LETRAMENTO INFORMACIONAL E MIDIÁTICO: PRESSUPOSTOS PARA A FORMAÇÃO DOCENTE. Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Documentos relacionados
Artigos e Trabalhos em Eventos

Competência em Informação Regina Celia Baptista Belluzzo

A perspectiva da educação continuada em catalogação: um estudo em bibliotecas universitárias em Sergipe

Refletindo sobre a Competência Informacional na formação dos estudantes

Bibliotecários universitários: da guarda de livros ao letramento informacional

O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA INFORMACIONAL DO PESQUISADOR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO ICHI CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Competência em informação científica na educação profissional: proposta da Rede de Bibliotecas do Senac SC

PRATICAS PEDAGÓGICAS DO BIBLIOTECÁRIO: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA.

A CONTRIBUIÇÃO TEÓRICA DE KELLEY CRISTINE GONÇALVES DIAS GAS- QUE PARA O DISCURSO DA COMPETÊNCIA INFORMACIONAL NO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO DEPARTAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

PLANO DE ENSINO. Disciplina: Fundamentos e Metodologia na Educação de Jovens e Adultos II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIOECONÔMICO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL PLANO DE ENSINO

A biblioteca escolar na visão dos estudantes do Curso de Pedagogia UFAL

PED TECNOLOGIAS E EAD ORIENTAÇÕES ACADÊMICAS

7. RODRIGUES, M. E. F.. A pesquisa no ensino e o ensino da pesquisa. Transinformação, Campinas, v. 15, n. 3, p , 2003.

ENSINO DE MATEMÁTICA POR MEIO DE VIDEOS DIGITAIS

O ENSINO POR COMPETÊNCIAS: PERCEPÇÕES DOS PROFESSORES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Escola de Belas Artes - Escola de Ciência da Informação Curso de Museologia PROGRAMA DA DISCIPLINA

LEITURANA EDUCAÇÃO DE PESSOAS JOVENS E ADULTAS: REVISÃO A PARTIR DA ANPED E DO ENDIPE

Bibliotecários universitários: da guarda de livros ao letramento informacional

Gilmara Teixeira Costa Professora da Educação Básica- Barra de São Miguel/PB )

Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação PLANO DE ENSINO (2018)

IV Jornada de Didática III Seminário de Pesquisa do CEMAD O PERFIL DO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR E A QUALIDADE DA AULA MINISTRADA

DECLARAÇÃO DE HAVANA. 15 ações de COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO/ ALFIN...

Semestre letivo: 3º Semestre Professor: Período:

Editoração de periódicos científicos: a experiência da Biblioteca da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo

RESENHA. Acir Mario Karwoski Benedita Kátia de Araújo Santos

O PAPEL DAS INTERAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

LETRAMENTO INFORMACIONAL: O ENSINO-APRENDIZAGEM DE SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO AOS USUÁRIOS DE BIBLIOTECAS ESCOLARES.

USO DA FERRAMENTA TINN-R NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ESTATÍSTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: DESAFIOS E POSSSIBILIDADES NO ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ COLEGIADO DE PEDAGOGIA PLANO DE ENSINO

AÇÃO DAS BIBLIOTECAS PARA O APOIO A EDUCAÇÃO A

DIVISÃO DE ASSUNTOS ACADÊMICOS Secretaria Geral de Cursos PROGRAMA DE DISCIPLINA

Fundamentos de Biblioteconomia Professor/a: Aluno TITULO

Biblioteca pública e biblioteca escolar de mãos dadas? Bernadete Campello

Especialização em Ensino de Química

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA NPGECIMA

Campus de Presidente Prudente PROGRAMA DE ENSINO. Área de Concentração EDUCAÇÃO. Aulas teóricas:08 Aulas práticas: 08

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA DMAT

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

O PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA EM OURO PRETO MG Regina Aparecida Correa Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP Resumo

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA

Um olhar para o passado. Um olhar para o futuro: democratizando o acesso à história dos afro brasileiros preservada pela Biblioteca Nacional

Literacia da informação em contexto universitário: uma intervenção necessária

1º semestre / prosa. centro de estudos. colégio santo américo

TÓPICOS DE ENSINO DE FÍSICA O que temos de contribuições para a sala de aula

A RELAÇÃO PEDAGÓGICA ENTRE A BIBLIOTECA E A ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA ALUNOS CEGOS A PARTIR DO APLICATIVO MINIMATECAVOX

Programa de Aperfeiçoamento de Ensino PAE. Diretrizes para as Disciplinas da Etapa de Preparação Pedagógica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO DISCIPLINAS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO

A CATALOGAÇÃO EM RDA: PERCEPÇÕES E CONHECIMENTOS DOS BIBLIOTECÁRIOS(AS) DE SANTA CATARINA

A FORMAÇÃO LÚDICA DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO INFANTIL

INICIATIVAS DE COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NAS BIBLIOTECAS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Francini Rodrigues da Silva 1

PLANO DE ENSINO DISCIPLINA: Experiência de aprendizagem em espaços educativos escolares e nãoescolares

Profa Dra.: Adriana Azevedo

Memória digital e organização de pesquisas com uso das TICs: competência informacional e midiática

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLOTECONOMIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DA UNIVASF - SIBI

TÍTULO: DIDÁTICA EM AÇÃO: ADAPTAÇÃO DOS CONTOS INFANTIS NAS AULAS DE YOGA PARA CRIANÇAS

O ENSINO DE GEOGRAFIA POR MEIO DA PRODUÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS NAS ESCOLAS DO CAMPO

AS POSSIBILIDADES DO USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

PLANO DE ENSINO DIA DA SEMANA PERÍODO CRÉDITOS. Segunda-Feira Vespertino 03

S U M Á R I O. PARTE I Indicadores de Qualidade

PROGRAMA DE DISCIPLINA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO DEPARTAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

CONSIDERANDO a solicitação do Departamento de Educação, conforme processo nº 14062/2008;

PROJETO ENADE ENFERMAGEM 2013/2

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS EM ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Autorizado pela Portaria nº de 04/07/01 DOU de 09/07/01 PLANO DE CURSO

LETRAMENTO INFORMACIONAL: formação do leitor na biblioteca escolar. Palavras-chave: Letramento informacional. Biblioteca escolar. Leitura.

Campus de Presidente Prudente PROGRAMA DE ENSINO. Área de Concentração EDUCAÇÃO. Aulas teóricas:08 Aulas práticas: 08

Resumo: Palavras-chave: Capacitação profissional. Auxiliar de Biblioteca. Pronatec. Bibliotecas.

AGENDA 21 NA PERSPECTIVA DA TEORIA DE VYGOTSKY E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM MÚSICA

A experiência do Projeto de Iniciação a Docência na Escola Vilma Brito Sarmento: as implicações na formação do professor supervisor

O ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NAS ESCOLSA ESTADUAIS DE DOURADOS/MS RESUMO INTRODUÇÃO

LISTA DE TRABALHOS APROVADOS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE - CEFID

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PLANO DE CURSO CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

A COMPETÊNCIA INFORMACIONAL NA DÉCADA DE 2000: CAREGNATO E OUTROS OLHARES (ENSAIO 1) 1

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Metodologia da Pesquisa Aplicada a Educação II. Carga Horária Semestral: 40 horas Semestre do Curso: 5º

HABILIDADES PARA INCLUSÃO DIGITAL: Pesquisa de Opinião Pública

Ensino Técnico 3 Semestre

Os Blogs construídos por alunos de um curso de Pedagogia: análise da produção voltada à educação básica

LINHA DE PESQUISA: Práticas Educativas, Políticas Educacionais e Inclusão

Pró-Reitoria de Graduação Plano de Ensino 1º Quadrimestre de 2017

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2003, 121 páginas.

Palavras-chave: Habilidades Sociais Educativas; docência; Pedagogia.

Dados de Identificação

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Metodologia da Pesquisa Aplicada à Educação IV. Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 8º

MODELO DE PLANO DE ENSINO IDENTIFICAÇÃO. 45hs

COORDENADORES E VICES DOS GRUPOS DE TRABALHO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PLANO DE ENSINO

A relevância da monitoria voluntária para o desenvolvimento de aptidões à docência: RESUMO PALAVRAS-CHAVE: INTRODUÇÃO

Especialização em Ensino de Química

O acesso à informação e assimetrias informacionais no Brasil: um estudo preliminar

Transcrição:

LETRAMENTO INFORMACIONAL E MIDIÁTICO: PRESSUPOSTOS PARA A FORMAÇÃO DOCENTE Saina Simões Corrêa1; Renata Braz Gonçalves2 (Orientadora) Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Resumo: Em meio a ascensão das tecnologias de informação e comunicação que cada vez mais estão presentes no cotidiano escolar, os professores demandam por desenvolver e aprimorar mecanismos capazes de atender às necessidades informacionais dos alunos, para assim, auxiliá-los no uso efetivo da informação. Não basta, apenas, que haja recursos materiais apropriados na escola: os sujeitos responsáveis pelas práticas educativas devem possuir habilidades para manejar recursos midiáticos de forma efetiva em prol do ensino e isso implica constante capacitação para lidar com mídias em geral. Nesse contexto, com intuito de explorar a temática Cotidianos, Escolas e Currículos, este texto abordará, através de uma revisão de literatura, os pressupostos acerca do letramento informacional e midiático e suas implicações para a formação de professores. Palavras-chave: Letramento informacional e midiático; Formação docente; Recursos didáticos; Mídias na educação; Ensino de História. 1 Contextualização Com intuito de explorar a temática Cotidianos, Escolas e Currículos, este texto consiste em um recorte da pesquisa bibliográfica que fundamentou a dissertação de mestrado da autora. A intenção de tal revisão bibliográfica objetivou apresentar a aplicabilidade do conceito de information literacy às metodologias\didáticas no âmbito do ensinoaprendizagem e da formação docente. Baseou-se no pressuposto de que para ensinar, utilizando recursos midiáticos, é necessário que o docente tenha conhecimento e capacidade 1 2 Bacharela em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Rio Grande. Mestranda no Programa de Pós Graduação em História (Mestrado Profissional em Ensino de História) pela Universidade Federal do Rio Grande FURG. Integrante do Grupo de Pesquisa Mediação da Informação e Leitura MIL. E mail para contato: <sainascsc@gmail.com>. Doutora em Educação pela Universidade Federal de Pelotas. Professora adjunta no Instituto de Ciências Humanas e da Informação da Universidade Federal do Rio Grande FURG. Coordenadora e pesquisadora do Grupo de Pesquisa Mediação da Informação e Leitura MIL. E mail para contato: <renatas.az@gmail.com>.

de manuseio efetivo e ético desses recursos, o que implica a necessidade de formação continuada. 2 Procedimentos metodológicos Segundo Marconi e Lakatos (2010), a pesquisa bibliográfica permite conhecer o que já foi escrito soe o assunto que se deseja explorar. Segundo Gerhardt e Silveira (2009, p. 37), tal pesquisa [ ] é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos. No caso deste texto, a revisão de literatura foi elaborada através de buscas simples nas bases de dados Google Acadêmico, Scielo e Brapci e no catálogo da biblioteca da Universidade Federal do Rio Grande - FURG através dos termos information literacy, recursos didáticos, mídias na educação e formação docente no período de outuo de 2017 a março de 2018. 3 Resultados e discussões A sociedade atual desfruta de uma ampla democratização da informação, visto que o acesso é possibilitado de maneira rápida a qualquer indivíduo, em qualquer lugar do planeta, desde que o sujeito possua os meios necessários para acessá-la: dispositivo eletrônico com acesso à internet, por exemplo; e os saberes específicos para usufruir de tal facilidade: habilidades para lidar com a tecnologia. (SANTOS, 2010). Ter acesso à informação não significa que o sujeito irá explorá-la em sua totalidade, ou seja, transformá-la em [ ] conhecimento que possa se converter em vantagem, seja ela pessoal, competitiva ou organizacional. (CARVALHO; GASQUE, 2018, p. 108). Há a necessidade imperativa de capacitar as pessoas para lidar com a tecnologia e desfrutar das possibilidades que ela proporciona. Neste contexto, os profissionais responsáveis pelos processos de aprendizagem, em destaque os professores, são imprescindíveis para a construção dessas competências. (CARVALHO; GASQUE, 2018).

Castro (2010, p. 280) menciona que, em meio a ascensão das tecnologias no cotidiano escolar e social dos estudantes, os professores devem desenvolver e aprimorar mecanismos capazes de atender às necessidades informacionais desses alunos, para assim, poder auxiliálos no uso efetivo dessas ferramentas. Nesse contexto, a constante atualização e o gosto pela investigação são características que o professor deve possuir para promover saberes cada vez mais necessários aos seus alunos. (RIBEIRO; GASQUE, 2015). Na literatura publicada, é possível identificar diversas expressões ligadas ao uso efetivo da informação e da tecnologia, as quais derivam do termo norte-americano information literacy, a saber: letramento informacional, letramento digital, letramento midiático, alfabetização informacional, alfabetização digital, alfabetização midiática, competência informacional, competência em informação, competência digital, habilidade informacional, entre outras. (GASQUE, 2010; CAMPELLO, 2009; DUDZIAK, 2003). Os conceitos utilizados para definir essas expressões se assemelham e por vezes se configuram na mesma ideia ou no mesmo grupo de ideias. A expressão information literacy foi citada pela primeira vez pelo bibliotecário norteamericano Paul Zurkoswski em 1974 através de um relatório [ ] escrito em nome da Comissão Nacional de Bibliotecas e Ciência da Informação dos Estados Unidos da América. Nesse documento, Zurkoswski pronunciou soe a necessidade de proporcionar aos indivíduos saberes que os levassem à aquisição de habilidade e competências informacionais, [ ] com foco no uso de fontes digitais. (AZEVEDO; GASQUE, 2017, p. 168-169). O information literacy consiste em um aporte teórico que fundamenta padrões, indicadores, ações e modelos aplicados à aprendizagem e ao uso da informação de forma efetiva e ética. No contexto asileiro, a expressão foi traduzida pela primeira vez no ano de 2000 pela bibliotecária Sônia Caregnato como alfabetização informacional. No ano de 2014 foi realizado, em Marília (Estado de São Paulo, Brasil), o III Seminário de Competência em Informação: cenários e tendências que adotou o termo competência em informação e sua sigla CoInfo como tradução para a expressão information literacy. (BLANK; GONÇALVES, 2017).

Em 2011, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) publicou o documento Media and information literacy: curriculum for teachers, que no Brasil foi traduzido para Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. (UNESCO, 2013). Os editores optaram por traduzir o vocábulo literacy por alfabetização em virtude da utilização da expressão em língua espanhola alfabetización informacional (ALFIN), praticada na Espanha e em alguns países da América. (UNESCO, 2013). Segundo Gasque (2010), muito embora os termos apresentados acima são designados para traduzir a mesma expressão (information literacy), entende-se que os vocábulos habilidade, competência e alfabetização remetem à saberes isolados, enquanto que o vocábulo letramento proporciona o entendimento de um processo que engloba esses vários saberes (alfabetização, competência e habilidade), configurando-se em um conjunto de práticas, aprendizagens e competências que se associam e se complementam. Quanto ao uso dos vocábulos informacional, digital e midiático, a junção dos termos informacional e midiático parece ser a opção mais plausível para agregar-se ao vocábulo letramento, uma vez que indica, com mais clareza, a(s) característica(s) que a condição tecnológica proporciona a alguns documentos na atualidade: a combinação de texto, imagem e som. Mediante o exposto, percebe-se que os pressupostos do information literacy são discutidos por diversos autores que optam por diferentes vocábulos para traduzir a expressão. No que se refere à definição, o letramento informacional e midiático pode ser conceituado [...] como o conjunto de competências que capacita os cidadãos para acessar, recuperar, entender, avaliar, usar, criar e compartilhar informações em todos os formatos de forma crítica, ética e efetiva para fins pessoais, profissionais e sociais (UNESCO, 2013a, p. 29, tradução nossa), utilizando diversas ferramentas. 4 Considerações finais Através da revisão bibliográfica foi possível identificar que os pressupostos do information literacy são discutidos e contextualizados aqui no Brasil, principalmente, pelas

autoras Kelley Gasque, Bernadete Campello e Elisabeth Dudziak. Esse processo condiz com ações voltadas à aprendizagem e ao ensino de indivíduos em fase escolar possibilitando que esses alunos adquiram competências e habilidades relacionadas ao uso da informação e da tecnologia as quais poderão ser aplicadas nas tarefas escolares ou no dia a dia desses indivíduos. Observou-se, também, a correlação desses pressupostos às ações e práticas didáticas realizadas pelos professores. Nessa perspectiva, os profissionais educadores capacitados no uso de tecnologias informacionais e midiáticas viabilizam, de maneira ética e efetiva, a utilização dessas ferramentas dentro dos ambientes escolares. Em suma, a definição apresentada anteriormente permite esclarecer a importância da formação continuada de docentes em virtude do papel que os mesmos cumprem na educação e qualificação de sujeitos em diferentes faixa-etárias e níveis escolares. O professor deve estar apto para usufruir e utilizar as tecnologias da informação e comunicação e, em consequência, proporcionar a criação de novas formas de ensino-aprendizagem (através de novos recursos didáticos). O uso de diversos recursos informacionais e midiáticos requer do professor constante atualização e aperfeiçoamento, possibilitando aos alunos a oportunidade de manuseio efetivo dessas tecnologias. Referências AZEVEDO, Isabel Cristina Michelan de; GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. Contribuições dos letramentos digital e informacional na sociedade contemporânea. TransInformação, Campinas, v. 29, n. 2, p. 163-173, maio/ago. 2017. Disponível em: <encurtador.com./cfpsy>. Acesso em: 20 mar. 2018. BLANK, Cíntia Kath; GONÇALVES, Renata Braz. Projeto de letramento informacional para estudantes do ensino fundamental: relato de experiência. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 104-117, dez./mar. 2017. Disponível em: <encurtador.com./knqdt>. Acesso em: 20 mar. 2018. CAMPELLO, Bernadete. Letramento informacional: função educativa do bibliotecário na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. (Biblioteca escolar). CARVALHO, Lívia Ferreira de; GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. Formação continuada de professores e bibliotecários para o letramento informacional: a contribuição da

educação a distância. TransInformação, v. 30, n. 1, p. 107-119, 2018. Disponível em: <encurtador.com./gny01>. Acesso em: 20 mar. 2018. CASTRO, Nilo André Piana de. Leitura midiática na sala de aula e nos cursos de extensão: interpretando e construindo conhecimento através de imagens em movimento. In.: BARROSO, Véra Lucia Maciel et al (Orgs.). Ensino de História: desafios contemporâneos. Porto Alegre: EST; Exclamação!; Anpuhrs, 2010. p. 279-291. DUDZIAK, Elisabeth Adriana. Information literacy: princípios, filosofia e prática. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 1, p. 23-35, jan./a. 2003. Disponível em: <encurtador.com./kvfmp>. Acesso em: 20 a. 2018. GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. Arcabouço conceitual do letramento informacional. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 39 n. 3, p. 83-92, set./dez., 2010. Disponível em: <encurtador.com./ptcl9>. Acesso em: 21 mar. 2018. GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. Disponível em: <encurtador.com./vwzr3>. Acesso em: 19 mar. 2018. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. RIBEIRO, Leila Alves Medeiros; GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. Letramento informacional e midiático para professores do século XXI. Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 203-221, mai/ago. 2015. Disponível em: <encurtador.com./demn7>. Acesso em: 19 mar. 2018. SANTOS, Roberta Kerr dos. A evolução do suporte material, do livro ao e-book: aspectos e impactos ao leitor contemporâneo. Soletras, São Gonçalo: UERJ, ano X, n. 20, jul./dez.2010. Disponível em: <encurtador.com./mir38>. Acesso em: 21 mar. 2018. UNESCO. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO; UFTM, 2013. Disponível em: <encurtador.com./aity0>. Acesso em: 21 mar. 2018.. Global media and information literacy assessment framework: country readiness and competencies. Paris: UNESCO, 2013a. Disponível em: <encurtador.com./wxsz2>. Acesso em: 19 mar. 2018.