SESSÃO 6 LITERATURA E NARRATIVA DAS CIDADES

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Transcrição:

SESSÃO 6 LITERATURA E NARRATIVA DAS CIDADES

REPRESENTAÇÕES DE SALVADOR EM URBANOS, DE ÁLLEX LEILLA Rita de Cássia Lima de Jesus 1 O processo de urbanização, praticamente em todos os países, foi erguido de uma forma que não acolheu todos os seus habitantes e a industrialização que se disseminou no início do século XIX aconteceu de forma excludente. Tal processo de modernização se reproduziu no Brasil, e não aconteceu de forma diferente em Salvador. No conto Castanho, que integra o livro de contos Urbanos, da escritora baiana Állex Leilla (1997), percebe-se em seus personagens uma tendência à homogeneização de gostos e atitudes, aderindo talvez a um padrão cosmopolita, fruto da construção de instâncias que têm o poder de escolher o que legitimar e o que propagar. Este artigo versa sobre esse conto, verificando se que o poder simbólico de sentir-se urbano é uma aspiração identitária que cria a sensação de pertencimento à cidade. Palavras-chave: Állex Leilla; Urbanos; Cidade; Identidade; Consumo. 1 Autora Graduada em Letras, Especialista em Literatura e Linguística, Mestranda em Estudos de Linguagem pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). E-mail: cassialimaj@yahoo.com.br. 46

A DIALÉTICA DA IDENTIDADE FRAGMENTADA NUMA VIAGEM IMAGINÁRIA EM UM TÁXI PARA VIENA D ÁUSTRIA Leila Silva de Jesus 1 Um táxi para Viena d Áustria, de Antônio Torres, mapeia a representação da identidade do sujeito pós-moderno pela ótica da contemporaneidade. Traços de identidade fragmentada e múltipla, o processo de globalização como influência dos padrões de comportamento, além das contradições e dramas emocionais verificados na sociedade contemporânea são assinalados pela obra, que apresenta a fragmentação do homem moderno na trilha de identidade(s) plural(is) ainda que sejam para sua autoafirmação numa sociedade tão conturbada e caracterizada pela intensificação do senso de diferença. O caos das metrópoles, bem como as relações retratadas no romance de Torres, tem como característica visível a inquietação como ideal de representação do mundo e, dessa forma, caracteriza e simula a identidade do sujeito pós-moderno. Palavras-chave: Identidade; Fragmentação; Contemporaneidade. 1 Graduada pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus XIV, e estudante de pós-graduação em Literatura Baiana pela UNEB, campus XIV. 47

UM PASSEIO DE TÁXI RUMO À CIDADE MARAVILHOSA: ANÁLISE E REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO NA FICÇÃO DE ANTÔNIO TORRES Jaqueline Cardoso da Silveira 1 A ficção brasileira contemporânea passou pela ruptura com a dicotomia campo/cidade, entendida como oposição entre local e universal, a qual foi marca característica da literatura brasileira desde o seu momento de formação. Esta ruptura teria se dado em favor de temáticas urbanas que são próprias da pós-modernidade. A exposição do caráter avassalador desta urbanidade tentacular que a tudo envolve e sufoca é o ponto no qual se desenvolve a narrativa de Um táxi para Viena d Áustria do escritor baiano Antônio Torres. Considerando a metrópole como espaço de realização de identidades alternativas o narrador faz uma abordagem dos acontecimentos, entrecruzando as linguagens cinematográfica, televisiva, radiofônica, jornalística priorizando o movimento e a ação. A narrativa se desenrola em torno da representação da memória e da imaginação do personagem-narrador e se apresenta como elemento estruturador do romance, uma vez que o passado e o presente enredam-se por meio delas. Neste trabalho, portanto, atenta-se para o modo como o narrador articula os elementos memorialísticos e imaginativos, responsáveis pelos constantes deslocamentos temporais e espaciais no romance, buscando-se avaliar tais variações como expressão da formação identitária instável do personagem, consequência da vida em meio à histeria da metrópole moderna. O espaço urbano é o cenário privilegiado para a encenação e as representações de conflitos que abordam como tema dominante a luta de classes, a oposição entre oprimidos e opressores, que escamoteava por vezes as camadas médias e urbanas da sociedade. A cultura do espetáculo predomina, com seus diversos e cambiantes cenários; a deriva e o fragmento passam a ser as condições características da existência e o indivíduo (como o narrador) precisa dividir-se em múltiplos papéis para tentar sobreviver numa cidade sitiada. Realizar-seá estudos pautados em cultura, identidade, globalização e nos estudos culturais da identidade no sujeito contemporâneo. Palavras-chave: Um táxi para Viena d Áustria; Narrativa; Memória e Imaginação. 1 Mestranda em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), bolsista CAPES/CNPq, Especialista em Gestão pública pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Graduada em Letras Vernáculas pela UEFS, sob a orientação do professor Dr. Roberto Henrique Seidel. E-mail: jaqueline-uefs@hotmail.com/ jackc14@gmail.com. (75) 81256150. 48

EROTIZAÇÃO DA CIDADE EM SEVILHA ANDANDO, DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO Edelvito Almeida do Nascimento 1 No presente texto, faremos uma abordagem acerca dos poemas de João Cabral de Melo Neto em Sevilha Andando (1990), seu derradeiro livro de poesia, enfocando o modo como o poeta vê e sente a cidade espanhola. Concentraremo-nos principalmente na segunda parte desta publicação, que leva título homônimo à obra, em que o eu poético é apresentado como andarilho que, diante da grandiosidade da urbe, transmuta-a em objeto de afeição e instrumento de celebração da vida. Acentuaremos, sobretudo, a erotização que ele dirige à cidade, aproximando-a da figura feminina. Palavras-chave: Melo Neto; Poesia; Cidade; Sevilha. 1 Licenciado em Letras pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e mestrando em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). 49