DIREITO AMBIENTAL. Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 3. Prof. Rodrigo Mesquita

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Transcrição:

DIREITO AMBIENTAL Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 3 Prof. Rodrigo Mesquita

A lei nº 9.605/98 tutela o direito de todos os homens possuírem o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado em sua acepção ampla e global, buscando manter em condições ideais para as presentes e futuras gerações. Protege não só o meio ambiente natural, mas também o artificial, o cultural e o do trabalho.

Compete privativamente a União legislar sobre crimes ambientais, conforme o art.22, inciso I, da CF/88. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Qualquer pessoa, física ou jurídica, pode ser sujeito ativo de um crime ambiental. Excepcionalmente, a LCA exige uma qualidade especial do sujeito ativo, tal como ocorre com os delitos contra a Administração Ambiental, previstos nos art s 66 e 67, que exigem a qualidade de funcionário público. Nestas situações, estamos diante de crimes ambientais próprios.

Por outro lado, o sujeito passivo de um crime ambiental é a coletividade, em sua configuração difusa e indeterminada, não sendo um titular determinado ou o próprio Estado. No entanto, o Estado e os particulares podem ser afetados indiretamente com um crime ambiental, sendo sujeitos passivos indiretos. Os animais, árvores, plantas e outros recursos ambientais não são os sujeitos passivos dos crimes ambientais, mas apenas OBJETOS MATERIAIS DO CRIME.

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada. Parágrafo único. (VETADO)

Embora o art. 26 da lei nº. 9.605/1998 não faça essa referência, a ação privada subsidiária da Pública é direito fundamental, previsto no art. 5, LIX, da Constituição Federal de 1988, que dispõe, in verbis: art. 5, LIX- Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal.

Em regra, a justiça estadual é a competente para processar e julgar os crimes ambientais. A exceção restringe-se aos casos em que é manifestamente demonstrado interesse direto e específico da União, de suas entidades autárquicas e empresas públicas (art. 109, IV, da CF/88).

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Lei nº. 9.099/1995 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

Lei nº 9.099/95 Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. 6º A imposição da sanção de que trata o 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

Aceita a transação penal, nos casos em que seja possível, será aplicado penas restritivas de direito. As mesmas estão arroladas no art.8º, caput, e incisos, da LCA, para pessoas físicas (naturais):

SÚMULA VINCULANTE N 35 A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.