Redação CURSO E COLÉGIO TEXTO 1



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Transcrição:

Redação CURSO E COLÉGIO TEXTO 1 Você e um grupo de colegas ganharam um concurso que vai financiar a realização de uma oficina cultural na sua escola. Após o desenvolvimento do projeto, você, como membro do grupo, ficou responsável por escrever um relatório sobre as atividades realizadas na oficina, informando o que foi feito. O relatório será avaliado por uma comissão composta por professores da escola. A aprovação do relatório permitirá que você e seu grupo voltem a concorrer ao prêmio no ano seguinte. O relatório deverá contemplar a apresentação do projeto (público-alvo, objetivos e justificativa), o relato das atividades desenvolvidas e comentário(s) sobre os impactos das atividades na comunidade. Na abertura do concurso, os grupos concorrentes receberam o seguinte texto de orientação geral: As Oficinas Culturais são espaços que procuram oferecer aos interessados atividades gratuitas, especialmente as de caráter prático, com o objetivo de proporcionar oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e novas vivências, de experimentação e de contato com os mais diversos tipos de linguagens, técnicas e ideias. As Oficinas Culturais atuam nas áreas de artes plásticas, cinema, circo, cultura geral, dança, design, folclore, fotografia, história em quadrinhos, literatura, meio ambiente, multimídia, música, ópera, rádio, teatro e vídeo. O público a ser atingido depende do objetivo de cada atividade, podendo variar do iniciante ao profissional. As Oficinas Culturais visam à formação cultural e não à educação formal do cidadão. Pretendem mostrar caminhos, sugerir ideias, ampliar o campo de visão. (Adaptado de Oficina Cultural Regional Sérgio Buarque de Holanda. Disponível em http://www.guiasaocarlos.com.br/oficina_cultural/conceito.asp. Acessado em 07/10/2013.)

TEXTO 2 Em virtude dos problemas de trânsito, uma associação de moradores de uma grande cidade se mobilizou, buscou informações em textos e documentos variados e optou por elaborar uma carta aberta. Você, como membro da associação, ficou responsável por redigir a carta a ser divulgada nas redes sociais. Essa carta tem o objetivo de reivindicar, junto às autoridades municipais, ações consistentes para a melhoria da mobilidade urbana na sua cidade. Para estruturar a sua argumentação, utilize também informações apresentadas nos trechos abaixo, que foram lidos pelos membros da associação. Atenção: assine a carta usando apenas as iniciais do remetente. I A boa cidade, do ponto de vista da mobilidade, é a que possui mais opções, explica o planejador urbano Jeff Risom, do escritório dinamarquês Gehl Architects. E Londres está entre os melhores exemplos práticos dessa ideia aplicada às grandes metrópoles. A capital inglesa adotou o pedágio urbano em 2003, diminuindo o número de automóveis em circulação e gerando uma receita anual que passou a ser reaplicada em melhorias no seu já consolidado sistema de transporte público. Com menos carros e com a redução da velocidade máxima permitida, as ruas tornaram-se mais seguras para que fossem adotadas políticas que priorizassem a bicicleta como meio de transporte. Em 2010, Londres importou o modelo criado em 2005 em Lyon, na França, de bikes públicas de aluguel. Em paralelo, começou a construir uma rede de ciclovias e determinou que as faixas de ônibus fossem compartilhadas com ciclistas, com um programa de educação massiva dos motoristas de coletivos. Percorrer as ruas usando o meio de transporte mais conveniente e não sempre o mesmo ajuda a resolver o problema do trânsito e ainda contribui com a saúde e a qualidade de vida das pessoas. (Natália Garcia, 8 iniciativas urbanas inspiradoras, em Red Report, fev. 2013, p. 63. Disponível em http://cidadesparapessoas.com/2013/06/29/pedalando-por-cidades-inspiradorass/. Acessado em 06/09/2013.) II Mas, afinal, qual é o custo da morosidade dos deslocamentos urbanos na região metropolitana de São Paulo? Não é muito difícil fazer um cálculo aproximado. Podemos aceitar como tempo normal, com muita boa vontade, uma hora diário. Assim, o tempo médio perdido com os congestionamentos em São Paulo é superior a uma hora por dia. Sendo a jornada de trabalho igual a oito horas, é fácil verificar que o tempo perdido é de cerca de 12,5% da jornada de trabalho. O valor monetário do tempo perdido é de R$ 62,5 bilhões por ano. Esse é o custo social anual da lentidão do trânsito em São Paulo. (Adaptado de André Franco Montoro Filho, O custo da (falta de) mobilidade urbana, Folha de São Paulo, Caderno Opinião, São Paulo, 04 ago. 2013. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/08/1321280-andre-francomontoro-filho-o-custo-da-falta-de-mobilidade-urbana.shtml. Acessado em 09/09/2013.) III Torna-se cada vez mais evidente que não há como escapar da progressiva limitação das viagens motorizadas, seja aproximando os locais de moradia dos locais de trabalho ou de acesso aos serviços essenciais, seja ampliando o modo coletivo e os meios não motorizados de transporte. Evidentemente que não se pode reconstruir as cidades, porém são possíveis e necessárias a formação e a consolidação de novas centralidades urbanas, com a descentralização de equipamentos sociais, a informatização e descentralização de serviços públicos e, sobretudo, com a ocupação dos vazios urbanos, modificando-se, assim, os fatores

geradores de viagens e diminuindo-se as necessidades de deslocamentos, principalmente motorizados. (BRASIL. Ministério das Cidades. Caderno para a Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade. Secretaria Nacional de Transportes e de Mobilidade Urbana [SeMob], 2007, p. 22-23. Disponível em http://www.antp.org.br/_5dotsystem/download/dcmdocument/2013/03/21/79121770-a746-45a0-bd32-850391f983b 5.pdf. Acessado em 06/09/2013.) Comentário CURSO E COLÉGIO COMENTÁRIO PROVA DE REDAÇÃO A prova de Redação da Unicamp não trouxe surpresas ao candidato preparado. A avaliação deste ano seguiu o mesmo parâmetro de anos anteriores, desde que a avaliação passou por modificações: como em outras edições, um dos gêneros textuais cobrado está completamente relacionado ao ambiente escolar o relatório. O outro - uma carta aberta, tipo textual bem característico da interlocução direta e explícita contou com exigências bastante relacionadas ao letramento do candidato, ou seja, ao seu mundo real de leitura e escrita. Nesse sentido, tal gênero esteve na mesma linha da carta de leitor, cobrada no vestibular do ano passado. TEXTO 1 Para a produção da primeira redação, o candidato teria que fazer um relatório que deveria se referir a uma oficina temática ocorrida na escola. O documento teria que informar as atividades realizadas pelo evento cultural; aliás, neste TEXTO 1, essa foi a única exigência expressa (relacionada ao critério de correção Propósitos ). Totalmente atrelada a essa necessidade, estava a obrigatoriedade de o candidato produzir, adequadamente, as partes que, normalmente, compõem o gênero introdução, análise, conclusões ou considerações finais. A proposta deixou isso muito claro: o candidato deverá contemplar a apresentação do projeto (público-alvo, objetivos e justificativas), o relato das atividades desenvolvidas e comentário(s) sobre os impactos das atividades na comunidade. Portanto, o candidato atento poderia ter se agarrado, com segurança, nessas indicações para trabalhar as características próprias dessa tipologia textual (implicação com o critério de correção Gênero ). Quanto ao aspecto da Interlocução (também integrante da grade de avaliação), já que o texto seria analisado por uma comissão composta por professores da escola e já que a aprovação deste relatório seria condição essencial para que os integrantes do grupo voltassem a concorrer ao prêmio no ano seguinte, o vestibulando deveria ter trabalhado com uma linguagem padrão, clara, objetiva; pautada em explicações bem feitas, embasadas e completas, para que as informações relatadas parecessem confiáveis, para que os trabalhos realizados ao longo da oficina transparecessem a esperada seriedade e para que, assim, o documento tenha crédito e, assim, seja aprovado. Como ajuda para compor o relatório, foi oferecido um sucinto trecho no qual havia uma boa explicação acerca de oficinas culturais ( o que são, para que servem, área de atuação; como, normalmente, são engendradas, a quais públicos se destinam, dentre outras

informações relevantes).deste trecho, o candidato poderia apropriar-se de um dos vários exemplos de oficinas culturais presentes (de dança, ou de circo, ou de folclore, ou de teatro). Também poderia ser extraída deste trecho a finalidade da oficina ( com o objetivo de proporcionar oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e novas vivências, de experimentação e de contato com os mais diversos tipos de linguagens, técnicas e ideias ). Para compor a riqueza de detalhamento típico dos relatórios o candidato poderia ter optado por um dos níveis da oficina, também indicados no texto-base ( podendo variar do iniciante ao profissional ) Tanto para construir os objetivos da oficina, quanto para elaborar as considerações finais (com as devidas particularidades de cada fase do relatório, claro), o candidato poderia usufruir de indicações finais do texto: [as oficinas culturais] pretendem mostrar caminhos, sugerir ideias, ampliar o campo de visão. Além do texto-base, o vestibulando que acionou a sua memória escolar e/ou o seu conhecimento de mundo, poderia ter atrelado ao texto várias informações que, provavelmente, enriqueceriam a produção redacional, trazendo ao mesmo a qualidade necessária para que o texto pudesse receber uma boa avalição global. TEXTO 2 A prova propôs aos alunos uma situação motivadora de uma ação: os problemas de trânsito. Uma associação de moradores de uma grande cidade se mobiliza, busca informações em textos e documentos variados e opta por elaborar uma carta aberta, gênero textual. Nesse contexto, o emissor deve ser um membro dessa associação, responsável por redigir a carta, que será divulgada nas redes sociais, definindo os receptores. O objetivo é reivindicar, junto às autoridades municipais, ações consistentes para a melhoria da mobilidade urbana nessa cidade, o que define o padrão de linguagem a ser utilizado. Havia ainda a orientação para que a carta fosse assinada apenas com as iniciais do remetente. A carta aberta, por ser um gênero textual argumentativo, pressupõe que o emissor dela, a associação de moradores, use da principal característica desse gênero, ou seja, que o emissor exponha em público suas opiniões ou reivindicações acerca dos problemas de trânsito nessa grande cidade. Diferente da carta pessoal, a carta aberta faz referência a assuntos, cujo interesse é coletivo, como o sugerido (o trânsito), problema de consenso geral. Dessa forma, a opção pela carta aberta objetiva funcionar como forma de protesto contra a falta de mobilidade e denunciar o custo que a morosidade traz, como fazia referência o segundo fragmento de coletânea O custo da mobilidade urbana. É um alerta e um meio de conscientização da população ou de alguém com certa influência, como, por exemplo, um representante do governo, acerca da problemática em questão. Além da característica argumentativa, a proposta definia traços persuasivos, uma vez que a intenção de quem a redige é a de convencer o interlocutor acerca de suas ideias. Para isso, ele poderia apresentar o exemplo de mobilidade urbana em Londres, dado no primeiro fragmento. Era preciso levar os interlocutores a concluir que torna-se cada vez mais evidente que não há como escapar da progressiva limitação das viagens motorizadas, informação do terceiro fragmento. Ainda que diante da impossibilidade de reconstruir cidades, torna-se imperativo redefinir paradigmas, ou seja, formação e a consolidação de novas centralidades urbanas, com a descentralização de equipamentos sociais, a informatização e descentralização de serviços públicos e, sobretudo, com a ocupação dos vazios urbanos, modificando-se, assim,

os fatores geradores de viagens e diminuindo-se as necessidades de deslocamentos, principalmente motorizados, como sugerido também no terceiro fragmento. Quanto aos aspectos estruturais de gênero, normalmente, a carta tem Título que evidencie o destinatário; Introdução que situe o problema a ser resolvido; Desenvolvimento que desenvolva a análise do problema, a partir da apresentação dos argumentos, que fundamentem o ponto de vista do(s) emissor (es) e Conclusão que solicite-se uma resolução para o assunto em pauta.