O impacto no Benefício de Prestação Continuada (BPC) de uma mudança no cálculo da renda do grupo familiar do idoso PNAD 2004 e 2006



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Transcrição:

O impacto no Benefício de Prestação Continuada (BPC) de uma mudança no cálculo da renda do grupo familiar do idoso PNAD 2004 e 2006 Daniele Fernandes Carvalho Palavras-chave: Benefício de Prestação Continuada; Idoso; PNAD Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012. Escola Nacional de Ciências Estatísticas ENCE/IBGE.

Introdução O Brasil é um país com a população em processo de envelhecimento. Em 2010, o Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabilizou 14 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, o que representava 7,4% da população total. A projeção do IBGE para o ano de 2050 aponta que a proporção deste grupo no total da população brasileira deve alcançar 22,71%, um total de 48,9 milhões de pessoas (IBGE, 2008). Com o aumento relativo da população idosa, junto com o envelhecimento populacional, as demandas para este segmento populacional também aumentam e políticas públicas para a população idosa serão cada vez mais demandadas, principalmente nas áreas da saúde, cuidado e previdência social. Nesse contexto, uma questão importante é a garantia de condições mínimas de renda para os idosos que não poderão se beneficiar da aposentadoria por não terem contribuído, ou por não estarem qualificados para a aposentadoria rural. Para isso, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu o direito a um benefício, o Benefício Prestação Continuada (BPC), para idosos e deficientes que não tem meios de garantir o seu sustento, ou tê-lo garantido pelas suas famílias. Objetivo Analisar o impacto da mudança do critério de composição da renda domiciliar per capita no número de domicílios elegíveis ao BPC-idoso. Justificativa As políticas públicas de renda para idosos antes da Constituição de 1988 tinham como foco pessoas que trabalharam ou contribuíram de alguma forma para a Previdência Social. Uma das iniciativas de caráter assistencial para atender a pessoas com baixo histórico contributivo foi a Renda Mensal Vitalícia (RMV), instituída em 1974. Esse benefício exigia algum grau de contribuição, pois somente eram elegíveis pessoas que contribuíram pelo menos 12 meses ou que trabalharam por pelo menos cinco anos em atividades que não eram cobertas pela Previdência Social e que não recebiam nenhum outro benefício (CAMARANO e PASINATO, 2004). Nos anos 1970, também foi criada a Aposentadoria Rural, para idosos que comprovassem terem trabalhado em atividades rurais. O conceito de seguridade social foi criado com a Constituição de 1988 e as políticas públicas para idosos deixaram de ter como clientela apenas pessoas ligadas ao mercado de trabalho, passando a ser estendidas a todos os indivíduos como direito. Nos anos 1990, foram regulamentadas as propostas estabelecidas pela Constituição. Em 1991 foram aprovados os Planos de Custeio e de Benefícios da Previdência Social, aumentando a cobertura dos idosos residentes na área rural e definindo valores mínimos e máximos para os benefícios. Em 1993 foi aprovada a Lei 8.742, Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), onde foram regulamentados os princípios da assistência social definidos na Constituição de 1988. Na LOAS ficam definidas as competências da União, Estados e Municípios na assistência social, cria-se o Conselho Nacional de Assistência Social, é regulamentado o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e é criado o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Em 1994, foi estabelecida a Política Nacional do Idoso (PNI), através da Lei nº 8.842. Com o objetivo de assegurar os direitos sociais dos idosos, define como idoso as pessoas com 60 anos ou mais de idade. Em 2003, o Estatuto do Idoso reafirma a Política Nacional do Idoso e o dever da sociedade em garantir os seus direitos, reunindo as leis e as sanções criadas para o 2

atendimento ao público idoso. Um exemplo são os Direitos Fundamentais que estão definidos no capítulo III, artigo 14, sobre condições econômicas para o sustento, e no capítulo VIII, artigo 34, sobre a assistência social que se referem às condições de manutenção da população idosa: Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social., Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social LOAS., Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS. O benefício mensal para garantir a subsistência dos idosos e pessoas com deficiência com renda familiar per capita inferior a ¼ de salário mínimo e que não tenham contribuído para a Previdência Social é o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Esse benefício foi definido pela LOAS como não contributivo e garante um salário mínimo mensal às pessoas com deficiência e aos idosos que comprovem não possuir meios para prover o próprio sustento e nem tê-lo provido por sua família. Para efeitos de elegibilidade, a idade mínima de requerimento do benefício era de 70 anos, passou para 67 e em 2003 com a Lei nº 10.741 de 2003, ficou definida mais uma redução na idade mínima para 65 anos. Para o idoso requerer o benefício é necessário comprovar a idade e pertencimento a uma família com renda mensal per capita inferior a ¼ de salário mínimo. Se no domicílio houver outro idoso recebendo o BPC, o seu benefício não deve ser considerado para efeitos de computação da renda per capita. Para os deficientes é necessário passar por uma perícia médica no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para comprovar a incapacidade de prover o próprio sustento. O requerimento e o pagamento do benefício são feitos pelo INSS. A cada dois anos, o beneficiário deve passar por uma nova avaliação com o intuito de verificar se persistem os critérios de elegibilidade e a manutenção do benefício (Lei nº 10.741 - Estatuto do Idoso; Decreto nº 6.214). O Benefício de Prestação Continuada começou a funcionar efetivamente em 1996. Em 2009, o INSS emitiu 1,5 milhões de benefícios de prestação continuada para idosos, no valor de 715,9 milhões *. Mesmo não tendo a mesma visibilidade que o Bolsa-família, o BPC atende a uma população que vive em extrema pobreza e o valor do benefício de um salário mínimo não pode ser alterado por questões políticas, apenas por emenda constitucional. Essa transferência de renda não só garante uma renda mínima, como também pode representar uma mudança nas relações deste idoso com as gerações mais novas, já que em muitos casos o BPC é a única renda formal dessas pessoas. Em um estudo de caso feito com beneficiários do BPC no Maranhão, Barbosa e Silva (2003) mostraram que os beneficiários têm baixa escolaridade, vivem em famílias onde os membros estão no mercado de trabalho na informalidade, vieram do interior. * Anuário Estatístico da Previdência Social, 2009, posição em dezembro. Segundo o Anuário, benefícios emitidos são os créditos emitidos para pagamento de benefícios ativos no cadastro. 3

O valor de renda familiar per capita abaixo de ¼ de salário mínimo é muito discutido, alguns defendem que o valor é muito baixo e que muitos idosos vivendo em famílias com renda familiar superior ao limite estabelecido também vivem em situação de pobreza. Penalva, Diniz e Medeiros (2010) também assinalam que apesar de toda essa discussão, há erros de inclusão de beneficiários, inclusive por meio de decisões judiciais que acabam por incluir muitos domicílios com renda per capita acima de ¼. Métodos A composição da renda domiciliar para comprovação de renda no BPC é diferente da composição de renda domiciliar segundo o critério utilizado nas pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Para a PNAD, entende-se por domicílio o local de moradia, estruturalmente separado e independente, constituído por um ou mais cômodos (IBGE, 2006, notas técnicas). Dentro de um domicílio pode existir uma ou mais famílias, por isso o IBGE apresenta em seus estudos a variável de renda domiciliar como a variável de renda familiar. Já para o BPC, para a composição da renda domiciliar o que importa a relação de parentesco com o requerente ao benefício, independente do número de famílias que moram no domicílio. Assim, para efeitos de composição de renda domiciliar, no BPC, só é computada a renda do requerente, cônjuge ou companheiro(a), os pais, os filhos e irmãos não emancipados, de qualquer condição, que sejam menores de 21 (vinte e um) anos ou inválidos. Além disso, para os requerentes que vivem em asilos, hospitais, etc, é feita a composição de renda das pessoas que preenchem essas condições no seu antigo domicílio (Decreto nº 6.214). Segundo Medeiros, Granja e Neto (2009) essa composição de renda familiar do BPC pode excluir pessoas muito pobres, bem como incluir pessoas que vivem em domicílios com renda acima de ¼. Neste trabalho os autores fizeram uma análise sobre o impacto distributivo no BPC quando é usado para cálculo da renda domiciliar a composição de domicílio como Grupo Familiar Doméstico (GDF), onde a família é considerada como unidade de consumo, já que uma mudança nos critérios pode implicar em aumento ou diminuição dos custos para a Previdência Social. Os autores realizaram o estudo com os dados do Censo de 2000, e consideraram o BPC tanto para idosos, como para portadores de deficiência. Para eles, a mudança no critério de composição da renda domiciliar utilizado atualmente pelo BPC, para o critério de GDF como é tratado pelo IBGE pode ter resultados positivos em termos de justiça social sem que o custo total do BPC seja elevado expressivamente (MEDEIROS, GRANJA e NETO, 2009, p. 16). Ao tratar o domicílio como unidade de consumo, leva-se em consideração que em muitos domicílios com mais de uma família, a unidade de consumo é uma só. Neste estudo não pretendo trabalhar com a dimensão do BPC-deficiência porque as variáveis que tratam sobre incapacidades não foram investigadas nas PNADs de 2004 e 2006. Esses anos foram escolhidos por causa do suplemento Acesso a Transferências de Renda de Programas Sociais. A PNAD realizada no ano de 2004 em seu suplemento investigou o acesso a transferências de renda de programas sociais como o BPC, Auxílio-gás, Bolsa- Família, Fome-Zero, Bolsa-Alimentação, Bolsa-Escola, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil PETI. Já no ano de 2006 com a unificação de vários programas sociais investigou-se o acesso a transferências de renda de programas sociais do BPC, Bolsa-Família e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil PETI. Uma das limitações do suplemento é a forma como foi coletada a informação de recebimento de BPC no domicílio. Da forma como a pergunta foi realizada não é possível diferenciar se o beneficiário é idoso. Na tentativa de captar apenas os domicílios com beneficiários idosos, a variável domicílios com idosos com 65 anos ou mais. 4

Além dessa variável, foram criados indicadores de envelhecimento populacional e de perfil dos domicílios beneficiários: - Indicador Porcentagem de idosos com pessoas com 65 anos ou mais na população : Número de pessoas com 65 anos ou mais Total da população X 100 -Indicador Percentual de domicílios que recebem BPC : Número de domicílios que recebem BPC Número de domicílios totais X 100 -Indicador Percentual de domicílios beneficiários que recebem mais de 1 BPC : Número de benefícios BPC existentes no domicílio Número de domicílios que recebem BPC X 100 -Indicador Percentual de domicílios que recebem BPC com pelo menos 1 idoso : Número de domicílios que recebem BPC e que tem pelo menos 1 idoso X 100 Número de domicílios que recebem BPC Além desses indicadores, as variáveis a serem trabalhadas serão: -domicílios com idosos com 65 anos ou mais; -renda domiciliar per capita critério BPC; -renda domiciliar per capita critério IBGE, -domicílio onde algum morador idoso recebeu dinheiro do programa social Benefício Assistencial de Prestação Continuada BPC LOAS no mês de referência. A variável renda domiciliar per capita critério BPC será criada a partir do somatório da renda de todas as fontes dos moradores do domicílio que tenham as seguintes relações de parentesco com o idoso: cônjuge, filhos menores de 21 (vinte e um) anos e outros parentes menores de 21 (vinte e um) anos, que são os moradores que devem ser contabilizados para efeito de composição de renda domiciliar segundo a legislação. No entanto, as relações de parentesco na PNAD são levantadas apenas para a pessoa de referência do domicílio. Assim, para efeitos desta composição de renda domiciliar segundo o critério BPC utilizou-se coomo proxy, os idosos de 65 anos ou mais que eram a pessoa de referência do domicílio. Já a variável renda domiciliar per capita critério IBGE será criada a partir do somatório da renda de todas as fontes dos todos os moradores do domicílio exceto agregados. Para este estudo, foi utilizado o software Statistical Package for the Social Science SPSS versão 15.0. 5

Resultados O envelhecimento da população brasileira na última década pode ser visto pelo indicador Porcentagem da população de idosos com 65 anos ou mais apresentado no gráfico 1. Gráfico 1 Porcentagem da população de idosos com 65 anos ou mais nos anos selecionados - Brasil Desde 2000 o segmento populacional 65 anos ou mais vem crescendo no Brasil como mostram os dados do Censo e da PNAD; em 2010, o percentual de pessoas deste segmento chegou a 7,4%. Esse segmento é um potencial demandante do BPC-idoso, e se está crescendo é importante saber se a Previdência Social tem conseguido atender ao potencial aumento de demanda. Apesar de o possível beneficiário viver em situação de pobreza e vulnerabilidade, Ivo e Silva (2011) mostram que um percentual alto de benefícios acabam sendo indeferidos. Em 2008, a Previdência Social recebeu 231.667 pedidos de BPC-idoso e destes, 23% foram indeferidos. Como a comprovação da idade mínima é fácil, provavelmente os benefícios são indeferidos pelo fato dos idosos não se enquadrarem no quesito de renda mínima abaixo de ¼ de salário mínimo. O BPC começou efetivamente a ser pago a partir de 1996, para os idosos com 70 anos ou mais e que cumprissem o critério de renda familiar inferior a ¼ de salário mínimo. A idade mínima foi definida na LOAS com previsão de revisão do limite até chegar aos 65 anos de idade. 6

Gráfico 2 Evolução da concessão de Benefício de Prestação Continuada-Idoso - Brasil - 1996/2009 O gráfico 2 mostra que a concessão de BPC idoso tem aumentado desde a sua efetivação em 1996, com picos nos anos em ocorreram a diminuição da idade limite para a concessão do benefício, sendo que o aumento foi mais acentuado no ano de 2004 quando a idade mínima diminuiu passou para 65 anos. Assim, mesmo com alto percentual de deferimento, pode-se considerar que a concessão de benefícios está acompanhando o aumento da demanda. Gráfico 3 Número de Benefícios de Prestação Continuada-idoso ativos - Brasil - 2002/2009 7

O gráfico 3 mostra que o número de BPC-idoso ativos apresenta um contínuo aumento durante o que também indica que o número de benefícios para o idoso também tem crescido junto com o aumento do segmento populacional. A Previdência Social apenas divulga os dados de benefícios por idade e sexo, não permitindo a apresentação de dados sobre o perfil dos domicílios. Na PNAD 2004 e 2006 os indicadores Porcentagem de domicílios que recebem BPC mostra como está a cobertura do benefício nos domicílios brasileiros. Tabela 1 Características dos domicílios por presença de BPC Brasil, 2004 e 2006 2004 2006 Percentual de domicílios que recebem BPC 1,44 2,2 Dos domicílios que recebem BPC, percentual de domicílios que recebem mais de 1 BPC 11,86 8,5 Fonte: IBGE/PNAD de 2004 e 2006. Entre a PNAD de 2004 e a PNAD de 2006 a presença de BPC nos domicílios aumentou, mas como foi dito anteriormente não é possível diferenciar os percentuais referentes ao BPC-idoso e ao BPC-deficiência, sendo necessário usar a proxy domicílio com idosos de 65 anos ou mais. Já o percentual de domicílios com mais de um benefício diminuiu entre os dois anos, possivelmente pela revisão periódica dos benefícios, mas os dados não permitem fazer essa análise. Tabela 2 Características dos domicílios por presença de idosos e presença de BPC Brasil, 2004 e 2006 Percentual de domicílios com idosos de 65 anos ou mais de idade Dos domicílios que recebem BPC, percentual de domicílios com idosos de 65 anos ou mais Fonte: IBGE/PNAD de 2004 e 2006. 2004 2006 18,6 19,3 43,1 55,0 Benefícios ativos são os benefícios que efetivamente geram pagamentos mensais aos beneficiários, junto com os benefícios suspensos compõem o estoque de benefícios do sistema previdenciário, os benefícios mantidos. Até o ano de 2001, a Previdência Social não divulgava os dados dos benefícios ativos, apenas dos benefícios mantidos. A série de benefícios mantidos foi interrompida em 2003, e atualmente são divulgados apenas os dados dos benefícios ativos. 8

Para o ano de 2004, 18,6% dos domicílios brasileiros possuíam pelo menos 1 morador com idade igual ou superior a 65 anos. Para o ano de 2006 o percentual foi de 19,3% dos domicílios. O percentual de domicílio com idosos de 65 anos ou mais aumentou um pouco entre 2004 e 2006, mas destaca-se o aumento do número de benefícios nos domicílios com idosos. Esse aumento provavelmente está refletindo o aumento das concessõs de benefícios em 2004 pela idade mínima de 65 anos ter entrado em vigor. Mudança do conceito de domicílio elegível Considerando o aumento da população idosa e a crescente demanda por benefícios, quais seriam os efeitos da mudança de família para composição da renda familiar per capita usado pelo BPC para mudança de família usado pelo IBGE? Medeiros, Granja e Neto (2009) estimaram usando os dados do Censo de 2000 que para 80,8% dos domicílios elegíveis ao BPC nada mudaria, e que a mudança de conceitos de família provocaria movimento das pessoas ao longo das classes de renda, mas o saldo líquido deste movimento seria reduzido (p. 13), pois o movimento de passar de uma classe a outra com a mudança de conceito acontece em classes vizinhas. Para analisar a cobertura do benefício de prestação continuada idoso nos anos de 2004 e 2006, foram considerados os domicílios com pelo menos 1 idoso com idade de 65 anos ou mais. Tabela 3 Percentual de domicílios elegíveis e domicílios beneficiários segundo Renda per capita critério BPC Brasil, 2004 e 2006 2004 2006 Domicílios elegíveis ao BPC-idoso Domicílios beneficiários do total de domicílios elegíveis Fonte: IBGE/PNAD de 2004 e 2006. 4,36 3,46 4,92 9,61 Após a definição do primeiro critério de elegibilidade (idade) para o BPC-idoso, identificou-se dentre os domicílios com idosos, os que possuíam renda per capita inferior a ¼ de salário mínimo, sendo a renda per capita computada de acordo com o critério de moradores utilizado no Programa. O resultado foi o indicador percentual de domicílios elegíveis ao programa nos anos de 2004 e 2006. Dentre os domicílios elegíveis foram identificados os domicílios onde algum morador recebeu dinheiro do programa social Benefício Assistencial de Prestação Continuada BPC LOAS no mês de referência. A tabela 3 mostra que o percentual de domicílios elegíveis ao BPC-idoso diminuiu entre os anos de 2004 e 2006, enquanto o percentual de domicílios beneficiários quase dobrou no mesmo período. Esse aumento dos domicílios beneficiários pode estar refletindo a entrada (captação em 2006) de domicílios que passaram a ser elegíveis a partir da diminuição da idade mínima. Por outro lado, a diminuição de domicílios elegíveis pode estar associado à variação amostral. No ano de 2004 o salário mínimo era de R$260,00. No ano de 2006 o salário mínimo era de R$350,00. 9

Tabela 4 Percentual de domicílios elegíveis e domicílios beneficiários segundo Renda per capita critério IBGE Brasil, 2004 e 2006 2004 2006 Domicílios elegíveis ao BPCidoso 2,00 1,72 Domicílios beneficiários do total de domicílios elegíveis 4,05 6,03 Fonte: IBGE/PNAD de 2004 e 2006. A tabela 4 mostra que os domicílios elegíveis eram 2% dos domicílios brasileiros em 2004 e 1,72% dos domicílios em 2006. Quando consideramos a cobertura no ano de 2004, apenas 4,05% dos domicílios elegíveis eram beneficiários do BPC, já para o ano de 2006, esse valor aumentou para 6,03%, provavelmente também refletindo o elevado número de benefícios concedidos no ano de 2004. O BPC-idoso é um benefício social concedido a pessoas com 65 anos ou mais de idade que não recebem nenhum outro tipo de benefício da Previdência Social e que não possuem meios de garantir a sua subsistência, nem de tê-la garantida pelos seus familiares. Assim, apesar dos dados existentes nas PNADs de 2004 e 2006 não permitirem separar o BPC-idoso do BPC deficiência, os dados mostram um aumento na cobertura dos domicílios elegíveis do ano de 2004 para o ano de 2006, independente do critério utilizado na composição da renda do domicílio. 10

Brasil, 2004 Critério IBGE Tabela 5 Percentual de domicílios elegíveis ao BPC-idoso segundo Classes de Renda domiciliar per capita critério BPC e critério IBGE Menos que 0,25 De 0,25 a menos 0,5 De 0,5 a menos 0,75 De 0,75 a menos 1 Critério BPC De 1 a menos 1,25, a menos 1,5 De 1,5 a menos 1,75, a menos 2 2 ou mais Menos que 0,25 31,7 4,2 0,3 0,0 1,6 De 0,25 a menos 0,5 38,4 57,4 12,4 2,5 1,4 0,7 0,1 0,0 8,0 De 0,5 a menos 0,75 12,9 27,9 61,3 16,0 11,1 3,8 0,6 0,6 0,2 14,6 De 0,75 a menos 1 6,2 5,8 15,4 60,2 8,0 9,2 4,0 2,3 0,5 8,8 De 1 a menos 1,25 3,2 2,7 4,8 11,1 66,8 11,5 9,1 3,9 2,6 21,4 De 1,25 a menos 1,5 2,3 0,5 2,6 5,1 5,4 61,2 14,1 11,1 2,2 7,2 De 1,5 a menos 1,75 1,6 0,5 1,2 1,6 2,7 5,4 60,0 16,3 4,1 6,2 De 1,75 a menos 2 0,2 0,2 0,6 1,3 1,3 2,9 2,9 54,7 4,1 3,9 2 ou mais 3,5 0,8 1,5 2,2 3,3 5,3 9,2 11,0 86,3 28,2 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte: IBGE/PNAD de 2004 Total A tabela 5 mostra que segundo os dados da PNAD, uma mudança no critério de moradores para definição da renda familiar per capita do que é utilizado pelo BPC para o critério de moradores do domicílio como é utilizado pelo IBGE tem um impacto importante na redistribuição dos domicílios. Dos domicílios com idosos com 65 ou mais elegíveis pelo critério BPC, apenas 31,7% continuariam sendo elegíveis, a maioria dos domicílios passariam para a classe de renda seguinte. Esses resultados são diferentes dos encontrados por Medeiros, Granja e Neto (2009), mas os autores trabalharam com BPC independente se era idoso ou deficiente, o que pode explicar a diferença. No entanto, como os autores também verificaram, o maior percentual de mudança é verificado para a classe de renda per capita seguinte. 11

Brasil, 2006 Critério IBGE Tabela 6 Percentual de domicílios elegíveis ao BPC-idoso segundo Classes de Renda domiciliar per capita critério BPC e critério IBGE Menos que 0,25 De 0,25 a menos 0,5 De 0,5 a menos 0,75 De 0,75 a menos 1 Critério BPC De 1 a menos 1,25 De 1,25 a menos 1,5 De 1,5 a menos 1,75 De 1,75 a menos 2 2 ou mais Menos que 0,25 29,6 4,3 0,2 0,0 1,4 De 0,25 a menos 0,5 37,9 59,5 12,7 1,4 1,1 0,3 0,3 0,0 7,7 De 0,5 a menos 0,75 16,1 26,1 61,2 15,0 10,4 4,5 0,5 0,4 0,4 14,9 De 0,75 a menos 1 4,0 5,6 15,3 60,7 7,5 7,8 3,3 2,1 0,4 8,7 De 1 a menos 1,25 5,5 2,2 5,8 13,1 70,4 11,8 10,5 8,0 3,4 24,1 De 1,25 a menos 1,5 1,7 1,0 2,3 4,0 3,8 62,5 14,1 9,0 2,2 6,9 De 1,5 a menos 1,75 1,1 0,4 0,9 2,3 2,5 5,5 56,8 12,2 4,5 6,0 De 1,75 a menos 2 0,9 0,3 0,3 1,4 1,2 1,8 4,6 56,3 4,6 3,6 2 ou mais 3,2 0,7 1,4 2,2 3,1 5,9 10,0 12,1 84,4 26,7 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte: IBGE/PNAD de 2006 Total Para o ano de 2006, apenas 29,6% dos domicílios continuariam na classe de renda per capita menos de ¼ de, e como em 2004 a maior mudança é verificada para a classe de renda seguinte. Observa-se tanto na tabela 5 como na tabela 6, que a mudança de critério de contabilização da renda per capita para o critério IBGE aumenta a renda familiar per capita das famílias como era de se esperar. Para a Previdência Social, a mudança poderia diminuir os custos da política, mas do ponto de vista da cidadania, o fato de pertencer a um domicílio com renda per capita igual ou superior a ¼ de não significa que o idoso não está em situação de vulnerabilidade. Conclusão O envelhecimento populacional demandará cada vez mais políticas públicas de saúde, cuidado e previdência social. Neste estudo observou-se que o aumento da população idosa com 65 anos ou mais foi acompanhado pelo aumento da concessão de benefícios de prestação continuada para os idosos que não estavam aptos para se aposentar seja pelo sistema contributivo, seja pela aposentadoria rural. Os resultados mostram que apesar do percentual de domicílios brasileiros atendidos pelo programa ser baixo, 1,44% em 2004 e 2,2% em 2006 (o que pode ser um aspecto positivo do ponto de vista de um programa de renda mínima, mas pode ser negativo se muitos que teriam direito estão fora do programa), 43,1% dos domicílios que recebiam BPC tinham pelo menos 1 idoso, e para 2006 esse valor é de 55%. 12

Os resultados da mudança da forma de contabilização da renda domiciliar per capita pelo critério utilizado pelo BPC para o critério de contabilização de renda domiciliar per capita utilizando o critério do IBGE foram expressivos, diferindo dos resultados encontrados por outros pesquisadores. 13

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