Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente 3º ano, 1º semestre Risco, vulnerabilidade e desastre (II) 1
ANÁLISE HAZARD VULNERABILIDADE ACÇÃO RESPOSTA GESTÃO DO RISCO
Sumário 1 Política pública e gestão do risco 2 Ponderação dos riscos nos Instrumentos de Gestão territorial; 3 Um caso concreto: o sismo do Faial de 1998
Política pública e 1 gestão do risco
Ciclo da gestão do risco (Alexander, 2002) Ações orientadas para a reconstrução das áreas afetadas e retoma das rotinas sociais interrompidas RECUPERAÇÃO MITIGAÇÃO Ações para atenuar ou reduzir vulnerabilidades socioecológicas e prevenir impactes de um desastre. Ações tomadas imediatamente antes, durante e após a ocorrência de um desastre RESPOSTA PREPARAÇÃO Ações para assegurar que as comunidades responde de modo eficaz em caso de emergência
Fonte: Ranghieri F., Ishiwari M. (2014). Learning from megadisasters: Lessons from the Great East Japan Earthquake. WorldBank, Washington DC
Regulação do crescimento urbanístico Zonamento de risco; Matrizes de adequabilidade dos usos do solo; Desenvolvimento urbanístico em clusters ; Zona especial de estudo; Recuos; Aquisição pública de solos; Proteção dos sistemas naturais. Mitigação do risco Aquisição pública de solos e relocalização Códigos de construção para nova edificação; Códigos de construção para edifícios existentes; Relocalização de edifícios.
Incentivos Bónus; Controlo do investimento público em infraestruturas essenciais Benefícios fiscais Assistência financeira Mitigação do risco Conhecimento e informação Monitorização e deteção; Investigação científica; Educação e sensibilização pública para o risco
2 Ponderação dos riscos nos Instrumentos de gestão territorial em Portugal
Evolução da política de ordenamento do território e urbanismo Domínio público hídrico Reserva Ecológica Nacional Lei de Bases da P. Ord. Território e Urbanismo RJIGT PNPOT Reforma Ord. do Território e Urbanismo 1971 1983 1998 1999 2007 2014 Decreto-Lei nº468/71, de 5 de novembro Decreto-Lei nº321/83, de 5 de julho Lei nº48/98, de 11 de agosto Decreto-Lei nº380/99, de 22 de setembro Lei nº58/2007, de 4 de setembro Lei nº31/2014, de 30 de maio Decreto-Lei nº80/2015, de 14 de maio
O sistema de gestão territorial A política de ordenamento do território assenta num sistema de gestão territorial que abarca quatro âmbitos de atuação: Nacional; Regional; Intermunicipal; Municipal. Dois grandes tipos de Instrumentos: Programas territoriais de âmbito nacional (PNPOT), regional (PROT) e intermunicipal; Planos Territoriais de âmbito municipal (PMOT).
A gestão do risco nos Instrumentos de Gestão Territorial (IGT) No que respeita à gestão do risco todos os IGT devem: Identificar e caracterizar os diferentes riscos e delimitar a incidência territorial; Prever medidas de mitigação dos riscos, com regras e critérios com vista à sua aplicação; Apresentar um programação das ações e dos meios necessários para a sua concretização; Estabelecer as bases do sistema de governança e os principais agentes desses processos.
Planos Municipais de Ordenamento do território Define a estratégia de gestão territorial para o município promovendo uma compatibilização entre Usos do solo promovidos pelo Plano Salvaguarda dos ecossistemas e prevenção dos riscos O que é expectável: Zonamento do território do ponto de vista da sua susceptibilidadeaos riscos; Cartografia das edificações e elementos expostos ao risco; Diretrizes com vista à promoção de regime de usos do solo compatível com os níveis de perigosidade.
Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) Um dos 24 problemas para o ordenamento do território Insuficiente consideração dos riscos nas ações de ocupação e transformação do território, com particular ênfase para os sismos, os incêndios florestais, as cheias e inundações e a erosão das zonas costeiras (PNOPT, Vol.I) Um dos objetivos estratégicos Conservar a biodiversidade, os recursos e o património natural, paisagístico e cultural ( ) monitorizar, prevenir e minimizar os riscos (PNPOT, Vol.II) Avaliar e prevenir os fatores e as situações de risco e desenvolver dispositivos e medidas de minimização dos respetivos efeitos (PNPOT, Vol.II) Medidas prioritárias Definir( ) consoante o tipo de plano as áreas de perigosidade, os usos compatíveis nessas áreas e as medidas de prevenção e mitigação( ) (PNOPT, Vol.II) Elaborar cartas de risco geológico que identifiquem as zonas de vulnerabilidade significativa ( ) (PNOPT, Vol.II)
Balanço Há uma progressiva afirmação da temática da gestão dos riscos como uma dimensão relevante da política de ordenamento do território e urbanismo; A ponderação sistemática dos riscos no ordenamento do território é, ainda, uma prática recente e, ainda, incipiente; Há lacunas de conhecimento e de informação; há um insuficiente diálogo interdisciplinar (entre cientistas e entre estes e técnicos de planeamento); É preciso romper com formas de equacionar o ordenamento do território e o urbanismo, moldadas à luz de uma ideia de sociedade previsível que nunca fica sem chão.
4 Um caso concreto: o sismo do Faial de 1998
O sismo do Faial de 1998 Magnitude 6.0 na escala de Richter; Um total de 1785 edifícios danificados; 8 perdas humanas e 150 feridos; Pelo menos 1500 desalojados. Fonte: Plano de Urbanização da Horta, CMH/ Pertinência: Efeitos negativos de uma política territorial incipiente; Sismo: janela de oportunidade para uma política de mitigação do risco sísmico.
Como reconstruir? Reconstruir de forma diferente e com segurança sísmica Onde construir? Reordenar o território em função do grau de perigosidade sísmica Quem decide e quem faz o quê? Assegurar uma liderança da reconstrução que implemente a estratégia de mitigação Que apoio público às famílias?
Reordenar o território em função da perigosidade sísmica Ausência de cartografia de risco PDM: Por aprovar; Risco sísmico ausente da planta de condicionantes. Base científica sólida mas dispersa por vários documentos/estudos Ausência de uma figura de plano com vista a conferir legitimidade às regras de usos do solo a adotar em áreas classificadas como zona de risco
Regulação do crescimento urbanístico Carta de classificação dos solos em função do grau de suscetibilidade a riscos; Faixas de proteção (áreas afetas a falhas sísmicas); Controlo da densidade urbanística; Sujeição da reconstrução a parecer técnico. Medidas de mitigação do risco adotadas Aquisição pública de solos e relocalização Transferência do desenvolvimento urbanístico para fora das zonas de risco; Relocalização de edifícios; Aquisição pública de solos não-ocupados Edifícios Códigos de construção sísmica para construção nova e reabilitação de edifícios
Fonte: Medidas Preventivas