Aplicação do Programa Europeu para as Alterações Climáticas



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Transcrição:

P5_TA(2002)0439 Aplicação do Programa Europeu para as Alterações Climáticas Resolução do Parlamento Europeu sobre a Comunicação da Comissão relativa à aplicação da primeira fase do Programa Europeu para as Alterações Climáticas (COM(2001) 580 C5-0164/2002 2002/2072(COS)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta a Comunicação da Comissão (COM(2001) 580 C5-0164/2002), Tendo em conta o artigo 2º e o artigo 6º do Tratado CE, segundo os quais as exigências da protecção do ambiente devem ser integradas nas políticas comunitárias para os diferentes sectores a fim de promover um desenvolvimento económico sustentável, Tendo em conta o nº 3 do artigo 174º do Tratado CE, Tendo em conta o Protocolo de Quioto da Convenção-Quadro da ONU sobre as alterações climáticas (UNFCCC) de Dezembro de 1997, Tendo em conta a ratificação do Protocolo de Quioto pela Comunidade Europeia em 4 de Março de 2002, Tendo em conta o Sexto Programa de Acção da Comunidade Europeia em Matéria de Ambiente 1, Tendo em conta as conclusões do Conselho Europeu de Gotemburgo de 15 e 16 de Junho de 2001, Tendo em conta o Sexto Programa-Quadro de acções em matéria de investigação, desenvolvimento tecnológico e demonstração 2, Tendo em conta a Comunicação da Comissão sobre políticas e medidas da UE para a redução das emissões de gases com efeito de estufa: rumo a um Programa Europeu para as Alterações Climáticas (ECCP) (COM(2000) 88), Tendo em conta o nº 1 do artigo 47º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor e o parecer da Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia (A5-0237/2002), A. Considerando que as emissões de gases com efeito de estufa na Europa são elevadas e que as reduções verificadas durante a década de 1990 estão, em grande parte, ligadas a acontecimentos pontuais num reduzido número de Estados-Membros; que, segundo as previsões dos Estados-Membros e da Comissão, as actuais políticas e medidas não são suficientes para conseguir uma redução das emissões totais de gases com efeito de estufa 1 JO L 242 de 10.9.2002, p. 1. 2 JO L 232 de 29.8.2002, p. 1. A5-0237/2002 - Relatório: Anneli Hulthén 16/09/2002/ 1

no interior da UE de acordo com os compromissos assumidos pela UE no quadro do Protocolo de Quioto, B. Considerando que as medidas coordenadas a nível comunitário serão um importante complemento das estratégias nacionais que os Estados-Membros devem adoptar para cumprir os seus respectivos compromissos no quadro do Protocolo de Quioto, em conformidade com o acordo de repartição das reduções de emissões, e contribuirão para a redução das emissões de gases com efeito de estufa de uma forma eficaz do ponto de vista social e económico, 1. Congratula-se com a Comunicação da Comissão, dado que o ECCP é necessário para que a UE possa cumprir as exigências do Protocolo de Quioto; 2. Congratula-se com o facto de a Comissão exprimir o seu apoio às declarações dos Chefes de Estado e de Governo no Conselho Europeu de Gotemburgo, de Junho de 2001, e ao objectivo de redução das emissões de gases com efeito de estufa em menos 8% em relação ao nível de 1990, representando esta redução o mínimo exigido e não uma exigência máxima; 3. Lamenta que a Comissão não tenha suficientemente explicado a razão pela qual, na presente comunicação, apenas abordou 12 das 42 medidas possíveis ao nível da UE, que não são, de modo nenhum, suficientes para atingir a pretendida redução de 8% nas emissões; 4. Considera que o ECCP assume uma importância significativa em termos de política ambiental e industrial e sublinha que, independentemente das medidas propostas no plano comunitário, os Estados-Membros mantêm a sua responsabilidade individual de concretizar o objectivo de protecção do clima, pelo que importa conceder-lhes uma certa liberdade de actuação neste domínio, no âmbito da qual cada Estado-Membro deverá respeitar a quota que lhe foi atribuída no contexto do acordo de repartição de encargos; 5. Convida a Comissão a elaborar um plano para a fase que se segue ao primeiro período do Protocolo de Quioto, a qual abrange maiores esforços em matéria de investigação e desenvolvimento, focados especialmente no sector da energia e na introdução de processos menos poluentes, para a redução das emissões tanto a nível europeu como a nível global; 6. Entende que, de acordo com o Protocolo de Quioto, as medidas mais eficazes em termos de custos devem ser tomadas em primeiro lugar; 7. Lamenta que não tenham sido adoptadas medidas em matéria de política agrícola na primeira fase de realização do programa para as alterações climáticas e sublinha que a problemática do efeito de estufa deve ser incluída na avaliação em curso da Política Agrícola Comum, especialmente no que respeita ao metano e ao protóxido de azoto; 8. Lamenta que a Comissão, embora tenha apresentado uma proposta muito ambiciosa para o comércio de emissões de gases com efeito de estufa em determinados sectores industriais e na produção de energia, não completou esta resposta relativamente ambiciosa com uma estratégia global, especialmente no domínio dos transportes e das habitações, onde se faz sentir uma necessidade premente de acção; 2\ 16/09/2002 Relatório: Anneli Hulthén - A5-0237/2002

9. Sublinha que a política climática é global e aponta a necessidade de, entre outros parceiros internacionais, envolver também os países em desenvolvimento, os países candidatos e a Rússia; manifesta-se preocupado com o facto de a Comissão parecer estar a ponderar acções de promoção dos sumidouros de carbono quando só as reduções de emissões constituem um objectivo válido; Medidas horizontais 10. Insta a Comissão a agir de forma mais activa para que os Estados-Membros transponham e apliquem a Directiva 96/61/CE relativa à prevenção e controlo integrados da poluição 1 (Directiva IPPC) e desenvolvam estratégias nacionais para cumprirem a exigência de eficiência energética no quadro das autorizações IPPC; 11. Entende que a Comissão deve dar prioridade à fixação de valores-limites para as emissões estabelecidos por aplicação das melhores técnicas disponíveis e apela à Comissão para que também actualize os documentos de referência técnicos para outros domínios, como por exemplo a indústria de alumínio, o que também pode ter um efeito importante para a redução dos gases com efeito de estufa nos países candidatos, uma vez a adesão concluída; 12. Entende que a Implementação Conjunta e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo podem constituir formas de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa com uma boa relação custos/benefícios e, simultaneamente, contribuir para um desenvolvimento sustentável e para a transferência de tecnologias; sublinha que, neste contexto, o foco deve estar nas energias renováveis e na eficiência energética e que estas devem ser complementos das medidas nacionais no seio da UE, que deveriam ser, pelo menos, responsáveis pela maioria das reduções; 13. Recorda que os mecanismos de vigilância, segundo a Decisão 1999/296/CE, 2 nem sempre funcionaram na prática e entende que para a credibilidade da União é importante que a prevista revisão dos mecanismos conduza também a um reforço da actuação da Comissão, no âmbito do qual as sanções podem ser um instrumento utilizável caso os devidos relatórios não sejam apresentados; 14. Insiste na necessidade de que o registo e o controlo das emissões de gases com efeito de estufa tenham custos administrativos mínimos; 15. Exige uma investigação reforçada de melhores métodos de medição; 16. Entende que instrumentos como o comércio de direitos de emissão e os impostos sobre a energia devem ser coordenados de forma a que, a prazo, as relações de preços sejam tais que as baixas emissões de dióxido de carbono custem menos do que as elevadas, pelo que as subvenções que contrariam o objectivo da redução de emissões, por exemplo apoios à indústria de carvão, devem ser progressivamente eliminadas; solicita, por isso, que os domínios que não estejam incluídos no comércio de direitos de emissão sejam sujeitos a taxa neutral em termos de receitas e concorrência, harmonizada a nível europeu e determinada segundo as substâncias poluentes; 1 JO L 257 de 10.10.1996, p. 26. 2 JO L 117 de 5.5.1999, p. 35. A5-0237/2002 - Relatório: Anneli Hulthén 16/09/2002/ 3

Medidas no Domínio da Energia 17. Sublinha que a política para as alterações climáticas deve constituir um dos princípios fundamentais da futura política energética da UE, pelo que o desenvolvimento da produção combinada calor-electricidade (CHP) juntamente com outras medidas que promovam a eficiência energética na procura e na oferta são decisivas para a promoção de uma economia energética sustentável; 18. Congratula-se com a ideia de apresentar uma proposta de desenvolvimento de medidas comunitárias para promover a utilização da CHP, e sobretudo com o facto de a Comissão só desejar promover instalações eficientes; exige também que se apresente sem demora uma proposta ambiciosa, contendo objectivos vinculativos, mas solicita simultaneamente uma definição internacional reconhecida de co-geração; recorda que é necessária uma integração dos custos ambientais e de normas claras para a ligação das redes de distribuição de electricidade e para a venda da electricidade produzida por co-geração, para que possam ser aproveitadas as tecnologias aplicáveis; 19. Solicita a rápida aprovação da directiva para fomentar a co-geração que tenha em conta os critérios de eficácia e baixo custo; 20. Entende que uma directiva sobre a produção de calor a partir de biocombustíveis deve ter a mesma prioridade temporal que a directiva de co-geração e abranger biocombustíveis provenientes de florestas, agricultura, fruticultura, jardins e administração de parques, bem como resíduos industriais e resíduos triados; 21. Salienta a necessidade imediata de estabelecer requisitos mínimos de eficiência para os aparelhos destinados ao consumidor final, de forma a que os aparelhos menos eficientes desapareçam do mercado; realça que, neste domínio, é possível poupar energia sem prescindir do conforto e que estes investimentos se amortizam, em muitos casos, em períodos de poucos meses ou anos; exorta, por conseguinte, a Comissão a apresentar a correspondente proposta o mais tardar até ao final de 2002 para fixar condições ambiciosas que constituirão a base; 22. Congratula-se com a intenção manifestada pela Comissão no sentido de apresentar, o mais brevemente possível, uma proposta de directiva relativa à gestão da procura de energia; entende, no entanto, que a proposta é imprecisa e pouco clara e convida a Comissão a explicar qual o objectivo dessa legislação; 23. Lamenta que a Comissão não tenha proposto uma directiva para fomentar a eficiência energética nos contratos públicos, mas saúda a intenção da Comissão de proporcionar ao sector dos contratos públicos orientações relativas a uma tecnologia eficiente em termos energéticos; solicita à Comissão que analise o impacto dessas orientações para remoção de obstáculos à contratação de tecnologias eficientes em termos energéticos, tanto na actual como na futura legislação comunitária; exorta a Comissão a apresentar uma proposta de directiva relativa a contratos públicos que tenham em conta a eficiência energética; 24. Lamenta que a Comunicação da Comissão relativa à aplicação da primeira fase do ECCP não inclua qualquer proposta no sentido de melhorar a eficiência energética dos edifícios na União Europeia; recorda que é importante manter a ênfase desta proposta nos edifícios tanto novos como velhos, de modo a evitar que a maioria dos edifícios da UE não seja 4\ 16/09/2002 Relatório: Anneli Hulthén - A5-0237/2002

afectada; regista que a directiva inicialmente proposta prevê também muitas derrogações para determinados tipos de edifícios, como os edifícios industriais, históricos ou temporários; 25. Confirma que é importante um controlo e uma coordenação a nível comunitário das campanhas para aumentar a informação sobre eficiência energética a nível nacional e local, devendo os Estados-Membros determinar a forma como as campanhas devem ser realizadas; lamenta simultaneamente que a Comissão não tenha incluído o sector dos transportes nas campanhas, para aumentar a consciencialização do público, e na campanha inicial, uma vez que os nossos hábitos de mobilidade e de utilização do automóvel deviam ser abrangidos por uma campanha para reduzir o consumo de energia; 26. Considera conveniente que sejam alcançados novos progressos no tocante à harmonização da tributação dos produtos energéticos na União Europeia; Transportes 27. Entende que é positivo que a Comissão utilize os resultados do Livro Branco sobre a Política Comum dos Transportes, dado que assim se reduz o risco de as diferentes direcções-gerais proporem medidas contraditórias; 28. Congratula-se pelo facto de o 6º Programa de Acção Ambiental 1 convidar a Comissão a apresentar, até ao final de 2002, uma comunicação sobre objectivos ambientais quantificados para um sistema sustentável de transporte, no contexto do objectivo da UE de reduzir em 8% as emissões de gases responsáveis pelo efeito de estufa; 29. Salienta a necessidade de incluir todos os veículos a motor na estratégia comunitária para a redução das emissões de CO 2 e solicita, por conseguinte, à Comissão que apresente legislação susceptível de limitar as emissões de CO 2 de veículos ligeiros e pesados e encete negociações com a indústria automóvel para um acordo voluntário em que se comprometa a reduzir também as emissões de CO 2, sobretudo das carrinhas e comerciais ligeiros, cada vez mais populares; 30. Considera crucial que o sector dos transportes contribua também para o objectivo de Quioto de reduzir em 8% as emissões de CO 2, defendendo, por conseguinte, a revisão do acordo voluntário com a Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA) sobre as emissões de CO 2, com base no acompanhamento dos resultados do relatório relativo a 2003; 31. Sublinha que é necessário que os transportes se processem com a maior eficiência energética possível, sendo portanto necessário integrar os custos ambientais de todos os meios de transporte para que possam concorrer numa base de igualdade e para alterar os comportamentos em matéria de transportes; aquando de investimentos, o sector público deve fomentar as formas de transportes que cumprem os princípios de sustentabilidade e protecção do clima; 32. Apoia todas as medidas propostas que sejam susceptíveis de conduzir a um equilíbrio entre os diferentes modos de transporte, de melhorar a actual utilização das infra-estruturas e de permitir uma tarifação mais equilibrada do transporte rodoviário; 1 Ver ponto iii) da alínea d) do nº 2 do Artigo 5º. A5-0237/2002 - Relatório: Anneli Hulthén 16/09/2002/ 5

33. Sublinha a importância de eliminar os obstáculos eventuais à mudança de meios de transporte com o objectivo de reduzir as emissões e de encorajar o apoio aos transportes combinados; 34. Sublinha que, no mercado, os instrumentos económicos devem favorecer os combustíveis e as técnicas que impliquem poucas ou nenhumas emissões; entende que uma proposta de tributação uniforme dos combustíveis é positiva, mas que são necessários níveis mínimos para que os Estados-Membros não sejam obrigados a reduzir os seus níveis e para que não sejam privados de um instrumento de regulação que lhes permite respeitar a sua parte dos compromissos comunitários; 35. Salienta que a actuação relativamente hesitante da Comissão e a atitude de indecisão do Conselho quanto à questão da harmonização fiscal no domínio dos transportes, além da ausência de instrumentos legislativos globais associada à adopção de uma directiva relativa ao intercâmbio de direitos de emissão de gases com efeito de estufa, poderiam conduzir a uma não desejada distorção, por exemplo entre transportes ferroviários e rodoviários; solicita, por conseguinte, que sejam apresentados e aprovados, tão depressa quanto possível, instrumentos de controlo eficazes no sector dos transportes; 36. Entende que a proposta de promover a utilização de biocombustíveis no sector dos transportes é de grande importância e considera conveniente que se promova a utilização dos biocombustíveis no sector dos transportes; adverte, no entanto, para o facto de os custos específicos associados à poupança de emissões de CO 2 ao preço de 100 euros por tonelada serem muito elevados; solicita, por conseguinte, que se apoiem sobretudo os biocombustíveis ecologicamente eficientes e se promovam as inovações tecnológicas neste domínio; Indústria 37. Congratula-se com a intenção da Comissão de apresentar uma proposta de directiva-quadro sobre os gases fluorados que vise a redução das emissões em todos os domínios mediante a restrição e vigilância destes gases e a imposição de limites à comercialização e utilização para determinados fins; considera que a redução, a breve trecho, das emissões de gases fluorados e a melhoria da vigilância constitui uma medida eficaz em termos ambientais e de custos; 38. Entende que é importante que todos os domínios de aplicação sejam cobertos pela proposta e que os trabalhos referentes à protecção da camada de ozono e às alterações climáticas sejam coordenados no quadro do trabalho ambiental da UE no que respeita ao sector da refrigeração/climatização e ao apoio a novas técnicas; A Próxima Fase 39. Solicita que as medidas previstas pela Comissão na sua comunicação sejam aplicadas tão depressa quanto possível, e que as outras medidas identificadas no programa europeu para a protecção do clima sejam, com a maior brevidade, objecto de iniciativas legislativas concretas; neste contexto, as medidas que, segundo o princípio da subsidiariedade, melhor se adaptarem a uma aplicação de âmbito europeu e forem susceptíveis de uma rápida aplicação, afigurando-se especialmente eficientes em termos de custos, devem ser analisadas mais rapidamente; 6\ 16/09/2002 Relatório: Anneli Hulthén - A5-0237/2002

40. Apela à Comissão para que o mantenha plenamente informado dos progressos efectuados no âmbito do Programa para as Alterações Climáticas no que respeita à identificação de estratégias e medidas específicas, bem como relativamente às medidas em debate, e a ter em conta as propostas apresentadas pelo Parlamento; 41. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão. A5-0237/2002 - Relatório: Anneli Hulthén 16/09/2002/ 7