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Transcrição:

2

Índice Processo de construção de embarcações artesanais. 1. Editorial 05 2. Produção Pesqueira 06 3. Contribuição da Pesca Artesanal 07 4. Contribuição da Aquacultura 08 5. Consumo Percapita (2005/2012 09 11 6. Acções desenvolvidas que contribuíram para o aumento da produção e sua disponibilidade para a segurança alimentar 7. No âmbito da Aquacultura 13 8. No âmbito da pesca artesanal 15 9. Infra-estruturas de Apoio a actividade da pesca 19 10. Inspenção do Pescado 22 11. Fiscalização da Pesca 25 12. Museu para eternizar a cultura pesqueira 27 13. Perspectivas 30 3

4 Foto de família no âmbito da inauguração do barco de fiscalização Antillas Reefer, no porto de pesca de Maputo.

Editorial A acção do Governo no sector das Pescas, no período de 2005 a 2012, esteve orientada para medidas que visam contribuir para a segurança alimentar, disponibilizando o pescado para o consumo e para a melhoria das condições de vida das comunidades pesqueiras. Neste sentido e tomando como base os objectivos do Programa Quinquenal do Governo (PQG), destacam-se como grandes realizações ocorridas no período em análise as que focalizam as áreas de Aquacultura, o desenvolvimento de condições através da criação de infra-estruturas e de mecanismos adequados de manuseamento, conservação e de comercialização de pescado, visando a valorização deste pescado; A modernização das técnicas de pesca e a diversificação da produção pesqueira visando o aumento no abastecimento interno de pescado para cobrir uma parte do défice alimentar de peixe; Com estas medidas, foi notória a subida dos níveis de produção global de 86 mil toneladas em 2005 para 213 mil toneladas no ano de 2012, com particular destaque para o crescimento médio de 12 por cento no período 2010 e 2011superando o crescimento médio de 10 por cento ano, plasmado no Plano Director das Pescas; Destacam-se ainda realizações no domínio da investigação e desenvolvimento de produção de alevinos de tilápia em quantidade e com qualidade susceptível de viabilizar a massificação da piscicultura de média e pequena escala; o início de funcionamento em pleno do sistema de monitorização e vigilância via satélite e o apetrechamento do primeiro barco patrulha propriedade do Governo com capacidade para demandar toda a zona económica exclusiva; o início da pré-inspecção das embarcações estrangeiras que pescam atum na nossa zona económica exclusiva, como condição prévia para se ter acesso a licença de pesca; a construção e conclusão ou reabilitação de infra-estruturas relevantes de apoio à pesca, designadamente o mercado multiuso da Praia Nova, o entreposto frigorífico do Porto de Pesca da Beira; e a ampliação do Laboratório de Inspecção do Pescado no quadro da certificação e garantia da qualidade dos produtos da pesca destinados à exportação e sua acreditação de nível internacional. Por uma Pesca e Aquacultura Sustentáveis contribuindo para a Segurança Alimentar e Nutricional. 5

Produção Pesqueira O sector das pescas, concentrou as suas acções nos objectivos do Governo, o que veio a contribuir sobre maneira no aumento do volume da produção global que registou um crescimento de 86 mil toneladas em 2005 para 213 mil toneladas no ano de 2012, facto que contribuiu também para o aumento da disponibilidade do pescado para o consumo humano. Dados disponíveis, mostram que o sector das pescas representa 4% das exportações globais do País, sendo o camarão, a kapenta e a gamba os maiores contribuintes para essa cifra, com uma contribuição de 3% para o PIB. As medidas de políticas implementadas de forma a tingir esses objectivos, cingiram-se na contenção do crescimento do esforço de pesca ao nível industrial em prol da preservação dos recursos pesqueiros, com vista a assegurar a sua pesca sustentável, facto que permitiu um crescimento, em termos de contribuição para a produção global, dos níveis de produção da Pesca Artesanal. O desempenho do sector das pescas, nos subsectores supracitados e consequente melhoria das condições de vida das comunidades pesqueiras, deveu-se também a adopção de artes de pesca melhoradas para maior produção e maiores rendimentos, difusão de técnicas melhoradas de conservação com uso adequado de gelo, salga e fumagem e ainda, a introdução do programa de massificação da aquacultura de pequena escala. Produção Global (ton) 250.000 200.000 150.000 Toneladas 100.000 50.000 0 Produção (ton) 2005 2006 2007 2008 2008 2010 2011 2012 86.717 95.782 93.461 122.226 151.341 161.399 194.352 213.436 6

Contribuição da pesca artesanal De referir que, das mais de 200 mil toneladas de pescado produzidas anualmente, cerca de 90% provêm da pesca artesanal, um segmento com muitos desafios e que, por isso, tem merecido atenção especial nos programas integrados e transversais de desenvolvimento do sector e desta Pérola do Indico. O impacto imediato das medidas de políticas aplicadas foi refletido no aumento dos níveis de produção da Pesca Artesanal, onde de 2005 a 2012, triplicou a sua Produção na ordem de 333%, registando em 2012 um peso específico 87% da produção total. Produção da pesca artesanal (ton) 200.000 180.000 160.000 140.000 Toneladas 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 Produção (ton) 0 2005 2006 2007 2008 2008 2010 2011 2012 57.748 63.973 74.894 72.894 129.263 143.194 166.428 186.214 7

Contribuição da aquacultura As medidas de políticas aplicadas, tiveram impacto imediato na Aquacultura de Pequena Escala, onde de 2005 a 2012, aumentou significativamente a sua Produção de 3 para 409 toneladas. Aquacultura de Pequena Escala 450 400 350 300 250 Toneladas 200 150 100 50 0 Produção (ton) 2005 2006 2007 2008 2008 2010 2011 2012 3 33 145 78 164 177 284 409 8

Consumo Percapita Os desafios que o sector pesqueiro tem por ultrapassar para contribuir em pleno para a segurança alimentar, disponibilizando cada vez maiores quantidades de pescado para o consumo no mercado doméstico, bem como para a geração de renda e benefícios com impacto na redução dos níveis de pobreza mostram-se enormes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) o consumo per capita recomendável é de 18 kg de peixe por ano por habitante. Em Moçambique, o consumo per capita aumentou de 4,2 kg/ano para 10.4 kg/ano nos últimos 8 anos, facto que mostra um crescimento na ordem de 160 por cento. Este feito foi atingido através de implementação de políticas e campanhas para incentivar a produção, tanto no domínio da pesca como no de aquacultura, aumentando assim a disponibilidade de pescado no mercado. Consumo Per Capita (Kg/Ano) 12 10 8 6 4 2 Consumo Per Capita Kg/ano) 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 4.2 4.2 4.3 6.0 7.7 8.4 9.8 2012 10.4 9

10

Acções desenvolvidas que contribuíram para o aumento da produção e sua disponibilidade para a segurança alimentar. 11

Processo de sexagem manual 12

No âmbito da Aquacultura O papel promocional do Governo no âmbito do desenvolvimento do subsector da Aquacultura circunscreveu-se na Massificação desta actividade ao nível das comunidades, consistindo especificamente na construção e operacionalização das unidades de demonstração para transferência de conhecimento e tecnologia, Fortalecimento dos serviços de assistência técnica e extensão rural; Melhoria da qualidade dos alevinos para facilitar melhor crescimento, disseminação de práticas de cultivo de peixe em cativeiro, Promoção de acções de apoio a Aquacultura Marinha Comercial entre outras. Por outro lado, foram desenvolvidas acções tendentes a assegurar o acesso ao mercado de exportação dos produtos da aquacultura, com base na observância dos requisitos, donde se destaca a elaboração e aprovação do plano Nacional de Controlo de Resíduos dos Produtos Provenientes da Aquacultura. A massificação piscícola visa o aumento da produção de peixe e a melhoria do abastecimento interno em pescado para cobrir uma parte do défice alimentar do país, através do aumento da disponibilidade de produtos da pesca. Estudos recentes indicam que, o potencial de aquacultura marinha é de cerca de 800 mil toneladas, enquanto o de águas interiores, cujo o estudo está ainda em curso, permite-nos estimar um pontecial na ordem de dois milhões de toneladas de peixe. Para sustentar a actividade foi promovida a implantação de duas unidades de produção de alevinos em Vilankulos, província de Inhambane e no distrito de Cahora Bassa, em Tete, uma unidade de recria na Cidade de Maputo e está em curso a construção do Centro de Pesquisa em Aquacultura em Mapapa para o melhoramento genético da Tilapia mossambicus e T. niloticus. Estas acções, permitão que haja uma disponibilidade de mais de quatro milhões de alevinos melhorados o que influenciará para o incremento da piscicultura, para o cumprimento das metas do Plano Quinquenal do Governo (PQG). Tanques de piscicultura 13

Tanques de reprodução de alevinos Tanques flutuantes da produção intensiva de corvina em Cabo-Delgado Para melhor pratica desta actividade, foram capacitados mais de 2600 piscicultores, dos quais 26% são mulheres e 241 técnicos extensionistas. A assistência técnica do INAQUA foi reforçada pela rede de extensão do MINAG e pela divulgação massiva da actividade através dos mídias, facto que permitiu uma cobertura, em termos de extensão, acima de 60% dos distritos com potencial para a prática desta actividade. Estas linhas de acção permitiram um aumento da produção piscícola de 40 para mais de 500 toneladas com peixe de peso médio unitário de 350 gramas num ciclo de seis meses contra as anteriores 100 gramas para o mesmo ciclo. Noutra vertente, o sector apostou na aquacultura marinha, uma acção que é desenvolvida na baia de Pemba, província de Cabo Delgado, através de um investimento de iniciativa privada para criação de peixe corvina, onde foi estabelecida uma unidade de produção que em 2013 registou 120 toneladas de peixe corvina, destinados a exportação. Foram financiados 100 projectos aquicolas, em vários distritos do país, através do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) o que permitiu a criação de mais postos de trabalho e aumento da produção de peixe em cativeiro para o consumo. O sector, também promoveu acções de apoio a Aquacultura Industrial e realizou uma Conferência Internacional de Investimento em Aquacultura na Cidade de Pemba em Novembro de 2010. 14

No âmbito da Pesca Artesanal Neste sub-sector, o Governo levou a cabo iniciativas com o objectivo de melhoria das condições de vida das comunidades pesqueiras, onde foram desenvolvidas acções que visavam uma capacitação, cada vez maior, no aproveitamento dos recursos acessíveis a pesca artesanal e a valorização da produção. Das acções tomadas, destaque vai para as seguintes: a. Motorização vs promoção da pesca em mar aberto; Este processo, tem como objectivo promover a exploração dos recursos pesqueiros em mar aberto, diminuindo deste modo a pressão sobre a costa, o que permitiu a motorização de 976 barcos de pesca com capacidade de produção de 300 toneladas de recursos pesqueiros em mar aberto, o que corresponde a uma subida acima dos 100 por cento relactivamente ao ano de 2005. Essas embarcações com maior autonomia no mar e uso de gelo a bordo para conservacao de pescado, tem capacidade de permanecer por mais de um dia na faina. O Impacto imediato desta acção, reflete-se no crescente aumento de rendimento e consequente interesse dos pescadores pelas embarcações melhoradas, em particular as canoas tipo Moma e pelos motores alternativos de baixo custo em toda costa. Motorização 1.000 800 Motorização 600 400 200 0 2004 2007 2012 Motores 476 628 976 15

b. Profissionais envolvidos na pesca artesanal; As medidas implementadas, permitiram que houvesse aumento de produção e consequente aumento do número de interessados em trabalhar em actividades relacionadas com a pesca, abragendo mais de 60 mil pessoas, sendo maior parte destes, processadores semi-industriais e comerciantes de pescado. Em 2012, de acordo com o terceiro censo, o mais abragente por ter incluído a totalidade das províncias e distritos costeiros e o máximo dos principais centros de pesca, mostrou existirem 351,152 pessoas a trabalhar no sector das pescas em 1586 Centros de Pesca. Pessoal envolvido na pesca artesanal 400.000 350.000 Toneladas 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 Profissionais da Pesca 0 2004 2007 2012 134.370 326.927 352.252 16 Pescadores artesanais no alto mar

Selecção do produtos da pesca artesanal c. Contribuição da pesca artesanal na melhoria das condições de vida das comunidades pesqueiras; De acordo com o Inquérito aos Agregados das Famílias (IAF) dos pescadores de 2011, o aumento dos rendimentos refletiu-se também no aumento do poder de compra tendo o seguinte impacto: Posse de bens (bicicletas, telemóveis, relógios e rádios), melhoramento em 51,6 % das condições das suas habitações (19.7% dos agregados têm casas cobertas com material convencional ( chapas de zinco, Laje, lusalite e telha) 31.9% dos agregados familiares usam material convencional para construção das casas (blocos de cimento, tijolos, blocos de adobe e madeira/zinco ), contra os 48,4% usando casas de capim, 41.9% dos agregados familiares bebem água potável, a pesca permite realizar despesas familiares (educação, alimentação no período de baixos rendimentos agrícolas), etc; e 43% dos agregados familiares (AF) já usam latrinas e outros sistemas de saneamento convencionais. 17

Entreposto frigorífico da Beira 18

Infra-estruturas de apoio a actividade da pesca Entrepostos frigoríficos Embora Moçambique produza quantidades significativas de pescado, a sua indústria de processamento em terra está longe de absorver o volume de produção artesanal e semi-industrial de pescado oriunda da frota sem refrigeração à bordo, devido a escassez de fábricas de gelo e entrepostos frigoríficos para a conservação do pescado. Por forma a responder a demanda destes serviços, o Governo fez uma construção de raiz de um Entreposto Frigorífico com capacidade de processamento de 36 toneladas diárias, capacidade das câmaras frigoríficas de 300 toneladas, fabrico de gelo: 940kgs/hora/unidade no porto de pesca da Beira. Esta medida, tem em vista potenciar, gradualmente, o país com unidades de processamento e conservação de pescado, evitando assim, as perdas de qualidade do pescado ao longo da costa. O Impacto imediato desta acção reflete-se na produção e processamento de 20 toneladas de peixe e 4 toneladas de camarão e a operacionalização de câmaras frigoríficas permitiu a produção e venda de 157 toneladas de gelo. 19

Mercados de primeira venda Os Mercados de primeira venda são estruturas construídas nas proximidades dos centros de pesca ou desembarque, com condições adequadas para a recepção, manuseamento, processamento e acondicionamento do pescado para a sua comercialização. A par das unidades de processamento foram construídos e/ou reabilitados mercados de primeira venda de pescado melhorando, desta forma, as condições de processamento, manuseamento e comercialização de pescado, protegendo a saúde do consumidor, redução de perdas pós-capturas. Estas acções rsultaram na valorização do pescado, no aumento do rendimento dos pescadores, dos comerciantes de peixe, com impacto na melhoria das condições de vida das comunidades pesqueiras. Mercados de Pescado 250 200 150 100 50 0 2004 2007 2012 Mercados de Pescado 4 134 209 20

Cenários de comercialização de pesca nos mercados pesqueiros 21

Inspecção do Pescado Os serviços de Certificação de Qualidade, providenciam análises microbiológicas, sensoriais e químicas, análises da água e controle de resíduos e metais pesados nos produtos da pesca e aquacultura. A implantação destas unidades, visa potenciar o país com uma estrutura nacional de análises laboratoriais credenciada e reconhecida a nível internacional; Em 2012, o Governo de Moçambique inaugurou o primeiro laboratório público para análise de alimentos acreditado a nível Internacional. Este acto, faz com que o país seja reconhecido ao nível internacional da competência técnica das actividades que o laboratório executa no domínio da garantia da qualidade dos produtos alimentares de origem aquática e da saúde dos consumidores, constituído assim uma base de garantia de acesso do pescado moçambique aos mercados altamente competitivos. 22 Cenários em que S. Excia o Presidente Armando Guebuza, inaugurava o laboratório de Inspecção de pescado de Maputo.

Cenários em que S. Excia o Presidente Armando Guebuza, inaugurava o o laboratório de Inspecção de pescado de Maputo. 23

24 Cenários em que S. Excia o Presidente Armando Guebuza, inaugurava o barco de fiscalização da pesca.

Fiscalização da Pesca Moçambique, com mais de 2.700 quilómetros de linha de costa, onde cerca de dois terços da população vive ao longo dessa zona costeira e pratica a pesca e as actividades a ela ligadas, que são de primordial importância para a sua subsistência e desenvolvimento social e económico. A fiscalização Pesqueira tem como objectivo criar mecanismos de forma a prevenir, disuadir e eliminar situações de pesca ilegal, não reportada e não regulamentada através da colocação de meios e recursos adequados para o efeito, sendo por isso uma ferramenta fundamental para a gestão das pescarias. No âmbito das prioridades definidas no Plano Quinquenal do Governo, foi aprovada em 2008 a Política e Estratégia de Monitorização, Controlo e Fiscalização da Pesca, o Governo dotou-se de meios de intervenção naval e, neste contexto, foi criada uma estrutura funcional de actividades de fiscalização da pesca, foi instalado um Centro de VMS que visualiza, em tempo real; as operações de todos os barcos de pesca licenciados, foram adquiridas embarcações para fiscalização da pesca costeira (3) do Alto (1) nas grandes massas de águas interiores (2), os barcos estrangeiros passaram a ser inspeccionados nos portos nacionais como condição para recepção da licença, foi criada uma estrutura que assegura que os barcos de atum cumpram com as Resoluções da Organização do Atum do Oceano Índico, em particular, na zona sul do canal de Moçambique, monitora os possíveis transbordos nas ZEE da região e contribui como reforço da capacidade regional de elimiação da pesca ilegal na região da SADC. 25

Meio aéreo de fiscalização da pesca no âmbito cooperação regional Como impacto imediato, foi minimizada a Pesca ilegal, não regulamentada e não reportada. Consolidado o prestígio de Moçambique na região de competência da Organização do Atum do Oceano Índico, cujo órgão do comité de cumprimento é presidido, por alto funcionário moçambicano, do Ministério das Pescas. 26

Museu para eternizar a cultura pesqueira O sector promoveu esta iniciativa com o objectivo principal de preservar os artefactos secularmente construidos, expor os principais recursos alvos da pesca, divulgar e promover a actividade pesqueira. A entrada em funcionamento dum museu desta natureza, abre uma nova página na história de Moçambique, no percurso e na relação que as suas várias gerações têm com o meio aquático, pois trata-se de um longo percurso pouco conhecido pelos moçambicanos, por estar pouco documentado. Consciente disso e também por vicissitudes inerentes ao seu trabalho, o Ministério das Pescas chamou a si a responsabilidade de construir um museu, que preservará pontos valiosos da história marinha e pesqueira, de que existem vários e valiosos testemunhos. Imagem do projecto, ilustrando a vista parcial do museu da pesca 27

Uma das principais tarefas, no âmbito deste projecto, foi a mobilização com vista a Campanha de Recolha de Artefactos Pesqueiros, como embarcações nativas, cestos para escoamento e comercialização do produto, gaiola para captura entre outros, que serão expostos nas instalações do museu em construção. Pela recolha feita, principalmente de artefactos, revela-se um património demasiado rico, que pode constituir passados que documentarão melhor a história da relação dos moçambicanos e outros povos com o mar, rios e lagos. O Museu trará um espaço que servirá de ensinamento nas diferentes formas de pesca, como o uso de Petromax no Lago Niassa, tipos de vela usados como a Arábica e Latina, para além de mostrar a sequência dos tipos de embarcações usadas, desde a Piroga e Moma até aos dias de hoje. Este empreendimento, não será um mero depósito de artefactos, mas sim, um instrumento de movimento nacional de formação e de exaltação da moçambicanidade no domínio das pescas. O facto do empreendimento se localizar na parte mais antiga e histórica da cidade, considera Museu da Cidade das Acácias, damos um passo decisivo para a eternização e capitalização da cultura pesqueira. O museu foi projectado para se adequar ao contexto das actividades pesqueiras no seu todo. Terá, entre outras componentes, uma sala para exposições permanentes e periódicas e outra para artistas plásticos e outros que vierem a ter actividades relacionadas com a pesca e para exposições diversas sobre a pesca e um espaço infantil e anfiteatro para promover a cultura do mar, conservação de recursos pesqueiros e marinhos e incentivar as crianças a participar na criação e produção de objectos sobre os recursos marinhos e pesqueiros. 28

Cerimónia do lançamento da pedra para a construção do Museu das Pescas. Da direita para a esquerda: David Simango-Presidente do Conselho Municipal de Maputo; Victor Borges-Ministro das Pescas; Hermínio Tembe, Secretário Permanente das Pescas e Augusta Gisladotir - Directora do ICEIDA. 29

Perspectivas Pelo facto de, actualmente os dados de produção pesqueira indicarem que o aproveitamento do potencial pesqueiro no mar, rios e lagos está próximo do limite máximo de exploração, por outro lado, com a crescente procura do pescado aliada ao crescimento populacional, a evolução tecnológica das frotas e ao uso de artes de pesca nocivas, começam a surgir sinais de sobrepesca, traduzindo-se na redução dos rendimentos médios diários e diminuição dos tamanhos das espécies capturadas. Sendo assim, o sector das pescas prevê desenvolver as suas acções nas vertentes seguintes: 1. Pesca de atum O atum e espécies relacionadas capturadas em aguas moçambicanas tem que trazer benefícios a economia nacional, pelo que desenvolver-se-a capacidade interna e constituição de frotas nacionais de pesca de atum o que irá contribuir no aumento da produção nacional e na balança de pagamento; Far-se-á também, a promoção da demanda dos portos nacionais pelas frotas estrangeira que operam na zona económica exclusiva de Moçambique; 2. Infra-estruturas de pesca em terra Afigura-se como importante e estratégico a construção e melhoraria das infra-estruturas de apoio às actividades da pesca, tais como os portos de pesca (Maputo; Beira; Quelimane; Angoche; Nacala;), no sentido de garantir mais pontos em que se possam fazer descargas e processamento em terra. 4. Massificação de aquacultura A piscicultura a ser desenvolvida pelas comunidades deverá ser a base principal do aproveitamento dos potenciais pesqueiros e aquícola, enquanto decorre o esforço de mobilização de investimento para projectos de grande dimensão, e assim pode-se alcançar o patamar de consumo de pescado per-capita que almejamos e o término da construção do Centro de Pesquisa em Aquacultura em Mapapa para o melhoramento genético da Tilapia mossambicus e T. niloticus, irá também dinamizar este processo. 30

5. Motorização de embarcações de pesca artesanal Implementação de programas que promovam a pesca artesanal em mar aberto visando o aproveitamento do potencial dos recursos pouco explorados, contribuindo assim para a redução da pressão exercida sobre a zona costeira. 6. Consolidar o sistema de MCS; A consolidação e implementação eficaz da Estratégia de Monitorização, Controle e Vigilância (MCS) aprovado pelo Governo, pois a fiscalização da pesca constitui um pilar essencial da gestão das pescarias em Moçambique e na garantia da sustentabilidade dos recursos pesqueiros. 7. Manutenção e alargamento da acreditação dos laboratórios de Inspecção de pescado; A garantia da qualidade de produtos da pesca de Moçambique e seus derivados poderá jogar um papel estratégico na diversificação de mercados rentáveis. Atum. 31

Realizações do Sector das Pescas 2005 / 2013 Propriedade: Preparado por: Design e maquetização: Tiragem: Ministério das Pescas Gabinete de imprensa e Relações Públicas Output, Comunicação e Imagem, lda. 500 Exemplares Maputo, 2013 32