CASA DE RIBERÃO PRETO Local Ribeirão Preto, São Paulo Ano 2000 Escritório SPBR Implantação e Partido Formal A Casa de Ribeirão Preto é uma residência de uso regulas unifamiliar, projetada pelo escritório SPBR em 2000. Encontra-se implantada em um lote urbano compacto, estreito e profundo, com dimensões 15x30 metros, localizado de meio de quarteirão, sofrendo então a pressão dos lotes vizinhos. A geometria deste lote molda a geometria compacta e longilínea do edifício, que se organiza em duas alas prin cipais voltadas para um pátio central. (Figura 1) Figura 1: Implantação da Casa em Ribeirão Preto. Fonte: COSTA, Gabriela, 2014.
A topografia do terreno foi desconstruída com diversos cortes que moldam volumes de terra que servem se apoios para a implantação do volume. Essa movimentação de terra originou três blocos de terra em níveis distintos, acima do nível da rua, o que propicia um favorecimento do acesso ao terreno. Assim, a partir da disposição dos platôs gera-se entre eles um pátio na mesma cota da rua. A partir disso, a casa se configura em um partido formal volumétrico que pousa sobre os níveis do terreno gerados pelos cortes, sustentado por quatro pilares e estruturado por um par de vigas invertidas. O volume sofre uma decomposição por subtração, conforme pode ser visto no esquema a seguir. A residência, organizada em dois níveis, um no nível da rua e o outro, no nível superior caracterizado pelo volume, que é ligado através de uma escada que fica encravada no platô do meio, gerando um acesso centralizado. (Figura 2) Figura 2: Esquema da implantação da Casa em Ribeirão Preto. Fonte: COSTA, Gabriela, 2014. Configuração funcional O pavimento térreo tem carácter principal de pátio e o acesso à residência, além de contar com um pequeno volume que serve como espaço de apoio, e uma área de lazer (churrasqueira) e piscina. Esses elementos estão dispostos isoladamente no pátio e, juntamente com os platôs e escadas, eles sugerem os espaços e as circulações. (Figura 3 e 4). Figuras 3 e 4: Esquemas do térreo e imagem pátio da Casa em Ribeirão Preto. Imagem pátio. Fonte: (1) COSTA, Gabriela, 2014; (2) http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/casa-em-ribeirao-preto-2/
Figuras 5 e 6: Vistas do pátio da Casa em Ribeirão Preto. No segundo pavimento percebe-se uma clara setorização, organizada em duas alas paralelas à rua: isolada da rua, nos fundos do lote, ficam a zonas íntimas; na parte frontal, a zona social. Ligando as duas alas principais, perpendiculares à rua, ficam a zonas de serviços e as circulações horizontal e vertical. (Figura 7) Figuras 7 e 8 Esquema do zoneamento e circulação do Pavimento Superior da Casa em Ribeirão Preto. Fonte: (1) COSTA, Gabriela, 2014 O acesso ao segundo pavimento se dá pela ala de ligação das duas alas principais. Nesta ala, o corpo da bancada da cozinha ocupa uma posição centralizada, que determina duas linhas circulatórias: uma de acesso e ligação das alas principais e outra de uso da própria cozinha, isolada visualmente atrás de um plano opaco. Na ala norte, zona intima, a circulação é centralizada, configurando um corredor, que atende aos dormitórios de um lado e os banheiros de outro. Nessa ala os banheiros estão localizados em um bloco no perímetro externo do volume, voltados ao pátio central da casa. Esta estratégia favorece a composição da fachada norte, definida pela modulação rígida dos quartos. A ala sul serve a zona de serviço social da residência e não apresenta circulações delimitadas por paredes. O layout do mobiliário é quem sugere as circulações assim como os próprios espaços de jantar, estar e TV. Também se pode notar uma circulação sugerida entre o jantar e o estar, desenhada pelo prolongamento do corredor de ligação das alas.
Assim como nos perímetros longitudinais da ala, duas circulações sugerem e conduzem ao terraço. (Figura 8) Espacialidade Figuras 09 e 10: Vistas Corredor da Casa Fonte: (1) (2) http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/casa-em-ribeirao-preto-2/ Zona de circulação No segundo pavimento, uma ala intermediária, que configura uma importante circulação da casa, é delimitada por um plano transparente e um plano opaco, tornando dinâmica a relação desse espaço com o exterior e com a área social, onde há uma tensão visual, dilatada pelas visuais do pátio favorecida pelo plano envidraçado. (Figura 11) A visual da sala também gera tensão no corredor, porém em um segundo plano. (Figura 15) Área Social A área social representa um papel principal no percurso da casa, sendo um ponto significativo da casa, principalmente pelo seu carater sensorial. Os planos envidraçados multiplicam as visuais dessa ala, tornando o espaço multidirecional. (Figura 12) A área social apresenta um posição privilegiada, tendo vista tanto para o exterior (rua) quanto para o interior da casa (pátio). Dois planos envidraçados garantem a ampla relação interior/exterior, e os outros dois planos verticais são opacos e sem aberturas. Nesse grande espaço o layout do mobiliário, assim como caracteriza zonas funcionais, no grande espaço que compreendem o living e a sala de jantar. e caracteriza-se por tensões multidirecionais. (Figura 13 e 14) Figuras 11 e 12: Vistas do corredor e Área Social. Imagem 3D
Figuras 13 e 14: Vistas da Área Social. Imagem 3D Área Íntima Na área íntima da residencias, os dormitórios assim como um pequeno escritório tem vista para o terraço dos fundos, proporcionados pelos planos envidraçados da fachada norte, gerando então tensões unidirecionais. (Figura 15) Figuras 15, Esquema espacialidade e tensões do Pavimento Superior da Casa em Ribeirão Preto Fonte: (1)(2) COSTA, Gabriela, 2014