Plano de Intervenção Pedagógica Foto: Carlos Filipe Fotografia Profissional Educação e Expressão Musical 2011/12 1
Entidade adjudicada: A Musikater é uma organização em nome individual, sedeada em Condeixa-a- Nova conduzida por uma equipa multidisciplinar nas áreas das Artes do Espectáculo, da Pedagogia Musical e da Intervenção Social e Comunitária. Desenvolve aulas vocacionadas para a educação musical e instrumento, a particulares, Municípios, Agrupamentos de Escolas, Juntas de Freguesia, instituições diversas e associações, é entidade promotora da Universidade Sénior de Condeixa. Contribui para a formação e continuidade de grupos e projectos musicais de reconhecimento local, regional e mesmo nacional, desenvolve trabalhos na área da animação musical a todas as faixas etárias desde berçário, a lares e centros de dia frequentados por idosos. Neste momento apresenta-se a dirigir um projecto educativo destinado à Expressão e Educação Musical a nível da cresce, Jardim-de-infância iniciando um trabalho de apoio à família dando oportunidade a todos os alunos de terem contacto com a música através do mundo dos sons. Actividades de Enriquecimento Curricular no Município de Condeixa A Equipa Técnica: Responsável: gerente da empresa Maestro João Paulo Devesa Coordenador Pedagógico: Bruno Ferreira Habilitado com o Curso de Bandolim do Conservatório de Coimbra. Licenciado em Educação Social (ESE IP Leiria), Pós-Graduado em Gerontologia (ULHT), Mestrando em Ciências da Saúde: na especialização em Intervenção para o Envelhecimento Activo. Director Técnico da Universidade Sénior de Condeixa. Docente do Departamento de Ciências Sociais da Escola Superior de Educação de Torres Novas.. Corpo Docente: J oão Paulo Almeida, Pe dro Nu n es Balh a u, F ilipe André Simões, Elio Santos, Rafaela Rajado, Emilia Caridade. Contactos: J.P.D: 961 738 116 / B. F: 964 354 454 / musikater@gmail.com 2
Enquadramento: O Programa do 1.º Ciclo do Ensino Básico (Despacho n.º 139/M.E./90, de 16 de Agosto) apresenta-nos a Educação e Expressão Musical integrada na área de Expressão Artística numa perspectiva globalizante e integrada. As áreas de expressão, além de proporcionarem o desenvolvimento dos domínios emocional, intelectual, físico, percentual, social, estético e criador, são fundamentais para salvaguardar a espontaneidade da criança. Apresentadas de uma forma lúdica na qual todos participam, tanto individual como colectivamente, dão à criança a possibilidade de, ao jogar, redescobrir, criar, descobrir-se ou encontrar-se com os outros, inventar e criticar, não estimulando exclusivamente a razão ou os aspectos intelectuais, mas fazendo sentir as possibilidades do seu corpo, gestos, sentidos, sensibilidade e criatividade, accionando todo um conjunto de meios susceptíveis de assegurar um desenvolvimento harmonioso. Em todo este processo a Música tem um papel fundamental, já que possibilita experiências integradas ou globalizadoras dentro de todo o percurso educativo, dando especial enfoque a um mundo particular: o das vivências estético-musicais, que passam pelo desenvolvimento das potencialidades auditivas, rítmicas, expressivas, criativas e interpretativas da criança. A Música no Ensino Básico promove o desenvolvimento pleno das faculdades do ser humano, devendo, por isso, ser acessível a todas as crianças, independentemente do seu grau de aptidão musical. Além disso, a Música tal como as artes não é algo que exista somente para os tempos livres A arte e o belo existem em toda a Natureza. A Música tem a capacidade de fazer com que o Homem retorne às suas origens, percorrendo novamente o caminho da sensibilidade e da arte. 3
As competências artístico-musicais desenvolvem-se através de processos diversificados de apropriação de sentidos, de técnicas, de experiências de reprodução, de criação e reflexão, de acordo com os níveis de desenvolvimento das crianças e dos jovens. Objectivos: A finalidade das expressões artísticas nos primeiros anos de escolaridade é contribuir para o pleno desenvolvimento da criança, possibilitando-lhe experiencias integradas e globalizaras. A operacionalização do programa do 1.º Ciclo ao nível das artes é um elemento que poderá ajudar a colmatar esta situação, merecendo uma atenção cuidada e reflectida por parte da docência e da comunidade educativa. As competências que o aluno deve desenvolver, ao longo do Ensino Básico, organizam-se tendem como referência o Currículo Nacional do Ensino Básico Competências Essenciais (pag.152-154) em quatro eixos estruturantes e interrelacionados, constituindo aquilo que se designa por literacia artística. A apropriação das competências é realizada de forma progressiva, num aprofundamento constante dos conceitos e conteúdos próprios de cada área artística. Desenvolvimento da criatividade; Literacia em Artes Desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação; Compreensão das artes no contexto Apropriação das linguagens elementares das artes; Ministério da Educação D.E.B., Currículo Nacional do Ensino Básico, Competências Essenciais, Lisboa, 2001; Dentro do mundo específico das vivências estético-musicais, é importante proporcionar às crianças vivências e formas de expressar o que sentem dentro de si. 4
São experiências que, nesta fase, devem levar a criança a desenvolver a sua musicalidade, não com um fim em si mesmo, já que simultaneamente criam e potenciam hábitos, destrezas, habilidades e capacidades afectivas e de equilíbrio pessoal, psicomotoras, comunicativas e de relação interpessoal, de inserção social e cognitivas, com a atenção, a concentração, a observação sistemática, a capacidade de expressão verbal, plástica e corporal, a apreciação crítica, o diálogo, a interpretação e o uso de símbolos, etc. Metodologias: As metodologias apresentadas foram pensadas pedagogicamente dando ênfase à actividade e à expressividade, em detrimento de enciclopedismo e da racionalização dos saberes. É neste contexto que pouco a pouco a educação artística se vai valorizando e afirmando. Em meados dos anos 20 do século passado generalizaram-se algumas correntes desta nova pedagogia aplicadas à Didáctica da Música. Esta pedagogia musical centrada na criança parte dos seus interesses e níveis de desenvolvimento psicológico e baseia-se em experiências de aprendizagem activas, alegres e criativas. Grandes pedagogos musicais, como Willems, Carl Orff, Kodaly, Murray Sachaffer, Pierre van Hauwe, entre outros, desenvolveram, cada um com o seu ponto de vista, metodologias diferentes para um mesmo objectivo: a Educação Musical. Esta metodologia integra diferentes perspectivas de cada um deles, numa síntese baseada em experiências e vivências de uma prática musical para todas as crianças. Esta metodologia visa proporcionar à criança do 1.º Ciclo vivências e formas de se expressar o que se sente dentro de si, fundamentais na formação de uma personalidade harmoniosa e equilibrada. Não é possível uma iniciação à Formação Musical, do ponto de vista artístico e/ou académico, sem dotar a criança da 5
sensibilidade necessária para que esteja aberta e capte toda a riqueza da música. Fazer da música um ensino mecanizado, não é pedagógico nesta faixa etária. Para que a criança entenda a música e a faça sua, a criança necessita de uma boa preparação de todo o seu ser. A alegria e o impacto de cantar, tocar e realizar actividades lúdicas em comum é vital na educação, pela sua função socializadora. A Música no 1.º Ciclo proporciona grande alegria e contribui decisivamente para o desenvolvimento dos alunos, favorecendo, de uma maneira fácil e directa, a experimentação, a descoberta, a percepção, a criação, a improvisação, a reprodução e a interpretação. Recursos: Os recursos pedagógicos a utilizar, vão ao encontro da metodologia apresentada. Assim utilizaremos audição musical activa, leitor de CD, quadro, computadores, partituras diversas, instrumental Orff, e instrumentos convencionais e não convencionais, todo este suporte educativo será pedagogicamente utilizado de uma forma lúdica proporcionando à criança momentos de criatividade e de lazer. A prática pedagógica deve ser feita com auxílio de jogos rítmicos, melódicos, auditivos e de memória auditiva e visual. É necessária a audição de diversas épocas e compositores clássicos, contemporâneos e eruditos, realizar-se-ão actividades de improvisação e de interpretação musical, utilizando instrumentos musicais, a voz, o corpo e outros auxiliares educativos. Conteúdos: Com base no Despacho n.º 12 590/2006 do Ministério da Educação irão ser trabalhados os seguintes conteúdos: VOZ Objectivos desenvolver os aspectos essenciais da voz: 6
Dizer ritmos e lengalengas; Entoar rimas e lengalengas; Cantar canções; Reproduzir pequenas melodias; Experimentar sons vocais e não vocais; CORPO Objectivos trabalhar o movimento, a dança e a percussão corporal; Experimentar a percussão corporal, batimentos, palmas ; Acompanhar canções com gestos e percussão corporal; Movimentar-se livremente a par; Movimentar-se livremente a partir de sons vocais e instrumentais, melodias e canções, gravações, etc. INSTRUMENTOS Objectivos Conhecer os instrumentos didácticos, e construção de outros pela criança; Experimentar as potencialidades sonoras de materiais e objectos; Utilizar instrumentos musicais; Promover o desenvolvimento auditivo, identificar sons isolados: do meio próximo; da natureza; Identificar ambientes e texturas sonoras: do meio próximo; da natureza; Identificar e marcar a pulsação e/ou ritmo de: lengalengas, canções, melodias e danças, percussão, instrumentos, voz, movimento; 7
EXPRESSÃO, CRIAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO Objectivos Incutir na criança o gosto pela criatividade: Participar em danças de roda, de fila, tradicionais e infantis; Recolher músicas tradicionais e populares; Utilizar a audição, imaginação, conceitos e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento e a prática artística; Adquirir e explorar conhecimentos e saberes próprios de diferentes técnicas vocais e instrumentais; Utilizar diferentes tipos de recursos para a produção musical; Avaliação: A avaliação terá uma vertente formativa e pretende-se que seja feita de forma a estimular os aspectos positivos. O docente terá que ter em conta a predisposição da criança para a área da música, a sua formação anterior, assim como a heterogeneidade da turma. O método a utilizar para fazer a avaliação será o da observação, e se a evolução do aluno não for a pretendida, poderá ser necessário um reajuste aos objectivos propostos. Deve-se ainda fazer com o aluno uma reflexão sobre o progresso na aprendizagem, o que já aprendeu e o que ainda pode fazer para melhorar. 8