Pós -graduação. educação a distância



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Transcrição:

Pós -graduação

Curso: Pós-Graduação Lato Sensu a Distância Disciplina: Métodos e Técnicas de Pesquisa (12horas/aula) Autor: José Manfroi Modalidade: Educação a Distância

2 Missão Salesiana de Mato Grosso Universidade Católica Dom Bosco Instituição Salesiana de Educação Superior Chanceler: Pe. Afonso de Castro Reitor: Pe. José Marinoni Pró-Reitor Acadêmico: Pe. Jair Marques de Araújo Direitos desta edição reservados à Editora UCDB Diretor da CEAD: Prof. Msc. Jeferson Pistori Coordenadora Pedagógica: Prof. Msc. Blanca Martin Salvago Coordenador de Produção e Design: Prof. Msc. José F. Sarmento Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335 www.ead.ucdb.br UCDB -Universidade Católica Dom Bosco Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302 CEP 79117-900 Campo Grande - MS www.ucdb.br Manfroi, José Curso de Pós-Graduação Lato Sensu a Distância: disciplina de Metodos e Técnicas de Pesquisa/ José Manfroi.Campo Grande: UCDB/EAD, 2006. p.37 1.Metodologia Científica 2. Produção Acadêmica 3.Projeto de Pesquisa I. Título. 0706

Ementa Pesquisa Científica. Modalidades de pesquisa. Projeto de Pesquisa. Objetivo Geral Desencadear a experiência de produção científica, através da construção de uma monografia no campo jurídico que permita ao aluno de pós-graduação Lato Sensu a Distância, o domínio de todo o processo de produção do conhecimento jurídico. Objetivos Específicos UNIDADE I - Mostrar os caminhos da pesquisa científica, destacando o processo de produção do conhecimento, para que o aluno de pós-graduação Lato Sensu a Distância tenha uma visão de conjunto. UNIDADE II - Familiarizar os alunos de pós-graduação Lato Sensu a Distância, com os princípios, os métodos e instrumentos necessários para a coleta de dados e a investigação científica. UNIDADE III - Oportunizar o conhecimento dos instrumentais necessários para a elaboração do projeto de pesquisa com vistas à produção da monografia jurídica. UNIDADE IV - Orientar os alunos sobre as normatizações da ABNT que sejam essenciais para a redação e formatação de trabalhos científicos no campo jurídico. Conteúdo Programático UNIDADE I: OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA 1.1 Processo de produção do conhecimento UNIDADE II: PESQUISA CIENTÍFICA 2.1 Princípios da Pesquisa Científica 2.2 Principais Modalidades de Pesquisa 2.2.1 Pesquisa bibliográfica 2.2.2 Pesquisa de campo 2.2.3 Pesquisa experimental 2.2.4 Pesquisa-ação 2.2.5 Pesquisa de intervenção 2.3. Modalidades mais utilizadas em pesquisa jurídica 2.3.1 Compilação ou estado da questão 2.3.2 Análise de texto 2.3.3 Estudo comparativo 2.3.4 Estudo histórico 2.3.5 Pesquisas de campo 2.4.Técnicas para coleta de dados e informações 2.4.1 Questionário ou formulário 2.4.2. Entrevista 2.4.3. Observação com método científico 2.4.4. História de vida 2.4.5 Depoimento oral 2.4.6 Relato de vida (tranche de vie, pedaços de vida) 3 UNIDADE III: PROJETO DE PESQUISA 3.1. Conceituação 3.2. A escolha do tema

4 3.3 A estrutura do projeto de pesquisa 3.3.1 Inicia-se com a capa e com a folha de rosto 3.3.2 Elementos essenciais do projeto de pesquisa UNIDADE IV: ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES PARA REDAÇÃO DE TEXTOS 4.1 Forma de apresentação gráfica do texto científico 4.2 As normas da ABNT, NBR 10520/2002 4.2.1 Citações diretas (textuais) e indiretas (livres) colocadas no corpo do texto e notas de rodapé 4.2.2 Tipos de Citações 4.2.3 Normas para elaboração de referências Bibliografia Básica MANFROI, José. Metodologia da Pesquisa Jurídica. Campo Grande: UCDB, 2006. (Apostilado). NUNES, Luiz Antônio Rizzatto. Manual da Monografia Jurídica. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. VENTURA, Deisy. Manografia Jurídica: uma visão prática. 4. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2004. Bibliografia Complementar ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. CE. 14: 02.02 Comissão de Estudos de Publicações Científicas. NBR 10719; NBR 6023; NBR 10520. Brasília. Agosto de 2003. BARRAL, Welber. Metodologia da Pesquisa Jurídica. 3. ed. Florianópolis: UFSC/Fundação Boiteux, 2004. CARVALHO, Maria Cecília M. de (Org.) Construindo o saber. 10. ed. São Paulo: Papirus, 2004. D'ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do Trabalho Intelectual. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. HENRIQUES, Antônio; MEDEIROS, João Bosco. Monografia no Curso de Direito. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. LEITE, Eduardo de Oliveira. A Monografia Jurídica. 6. ed. São Paulo: RT, 2005. Metodologia As unidades de estudo serão desenvolvidas de forma não presencial (a distância), utilizando-se ferramentas tecnológicas de informação e comunicação (chat, fórum, e-mail, MSN e ambiente virtual de aprendizagem), disponibilizados pela UCDB, tendo em vista a natureza do conteúdo e da técnica pedagógica que se fizerem necessários. O conteúdo programático está dividido em quatro unidades de estudo. Em datas previamente definidas, o professor disponibilizará os temas para a discussão em chats e fórum e atividades a serem feitas ao término das unidades II e III de estudo, de acordo com o calendário proposto. Ao final da disciplina, o pós-graduando elaborará um projeto de pesquisa sobre qualquer tema relacionado à especialização que será utilizado na monografia de conclusão de curso.

Sistema de Avaliação De acordo com a carga horária prevista, a avaliação é contínua e realizada ao longo do curso, de acordo com os seguintes critérios: Pertinência de Conteúdo, Prazo, Cumprimento de horários, Participação (Interação, Intervenção). 5 CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Avaliação ATIVIDADE 2.1 Ferramenta: Chat Critérios Cumprimento do horário; Interação com assuntos pertinentes. ATIVIDADE 2.2 Ferramenta: Tarefas Cumprimento de prazo; Pertinência do conteúdo. ATIVIDADE 3.1 Ferramenta: Chat ATIVIDADE 3.2 Ferramenta: Tarefas Cumprimento do horário; Interação com assuntos pertinentes. Pertinência do conteúdo; Participação e intervenção com questionamentos e sugestões. ATIVIDADE 4.1 Ferramenta: Tarefas Cumprimento de prazo; Pertinência do conteúdo.

6 UNIDADE I OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA OBJETIVO DA UNIDADE: Mostrar os caminhos da pesquisa científica, destacando o processo de produção do conhecimento, para que o aluno de pós-graduação Lato Sensu a Distância tenha uma visão de conjunto. 1.1 Processo de produção do conhecimento A universidade fundamenta-se no tripé ensino, pesquisa e extensão. Portanto, pesquisar faz parte de sua formação tanto em nível de graduação como em nível de pós-graduação. É preciso entender o que é pesquisar, como pesquisar e por que pesquisar. É importante você perceber que pesquisar exige estudo, seriedade, persistência, organização, ética, compromisso social e político, intencionalidade, criatividade. Além disso, pesquisar deve ser uma ação prazerosa, pois é você que escolhe a área de conhecimento, o tema e o grupo a ser pesquisado. Por intermédio da pesquisa científica, você poderá encontrar respostas para suas dúvidas e de muitas outras pessoas e, numa ação dinâmica e cheia de movimento como a própria vida, irá se deparar com novas questões e novas dúvidas que vão, sucessivamente, instigar sua curiosidade e sua vontade de estudar e pesquisar cada vez mais. O ato de pesquisar deve nos tornar mais humildes, pois há muito a estudar e descobrir; mais solidários, pois as maiores descobertas são frutos do trabalho de muitos/as pesquisadores/as; mais comprometidos social e politicamente, pois não pesquisamos para nós, os resultados das pesquisas científicas devem ser de domínio público e de fácil acesso à população em geral. Minayo, professora e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz/RJ, adverte: Diferentemente da arte e da poesia que se concebem na inspiração, a pesquisa é um labor artesanal, que se não prescinde da criatividade, se realiza fundamentalmente por uma linguagem fundada em conceitos, proposições, métodos e técnicas, linguagem esta que se constrói com um ritmo próprio e particular. A esse ritmo denominamos ciclo da pesquisa, ou seja, um processo de trabalho em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas interrogações (1996, p.25-26). Para que você entenda melhor a trajetória de uma pesquisa, apresentamos logo a seguir, um quadro, no qual você identificará as diversas etapas e as diferentes atividades em cada etapa de uma pesquisa. Adaptado de: PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. O trabalho monográfico como iniciação pesquisa científica. In: CARVALHO, Maria Cecília M. de (Org.). Construindo o saber. 2. ed. São Paulo: Papirus, 1989, p.170.

ETAPAS ATIVIDADES 7 1.Definição do tema e elaboração do Projeto de Pesquisa 1.1. Seleção do tema e formulação do problema. 1.2. Pesquisa exploratória (É isso mesmo? É viável? É relevante social, acadêmica e pessoalmente? Existe bibliografia disponível? Professor/a orientador/a?). 1.3. Definições sobre a pesquisa/delimitação do tema: caracterização minuciosa do grupo a ser pesquisado / instituição / espaço geográfico, etc. 1.4. Levantamento da(s) hipótese(s) que levem à solução/ explicação do problema. 1.5. Revisão bibliográfica inicial que garanta suporte teórico para o desenvolvimento do tema. 1.6. Indicação dos recursos metodológicos que serão utilizados para a coleta de dados. 1.7. Elaboração do cronograma de atividades. 1.8. Previsão orçamentária. 2.Definição do/a orientador/a e redefinição do tema (sendo necessário) 2.1. Escolha do/a professor/a orientador/a. 2.2. Discussão do tema escolhido com o/a orientador/a. Verificar a viabilidade e a relevância da pesquisa. 2.3. Revisão do Projeto de Pesquisa. 2.4. Reescrita do Projeto (se exigido pelo/a orientador/a). 2.5. Definição do cronograma de orientação e de atividades a desenvolver (datas de orientação e pesquisa; prazos de entrega de material escrito). 2.6. Elaboração do plano de trabalho (sumário provisório / capítulos ou partes). 3.Definição do tipo de pesquisa, seleção, construção e aplicação dos instrumentos de coleta de dados. 3.1. Recursos metodológicos: (escolher um ou mais de acordo com a pesquisa a ser realizada) 3.1.1. Pesquisa experimental. 3.1.2. Pesquisa bibliográfica. 3.1.3. Pesquisa documental. 3.1.4. Entrevistas. 3.1.5. Questionários e formulários. 3.1.6. Observação sistemática. 3.1.7. Estudo de caso. 3.1.8. Dinâmicas, intervenções. 3.1.9. Material iconográfico/imagético. 3.2.Pesquisa propriamente dita. 4. A análise dos dados. 4.1.Classificação e organização das informações coletadas. 4.2.Tratamento estatístico dos dados (quando for necessário). 4.3. Estabelecimento das relações existentes entre os dados: análise qualitativa e análise quantitativa. 4.4.Análise dos dados tendo como referência a teoria escolhida. Discussão dos achados com a teoria. 5. A elaboração escrita. 5.1. Estrutura provisória do relatório de pesquisa. 5.2. Apresentação ao/a orientador/a. 5.3. Qualificação (quando exigida). 5.4. Redefinição do trabalho com o/a orientador/ a. 5.5. Redação provisória. 5.5. Revisão de português e de normas técnicas. 5.6. Redação final. 5.7. Preparação da defesa (quando exigida). 5.8. Defesa oral (quando exigida). 5.9. Redação definitiva a partir das sugestões (opcional)/ exigências(obrigatório) da Banca. 5.10. Entrega final e revisada do trabalho de pesquisa.

8 UNIDADE II PESQUISA CIENTÍFICA OBJETIVO DA UNIDADE: Familiarizar os alunos de pósgraduação Lato Sensu a Distância, com os princípios, os métodos e instrumentos necessários para a coleta de dados e a investigação científica. Para que você entenda melhor o que é pesquisar, buscamos definições em diferentes autores/as: Para MINAYO, 1996, p. 17-18: Entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática (grifo nosso). As questões da investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente condicionadas. São frutos de determinada inserção no real, nele encontrando suas razões e seus objetivos. Para BARROS & LEHFELD, 1986, p. 87-89: [...] para que a pesquisa receba a qualificação de Pesquisa Científica, deve caracterizar-se através da efetivação de um processo que, mediante a aplicação da Metodologia Científica e de técnicas adequadas, procura obter dados fiéis, objetivos, relevantes para se conhecer e compreender um dado fenômeno. [...] A pesquisa é um processo reflexivo, sistemático, controlado e crítico que nos conduz à descoberta de novos fatos e das relações entre as leis que regem o aparecimento ou ausência dos mesmos. O espírito científico não é inato. A sua edificação e o seu aprimoramento são conquistas que o universitário vai obtendo ao longo de seus estudos, da elaboração de trabalhos acadêmicos e pesquisas científicas. Sabe-se que todo trabalho de pesquisa requer imaginação criadora, iniciativa, persistência, originalidade e dedicação (grifo nosso) do pesquisador. Porém, todo estudante que vá aos poucos criando hábitos sistematizados de estudo, de montagem de documentação, percorrerá as fases do método de pesquisa sem grandes dificuldades. Na verdade, a Pesquisa Científica não pode ser fruto da intuição do indivíduo, exigindo a admissão de procedimentos metodológicos e de técnicas, como já foi dito. O método deve ser visto como orientador e indicador de um caminho e não como roteiro formal que conduz a resultados automáticos. Para SANTOS, 2000, p.15: A pesquisa científica pode ser caracterizada como atividade intelectual que visa responder às necessidades humanas. 2.1 Princípios da Pesquisa Científica a) Precisão: O autor deve ser preciso em suas pesquisas, tanto para ganhar tempo em seu trabalho, quanto para que seu texto seja útil. Evitar a dispersão muito comum quando o aluno faz os primeiros resumos bibliográficos e é atraído por variadas obras e enfoques temáticos. O pesquisador não deve alargar, mas restringir e aprofundar o tema, evitando desdobramentos que são interessantes, mas não são essenciais.

b) Exaustão: refere-se ao esgotamento não do autor, mas da pesquisa. Todas as obras consultadas devem ser revisadas em sua totalidade, não apenas num item do sumário que se consagra precisamente ao tema da monografia. Outros títulos e subtítulos podem conter preciosas informações e reflexões sobre o tema de pesquisa. c) Clareza: O aluno não pode escrever para si mesmo, nem para o orientador. Sua obra será acessível ao público na Biblioteca da Universidade, ou talvez, será parcial ou totalmente publicada. Portanto o texto deve ser inteligível para todo o leitor que reúna um mínimo de conhecimentos jurídicos, ou não jurídicos, mas ligados ao tema. A clareza dependerá também do plano de trabalho. O texto não fluirá quando o plano de trabalho não for bem feito. Como dizia Câmara Júnior (1970) Ninguém escreve bem se não sabe bem o que vai escrever. d) Exterioridade: Cabe ao aluno guardar certa distância em relação ao objeto escolhido como tema da pesquisa. Guardar um recuo confortável, em relação aos atores principais da situação em tela, aumenta o grau de objetividade. Buscar a imparcialidade (melhor dizendo, independência), mas nunca o isolamento ou a alienação. O pesquisador deve tomar em consideração os pontos de vista e juízos de valor com os quais será confrontado ao longo do trabalho. Alguns princípios muito importantes: Não menos importante é contextualizar a informação coletada. Perceber a escola, ou corrente de pensamento a que se filia o autor consultado, conhecer propostas que ele eventualmente apresente. Toda fonte deve ser explorada ao máximo. Mesmo que esse procedimento parece trabalhoso, muito mais desgastante será retornar à fonte quando, durante a redação do texto final, percebe-se a falta de consistência nas informações ou subsídios coletados. Anotar sempre as referências bibliográficas, inteiramente, inclusive o número da página onde se encontra dada informação ou comentário; todos os dados que merecem uma citação, com o cuidado de copiá-la rigorosamente da forma como foram escritas. Tais anotações mostrar-se-ão preciosas no momento da redação da monografia. O trabalho científico dispensa floreios e exige austeridade. As frases não devem ser longas, primando pela objetividade. Na dúvida entre um termo rebuscado e uma expressão clara, a escolha deve repousar sobre a segunda, sem remorsos. Por outro lado, todo termo técnico deve ser acompanhado de uma definição, apoiada por uma referência bibliográfica fidedigna. Além disso, o espírito científico, não distorce os fatos e respeita escrupulosamente a verdade, cultivando a honestidade e evitando o plágio. Aproveitando o acúmulo de informações e o privilégio de, na condição de pesquisador, ter acesso a opiniões variadas, o aluno deve abordar a realidade da forma mais isenta possível. Ele deve construir as suas próprias opiniões e, se for o caso, afirmá-las na conclusão depois de ter demonstrado os respectivos fundamentos ao longo do trabalho. 9 Para Cervo e Bravian (1996 p.17): O aluno deve dotar-se de um 'espírito científico', que se traduz no senso de observação, no gosto pela precisão e pelas idéias claras, na imaginação ousada, mas regida pela necessidade da prova, na curiosidade que leva a aprofundar os problemas, na sagacidade e o poder de discernimento.

10 2.2 Principais Modalidades de Pesquisa Tipos de pesquisa atendendo ao objetivo Tipos de pesquisa atendendo aos procedimentos da coleta Tipos de pesquisa atendendo às fontes de informação Exploratória: quando você se aproxima do tema pela primeira vez; Descritiva: quando você apenas descreve os fatos; Explicativas: quando você procura explicar as causas, os porquês dos fatos. Experimental: quando a situação de investigação é controlada externamente e intencionalmente; levantamento, que coleta informações/opiniões diretas de um grupo sobre determinado assunto. De campo, quando você pesquisa no local onde o fenômeno/fato ocorre; De laboratório, onde você pesquisa com interferência artificial e controlada; Bibliográfica, busca de informações já organizadas oriundas de estudos e pesquisas anteriores. Para que você compreenda melhor, vamos detalhar mais as diferentes formas de pesquisa. 2.2.1 Pesquisa bibliográfica Procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode apresentar-se como trabalho científico original, e aí temos as monografias, dissertações e teses ou como resumos de assuntos, primeiro passo da investigação. Pela sua característica eminentemente bibliográfica, o pesquisador deverá assumir uma atitude crítica durante a leitura dos documentos ou livros, buscando delinear com clareza o referencial teórico a ser adotado, seja na elaboração do plano de trabalho, seja na seleção dos autores. Para desenvolver uma pesquisa puramente bibliográfica, você precisa ser um/a leitor/a atento/a e capaz de identificar as idéias defendidas por um/a autor/a; estabelecer semelhanças e diferenças entre as idéias de diferentes autores/as sobre um mesmo tema; ter uma boa capacidade de redação textual. No entanto, é importante saber que a revisão bibliográfica deve fazer parte de qualquer trabalho científico para que você desenvolva seu trabalho a partir do que existe de mais recente na área de conhecimento na qual seu tema de pesquisa se insere. 2.2.2 Pesquisa de campo Não manipula variáveis, isto é, toma os dados como eles se apresentam na natureza, procurando descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros fenômenos, sua natureza e características. A pesquisa de campo trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. Neste tipo de pesquisa é essencial a utilização do caderno ou diário de campo no qual você irá anotar todos os detalhes observados, suas dúvidas, seus sentimentos em relação ao que viu e vivenciou, indicações de leituras necessárias, correlação com outros fatos, etc. Pode fundamentar-se em qualquer tipo de fonte que registre a presença de indivíduos ou grupos (monumentos, fotografias, pinturas, arquivos institucionais ou pessoais, cartas, etc.).

Algumas modalidades de pesquisa de campo: a) Estudo de caso: pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para examinar aspectos variados de sua vida. Deve buscar detalhes, particularidades. b) Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências que as pessoas têm a respeito de algum assunto; c) Levantamentos: recolhem dados de um número relativamente grande de casos num momento dado; d) Estudo documental: estudo de documentos para comparar usos e costumes, tendências ou diferenças. 2.2.3 Pesquisa experimental 11 Segundo Baruffi, 1998, p. 39-41: Caracteriza-se por manipular, isto é, mexer, controlar variáveis relacionadas com o objeto de estudo, buscando normalmente estabelecer relações de causalidade entre as variáveis. O enfoque da pesquisa dirige-se para as relações de causa e efeito; as variáveis são manipuladas cuidadosamente pelo pesquisador com o propósito de determinar sua influência. A busca dessas relações se dá através da criação de situações artificiais de controle, denominadas experimentação. Procura dizer de que modo ou por que causas o fenômeno é produzido. Tem uma metodologia própria e seu ponto de partida é sempre uma hipótese. De acordo com Barros, 1986, p.94: A investigação experimental -conhecida também por experimentação- adota o critério de manipulação de uma ou mais variáveis independentes (causas), sob adequado controle, a fim de observar e interpretar as modificações e reações ocorridas no objeto de pesquisa (efeito-variável dependente). Assim sendo na pesquisa experimental o investigador interfere na realidade, fato ou situação estudada através da manipulação direta das variáveis. Nos estudos experimentais clássicos era costume estudar a relação de uma única variável com o objeto enfocado (causa-efeito). Hoje é freqüente estudar a relação de uma ou mais variáveis nos limites de um único experimento, observando-se as inter-relações e graus de intensidade, de influência das variáveis entre si. 2.2.4 Pesquisa-ação Segundo Thiollent, 1980, p.10: É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. O/a pesquisador/a desempenha papel ativo no equacionamento dos problemas encontrados, não só faz a investigação, mas procura desencadear ações e avaliá-las com a participação da população envolvida. 2.2.5 Pesquisa de intervenção É uma pesquisa onde coexistem a investigação e o desenvolvimento de ações que visam minimizar os problemas existentes ou a aplicação de atividades que exigem uma avaliação inicial (pré-teste) e uma avaliação final (pós-teste) para averiguar qual a influência das mesmas sobre a população pesquisada. Difere da pesquisa-ação, pois não exige que os participantes tenham uma ação consciente durante a intervenção ou que participem das decisões.

12 2.3 Modalidades mais utilizadas em pesquisa jurídica Apesar destas modalidades acima descritas, a pesquisa jurídica, acomodase dentro destas modalidades, adquirindo uma caracterização própria. Vejamos: 2.3.1 Compilação ou estado da questão Escolhido um tema, o aluno parte em busca de toda lei, jurisprudência e especialmente a doutrina que a ele se consagra no Brasil e, mais raramente, em outros ordenamentos jurídicos internacionais. Embora útil, porque a pesquisa revela o estágio em que se encontra a compreensão ou o debate sobre o tema em determinado momento e lugar, esta modalidade oferece vários riscos: a) Transformar o trabalho numa colagem. b) Negligenciar a pesquisa jurisprudencial, porque exige grande esforço interpretativo e contentar-se em reproduzir as análises dos julgamentos encontradas na doutrina. 2.3.2 Análise de texto A pesquisa jurídica de análise de texto mostra-se de grande valia em diversas hipóteses quando: um projeto de lei está em discussão, cabe avaliar seu impacto, caso venha a ser adotado; uma nova lei é editada, ou em casos em que uma norma editada e já comentada merece interpretação diversa da habitual; uma sentença é inovadora e marca uma reviravolta na jurisprudência, ou nos casos em que, ao contrário, dela se esperava o reconhecimento da evolução de dado instituto jurídico, mas a decisão limita-se a confirmar um entendimento tradicional; a obra de um autor em seu conjunto ou apenas numa de suas partes, enseja uma investigação, seja por sua originalidade, seja pela contribuição que traz à elucidação de um tema, ou para discutir uso de seus conceitos, etc. 2.3.3 Estudo comparativo Entre institutos ou situações jurídicas diversas, pode mostrar-se próprio ao tema escolhido. A expressão estudo comparativo está ligada ao direito comparado, devendo ser reservada à confrontação de fenômenos que se passam de um lado e de outro de uma linha de demarcação entre duas tradições jurídicas. O pesquisador age como um intérprete que procura tornar inteligível um outro direito e uma outra forma de viver dentro do direito, percebida em outro ordenamento. 2.3.4 Estudo histórico Aqui, os conhecimentos jurídicos estão indissociavelmente associados aos históricos, numa construção interdisciplinar de grande valia para a doutrina. Conhecer a história mostra-se essencial para a compreensão do ordenamento jurídico. Quando o objeto escolhido é local, o aluno deve revelar especial vocação para pesquisa em arquivos ou para colher depoimentos. Deve reforçar sua base de história geral para bem contextualizar os elementos da pesquisa.

2.3.5 Pesquisas de campo 13 De acordo com o pensamento de Cruz Neto, apud. Ventura 2000, p. 34: Permitem o melhor conhecimento de incontáveis situações que interessam ao direito: são fruto de um momento relacional e prático, pois o que atrai o pesquisador é a existência do desconhecido, o sentido da novidade e o confronto com o que nos é estranho. O trabalho de campo traz excelentes contribuições para a pesquisa, pois: Pode produzir estatísticas importantes que permitam a avaliação dos efeitos de normas, decisões ou medidas administrativas. Pode complementar uma dada abordagem teórica com informações originais, devidamente referendadas pelos dados fenomênicos apresentados e recolhidos da realidade. A pesquisa de campo é empírica por natureza e se funda na observação que o aluno faz diretamente dos fatos ou na indagação concreta das pessoas envolvidas ou interessadas no tema. A vida profissional, se prestarmos atenção, é um grande laboratório que abre inúmeras oportunidades para pesquisa de campo. Quando os dados necessários não se encontram em arquivos, mas devem ser produzidos, é necessária a elaboração de instrumentos de investigação. Há diversas formas de coleta de dados, sendo mais comuns as entrevistas, os questionários e formulários, a história de vida, o depoimento, o relato vida, a observação, etc. (que veremos logo adiante). 2.4 Técnicas para coleta de dados e informações São aplicadas após delimitar o tema da pesquisa, o grupo ou instituição a ser estudado, o tipo de pesquisa que será desenvolvida, e, dependendo do tempo e dos recursos financeiros que você possui, é o momento de decidir quais técnicas serão utilizadas para coletar os dados e as informações necessários ao desenvolvimento de seu trabalho. Se você possui pouco tempo e o grupo a ser investigado é letrado, você poderá optar pelo questionário. No entanto, se você quiser obter dados e informações mais detalhados, talvez a entrevista e a observação possam ser mais indicadas. Portanto, para ter clareza na escolha de uma ou mais técnicas de coleta de dados e informações, é preciso saber que não existe uma técnica melhor do que a outra, o importante é você conhecer o grupo a ser pesquisado através de uma pesquisa exploratória, saber os objetivos e as perguntas que pretende responder com a pesquisa, bem como o tempo e as condições materiais que possui para efetivá-la. 2.4.1 Questionário ou formulário O questionário e o formulário são instrumentos muito usados para o levantamento de informações. Diferenciam-se apenas no que se refere à sua aplicação. O questionário é preenchido pelo próprio entrevistado e o formulário é preenchido indiretamente, isto é, pelo entrevistador. O pesquisador, ao elaborar os seus questionários, deve ter a preocupação de determinar o tamanho, o conteúdo, a organização e clareza de apresentação das questões a fim de estimular o informante a responder. É aconselhável que o questionário não exija muito mais de 10 a 20 minutos para ser respondido.

14 Um questionário muito extenso é desmotivador e pode condicionar respostas rápidas e superficiais do informante. Os questionários remetidos pelo correio devem trazer todas as instruções ao pesquisador que motivem o informante a expressar-se com clareza e profundidade demonstrando em si um apelo ao leitor. Nela o pesquisador deve esclarecer o que é a pesquisa, seus objetivos e destino final. Ela deve ser breve, porém conter todas as instruções necessárias para o preenchimento do questionário, garantindo o anonimato. A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por necessidade das características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, grupos de usuários de drogas, por exemplo). Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação. Estrutura Textual do Questionário: O questionário deve ter uma carta de apresentação (quando for enviado pelo correio) ou um parágrafo inicial (quando entregue em mãos) que contenha: a identificação da instituição e do pesquisador; a proposta da pesquisa; as instruções de preenchimento; as instruções para devolução; um incentivo para o preenchimento; um agradecimento pela colaboração. Sempre que possível deve-se evitar a identificação do nome do respondente para não inibir determinadas respostas. Outros tipos de identificação tipo idade, escolaridade, gênero, etc... podem e devem ser solicitados. Outro fator que pode colaborar para a escolha pela aplicação de questionários diz respeito ao custo. O questionário custa menos para o pesquisador do que as entrevistas. Barros afirma que o questionário apresenta, como todo instrumento de pesquisa, suas vantagens e limitações. A vantagem maior diz respeito à possibilidade de se abranger um grande número de pessoas. Segundo o autor: É um instrumento muito útil para certas pesquisas em que se procuram informações de pessoas que estão geograficamente muito dispersas. [...] Por exemplo, posso distribuir questionários, de uma só vez, para todos os elementos que participam de uma reunião num congresso ou numa sala de aula (BARROS, 1998, p. 50 e 51). Tipos de perguntas (de acordo com o tipo de respostas que suscitam): O questionário pode possuir perguntas fechadas (mais fáceis de mensurar), perguntas abertas ou a combinação dos dois tipos. Fechadas: apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas. - Simples: tipo sim ou não, certo e errado. Ex.: Após concluir o curso você pretende atuar na área? ( )sim ( )não ( )talvez - Múltipla escolha: Ex.: Renda familiar: ( ) menos de 1 salário mínimo ( ) 1 a 3 salários mínimos ( ) 4 a 6 salários mínimos ( ) 7 a 11 salários mínimos ( ) mais de 11 salários mínimos

Abertas: permitem ao informante responder livremente com frases ou orações. Ex.: a) Bairro onde mora: b) Qual a sua opinião sobre a UCDB? Obs.: Evitar questões que suscitam duas ou mais respostas para não confundir-se na análise dos dados coletados. Ex.: Você é contra, a favor ou indiferente ao aborto e à prevenção da gravidez? 15 Questões mistas: Ex.: Você é favorável ao esporte de rendimento nas escolas? ( ) sim ( ) não ( ) em parte Justifique: De acordo com BARROS, 1986, p.109 e 110: Vantagens no uso do questionário: a) o questionário possibilita ao pesquisador abranger um maior número de pessoas e de informações em espaço de tempo mais curto do que outras técnicas de pesquisa; b) facilita a tabulação e tratamento dos dados obtidos, principalmente se o questionário for elaborado com maior número de perguntas fechadas e de múltipla escolha; c) o pesquisado tem o tempo suficiente para refletir sobre as questões e respondê-las mais adequadamente; d) pode garantir o anonimato, conseqüentemente maior liberdade nas respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre as mesmas; e) economiza tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua aplicação. Limitações do uso do questionário: A principal limitação do questionário está relacionada com a sua devolução, além do que o grau de confiabilidade das respostas obtidas pode diminuir em razão de que nem sempre é possível confiar na veracidade das informações. Outra limitação ocorre pelo fato de ter-se de elaborar questionários específicos para segmentos da população a fim de se ter maior compreensão das perguntas. Não pode também ser aplicado a pessoas analfabetas. (BARROS, 1986, p.110) 2.4.2. Entrevista A entrevista é uma técnica que permite o relacionamento estreito entre entrevistado e entrevistador. As entrevistas, segundo sua forma de operacionalização, podem ser classificadas em estruturadas e não-estruturadas. São estruturadas quando possuem as questões previamente formuladas, isto é, o entrevistador estabelece um roteiro prévio de perguntas, não há liberdade de alteração dos tópicos ou para fazer inclusão de questões frente às situações. Nas entrevistas não estruturadas, o pesquisador busca conseguir, através da conversação, dados que possam ser utilizados em análise qualitativa, ou seja, os aspectos considerados mais relevantes de um problema de pesquisa. Cuidados para maior êxito da entrevista: a) Preparar o informante para entrevista: é a fase do contato inicial entre entrevistador e entrevistado. Deve-se motivar e preparar o entrevistado antes de iniciar a indagar as questões. Explicações sobre o objetivo da entrevista devem ser dadas, assegurando o sigilo das respostas, bem como valorizar as informações que o entrevistado possa fornecer.

16 b) Elaboração das questões: as questões devem ser elaboradas de acordo com o tipo de entrevista a ser desenvolvida (estruturada ou não-estruturada). c) Registro da entrevista: uma vez realizada a entrevista, o pesquisador deve transcrever e analisar as informações imediatamente após a sua efetivação. Registrar os dados ao mesmo tempo em que se realiza a entrevista pode trazer inibições. Para o uso de gravador é necessário solicitar a autorização do entrevistado. d) Prestar atenção aos itens que o entrevistado deseja esclarecer sem manifestar as suas opiniões (do entrevistador). Não apressar o entrevistado dandolhe tempo para expor suas conclusões. e) Assegurar as condições favoráveis ao bom desenvolvimento da pesquisa. Procurar evitar desencontros e perda de tempo. Vantagens da utilização da entrevista: Maior flexibilidade para o pesquisador. A entrevista pode ser aplicada em qualquer segmento da população, isto é, o entrevistador pode formular e reformular as questões para melhor entendimento do entrevistado. O entrevistador tem oportunidade de observar atitudes, reações e condutas durante a entrevista. Há oportunidade de se obter dados relevantes e mais precisos sobre o objeto de estudo. Limitações da utilização da entrevista: Entre as limitações quanto ao uso da entrevista é necessário ressaltar que, para o uso desta técnica, no estudo, o pesquisador despenderá mais tempo. O custo operacional será mais alto, precisando-se treinar e habilitar o entrevistador para tal função (BARROS, 1986, p. 110-111). Recomendações importantes: Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento necessário para satisfazer suas necessidades de informação. Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica de sua postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha. Prepare com antecedência as perguntas a serem feitas e a ordem em que elas devem acontecer (estruturada) ou faça um pequeno roteiro das informações essenciais a serem obtidas (não-estruturada). Diante do/a entrevistado/a: a) Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de idéias. b) Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do/a entrevistado/a para que isso não venha prejudicar a relação entre entrevistador/a e entrevistado/a. c) Deixe que as questões surjam mais naturalmente, mesmo que você possua um roteiro, evitando que a entrevista assuma um caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se torne um questionário oral. d) Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem tornar-se cansativas. e) Procure incentivar o/a entrevistado/a para as respostas, evitando que ele/a se sinta falando sozinho/a. f) Vá anotando tópicos centrais da fala do/a entrevistado/a evitando que ele/a fique esperando sua próxima indagação. g) Caso use o gravador ou a filmadora, não deixe de pedir permissão para tal. Às vezes, o uso do gravador ou da filmadora pode inibir o/a depoente e frustrar o/a entrevistador/a. Recomenda-se que esses equipamentos sejam utilizados após os primeiros encontros quando já deve ter sido estabelecida uma cumplicidade entre pesquisador/a e pesquisados/as.

Relatório da entrevista Mesmo tendo gravado procure fazer o relatório o mais cedo possível. Anote as respostas e as reações que você conseguiu observar durante a entrevista. É essencial a utilização de uma caderno/diário de campo. 2.4.3 Observação com método científico. Sugestões para uma observação satisfatória: Antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local. Determine que tipo de fenômenos merecerá registro. Crie, com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure estipular algumas categorias dignas de observação. Esteja preparado/a para o registro de fenômenos que surjam durante a observação, que não eram esperados no seu planejamento. Para realizar registros iconográficos (fotografias, filmes, vídeos, etc.), Caso o objeto de sua observação sejam indivíduos ou grupos de pessoas, prepareos para tal ação. Eles não devem ser pegos de surpresa, têm o direito de dizerem não. Noentanto,ao consultar e avisar, é importante deixar claro que não devem se preparar artificialmente, mascarando a realidade. Porém, se isso ocorrer, anote os detalhes, pois todos são importantes. Procure fazer o relatório o mais cedo possível. Formas de classificação da observação A observação é uma das técnicas de coleta de dados imprescindível em toda pesquisa científica. Observar significa aplicar atentamente os sentidos a um objeto para dele adquirir um conhecimento claro e preciso.[...] A observação é uma técnica que pode ajudar muito o pesquisador nas suas pesquisas. O pesquisador iniciante pode ir aos poucos observando e registrando os fenômenos que aparecem na realidade. Posteriormente recomenda-se que o observador se prepare adequadamente com cuidados especiais para cada estudo realizado.[...] A maior vantagem do uso da observação em pesquisa está relacionada com a possibilidade de se obter a informação na ocorrência espontânea do fato. A observação é uma técnica que pode ser usada por todo o pesquisador, além de que, existem certos fenômenos que não poderiam ser estudados de outra maneira. (BARROS, 1990, p. 54) 17 1.Quanto à estruturação 2. Quanto à participação do observador 3. Quanto ao número de observadores 4. Quanto ao local de observação a) Observação assistemática ou não estruturada: não tem controle e nem instrumental apropriado. b) Observação sistemática ou planejada: é realizada em condições controladas. Utiliza instrumental adequado. a) Observação não participante: o pesquisador permanece de fora da realidade a estudar. Não há envolvimento do observador. b) Observação participante: o observador se incorpora natural ou artificialmente ao grupo ou comunidade pesquisados. a) Observação individual: realizado por um só pesquisador. b) Observação em equipe; quando há o trabalho integrado de uma equipe de observadores. a) Observação em campo: observação feita dos fenômenos na realidade social. b) Observação em laboratório: quando as situações são criadas em laboratórios.

18 5. Enquanto técnica de atuação na realidade a) Observação militante: técnica de estudo permeada por concepções ideológicas e políticas, a qual visa a estimulação de mudança social dos grupos e comunidades envolvidas. 2.4.4. História de vida A história de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral quando o/a depoente é o informante fidedigno de um determinado momento histórico, de um grupo social, de uma instituição ou quando sua vida, de alguma forma, merece ser recontada para fazer parte da memória coletiva. É importante que o/a pesquisador/a tenha clareza de que a memória muda pelo esquecimento de detalhes, pela diferente leitura de um mesmo acontecimento de acordo com as influências do contexto, pela presença do/a pesquisador/a e a percepção do lugar social e da ideologia que representa. Portanto, a história de vida não é indicada para investigar fenômenos porque reflete a visão muito particular de uma pessoa, não cabendo ao/à pesquisador/a interferir ou corrigir o relato. Fundamenta-se na fala de um/a só informante. Denzin, (1973, p.220 apud MINAYO, 1999, p. 126), afirma que A História de Vida apresenta as experiências e as definições vividas por uma pessoa, um grupo, uma organização, como esta pessoa, esta organização ou este grupo interpretam sua experiência. O/a depoente deve estar totalmente livre para falar/relatar os fatos como quiser, na ordem cronológica ou de importância que escolher. Esses detalhes devem ser observados pelo/a pesquisador/a que deve ser ouvido e olhos atentos. 2.4.5 Depoimento oral O depoimento oral também é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral quando o objetivo da pesquisa é recontar a trajetória de um determinado grupo social ou desvelar um determinado fenômeno. Para optar por esse tipo de investigação o/a pesquisador/a precisa se constituir em um/a interlocutor válido, isto é, conhecer o assunto para poder analisar os discursos, interferir quando necessário para reenfocar o tema, evitando que o/a depoente fuja muito do assunto. Por isso afirmamos anteriormente que toda pesquisa exige uma revisão bibliográfica e um bom conhecimento teórico sobre o tema a ser investigado. Por exemplo, se você vai ouvir depoimento de presos, é essencial que você conheça sobre o sistema carcerário, sobre as características desses grupos (psicológicas, de sobrevivência, religiosas, etc.), sobre processos, sobre injustiça social, para ter parâmetros de análise (sem julgar como certo ou errado). É importante que a cada depoimento o/a pesquisador/a tenha clareza: De quem fala? De onde fala? Do que fala? Devemos transitar no equilíbrio, não sendo ingênuos/as à ponto de pensarmos que o/a depoente é neutro na sua fala ou juízes, mantendo uma constante desconfiança. A natureza desse tipo de coleta de dados é recolher os depoimentos e depois de transcrevê-los, efetivar uma análise comparativa, apontando contradições e convergências sobre um mesmo fato ou conceito. Exige um número de informantes que seja capaz de representar o universo pesquisado (ler quadro sobre amostragem).

2.4.6 Relato de vida (tranche de vie, pedaços de vida). O relato de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral quando o objetivo da pesquisa é recontar um determinado momento histórico. O/a informante fica menos livre porque o papel do/a pesquisador/a, com maior domínio da situação, é focalizar o depoimento no tema que investiga procurando trazer o/a depoente de volta quando este começar a divagar ou a relatar outros episódios. Esta técnica é indicada para recompor um determinado período da história geral ou de uma instituição ou fenômeno. Por exemplo, colher relatos de pessoas que participaram da Coluna Prestes; de um determinado Júri; da fundação de uma instituição ou grupo. Neste tipo de coleta de informações é essencial que o/a pesquisador saiba: Quem fala? De onde fala? Do que fala? Pois, sobre um mesmo fato podem existir relatos antagônicos dependendo de quem fala (Golpe militar relatado por um militar que foi a favor do golpe e um preso político). IMPORTANTE: Quando você optar pela História Oral deve seguir alguns passos metodológicos ao transcrever o que ouviu (e gravou, quando obteve permissão para isto). As anotações devem ser organizadas e constantes (nossa memória é muito seletiva e corremos o risco de esquecer ou desconsiderar falas importantes). Para tanto, é importante que sejam utilizados: a) Diário de campo: onde serão registradas as falas, as observações, os detalhes. Anotar risos, choros, silêncios, má interpretação da pergunta, vacilações, expressões corporais, etc.; Também deve conter as percepções e sentimentos do/a pesquisador/a: nojos, indignações, conflitos, desânimo, esperança, alegria, etc. b) Ficha do informante: onde constarão todos os dados necessários para identificá-lo no grupo social e frente ao fenômeno investigado (lembre-se que é bastante significativo você saber:quem fala? de onde fala? do que fala? c) Dica: Estrategicamente é importante que você preencha esta ficha APÓS o depoimento para não inibir ou censurar a fala do/a depoente, mesmo que depois, se assim for solicitado ou exigido, no relatório final não seja identificado o nome do/a depoente, usando-se um pseudônimo. d) Acervo visual: filmagens, fotografias que auxiliam na estruturação do texto. e) Depois do material coletado, devemos fazer a transcrição suja, fidedigna ao oral que passa a ser a transposição para uma outra linguagem, a escrita, onde se perde muito da riqueza do oral e do visual. f) Só limpamos (corrigimos) o que vamos utilizar, evitando transcrever o caricato da fala do/a informante. O ideal, nessas pesquisas seria o relatório através de multimídia (que as academias ainda não aceitam como científico, exigindo o texto escrito). g) Ao organizar o material para ser transcrito recomenda-se que sejam organizados fichamentos temáticos de acordo com o tema do roteiro. h) É recomendado analisar os grandes temas de forma comparativa por blocos de informantes (mulheres/homens; jovens/crianças/velhos; negros/brancos/ índios/ocidentais; autoridades/ detentos, etc.) Explicar o porquê de cada grupo ter construído de uma maneira o seu relato. 19 Atividade 2.1 1. Chat - Assunto: Modalidades de pesquisa