1 s mmol/1 s mmol/1 s mmol/1 x 4,35 2,88 4,35 4,1 4,41 5,24 4,53 5,78 4,42 6,40 s 0,17 1,23 0,15 0,84 0,21 1,38 0,21 1,55 0,18 2,02 t 2,49 0,08 2,56* 2,74* -0,5 3,47* -3,33* 8,55* 1,13 2,67 TABELA IV Tempo de percurso e lactato imediatamente após cada um dos 5 tiros de 30 m; valores médios, desvios, significância do t de Student para dados correlacionados entre pré-treino e póstreino, com 9 graus de liberdade. Entre os 5 tiros houve diferença significativa da produção de lactato tanto no pré quanto no pós-treino (Anova para dados correlacionados F= 35,61* no pré e F= 15,57* no póstreino). Não houve diferença significativa entre o delta do lactato no 59 menos o do 29 tiro em relação a evolução do treinamento, ou seja a diminuição foi igualmente significativa para esses tiros; este achado não confirmou o que foi encontrado por Liesen, 1985, em jogadores de futebol bem treinados, quando o treinamento de velocidade e potência fazia com que passasse a haver menor diferença entre o lactato do último e do 29 tiro. A evolução nos tempos de percurso dos tiros de 30 m foi irregular, conforme vemos na Tabela IV, mas por outro lado houve diminuição significativa do lactato arterial izado, com exceção do logo após o 19 tiro. O coeficiente de correlação de Pearson entre o delta de evolução do lactato na quarta carga do teste escalonado de endurance na esteira e o delta de evolução no 59 tiro do teste de velocidade foi r= 0,37. não sendo significativo (t= -1,139 com nível crítico de 1,86), levando-nos a concluir pela independência das variáveis analisadas em cada teste. 4 - Conclusões Mesmo em trabalhos conhecidos até há pouco tempo como aláticos, ocorre aumento significativo de ácido lático, tal como ocorreu após o 19 tiro em velocidade máxima; uma das causa possíveis do ácido lático não ter diminuído após treino no 19 tiro poderia se o padrão inicial de recrutamento das fibras, que não teria mudado. Interessante é verificar que provavelmente dois mecanismos distintos explicariam a diminuição do lactato com treinamento: um em provas longas e outro em provas curtas, tornando necessário dois tipos diferentes de testes para acompanhar adequadamente treinamento de voleibol. 42 Rev. Paul. Educ. Fis., 2(3): 39-43, dez. 1988

ABSTRACT The aim of this paper is to evaluate the behavior of blood lactate in repeated velocity tests, which try to simulate the intense and intermittent activity during volelyball match. Ten players of TELESP team were examined before the basic training period and two months later; laboratory tests followed Astransd's protocol on bicycle ergometer and Mader's on treadmill. On the field, each athlete run five times, 30 meters at maximal speed; blood samples were collected in treadmill tests in subgroup worst endurance conditions. The decreased in treadmill tests in subgroup worst endurance conditions. The decrease of lactate production started after the second repeat running. There was no correlation between the evolution of the treadmill and field tests. We conclude that there is increase of lactate after the first fiel running and that is necessary to perform two different types of tests to follow the intensity of training in voleyball. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASTRAND, P O. & RODAHL, K. Textbook of work physiology. New York, McGraw- Hill, 1970. BROOKS, G. A. Lactate production during exercise: oxidizable substrate versus fatigue agent. In: MACLEOD, D. et alii. Exercise benefits, limits and adaptations. London. E & F N. Spon, 1987-144-158. BROOKS, G. & FAHEY, T. D. Exercise physiology: human bioenergetics and its applications. New York. John Wiley & Sons, 1984. EKBLOM, B. Applied physiology of soccer. Sports Medicine, 3: 50-60, 1986. KISS, M. A. P D. M. Avaliação em Educação Física: aspectos biológicos e educacionais. São Paulo, Manóle, 1987 KISS, M. A. P. D. M. et alii. Limiar de lactato no teste de endurance escalonado em crianças e adolescentes. In: Congresso Brasileiro de Medicina Desportiva, 8, Rio de Janeiro, 1987. A n a is, Rio de Janeiro, FBMD, 1987 p 6 e 20. LIESEN, H. Testes de campo de futebol. Palestra proferida no Curso de Pós-Graduação em Educação Física, disciplina de Prescrição individualizada de treinamento. São Paulo, EEFUSP, outubro de 1985. MADER, A. & HOLLMANN, W. Zur bedentung der stoffwechrellersdengsfurgkeit des eliterunderers in training und wettkampf. In HECK, H. et alii. Ausdauertraining stoffwchsegrundlagen und ateurunwsansatze. D S B. Berlim, 1977 MARGARIA. M. et alii. Energy utilization in intermittent exercise of supramacimal intensity. J. Appl. Physiol. 26: 752-756, 1969. Recebido para publicação em: setembro de 1988 Rev. Paul. Educ. Fis., 2(3): 39-43, dez. 1988 43