Lei n /2009 Decreto n /2010
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- Luiz Guilherme Gil César
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1 Lei n /2009 Decreto n /2010
2 LEI N /2009 DECRETO N. 7237/2010 O principal objetivo da presente Lei é dispor sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social. Tem como finalidade regulamentar a Lei da Filantropia (Lei n /2009). Por tal razão, traz muitos dos artigos dispostos na Lei da Filantropia com algumas alterações.
3 Diferentemente do ordenamento anterior, a Lei e o Decreto não descrevem mais a obrigatoriedade de títulos de Utilidade Pública Federal (UPF) e Utilidade Pública Estadual (UPE), bem como extinguiu o registro no CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social), antes exigido; Toda instituição que se lançar a prestação de serviços beneficentes deve ser constituída na forma do Código Civil, estando ainda, devidamente registrada e, não possuir sob hipótese alguma finalidade lucrativa; O Decreto, assim como a Lei de Filantropia, mantém a exigência quanto a observação do Princípio da Universalidade do Atendimento segundo o qual, veda-se que as atividades sejam dirigidas exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional.
4 LEI N /2009 DECRETO N. 7237/2010 Art. 1º: Dispõe sobre quem poderá ser o sujeito da Certificação: Pessoa Jurídica de Direito Privado Sem fins lucrativos Reconhecidas como entidade Beneficente de Assistência Social Que preste serviços nas áreas de assistência social, saúde e educação. O Decreto, em seu art. 1º, mantém exatamente os mesmos dizeres da Lei de Filantropia no que diz a Entidade que pode requerer a Certificação.
5 LEI N /2009 Artigo 3º Será concedida à Entidade Beneficente que: Comprovar a sua constituição em período de no mínimo 12 (doze) meses anterior ao requerimento; Seja constituída como pessoa jurídica; Que preveja em seus atos constitutivos, em caso de dissolução ou extinção, a destinação do patrimônio a entidades sem fins lucrativos ou a entidades públicas. DECRETO N. 7237/2010 Artigo 3º O Decreto, em seu art. 3º, mantém exatamente os mesmos dizeres da Lei de Filantropia quanto as exigências e os requisitos para a Renovação ou Certificação. Contudo, além desses requisitos idênticos, o Decreto traz outros requisitos suplementares, como segue:
6 Cópia da Ata de Eleição dos dirigentes; Cópia dos Atos Constitutivos; Relatório de atividades desempenhadas no exercício fiscal anterior ao requerimento; Inscrição no Conselho de Assistência Social Municipal ou do Distrito Federal; Integrar o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social; Declaração do gestor local de que a Entidade realiza ações de assistência social de forma gratuita; Além dessas exigências, deve-se observar principalmente o RECADASTRAMENTO junto aos Ministérios responsáveis. Tal previsão está amparada no art. 37 e parágrafos do Decreto. Ressalta-se, ainda, a exigência de renovação periódica do RECADASTRAMENTO que servirá como referencial básico para os processos de Certificação e Renovação.
7 LEI N /2009 Artigos 18 à 20 A Entidade de Assistência Social deverá comprovar: A prestação de serviços ou ações assistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, sem qualquer tipo de discriminação; A oferta de, no mínimo, 60% (sessenta por cento) de sua capacidade, para atendimento ao sistema de assistência social; Inscrição no respectivo Conselho de Assistência Social. DECRETO N. 7237/2010 Artigos 33 à 36 Idem aos requisitos descritos na Lei de Filantropia.
8 Quando a Entidade atuar em mais de uma área (Assistência Social, Saúde e Educação) o requerimento de Certificação ou Renovação deverá ser encaminhado ao Ministério responsável pela área de atuação preponderante da Entidade, sem prejuízo da comprovação dos requisitos exigidos para as demais áreas, exigindo-se, ainda, a manifestação dos demais Ministérios. Considera-se como preponderante aquela definida como atividade econômica principal no CNPJ. No tocante à escrituração, esta deverá ser segregada de acordo com as áreas de atuação da Entidade, de modo que especifique cada área.
9 A análise quanto a Concessão, Renovação ou Cancelamento dos Certificados será apreciada no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, segundo os dizeres dos arts. 21 à 25 da Lei de Filantropia. O prazo de validade da certificação será fixado em regulamento, no entanto, terão prazo mínimo de 01 (um) ano e máximo de 05 (cinco) anos; O art. 5º do Decreto diz que a Certificação vigerá pelo prazo de 03 (três) anos podendo ser renovado por igual período; Exige-se a publicidade dos atos dentro do Ministério; A Renovação deverá ser solicitada com antecedência mínima de 06 (seis) meses do termo final de sua validade; E, permanecerá válida, a Certificação, até a data que decidir sobre a Renovação quando tempestivamente apresentado.
10 Tema de grande valia é o descrito no citado artigo, o qual assim legisla: O requerimento de concessão ou renovação de certificação de entidade beneficente de assistência social que atue na área da saúde deverá ser protocolado junto ao Ministério da Saúde, em formulário próprio.
11 Para o caso de documentação faltante quando do REQUERIMENTO, a Entidade poderá, no prazo de 30 (trinta) dias contados de sua notificação complementá-los. A complementação deverá, necessariamente, ser realizada em único ato pela Entidade interessada. Quando se tratar de RENOVAÇÃO, a complementação de documentos faltantes poderá ser feita em um prazo de no máximo 06 (seis) meses ( 2º, art. 4º do Decreto). Os requerimentos de Concessão ou Renovação protocolados a partir da vigência da Lei de Filantropia, tiveram até o dia 20/01/2011 para complementar documentação faltante, quando necessário.
12 A Autoridade competente para a Certificação poderá determinar o cancelamento caso constante da Entidade o descumprimento dos requisitos necessários à sua obtenção. Dar-se-á o cancelamento a qualquer tempo. Ressalta-se que o cancelamento será precedido de Processo Administrativo sempre assegurado o contraditório e a legítima defesa em um prazo de 30 (trinta) dias após notificada a Entidade. Caso seja negado os Recursos Administrativos da Entidade, os efeitos do cancelamento se dará na ocorrência do fato gerador.
13 Decreto e Lei de Filantropia são uníssonos prevendo o prazo de 30 (trinta) dias para a interposição de Recurso da decisão que indeferir o requerimento de Concessão ou de Renovação da Certificação, contados da data de sua publicação. O Recurso será dirigido à autoridade certificadora que, se não reconsiderar a decisão no prazo de 10 (dez) dias, remeterá o Recurso ao Ministro de Estado. Não será admitido Recurso protocolizado fora do prazo.
14 Após Certificada, a Entidade Beneficente fará jus à isenção do pagamento de contribuições sociais CSLL (incidente sobre o lucro líquido), COFINS (incidente sobre o faturamento), PIS/Pasep (incidente sobre a receita bruta). Apesar das isenções acima descritas, continuará a obrigatoriedade quanto ao pagamento da contribuição social do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários. A isenção não se estende a Entidade com personalidade jurídica própria constituída e mantida por Entidade à qual a isenção foi concedida.
15 Além da Certificação, outros requisitos, cumulativos, fazem-se necessários para a isenção, destacando-se: Não recebimento de remuneração, vantagens ou benefícios por seus diretores, conselheiros, sócios; Aplicação das rendas, recursos ou superavit integralmente em território nacional, na manutenção e desenvolvimento dos objetivos institucionais; CND s e certificado de regularidade do FGTS; Contabilidade mantida regularmente; Não realize distribuição de dividendos e/ou resultados; Audite todas as demonstrações contábeis e financeiras.
16 À luz da Lei de Filantropia, o Pedido de Renovação de Certificação deverá ser protocolizado com antecedência mínima de 06 (seis) meses anterior ao seu término (art. 24, 1º da Lei n.º /2009). O protocolo de Requerimento de Renovação servirá como prova da certificação até o julgamento do processo pelo Ministério competente. Faz-se, exceção, contudo, para as Entidades que foram certificadas até 29/11/2009, as quais poderão requerer a Renovação da Certificação até o termo final de sua validade, sem a necessidade de observar a antecedência prevista no art. 24, 1º da Lei n.º /2009, respeitando, assim, o art. 43 do Decreto.
17 Caso a Entidade requeira a Renovação sem respeitar o prazo previsto no art. 24, 1º da Lei n.º /2009 esta não usufruirá dos benefícios da Certificação pelo período compreendido entre o término de sua validade e a data da publicação de decisão, independentemente do seu resultado. Também não poderão dispor do protocolo como prova da Certificação. Por fim, ainda estará sujeito ao recolhimento de tributos durante o período entre o término do prazo da Certificação e a nova decisão que concederá ou não a Renovação.
18 A qualquer tempo podem os Ministérios requererem às Entidades a apresentação de documentos, a realização de auditorias ou o cumprimento de diligências. O Ministério responsável, poderá, ainda, de ofício, determinar a apuração de indícios de irregularidades.
19 Tema de grande importância é a previsão contida no 3º do art. 3º do Decreto, que regula acerca da possibilidade de PARCERIA ENTRE ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS. Tal PARCERIA versará sobre: Transferência de Recursos; Ações a serem executadas; Responsabilidades e obrigações das partes e seus beneficiários; Forma e assiduidade da prestação de contas.
20 As PARCERIAS só poderão ser estabelecidas entre entidades devidamente registradas em alguns dos 03 (três) Ministérios, ou seja, exige-se a Certificação das parceiras. Importante, ainda, mencionar a previsão contida no 6º do art. 3º do Decreto o qual diz que as PARCERIAS não afastam as obrigações tributárias decorrentes das atividades desenvolvidas pelas entidades sem fins lucrativos não certificadas. Assim, quando houver PARCERIA com instituição não certificada, esta não se desobrigará do pagamento de suas obrigações tributárias.
21 O CNAS não possui mais competência para receber, analisar ou julgar os pedidos de Concessão ou Renovação de Certificado. O pedido deve, então ser encaminhado ao Ministério Competente (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Educação e Ministério da Saúde). Representações em curso no CNAS em face dos pedidos de renovação do certificado e que não foram julgados até a entrada em vigor da Lei n.º /2009, serão julgados pelo Ministério respectivo no prazo máximo de 180 (cento e oitenta dias). Aos pedidos de renovação encaminhados ao CNAS por via postal, tem-se duas possibilidades:
22 (a) se o pedido foi postado antes da publicação da Lei de Filantropia (30/11/2009), será analisado e decidido pelo Ministério competente à luz da legislação anterior que regulamentava a certificação; (b) se a postagem foi posterior, também será analisado e julgado pelo Ministério competente, à luz da nova legislação. Com relação aos pedidos de Registro ou Reconsideração de Registro que estavam no CNAS, sem julgamento, até a publicação da Lei de Filantropia, serão arquivados de ofício, haja vista que o instituto do Registro deixou de existir e não mais figura como um dos requisitos para a Certificação. Certificados já emitidos pelo CNAS terão a validade de 03 (três) anos.
23 Faz-se, exceção, contudo, aos Certificados que venceram durante 10/11/2008 e 11/02/2009, os quais tiveram seus prazos de validade prorrogados por mais 12 (doze) meses.
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