TERCEIRO SETOR, CULTURA E RESPONSABILIDADE SOCIAL



Documentos relacionados
Decreto nº 7.568, de 16 de setembro de 2011

PORTARIA Nº 375, DE 10 DE MARÇO DE 2014

Conveniada com o Poder Público

Programação. Coffee Break. Introdução Lei Federal nº /2014 Debate. Diálogo em grupos Encerramento

MARCO REGULATÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

LEI /14. Regime jurídico das parcerias voluntárias marco regulatório do terceiro setor

DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NÚCLEO PAULUS DE FORMAÇÃO, PESQUISA E DISSEMINAÇÃO SOCIAL

Bem-vindo a sala de aula do curso: Siconv Transferências voluntárias da União. Facilitador: Fernanda Lyra

ANÁLISE DO EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SDM Nº 15/2011 BM&FBOVESPA

PROJETO DE LEI N.º 866, DE 2015 (Do Sr. Izalci)

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO

NOVA RELAÇÃO DE PARCERIA COM O ESTADO: FOMENTO E COLABORAÇÃO Lei /2014. Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil

LEI COMPLEMENTAR Nº 326, DE 4 DE OUTUBRO DE 2000 (AUTORIA DO PROJETO: PODER EXECUTIVO)

RELAÇÕES ENTRE O IFRS E AS FUNDAÇÕES DE APOIO AUTORIZADAS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E PELO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI)

TERCEIRO SETOR, CULTURA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

LEI Nº DE 4 DE MAIO DE 2011

Incentivos do Poder Público à atuação de entidades civis sem fins lucrativos, na área social. (1) renúncia fiscal

EDITAL Nº 019/2015 Chamamento para Inscrição no Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil - Lei Aspectos Jurídicos e Práticos

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão GABINETE DO MINISTRO PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 342, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008

CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES

PROJETO DE LEI N. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Congresso Ministério Público e Terceiro Setor Atuação Institucional na Proteção dos Direitos Sociais. Painel: Formas de Fomento ao Terceiro Setor

Lei de acesso a informações públicas: principais pontos

Lei nº /2014. Novembro de 2015

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Relação entre as Fundações de Apoio e a FINEP (execução e prestação de contas) 2013

DECISÃO Nº 193/2011 D E C I D E

3 o A instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social é o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (NR).

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI

GABINETE DO MINISTRO

O contrato de gestão. Valéria Alpino Bigonha Salgado. Organização Social

LEI , DE 29 DE DEZEMBRO DE

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Portaria n.º 510, de 13 de outubro de 2015.

RESOLUÇÃO CONCEA NORMATIVA Nº 21, DE 20 DE MARÇO DE 2015

FUNDAÇÕES DE APOIO: AVALIAÇÃO E DEBATE NA AGU. FORPLAD UNIFAL POÇOS DE CALDAS/MG 12 a 14 de junho de 2013

MINUTA DE PORTARIA v

A Coordenação de Estágios informa:

O NOVO MARCO REGULATÓRIO DO TERCEIRO SETOR E ALGUNS REFLEXOS NO PLANO DE TRABALHO E NA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Portal dos Convênios - Siconv. Disponibilização de Programas. Manual do Usuário Versão 2

Abertura ao capital estrangeiro na oferta de serviços de saúde

PROJETO DE ORGANISMO INTERNACIONAL EDITAL Nº 1/2008 (BRA/03/032)

CERTIFICAÇÃO DE ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO ÂMBITO DO MDS

CARTA DE ACORDO Nº I - DO OBJETO

INCENTIVOS FISCAIS, UMA VISÃO GERAL

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC TE ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago ASSISTÊNCIA SOCIAL

Cartilha de Incentivo Fiscal via Lei da Oscip

CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIOS NO SICONV

Lei Federal /2014

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010.

TREINAMENTO PARA OS NOVOS DIRETORES DE DEPARTAMENTOS DA UNIVERSIDADE

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Considerando que as Faculdades Integradas Sévigné estão em plena reforma acadêmica que será implementada a partir de 2009 e;

ESTADO DE SERGIPE 19/03/14

EC 70/12 E MUDANÇAS NA LEI 9.717/98

Assunto: RECOMENDAÇÃO CONJUNTA MPC/MPE/MPF Portais da Transparência.

Circular 641/2014 São Paulo, 12 de Dezembro de 2014.

PROVIMENTO Nº 116 DE 14 DE JULHO DE 1997

GESTÃO DE PROJETOS SICONV APRENDIZADO QUE GERA RESULTADOS

ESTADO DE MATO GROSSO PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTO GARÇAS CONTROLE INTERNO

A NOVA LEI DE ESTÁGIO DE ESTUDANTES

Presidência da República

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA RELATÓRIO

ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR E REGIME TRIBUTÁRIO PROF. SERGIO MONELLO

REGULAMENTO DA COMISSÃO EXECUTIVA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REDITUS - SOCIEDADE GESTORA DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS, S.A.

EDITAL N.º01/ APRESENTAÇÃO

3. O que é estágio não obrigatório? É uma atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória. ( 2º do art. 2º da Lei nº 11.

PORTARIA MPS N 170/2012 DE 25 DE ABRIL DE 2012 IMPLEMENTAÇÃO DE COMITÊ DE INVESTIMENTOS E OUTROS CONTROLES

PERGUNTAS E RESPOSTAS FREQUENTES

EDITAL Nº 02/2012 TERMO DE REFERÊNCIA N 013 PROJETO PNUD BRA/05/021

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO CONSELHO DELIBERATIVO RESOLUÇÃO Nº 7 DE 23 DE ABRIL DE 2010

O Prefeito Municipal de Cuiabá-MT: Faço saber que a Câmara Municipal de Cuiabá-MT aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

PROJETO DE ORGANISMO INTERNACIONAL EDITAL Nº 3/2008 (BRA/03/032)

Legislação Tributária ARRECADAÇÃO. Início dos Efeitos 10057/ /02/ /02/2014

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA

EDITAL PARA SELEÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS 2015

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90): Artigos 260 a 260-L

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA

Programa UNIBRAL Edital CGCI n. 014 /2007

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

Lei n /2009 Decreto n /2010

META NACIONAL 20- ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto

A POSSIBILIDADE DA INCLUSÃO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS DO CONVENENTE NO PLANO DE TRABALHO A SER APRESENTADO EM CONVÊNIOS E CONTRATOS DE REPASSE

Normas aplicadas às transferências voluntárias da União

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

SUBCHEFIA DE ASSUNTOS PARLAMENTARES

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Procedimentos para Seleção de Consultores

O modelo OS do Espírito Santo e a gestão e controle das organizações qualificadas. Flávio Alcoforado f.alcoforado@uol.com.br

COTAÇÃO PRÉVIA DE PREÇOS Nº 10/2014 EDITAL PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSESSORIA TÉCNICA (APOIO TÉCNICO)

Escola de Formação Política Miguel Arraes

MUNICÍPIO DE PANAMBI RS

O PREFEITO MUNICIPAL DE GUANHÃES, Estado de Minas Gerais, no uso de suas atribuições legais;

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO

Padrão de Gestão e Transparência do Terceiro Setor

Transcrição:

TERCEIRO SETOR, CULTURA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 30/10/2015 Prezados clientes, A Câmara dos Deputados aprovou na noite de 28.10.2015, o Projeto de Lei de Conversão ( PLV ) nº 21/2015, referente à Medida Provisória nº 684/2015, a qual havia alterado a data do início da vigência da Lei nº 13.019/2014, conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil ( MROSC ). O PLV, que segue para análise do Plenário do Senado, propõe mudanças significativas na contratualização entre o poder público e as entidades sem fins lucrativos. Destacamos abaixo as principais alterações propostas pelo PLV. CRIAÇÃO DE INSTRUMENTO PRÓPRIO PARA PARCERIAS SEM TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS O PLV cria a figura do acordo de cooperação para as parcerias que não envolvam transferência de recursos, as quais, em regra, não será aplicável o chamamento público. ALTERAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE DIRIGENTE E ADMINISTRADOR PÚBLICO O PLV altera a redação do artigo 2º da Lei para estabelecer que tanto o dirigente quanto administrador público são aqueles habilitados a assinar termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação em nome da respectiva organização ou órgão da administração pública, ainda que deleguem essa competência a terceiros. No tocante aos dirigentes das entidades, o PLV propõe ainda importante alteração, excluindo a vedação ao recebimento de bonificação.

CAMPO DE ABRANGÊNCIA DO MARCO REGULATÓRIO A nova redação do artigo 3º excepciona a aplicação do MROSC para os seguintes casos: Convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS; Termos de Compromisso Cultural firmados no âmbito da Política Nacional de Cultura Viva; Termos de parceria celebrados com OSCIPs (na redação original da Lei era prevista sua aplicação às parcerias firmadas pelas OSCIPS de forma subsidiária); Isenções decorrentes dos programas de incentivo à saúde (PRONAS e PRONON). Possivelmente, o termo isenções utilizado pela lei refere-se à celebração de parcerias no âmbito dos mencionados Programas. Repasses decorrentes (i) do Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, (ii) do Programa Dinheiro Direto na Escola e (iii) do Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE. Pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por: (i) membros de Poder ou do Ministério Público; (ii) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública; (iii) pessoas jurídicas de direito público interno; e, (iv) pessoas jurídicas integrantes da administração pública. Parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos, componentes do chamado Sistema S. PLANO DE TRABALHO Na nova redação do artigo 22 (que dispõe sobre o plano de trabalho) passou-se a exigir a apresentação da previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na execução das atividades ou dos projetos abrangidos pela parceria. CHAMAMENTO PÚBLICO O PLV mantém a obrigatoriedade do chamamento público, estabelecendo que no edital constem, além das exigências anteriormente estabelecidas, as seguintes: (i) as condições para interposição de recurso administrativo; (ii) minuta do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria; e, (iii) medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos, de acordo com as características do objeto da parceria.

Ademais, o artigo que veda a estipulação de condições no edital que permitam preferências a certas entidades (artigo 24) estabelece que não se consideram preferências as seguintes situações: (i) a seleção de propostas apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados ou com representação atuante e reconhecida na unidade da federação onde será executado o objeto da parceria; e, (ii) o estabelecimento de cláusula que delimite o território ou a abrangência da prestação de atividades ou da execução de projetos, conforme estabelecido nas políticas setoriais. Ainda, foi alterado o artigo 27, para estabelecer a possibilidade de seleção de proposta que não seja a mais adequada ao valor de referência presente no chamamento, desde que apresentada justificativa pela administração. HIPÓTESES DE INAPLICABILIDADE, DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE CHAMAMENTO O artigo 29 excepciona a realização do chamamento para a celebração de termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais, bem como para a celebração de acordos de cooperação (exceto quando o objeto do acordo envolver a celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial). O inciso I do artigo 30 foi alterado para prever que a dispensa em caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de relevante interesse público só poderá ocorrer pelo prazo de até 180 (cento e oitenta) dias. Ademais, dentre as hipóteses de dispensa do chamamento público foram incluídas também as seguintes: (i) nos casos em que, no momento da dispensa, o objeto da parceria esteja sendo realizado com o atingimento das metas e dos resultados pactuados há pelo menos 6 (seis) anos ininterruptamente, desde que as prestações de contas da respectiva organização da sociedade civil tenham sido aprovadas ou, submetidas tempestivamente, ainda se encontrem pendentes de apreciação; e, (ii) no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política.

As hipóteses de inexigibilidade foram mantidas, especificando-se a inviabilidade de competição, nas seguintes hipóteses: (i) o objeto de a parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos; (ii) a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária, inclusive quando se tratar de subvenções. REQUISITOS PARA A CELEBRAÇÃO DAS PARCERIAS O tempo mínimo de constituição da entidade para celebração das parcerias foi alterado. De acordo com o PLV, para celebração de parcerias com as diferentes esferas de governo, as entidades devem ter os seguintes tempos mínimos de existência, com inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ: 1(um) ano para parcerias com os Municípios; 2(dois) anos para parcerias com os Estados e Distrito Federal; 3(três) anos para parcerias com a União. O PLV prevê a possibilidade de redução desses prazos por ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los, além de estabelecer que poderão ser dispensadas, desde que motivadamente, (i) a exigência de tempo mínimo de existência, (ii) a comprovação de experiência prévia e (iii) a existência de instalações, condições materiais e de capacidade técnica e operacional. Dentre os requisitos para celebração das parcerias, não há mais a exigência da constituição de Conselho Fiscal ou órgão equivalente, e a necessidade de propriedade ou posse legítima do imóvel. SUPRESSÃO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO DIRIGENTE O PLV propõe a revogação do artigo 37 que atualmente estabelece a responsabilidade solidária do dirigente da organização, pelos atos praticados no âmbito da parceria. VEDAÇÕES À CELEBRAÇÃO O dispositivo que veda que a organização da sociedade civil tenha como dirigente membros de Poder, do Ministério Público ou de órgãos e entidades da Administração Pública (artigo 39) foi alterado para vedar essa hipótese apenas quando os cargos ocupados integrem a mesma esfera de governo em que serão celebrados os termos. O PLV esclarece ainda que não são considerados membros de Poder os integrantes de conselhos de direitos e de políticas públicas. Além disso, foi revogada a proibição de contratação de OSC para serviços de consultoria.

REGULAMENTO DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES E RELAÇÃO COM OS FORNECEDORES O PLV exclui o requisito de que as organizações adotem regulamentos de compras e contratações, bem como a exigência de que o Estado tenha livre acesso às informações de seus fornecedores. DESPESAS O PLV mantém a vedação de despesas apenas nos seguintes casos: (i) a utilização de recursos para finalidade alheia ao objeto da parceria e (ii) a realização de despesa em data anterior à vigência da parceria. Há previsão expressa de que a inadimplência da administração pública não transfere à organização da sociedade civil a responsabilidade pelo pagamento de obrigações vinculadas à parceria com recursos próprios. DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO No caso das parcerias financiadas com recursos de fundos específicos, o monitoramento e a avaliação serão realizados pelos respectivos conselhos gestores. ALTERAÇÕES NA PRESTAÇÃO DE CONTAS O artigo 63 foi alterado para que procedimentos simplificados de prestação de contas sejam adotados independentemente dos valores envolvidos na parceria. O caput do artigo 69 estabelece prestação de contas parcial nas parcerias que excederem 1 (um) ano, a serem realizadas ao final de cada exercício. O prazo para a administração pública concluir a análise da prestação de contas final foi ampliado para até 150 (cento e cinquenta) dias, prorrogáveis por igual período. A análise dos objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho passou a ser o critério adotado para que a prestação de contas seja avaliada como regular. Há previsão de prescrição em 5 (cinco) anos, contados a partir da data da apresentação da prestação de contas, da aplicação de penalidade decorrente de infração relacionada à execução da parceria. O PLV prevê que a prescrição será interrompida com a edição de ato administrativo voltado à apuração da infração. Os Municípios de até 100.000 (cem mil) habitantes serão autorizados a efetivar a prestação de contas sem utilização da plataforma eletrônica exigida para as demais prestações.

FASES DE TRANSIÇÃO O PLV propõe a possibilidade de prorrogação de ofício das parcerias existentes na data de entrada em vigor da Lei nº 13.019/2014, no caso de atraso da liberação de recursos por parte da administração pública, por período equivalente ao atraso. O Projeto também estabelece que, decorrido o prazo de 1(um) ano da entrada em vigor da Lei nº 13.019/2014, as parcerias firmadas por prazo indeterminado antes da sua entrada em vigor ou prorrogáveis por período superior ao inicialmente estabelecido, serão, alternativamente: (i) substituídas pelos termos de colaboração ou de fomento, conforme o caso; ou, (ii) objeto de rescisão unilateral pela administração pública. O PLV ainda estabelece que, nos termos do regulamento a ser editado, as prestações de contas apresentadas pelas organizações até 31/12/2010 não analisadas até a entrada em vigor da Lei nº 13.019/2014 poderão ser arquivadas definitivamente. CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS O PLV estabelece benefícios que as organizações da sociedade civil, independentemente de certificação, podem receber, sendo eles: (i) recebimento de doações de empresas, até o limite de 2% de sua receita bruta que poderão ser dedutíveis; recebimento de bens móveis apreendidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; (ii) distribuição de prêmios com o intuito de arrecadar recursos adicionais destinados à sua manutenção ou custeio. ALTERAÇÕES NA LEI DE OSCIP O PLV permite que seja concedido o título de OSCIP também para entidades que tenham por finalidade a realização de estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. Além disso, o projeto exclui a vedação de remuneração dos servidores públicos que participem na composição de conselho ou diretoria de OSCIP. PRAZO PARA ENTRADA EM VIGOR NOS MUNICÍPIOS O PLV estabelece prazo diferenciado de entrada em vigor da Lei nº 13.019/2014 para os Municípios, determinando que, no caso destes entes, a vigência se iniciará em 1º de janeiro de 2017.

ALTERAÇÕES RELEVANTES EM OUTRAS NORMAS REMUNERAÇÃO DE DIRIGENTES O PLV propõe também a alteração da redação da Lei nº 13.151/2015 para estabelecer que a vedação da remuneração de dirigentes não se aplica a associações, fundações e organizações da sociedade civil. A redação anterior excepcionava as fundações e apenas as associações assistenciais, o que gerou questionamentos quanto à isonomia entre as entidades sem fins lucrativos. REVOGAÇÃO DO TÍTULO DE UTILIDADE PÚBLICA FEDERAL O PLV revoga a Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935, que tratava da titulação de Utilidade Pública Federal. DEFINIÇÕES QUANTO À ORDEM DE ANÁLISE DOS PROCESSOS DE CEBAS O PLV estabelece exceções à ordem cronológica para análise dos processos de CEBAS nos casos de (i) diligência pendente, devidamente justificada; ou (ii) entidade sem fins lucrativos que celebre parceria para executar projeto, atividade ou serviço em conformidade com acordo de cooperação internacional do qual a República Federativa do Brasil seja parte. Advogados da Prática de Terceiro Setor, Cultura e Responsabilidade Social.