TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO NA RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENDO DA PENITENCIÁRIA DESEMBARGADOR ADRIANO MARREY GUARULHOS II

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Transcrição:

TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO NA RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENDO DA PENITENCIÁRIA DESEMBARGADOR ADRIANO MARREY GUARULHOS II CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: ADMINISTRAÇÃO INSTITUIÇÃO: FACULDADE ENIAC AUTOR(ES): LARISSA POMPILIO OLIVEIRA, ANDRÉIA RODRIGUES CIRILLO, ELIONEIDE OLIVEIRA ALVES SIQUEIRA ORIENTADOR(ES): MARIA HELENA VELOSO SALGADO COLABORADOR(ES): NANCI GEROLDO

1. RESUMO Com o crescimento de encarcerados após a ascensão da prisão podemos perceber a importância da religião nas penitenciárias, inicialmente como grupo de visitantes e posteriormente com reconhecimento da CNBB, pessoas, Padres e advogados cederam seu apoio a esses proscritos da sociedade. No Brasil o massacre do Carandiru foi o grande mediador para impulsionar este trabalho social nas penitenciárias. 2. INTRODUÇÃO A fé é o principal instrumento para a elaboração deste artigo e também para o resgate de pessoas. O presente artigo vem apresentar as dificuldades que o detento possui ao voltar à sociedade e como a religião tem influenciado nessa reinserção, tendo em vista as inúmeras dificuldades que o atual sistema prisional apresenta para se alcançar tal desígnio. Sabe-se, contudo, que a ressocialização é uma questão complexa, no entanto o presente artigo visa avaliar o seguinte problema: Será a religião uma influência para a ressocialização de detentos? Portanto, será preciso um estudo para avaliar e validar ou não, as seguintes hipóteses: (I) A religião interfere de forma favorável para ressocialização do detento; (II) A religião não interfere para ressocialização do detento. (III) A religião interfere de forma desfavorável na ressocialização do detento. Inicialmente, para que o tema aqui tratado seja mais bem compreendido, detalharemos o trabalho da Pastoral Carcerária, assim como as restrições relacionadas à ressocialização dos detentos. Citaremos o grande marco das penitenciárias brasileiras, o Massacre do Carandiru. E o método APAC, Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, como grande exemplo de vigência na ressocialização. Pois bem, diante de tantas objeções destacamos as palavras de Noronha em seu comentário sobre o Código Penal de 1940: Ela [religião] tem sua própria força, que é imponderável (...). Governos passam e desaparecem, mas a religião é eterna, porque é na alma humana o seu reino., Demonstrando a transformação positiva da religião no comportamento humano, seja ele em liberdade ou encarcerado.

3. OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é analisar a ressocialização de detentos, por meio da influência religiosa nos cárceres da penitenciária Desembargador Adriano Marrey Guarulhos II. Já os objetivos específicos têm-se: caracterizar o trabalho da pastoral carcerária dentro da penitenciária; descrever o grande marco da história das penitenciárias brasileiras e relatar a influência da religião na ressocialização de detentos. 4. METODOLOGIA DE PESQUISA Para confeccionar este trabalho realizamos um debate entre as integrantes do grupo, por meio de tais discussões chegamos ao tema de nosso artigo A influência da religião na ressocialização de detentos da penitenciária Desembargador Adriano Marrey Guarulhos II, definindo assim objetivos e meios a serem utilizados para efetuar a pesquisa. Sendo assim, iremos utilizar o método de pesquisa bibliográfica, ou seja, a pesquisa que abrange todo motim já publicado em revistas, jornais, monografias, teses e demais meios sobre determinado assunto, fazendo com que o explorador esteja em contato direto com tudo o que já foi publicado sobre o mesmo. (LAKATOS; MARCONI, 1987, p.66). Ressaltada a importância da pesquisa bibliográfica na construção de um artigo, temos: A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32). 5. DESENVOLVIMENTO Ressocializar presidiários é e sempre será um tema divisor de águas em meio à sociedade, teremos críticas por meio daqueles que sempre irão deslustrar a ressocialização, e por outro lado teremos aqueles que ancião, apoiam e acreditam que este trabalho tem resultados positivos.

Segundo Beccaria (2004. p. 35), a prisão deve ser repensada de modo a ser humanizado, como conta seu livro Dos Delitos e Das Penas : [...] quando, finalmente, os executores implacáveis dos rigores da justiça abrirem o coração à compaixão, as leis poderão satisfazer-se com provas mais fracas para pedirem a prisão. Para tanto iremos utilizar como base a Pastoral Carcerária, que surgiu por volta do século XI e XII, chegando ao Brasil somente em 1986, que tem por objetivo evangelizar e promover a dignidade humana por meio da religião dentro dos cárceres. (PASTORAL CARCERÁRIA) No entanto, a pastoral teve sua expansão e melhor desenvolvimento a partir do Massacre do Carandiru, assim, ficou conhecida a ação dos policiais no pavilhão 9 da Casa de Detenção da Zona Norte de São Paulo, após uma rebelião. O ocorrido foi no dia 02 de outubro de 1992, onde 111 detentos foram exterminados. Ainda hoje, após 24 anos o Massacre do Carandiru ainda é um tema para muitos debates. Na época, em vésperas de eleição, os policiais divulgaram que apenas oito detentos haviam sido mortos, porém o número oficial é de 111 mortos. (CBN, 1992) Portanto, a ressocialização inclui não só o trabalho social, mas também conta com advogados e psicólogos, e a parceria do poder Executivo, Judiciário e Legislativo, além de ONGs, tudo o que é feito dentro e fora das penitenciárias é passado para a Diocese de Guarulhos. A ressocialização inicia-se com as Missas dentro das penitenciárias, sendo elas, missas dominicais e por cura e libertação, logo são identificados os detentos que querem adentrar a pastoral e que buscam sua libertação e o perdão. Como diria King (1963): O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.. Além das missas, são destinadas as penitenciárias agentes de pastoral semanalmente para conversar com os detentos, a fim de conhecer a realidade de cada um, o motivo pelo qual está ali, e como está à vida de quem os aguarda lá fora. As pessoas que participam da pastoral acreditam nisso como uma segunda chance para a vida em sociedade, elas levam compaixão, amor, solidariedade, conforto, apoio e o que mais eles necessitam: credibilidade. Estar enclausurado pode levar uma pessoa à loucura, como é relatado em depoimentos de muitos lá dentro. Já é da ciência de todos que a atual situação das penitenciárias não é das melhores, em uma entrevista, Costa e Bianchi relatam que

nas prisões brasileiras, a morte por doença, mata mais que a violência, o chamado massacre silencioso. São muitos os relatos e notícias sobre a situação prisional do Brasil, conforme notícia da Caros Amigos, a Pastoral Carcerária pediu que fossem apurados os casos de suicídio em uma penitenciária feminina, chegando a quatro suicídios somente no mês de julho. Em dezembro de 2013, em um evento da capital paulista, a pastoral carcerária iniciou a pesquisa Educação nas prisões: perfil de escolaridade da população prisional de São Paulo. Tal pesquisa foi coordenada pela professora Drª Mariângela Graciano, envolvendo 599 detentos de oito penitenciárias paulistas, entre elas a Desembargador Adriano Marrey Guarulhos II. De acordo com a pesquisa, 40% dos detentos não haviam concluído o ensino fundamental, e apenas 2% tinham ensino superior. Quanto aos que não frequentam as aulas, 16% alegam que as mesmas são em seus horários de trabalho. Vale ressaltar que em nenhuma das oito unidades entrevistadas havia horário noturno. Em uma entrevista ao jornal O Estado De São Paulo (2016), Silveira, declarou que o papel da educação na ressocialização dos detentos é de suma importância. Além disso, os agentes da pastoral afirmam ser desumano o tratamento a qual é dado lá dentro, desta forma fica quase impossível ressocializar alguém com este sistema prisional, por isso a religião é utilizada como válvula de escape, não observando o que foi feito em determinado momento de sua vida, mas sim o que se quer daqui para frente. Segundo o site Rádio Vaticana, Papa Francisco (2016), em visita a Polônia, na Jornada Mundial da Juventude, o sistema prisional de Auschwitz continua: A crueldade não acabou em Auschwitz, em Birkenau: também hoje. Hoje! Hoje se tortura as pessoas.. A religião como instrumento de ressocialização torna a volta do detento à sociedade menos traumatizante, levando com eles o mesmo sentimento de compaixão, amor ao próximo e fé, que pessoas sem pretensão alguma ofereceram a eles enquanto estavam encarcerados. 6. RESULTADOS

A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) é exemplo real de como a religião tem influenciado na ressocialização de detentos. A APAC é uma entidade civil, que não possui lucro e que tem por objetivo ressocializar pessoas privadas de sua liberdade, não vinculada a nenhuma religião a mesma tem como principal método de recuperação a utilização da fé. Nela os presos possuem um apoio espiritual, médico, psicológico e jurídico, assim como na Pastoral Carcerária. (CNBB, 2011) A primeira APAC foi criada em 1972 na cidade de São José dos Campos SP, segundo Martino (2014), em uma entrevista para a BBC Brasil, em 42 anos de existência, suas unidades nunca registraram uma rebelião ou assassinato. Isso mostra que a instituição possui bons resultados. Segundo Ferreira (2014), presidente da Fraternidade de Proteção aos Condenados (Fbac), federação que agrega as Apacs, afirma: Tratamos quem cumpre pena como sujeito de direitos e deveres. O ser humano tratado com respeito, responde com respeito. Partindo do pressuposto que todo ser é recuperável o método apaqueano vem mostrando resultados ao longo de seus anos de trabalho, como mostra o site Âmbito Jurídico onde o índice nacional de pessoas que voltam a praticar crimes é de 85%, enquanto na APAC esse índice cai para 8,62% (FARIA, 2009). 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ressocialização de detentos continuará sendo um tema para discussão, porém não podemos ofuscar a importância da religião dentro dos presídios, pois ela consegue fazer com que anos isolados vividos em condições desumanas se tornem um retiro espiritual, influenciando não só sua fé, mas também sua educação e moralidade. Com o objetivo de analisar a ressocialização de detentos por meio da religião, concluímos a partir dos dados especificados acima que sim, a religião interfere de forma favorável para ressocialização do detento, como mostra o trabalho da Pastoral Carcerária e das Apacs. Desta forma a religião tem benefício direto no dia a dia de detentos, trazendo a eles uma nova perspectiva de vida. 8. FONTES CONSULTADAS:

BECARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. São Paulo: Martin Claret, 2004. CAMARGO, Henrique. Como foi o massacre do Carandiru? (2005). Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/como-foi-o-massacre-do-carandiru/ (acessado em 17 de agosto de 2017) CAROS AMIGOS. Pastoral Carcerária pede que MP apure suicídios em presídio feminino. Disponível em: http://carceraria.org.br/pastoral-carceraria-pede-que-mpapure-suicidios-em-presidio-feminino.html (acessado em 17 de agosto de 2017) CARTILHA DE FORMAÇÃO. Pastoral Carcerária no terceiro milênio. São Paulo. CNBB. 2011. CBN. Massacre do Carandiru deixa 111 presidiários mortos. Disponível em: http://cbn.globoradio.globo.com/default.htm?url=/institucional/historia/aniversario/cbn -25-anos/boletins/2016/08/23/1992-MASSACRE-DO-CARANDIRU-DEIXA-111- PRESIDIARIOS-MORTOS.htm (acessado em 07 de julho de 2016) COSTA, Fábio; BIANCHI, Paula. Massacre Silencioso: doenças tratáveis matam mais que violência nas prisões brasileiras. Disponível em: http://carceraria.org.br/massacre-silencioso-doencas-trataveis-matam-mais-queviolencia-nas-prisoes-brasileiras.html (acessado em 17 de agosto de 2017) EDUCAÇÃO NAS PRISÕES. Pesquisa mostra o panorama da educação nas prisões. Disponível em: http://carceraria.org.br/pesquisa-mostra-o-panorama-daeducacao-nas-prisoes.html (acessado em 17 de agosto de 2017) FARIA, Ana Paula. Um modelo de humanização do sistema penitenciário. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9296 (acessado em 28 de agosto de 2017) FERREIRA, Valdeci Antonio. Índice de reincidência no crime é menor em presos das Apacs. 2014. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140313_prisoes_apac_nm_lk (acessado em 28 de agosto de 2017) FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. HISTÓRIA. Disponível em: http://carceraria.org.br/historia (acessado em 25 de agosto de 2017) KING, Martin Luther. O histórico discurso de Martin Luther King. Disponível em: http://exame.abril.com.br/mundo/veja-na-integra-o-historico-discurso-de-martinluther-king/ (acessado 25 de agosto de 2017) LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnica de pesquisa. 3. Ed.rev.e ampl. São Paulo: Atlas, 1987. P.66.

MARTINO, Natália. Índice de reincidência no crime é menor em presos das Apacs. 2014. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140313_prisoes_apac_nm_lk (acessado em 28 de agosto de 2017) NORONHA, Edgar Magalhães. Código Penal Brasileiro comentado. São Paulo: Saraiva 1954. Vol. 7. P. 8-9. RADIO VATICANA. Papa no Arcebispado: a crueldade não parou em Auschwitz. Disponível em: http://br.radiovaticana.va/news/2016/07/29/papa_no_arcebispado_a_crueldade_n% C3%A3o_parou_em_auschwitz/1247915 (acessado em 09 de julho de 2016)