Nota técnica 2011/03/23_Aposentadoria_Especial_Risco

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Transcrição:

Nota técnica 2011/03/23_Aposentadoria_Especial_Risco EMENTA: PLP 554/2006 e PLS 330/2006. Servidor público. Aposentadoria especial. Atividade de risco. Definição das categorias abrangidas. Sugestão de inclusão da atividade de segurança dos órgãos do Poder Judiciário e de executante de ordens judiciais. Trata-se de análise efetuada sobre o Projeto de Lei Complementar nº 330, de 2006 (PLS 330/2006), e sobre o Projeto de Lei Complementar nº 554, de 2010 (PLP 554/2010), apensado ao primeiro, que pretendem regulamentar a concessão de aposentadoria especial aos policiais e aos servidores públicos que exerçam atividade de risco, respectivamente. Mais especificamente, examina-se o substitutivo aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), quando votou o parecer do Relator da Comissão, deputado Marcelo Itagiba (PSDB- RJ). Essa a redação que atualmente tramita na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP). Originalmente, pretendendo regulamentar o disposto no artigo 40, 4º, II, da Constituição 1, ou seja, a aposentadoria especial para os servidores que exercem atividade de risco, o Projeto de Lei Complementar nº 330, de 2006, do deputado Mendes Ribeiro Filho, tratou dos servidores policiais, da forma seguinte: Art. 1º - O servidor público policial será aposentado: I Voluntariamente, independentemente da idade, após 30 (trinta) anos de contribuição, desde que conte, pelo menos, 20 (vinte) anos de exercício em cargo de natureza policial, se homem e, após 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que conte, pelo menos, 15 (quinze) anos de exercício em cargo de natureza policial, se mulher. II Compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e, aos 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, qualquer que seja a natureza dos serviços prestados. 1 Constitutição: Art. 40 (...) 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (...) II que exerçam atividades de risco; 1 de 14

O projeto de lei complementar tramitou pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e, após, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), nas quais foram aprovados substitutivos que alteravam a Lei Complementar nº 51, de 1985, que atualmente dispõe sobre a aposentadoria dos policiais. Interessa ao presente exame o substitutivo aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), de que se falará adiante, pois é ele que será apreciado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, onde se encontram os projetos atualmente. O Projeto de Lei Complementar nº 554, de 2010, foi apresentado pelo Poder Executivo (Projeto de Lei da Presidência PLP), no intuito de regulamentar a concessão de aposentadoria especial aos servidores que exerçam atividades de risco, nele definidos como sendo a de polícia e a exercida no controle prisional, carcerário ou penitenciário e na escolta de preso. Os requisitos de idade, tempo de contribuição, tempo de efetivo exercício no cargo foram assim estabelecidos no PLP 554: Art. 3º O servidor a que se refere o art. 2º fará jus à aposentadoria ao completar: I - vinte e cinco anos de efetivo exercício em atividade de que trata o art. 2º; II - cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria; III - trinta anos de tempo de contribuição; e IV - cinquenta e cinco anos de idade, se homem, e cinqüenta anos, se mulher. Parágrafo único. Aplica-se o disposto nos 2º, 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição às aposentadorias especiais concedidas de acordo com esta Lei Complementar. Os projetos de lei complementar sob exame foram apensados e submetidos à apreciação da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), onde o relator designado, deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) apresentou substitutivo aprovado pela Comissão, de modo que a proposta atualmente tramita com a redação seguinte: Art. 1º A concessão da aposentadoria de que trata o inciso II do 4º do art. 40 da Constituição ao servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que exerça atividade de risco fica regulamentada nos termos desta Lei Complementar. Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar considera-se atividade que exponha o servidor a risco: I - a de polícia, exercida pelos servidores referidos nos incisos I a IV do art. 144 da Constituição Federal; 2 de 14

II - a exercida em guarda municipal, no controle prisional, carcerário ou penitenciário e na escolta de preso; III a exercida pelos profissionais de segurança dos órgãos referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal. Art. 3º. O servidor a que se refere o art. 2º fará jus à aposentadoria: I voluntariamente, ao completar 30 (trinta) anos de contribuição, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, desde que conte, pelo menos, 20 (vinte) anos de exercício de atividade de risco; II voluntariamente, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, desde que conte, pelo menos, 20 anos (vinte) anos de exercício de atividade de risco, se mulher; III por invalidez permanente, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente de acidente em serviço ou doença profissional, ou quando acometido de moléstia contagiosa ou incurável ou de outras especificadas em lei; ou IV por invalidez permanente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição em atividade de risco, tendo por base a última remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente de doenças não especificadas em lei ou em razão de acidente que não tenha relação com o serviço. 1º Os proventos da aposentadoria de que trata esta Lei terão, na data de sua concessão, o valor da totalidade da última remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria. 2º Os proventos da aposentadoria de que trata esta Lei serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração ou subsídio dos servidores em atividade. 3º Serão estendidos aos aposentados quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, incluídos os casos de transformação ou reclassificação do cargo ou da função em que se deu a aposentadoria. 4º O valor mensal da pensão por morte corresponderá a cem por cento do valor da aposentadoria que o servidor recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado, em qualquer caso, o disposto nos 2º e 3º deste artigo. 5º As pensões já concedidas na data da publicação desta Lei terão os cálculos revisados para serem adequadas aos termos deste artigo. 6º Serão considerados tempo de efetivo serviço em atividade de risco, para os efeitos desta Lei, as férias, as ausências justificadas, as licenças e afastamentos remunerados, as licenças para exercício de mandato classista e eletivo e o tempo de atividade militar. Art. 4º O disposto nesta Lei Complementar não implica afastamento do direito de o servidor se aposentar segundo as regras gerais. O substitutivo aprovado pela CSPCCO, como se vê, a par de ampliar o rol das atividades a serem consideradas de risco, para fins de concessão de aposentadoria especial, nos termos do artigo 40, 4º, II, da Constituição, resgata 3 de 14

a integralidade plena (sem média remuneratória como fórmula de cálculo) e a paridade na concessão do benefício. Por outro lado, conquanto tenham sido elencadas - como atividades que expõem os servidores a risco - aquelas exercidas por profissionais de segurança da Câmara e do Senado 2, não estão abrangidas pela pretendida regulamentação as atividades dos servidores responsáveis pela segurança dos órgãos do Poder Judiciário, tampouco aquelas desempenhadas pelos oficiais de justiça (execução de ordens judiciais). É certo que a definição do rol de atividades consideradas de risco, para fins de concessão da aposentadoria especial, tal como posta nos projetos originais e no substitutivo atualmente em tramitação, restringe a concessão do benefício às categorias ali referidas, excluindo duas funções com extremo risco integrante da rotina dos órgãos do Poder Judiciário nas esferas Estadual, Distrital e Federal. Assim, como precaução, é necessária a mobilização dos agentes/inspetores de segurança e dos oficiais de justiça, através de suas entidades representativas, para buscar, junto ao relator no Plenário, a inclusão na proposta de lei complementar de disposição que contemple as atividades exercidas pelos agentes/inspetores e pelos oficiais de justiça como de risco, para fins de concessão da aposentadoria especial. Diante da realidade política, o contido nos incisos I e II, do artigo 3º, do substitutivo, embora não seja no plano ideal de 20 (vinte) anos apenas, é a evolução possível resultante da longa batalha pelas pretensões dos servidores que exercem atividades de risco, vez que aqueles incisos estabelecem 30(trinta) anos de contribuição e 20 (vinte) na atividade de risco para homens e 25(vinte e cinco) de contribuição e 20 (vinte) na atividade de risco para mulheres. Registre-se que a proposta contida no inciso I, do artigo 3º, do substitutivo em tramitação isto é, 30 (trinta) anos de contribuição e 20 (vinte) de exercício na função para homens é semelhante à que atualmente se aplica à aposentadoria dos policiais, contida na Lei Complementar nº 51, de 1985, recepcionado pela Constituição de 1988, conforme entendimento do Supremo 2 Constitutição: Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: (...) IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (...) Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 4 de 14

Tribunal Federal. 3 O modelo final do substitutivo aprovado pela CSPCCO, com a redução para mulheres (25 no total e 20 na atividade de risco), é semelhante ao que tivemos a oportunidade de levar ao Senador Paulo Paim, por ocasião da retomada das pressões pela regulamentação (PLS 68/2003), mediadas por audiências públicas e mandados de injunção. Para constituir um resumo dos temas essenciais à aposentadoria especial, com os seus desdobramentos, os pontos importantes podem ser isolados nas hipóteses seguintes: (i) viabilizar aos oficiais o exercício do direito à aposentadoria especial prevista no artigo 40, 4º, inciso II, da Constituição da República, com proventos alcançados pela integralidade e paridade plenas, independente de idade mínima; (ii) viabilizar aos oficiais, no tocante à aposentadoria por idade (a partir dos 65 anos para homem e 60 anos para mulher), compulsória (70 anos) e por invalidez, proporcionais ao tempo de contribuição, o exercício do direito a que os valores sejam calculados a partir da última remuneração percebida em atividade, com resguardo da paridade, tendo por tempo integral de referência o tempo especial; (iii) diante da ausência de requisito de exclusividade no artigo 40, 4º, inciso II, da Constituição da República, viabilizar a conversão do tempo especial em tempo comum ou outro tempo especial, para averbação em outra atividade, bem como permitir a conversão do tempo comum anterior a abril de 1995 em tempo especial de risco; 3 STF: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 3º DA LEI DISTRITAL N. 3.556/2005. SERVIDORES DAS CARREIRAS POLICIAIS CIVIS CEDIDOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA DA UNIÃO E DO DISTRITO FEDERAL: TEMPO DE SERVIÇO CONSIDERADO PELA NORMA QUESTIONADA COMO DE EFETIVO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE POLICIAL. AMPLIAÇÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA ESPECIAL DOS POLICIAIS CIVIS ESTABELECIDO NO ARTIGO 1º DA LEI COMPLEMENTAR FEDERAL Nº 51, DE 20.12.1985. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. Inexistência de afronta ao art. art. 40, 4º, da Constituição da República, por restringir-se a exigência constitucional de lei complementar à matéria relativa à aposentadoria especial do servidor público, o que não foi tratado no dispositivo impugnado. 2. Inconstitucionalidade formal por desobediência ao art. 21, inc. XIV, da Constituição da República que outorga competência privativa à União legislar sobre regime jurídico de policiais civis do Distrito Federal. 3. O art. 1º da Lei Complementar Federal n. 51/1985 que dispõe que o policial será aposentado voluntariamente, com proventos integrais, após 30 (trinta) anos de serviço, desde que conte pelo menos 20 anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial foi recepcionado pela Constituição da República de 1988. A combinação desse dispositivo com o art. 3º da Lei Distrital n. 3.556/2005 autoriza a contagem do período de vinte anos previsto na Lei Complementar n. 51/1985 sem que o servidor público tenha, necessariamente, exercido atividades de natureza estritamente policial, expondo sua integridade física a risco, pressuposto para o reconhecimento da aposentadoria especial do art. 40, 4º, da Constituição da República: inconstitucionalidade configurada. 4. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. (ADI 3817, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 13/11/2008, DJe-064 DIVULG 02-04-2009 PUBLIC 03-04-2009 EMENT VOL-02355-01 PP-00059 RTJ VOL-00209-01 PP-00118) 5 de 14

(iv) viabilizar o direito ao abono de permanência aos oficiais que optarem pela continuidade do trabalho, quando atingirem os requisitos da aposentadoria especial, uma vez que esta não é compulsória; (v) viabilizar o direito à contagem especial do tempo de licença para mandato classista ou eletivo, como se o oficial em exercício estivesse, evitando-se prejuízo à representação associativa, sindical e política. Logo, a sugestão de inclusão das atribuições de segurança dos agentes e inspetores, bem como da execução de ordens judiciais dos oficiais, no substitutivo, deve contemplar tais hipóteses. Como recomendação final, sem prejuízo das ingerências para que os mandados de injunção (verdadeiros catalisadores do atual processo legislativo) produzam o melhor resultado possível, devem-se empreender todos os esforços possíveis para que os servidores com atribuições de segurança e aqueles responsáveis pela execução de ordens judiciais integrem o substitutivo apresentado pela CSPCCO, com as complementações anexas a esta nota técnica. Nesta etapa, optou-se pelo mínimo de alteração possível, a viabilizar a aprovação da emenda no substitutivo ratificado pela CSPCCO, do que resulta o seguinte: Art. 1º A concessão da aposentadoria de que trata o inciso II do 4º do art. 40 da Constituição ao servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que exerça atividade de risco fica regulamentada nos termos desta Lei Complementar. Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar considera-se atividade que exponha o servidor a risco: I - a de polícia, exercida pelos servidores referidos nos incisos I a IV do art. 144 da Constituição Federal; II - a exercida em guarda municipal, no controle prisional, carcerário ou penitenciário e na escolta de preso; III a exercida pelos profissionais de segurança dos órgãos do Poder Judiciário 4 e dos órgãos referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; IV a realizada pelos responsávels pela execução de ordens judiciais 5 4 Não há distinção entre as atribuições dos servidores responsáveis pela segurança institucional do Poder Judiciário e as atribuições dos demais servidores responsáveis pela segurança dos órgãos do Poder Legislativo, sob a perspectiva da finalidade de sua atuação. O fato de a Polícia Legislativa ter previsão constitucional - bipartida entre os artigos 51 e 52 - não retira o conceito de atividade de risco natural aos servidores que desempenham as funções de segurança em qualquer órgão público, pois é a atribuição segurança que define o risco. 5 Note-se que as funções de segurança e a execução de ordens judiciais já são consideradas atividade de risco. Em atendimento às prescrições da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), o artigo 18, inciso I, da 6 de 14

Art. 3º. O servidor a que se refere o artigo 2º, independente de idade mínima 6, fará jus à aposentadoria: I voluntariamente, ao completar 30 (trinta) anos de contribuição, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, desde que conte, pelo menos, 20 (vinte) anos de exercício de atividade de risco; II voluntariamente, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, desde que conte, pelo menos, 20 anos (vinte) anos de exercício de atividade de risco, se mulher; III por invalidez permanente, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente de acidente em serviço ou doença profissional, ou quando acometido de moléstia contagiosa ou incurável ou de outras especificadas em lei; ou IV por invalidez permanente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição em atividade de risco, tendo por base a última remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente de doenças não especificadas em lei ou em razão de acidente que não tenha relação com o serviço. 1º Os proventos da aposentadoria de que trata esta Lei terão, na data de sua concessão, o valor da totalidade da última remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria. 2º Os proventos da aposentadoria de que trata esta Lei serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração ou subsídio dos servidores em atividade. 3º Serão estendidos aos aposentados quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, incluídos os casos de transformação ou reclassificação do cargo ou da função em que se deu a aposentadoria. 4º O valor mensal da pensão por morte corresponderá a cem por cento do valor da aposentadoria que o servidor recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado, em qualquer caso, o disposto nos 2º e 3º deste artigo. 5º As aposentadorias 7 e pensões já concedidas na data da publicação desta Lei terão os cálculos revisados para serem adequadas aos termos deste artigo. Instrução Normativa nº 023/2005-DG/DF, de 1º de setembro de 2005, prevê: Art. 18 (...) 2º São consideradas atividade profissional de risco, nos termos do inciso I do 1º do art. 10 da Lei 10.826 de 2003, além de outras, a critério da autoridade concedente aquelas realizadas por: I servidor público que exerce cargo efetivo ou comissionado nas áreas de segurança, fiscalização, auditoria ou execução de ordens judiciais. 6 A ressalva à inexistência de idade mínima é importante, porque evita que a Administração adote a idade mínima exigida pela Constituição, alegando que na omissão da Lei Complementar, vale a regra geral da idade de 60 anos exigida para o homem e 55 anos exigida para a mulher. 7 A inclusão da expressão aposentadorias é fundamental. A medida permite que, assim como ocorre com as pensões concedidas antes da regulamentação da aposentadoria, solucionem-se injustiças como a daqueles servidores que se aposentaram por invalidez na vigência da EC 41/2003, sem paridade e sob média remuneratória, proporcional e integral. Além disso, há servidores que se aposentaram proporcionalmente ao tempo de contribuição e, se vigente estivesse a lei complementar, teriam se aposentado integralmente. 7 de 14

6º Serão considerados tempo de efetivo serviço em atividade de risco, para os efeitos desta Lei, as férias, as ausências justificadas, as licenças e afastamentos remunerados, as licenças para exercício de mandato classista e eletivo e o tempo de atividade militar. 7º O servidor a que se refere o artigo 2º que tenha completado as exigências para aposentadoria especial e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória. 7º O tempo especial cumprido em outras atividades será aproveitado para a aposentadoria de que trata este artigo, conforme a tabela de conversão seguinte: Atividade a Converter Multiplicadores Para 25 (Mulher) Para 30 (Homem) De 15 Anos 1,67 2,00 De 20 Anos 1,25 1,50 de 25 Anos 1,00 1,20 De 30 Anos (Mulher) 0,83 1,00 De 35 Anos (Homem) 0,71 0,86 8º O tempo comum trabalhado até a publicação da Lei 9.032, de 1995, poderá ser convertido no tempo especial exigido para a aposentadoria prevista neste artigo, segundo a tabela de conversão seguinte: Atividade a Converter Multiplicadores Para 25 (Mulher) Para 30 (Homem) De 30 Anos 0,83 1,00 De 35 Anos 0,71 0,86 9º O servidor poderá converter em tempo comum o tempo especial realizado nas atividades previstas neste artigo, multiplicando o período por 1,4 (um vírgula quatro), se homem, e 1,2 (um vírgula dois), se mulher. Portanto, a revisão é importante para as aposentadorias e as pensões já concedidas até a data da entrada em vigor da nova lei. 8 de 14

Art. 4º O disposto nesta Lei Complementar não implica afastamento do direito de o servidor se aposentar segundo as regras gerais. Com esses acréscimos, um passo importante embora não o ideal de apenas 20 (vinte) anos será dado, em respeito à previsão constitucional inserta no inciso II do 4º do artigo 40 da Constituição da República, até então letra morta. anexa. Em linhas gerais, é o que tenho a anotar, com a sugestão em forma de emenda, Brasília, DF, 23 de março de 2011. Rudi Cassel OAB/DF 22.256 Cassel & Ruzzarin Advogados 9 de 14

ANEXO SUGESTÃO DE EMENDA AO SUBSTITUTIVO DA CSPCCO AO PLS 330/2006 E PLP 554/2010 EMENDA Nº.../2011 Acrescenta ao projeto o inciso IV ao artigo 2º, insere a expressão independente de idade mínima ao caput artigo 3º, insere a expressão aposentadorias e no 5º do artigo 3º e acrescenta os 7º a 10, permanecendo inalteradas as demais disposições: Art. 1º A concessão da aposentadoria de que trata o inciso II do 4º do art. 40 da Constituição ao servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que exerça atividade de risco fica regulamentada nos termos desta Lei Complementar. Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar considera-se atividade que exponha o servidor a risco: I - a de polícia, exercida pelos servidores referidos nos incisos I a IV do art. 144 da Constituição Federal; II - a exercida em guarda municipal, no controle prisional, carcerário ou penitenciário e na escolta de preso; III a exercida pelos profissionais de segurança dos órgãos do Poder Judiciário 8 e dos órgãos referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; IV a realizada pelos responsávels pela execução de ordens judiciais 9 Art. 3º. O servidor a que se refere o artigo 2º, independente de idade mínima 10, fará jus à aposentadoria: I voluntariamente, ao completar 30 (trinta) anos de contribuição, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, desde que conte, pelo menos, 20 (vinte) anos de exercício de atividade de risco; 8 Não há distinção entre as atribuições dos servidores responsáveis pela segurança institucional do Poder Judiciário e as atribuições dos demais servidores responsáveis pela segurança dos órgãos do Poder Legislativo, sob a perspectiva da finalidade de sua atuação. O fato de a Polícia Legislativa ter previsão constitucional - bipartida entre os artigos 51 e 52 - não retira o conceito de atividade de risco natural aos servidores que desempenham as funções de segurança em qualquer órgão público, pois é a atribuição segurança que define o risco. 9 Note-se que as funções de segurança e a execução de ordens judiciais já são consideradas atividade de risco. Em atendimento às prescrições da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), o artigo 18, inciso I, da Instrução Normativa nº 023/2005-DG/DF, de 1º de setembro de 2005, prevê: Art. 18 (...) 2º São consideradas atividade profissional de risco, nos termos do inciso I do 1º do art. 10 da Lei 10.826 de 2003, além de outras, a critério da autoridade concedente aquelas realizadas por: I servidor público que exerce cargo efetivo ou comissionado nas áreas de segurança, fiscalização, auditoria ou execução de ordens judiciais. 10 A ressalva à inexistência de idade mínima é importante, porque evita que a Administração adote a idade mínima exigida pela Constituição, alegando que na omissão da Lei Complementar, vale a regra geral da idade de 60 anos exigida para o homem e 55 anos exigida para a mulher. 10 de 14

II voluntariamente, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, desde que conte, pelo menos, 20 anos (vinte) anos de exercício de atividade de risco, se mulher; III por invalidez permanente, com proventos integrais e paritários ao da remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente de acidente em serviço ou doença profissional, ou quando acometido de moléstia contagiosa ou incurável ou de outras especificadas em lei; ou IV por invalidez permanente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição em atividade de risco, tendo por base a última remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente de doenças não especificadas em lei ou em razão de acidente que não tenha relação com o serviço. 1º Os proventos da aposentadoria de que trata esta Lei terão, na data de sua concessão, o valor da totalidade da última remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria. 2º Os proventos da aposentadoria de que trata esta Lei serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração ou subsídio dos servidores em atividade. 3º Serão estendidos aos aposentados quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, incluídos os casos de transformação ou reclassificação do cargo ou da função em que se deu a aposentadoria. 4º O valor mensal da pensão por morte corresponderá a cem por cento do valor da aposentadoria que o servidor recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado, em qualquer caso, o disposto nos 2º e 3º deste artigo. 5º As aposentadorias 11 e pensões já concedidas na data da publicação desta Lei terão os cálculos revisados para serem adequadas aos termos deste artigo. 6º Serão considerados tempo de efetivo serviço em atividade de risco, para os efeitos desta Lei, as férias, as ausências justificadas, as licenças e afastamentos remunerados, as licenças para exercício de mandato classista e eletivo e o tempo de atividade militar. 7º O servidor a que se refere o artigo 2º que tenha completado as exigências para aposentadoria especial e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória. 8º O tempo especial cumprido em outras atividades será 11 A inclusão da expressão aposentadorias é fundamental. A medida permite que, assim como ocorre com as pensões concedidas antes da regulamentação da aposentadoria, solucionem-se injustiças como a daqueles servidores que se aposentaram por invalidez na vigência da EC 41/2003, sem paridade e sob média remuneratória, proporcional e integral. Além disso, há servidores que se aposentaram proporcionalmente ao tempo de contribuição e, se vigente estivesse a lei complementar, teriam se aposentado integralmente. Portanto, a revisão é importante para as aposentadorias e as pensões já concedidas até a data da entrada em vigor da nova lei. 11 de 14

aproveitado para a aposentadoria de que trata este artigo, conforme a tabela de conversão seguinte: Atividade a Converter Multiplicadores Para 25 (Mulher) Para 30 (Homem) De 15 Anos 1,67 2,00 De 20 Anos 1,25 1,50 de 25 Anos 1,00 1,20 De 30 Anos (Mulher) 0,83 1,00 De 35 Anos (Homem) 0,71 0,86 9º O tempo comum trabalhado até a publicação da Lei 9.032, de 1995, poderá ser convertido no tempo especial exigido para a aposentadoria prevista neste artigo, segundo a tabela de conversão seguinte: Atividade a Converter Multiplicadores Para 25 (Mulher) Para 30 (Homem) De 30 Anos 0,83 1,00 De 35 Anos 0,71 0,86 10 O servidor poderá converter em tempo comum o tempo especial realizado nas atividades previstas neste artigo, multiplicando o período por 1,4 (um vírgula quatro), se homem, e 1,2 (um vírgula dois), se mulher. Art. 4º O disposto nesta Lei Complementar não implica afastamento do direito de o servidor se aposentar segundo as regras gerais. JUSTIFICATIVA A aposentadoria especial de servidor público ocupante de cargo efetivo, decorrente de atividade de risco, está prevista no artigo 40, 4º, inciso III, da Constituição da República, aguardando lei complementar para sua regulamentação. A urgência da regra jurídica foi destacada diversas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, que em reiterados mandados de injunção reconheceu o direito. Entre as categorias que exercem atividade de risco, estão os policiais e seguranças previstos no projeto, mas também os oficiais de justiça e servidores efetivos que, embora 12 de 14

não detenham a denominação de policiais ou oficiais de justiça, desempenham atribuições de execução de ordens judiciais ou de segurança de órgãos do Poder Judiciário, que não foram contemplados. A emenda corrige o equívoco porque há distinção entre as atribuições dos servidores responsáveis pela segurança institucional do Poder Judiciário e as atribuições dos demais servidores responsáveis pela segurança dos órgãos do Poder Legislativo, sob a perspectiva da finalidade de sua atuação. O fato de a Polícia Legislativa ter previsão constitucional - bipartida entre os artigos 51 e 52 - não retira o conceito de atividade de risco natural aos servidores que desempenham as funções de segurança em qualquer órgão público, pois é a atribuição segurança que define o risco. Em razão disso, propõe-se a inclusão da expressão do Poder Judiciário no inciso III do artigo 2º do Substitutivo. Note-se que as funções de segurança e a execução de ordens judiciais já são consideradas atividade de risco. Com efeito, em atendimento às prescrições da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), o artigo 18, inciso I, da Instrução Normativa nº 023/2005-DG/DF, de 1º de setembro de 2005, prevê: Art. 18 (...) 2º São consideradas atividade profissional de risco, nos termos do inciso I do 1º do art. 10 da Lei 10.826 de 2003, além de outras, a critério da autoridade concedente aquelas realizadas por: I servidor público que exerce cargo efetivo ou comissionado nas áreas de segurança, fiscalização, auditoria ou execução de ordens judiciais. Diante dessa realidade, também se propõe a inclusão das atividades de execução de ordens judiciais no inciso IV, que evidentemente submetem o oficial ao risco de ameaças, agressões e morte, momento em que torna efetiva a prestação jurisdicional. A ressalva à inexistência de idade mínima, sugerida para o caput do artigo 3º, é importante, porque evita que a Administração adote a idade mínima exigida pela Constituição, alegando que na omissão da Lei Complementar, vale a regra geral da idade de 60 anos exigida para o homem e 55 anos exigida para a mulher. A inclusão da expressão aposentadorias no 5º é fundamental. A medida permite que, assim como ocorre com as pensões concedidas antes da regulamentação da aposentadoria, solucionem-se injustiças como a daqueles servidores que se aposentaram por invalidez na vigência da EC 41/2003, sem paridade e sob média remuneratória, proporcional e integral. Além disso, há servidores que se aposentaram proporcionalmente ao tempo de contribuição e, se vigente estivesse a lei complementar, teriam se aposentado integralmente. Portanto, a revisão é importante para as aposentadorias e as pensões já concedidas até a data da entrada em vigor da nova lei. O 7º institui o abono de permanência para aqueles que desejarem permanecer em atividade, embora tenham adquirido o direito à aposentadoria especial, no valor correspondente à contribuição previdenciária, até que o servidor complete os requisitos para a aposentadoria compulsória. 13 de 14

O 8º prevê a conversão do tempo trabalhado em outras atividades especiais para o tempo qualificado da atividade de risco, segundo a tabela apresentada, evitando que o desgaste de outras atribuições seja negligenciado na troca de cargos ou funções. Seguindo a sistemática permitida no passado pelo Regime Geral de Previdência Social - até a publicação da Lei 9032/95 (publicada em 29/04/1995) -, o 9º apresenta a possibilidade de conversão do tempo comum anterior, reduzindo-lhe para o tempo especial. Por fim, o 10 adota a conversão do tempo especial em comum, mediante conversão qualificada, permitindo que seja averbado com o excedente de contagem para uma atividade comum. 14 de 14