Curitiba, 10 de dezembro de 2015 Prezados Colegas. Todos os anos, no mês de janeiro, os valores do plano de saúde mantido com a UNIMED Curitiba sofre reajuste, conforme previsto em contrato. As negociações sobre o reajuste a ser aplicado começam normalmente no mês de setembro e se estendem até que se esgotem todas as possibilidades. Na intenção de explicar ao máximo como se dá esse processo, estamos encaminhando neste documento um resumo do que foi tratado desde 30 de setembro até o dia 27 de outubro, quando recebemos a seguinte mensagem da UNIMED: Para chegar ao índice de 12%, no entanto, percorremos um longo caminho. A proposta inicial da UNIMED foi de um índice de 26,67%, como pode ser visto nos dois documentos a seguir:
Portanto, na melhor das hipóteses, o reajuste proposto pela UNIMED era de 22,64%, na hipótese de que usássemos todos os recursos que tínhamos para aportar a negociação. Considerando que tal reajuste era inaceitável, procuramos mostrar à UNIMED nossas dificuldades no intuito de sensibilizá-los. Nossa contraproposta foi a seguinte:
ASSIBGE Sindicato Nacional / Núcleo Sindical do Paraná À UNIMED Curitiba Superintendência Financeira Ref.: Nº 364349/2015 Cientes dos dados constantes do relatório gerencial contemplando o período de Agosto de 2014 a julho de 2015, apresentamos a seguir nossos argumentos e contraproposta para o reajuste a ser aplicado a partir do mês de Dezembro de 2015. Não há dúvida que estamos tratando de um grupo singular: mais de 70% dos beneficiários estão com idade superior a 53 anos. Mais de 60% do grupo está com idade superior a 59 anos. Portanto, qualquer tentativa de melhorar a taxa de sinistralidade desse grupo tem muito pouca chance de apresentar resultados satisfatórios. Nos últimos anos, aliás, essa relação tem piorado, não só porque estamos envelhecendo, mas principalmente porque os beneficiários mais jovens estão se desligando do grupo optando por planos mais baratos da própria UNIMED. O relatório gerencial apresenta em vários momentos a comparação entre os valores médios das despesas com nosso grupo e os valores médios das despesas do conjunto de beneficiários da UNIMED Curitiba, em planos iguais. Naturalmente, se a comparação for feita com um estrato etário também semelhante ao nosso as diferenças provavelmente não serão significativas. Existe, portanto, uma expectativa natural por uma sinistralidade acima da média para o grupo. É certo, também, que as despesas do grupo ASSIBGE estão compondo o total das despesas de todos os beneficiários da UNIMED Curitiba e que na comparação com outros grupos essas despesas são utilizadas para o cálculo das médias. Ainda assim, considerando o total de beneficiários assistidos pela UNIMED Curitiba, a taxa de sinistralidade encontra-se dentro de parâmetros aceitáveis. Mesmo considerando o segmento empresarial, onde a idade média é de menos de 31 anos, imagina-se que a taxa de sinistralidade esteja dentro de parâmetros esperados. Aliás, este é um princípio universalmente consagrado pela ciência atuarial: os mais novos são responsáveis pela sustentação do grupo. Entretanto, os mais velhos não podem simplesmente serem alijados do conjunto quando passarem a dar prejuízo. Se não houver perspectiva de continuidade da assistência no futuro, será difícil convencer os jovens a ingressar no grupo. Desde a assinatura do primeiro contrato com a UNIMED Curitiba, os índices de reajuste dos valores do plano foram sempre muito superiores às taxas de inflação para o Brasil. Hoje, a manutenção do plano de saúde corresponde a cerca de 40% do rendimento de um colega nosso aposentado como técnico, considerando apenas duas pessoas assistidas pelo plano com internamento em enfermaria. Com a aplicação do índice de reajuste apresentado no relatório gerencial, esse problema agrava-se ainda mais. Além disso, existe a concorrência da Sociedade Ibgeana de Assistência e Seguridade, que tem oferecido plano de saúde nas mesmas condições do nosso, por preços muito mais atrativos para as camadas mais jovens. No último ano já tivemos uma migração importante para o plano
da SIAS em função disso. É certo que se adotados o índice de reajuste proposto agora, não ficaremos com ninguém das camadas mais jovens no nosso grupo. Basta olhar para as duas tabelas colocadas a seguir. Tabela ASSIBGE/UNIMED Curitiba (*) Validade: 1/12/2014 a 30/11/2015 Validade: 1/12/2015 a 30/11/2016 Idade Enfermaria Apartamento Enfermaria Apartamento 0 a 18 anos 168,55 200,57 213,50 254,06 19 a 23 anos 168,55 243,70 213,50 308,69 24 a 28 anos 244,21 299,41 309,34 379,26 29 a 33 anos 244,21 299,41 309,34 379,26 34 a 38 anos 262,63 387,01 332,67 490,23 39 a 43 anos 262,63 387,01 332,67 490,23 44 a 48 anos 341,01 514,32 431,96 651,49 49 a 53 anos 415,20 585,85 525,93 742,10 54 a 59 anos 530,86 898,41 672,44 1.138,02 > de 59 anos 563,98 1.040,21 714,40 1.317,63 (*) Valores já com os acréscimos relativos à taxa administrativa da Vital e tributos reajustados pelo índice de 26,67% Tabela SIAS/UNIMED Rio Validade: 1/8/2015 as 31/7/2016 Idade Enfermaria Apartamento 0 a 18 anos 104,30 262,84 19 a 23 anos 132,53 333,96 24 a 28 anos 165,63 417,39 29 a 33 anos 174,28 439,18 34 a 38 anos 184,88 465,89 39 a 43 anos 211,41 532,79 44 a 48 anos 255,88 644,83 49 a 53 anos 294,25 741,55 54 a 59 anos 409,93 1.032,99 > de 59 anos 625,65 1.576,63 Para tentar a continuidade do grupo, apresentamos a seguir nossa contraproposta: 1) adotar tabela de procedimentos sujeitos à coparticipação de acordo com a 5ª Edição da CBHPM; 2) alterar o teto da coparticipação para R$ 120,00; 3) oferecer como aporte o valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais); 4) reajuste da tabela em 12% (doze por cento). Os valores resultantes da aplicação do reajuste de 12% sobre a tabela vigente resultaria em alguma coisa absorvível pelo grupo. Ainda assim, teríamos que convencer os pais de crianças e jovens a continuar no plano, em função das diferenças em relação ao plano oferecido pela SIAS.
Tabela ASSIBGE/UNIMED Curitiba (*) Validade: 1/12/2014 a 30/11/2015 Validade: 1/12/2015 a 30/11/2016 Idade Enfermaria Apartamento Enfermaria Apartamento 0 a 18 anos 168,55 200,57 188,78 224,64 19 a 23 anos 168,55 243,70 188,78 272,94 24 a 28 anos 244,21 299,41 273,52 335,34 29 a 33 anos 244,21 299,41 273,52 335,34 34 a 38 anos 262,63 387,01 294,15 433,45 39 a 43 anos 262,63 387,01 294,15 433,45 44 a 48 anos 341,01 514,32 381,93 576,04 49 a 53 anos 415,20 585,85 465,02 656,15 54 a 59 anos 530,86 898,41 594,56 1.006,22 > de 59 anos 563,98 1.040,21 631,66 1.165,04 (*) Valores já com os acréscimos relativos à taxa administrativa da Vital e tributos reajustados pelo índice de 12% Esperamos que V. S. as sejam sensíveis aos nossos argumentos e aguardamos retorno. Atenciosamente, Curitiba, 14 de outubro de 2015. Luís Alceu Paganotto p/ Coordenação do Núcleo
Finalmente, queremos agradecer o apoio recebido de vários dos nossos colegas, principalmente os que têm filhos menores, os quais poderiam estar participando de um plano com um custo menor, mas se mantêm no grupo. Não está sendo fácil encontrar argumentos para reduzir os reajustes anuais para um grupo cuja sinistralidade é muito grande. Com o esforço de todos, podemos continuar tentando oferecer aos companheiros um serviço de qualidade, o que foi sempre nosso objetivo. Atenciosamente, Coordenação do Núcleo Sindical do Paraná