IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA - SES/SP



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Transcrição:

AUTOR: MARIA CRISTINA COELHO NEPOMUCENO CARVALHO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO COAUTOR: NIVALDO CARNEIRO JUNIOR FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA - SES/SP São Paulo 2013 1

Agradecimentos A meus pais, pela dedicação e exemplo de perseverança, a meu marido pelo apoio, a meus filhos pela compreensão, a meus colegas de trabalho Accácio, Ivana, Marisa, Helena, Silvio, Adalgisa, Fátima, Nelson, Paula, Nápoli, Mikio, Claudia, Madalena e Vera entre outros, pela colaboração, a meus colegas do curso, meu orientador, demais professores e a todos aqueles que, direta ou indiretamente colaboraram para o alcance de meus objetivos. 2

A Implantação da Central de Regulação de Urgência/Emergência da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Deployment of Central Regulation of Emergency / Emergency of Secretary of State of Health of São Paulo. RESUMO: Este artigo relata o processo de implantação da Central de Regulação de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no período de 2008 e 2009, através de análises de documentos oficiais e de entrevistas com os principais agentes públicos que participaram desse momento. Descreve-se etapas e procedimentos na unificação das regulações regionais do estado de São Paulo, que visaram superar os limites estruturais e políticos, apesar das resistências locais. A implantação resultou em maior eficiência da atenção as urgências/emergências médicas no estado e um importante instrumento para o Gestor Estadual do SUS. Palavra-chave: Gestão em saúde, Serviços médicos de emergência, Regulação em saúde. INTRODUÇÃO Frequentemente a organização dos serviços de saúde ocorre de forma fragmentada e desarticulada 1, sendo necessário se pensar em mecanismos que promovam uma organização contínua, onde a população possa adentrar e utilizar os serviços de saúde com vistas a resolução dos seus problemas. Influem nesta possibilidade considerações geográficas, de transporte, financeiras entre outras 2. A Regionalização é a estratégia básica para que se implantem os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). O Gestor Estadual é responsável pela regulação das referências 3

intermunicipais e coordena o processo de construção das programações, pactos e dos desenhos da regionalização. A regulação tem como objetivo principal promover a equidade do acesso, garantindo a integralidade da assistência, permitindo o ajuste da oferta assistencial disponível às necessidades imediatas do cidadão, através de ações dinâmicas, agindo sobre as estruturas do sistema, de forma equânime, ordenada, oportuna e racional. Os maiores problemas do sistema de regulação envolvem as portas de urgência. Por isto é imperativo a criação de um espaço onde se realize a intermediação destas relações e onde o paciente seja atendido em sua necessidade, em momento oportuno. A diretriz que melhor traduz uma organização do setor saúde em direção da efetiva, eficaz e eficiente implementação do SUS é a Regionalização que pressupõe a necessidade de analisar toda a situação de cada região em seu contexto, isto é, a dimensão históricoestrutural, a dinâmica sócio-econômica, as característica geopolíticas, o contexto políticoinstitucional, a articulação com o setor privado, a conjuntura política e a política econômica 3. Cabe aos gestores estaduais desencadear, coordenar e conduzir o processo de regionalização, que deverá ser aprovado no colegiado gestor regional, com vistas à conformação de um modelo de atenção integrado, e também criar bases territoriais para o desenvolvimento de Redes de atenção a saúde. Para que seja possível alcançar estes objetivos é necessário um controle adequado dos serviços, portanto é necessário desenvolver a atividade de Regulação dos serviços, que pressupõe o planejamento e a aplicação de instrumentos como protocolos, regras, registros, controle, monitoramento, análise e avaliação sobre todos os níveis de atenção, promovendo o acesso do cidadão ao serviço de saúde de acordo com sua necessidade e em tempo oportuno 4. 4

JUSTIFICATIVA Ao desenvolver um trabalho a partir da historia local e regional da implantação da Central de Urgência e Emergência CRUE/SP, é possível refletir sobre a sua temporalidade e da espacialidade no trabalho. Podemos ao recuperar atores e fatos perdidos na memória, demonstrar as diversas possibilidades e dificuldades inerentes à essa historia, de forma a conhecer o processo de implantação da Central de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde em São Paulo. Através de dados do Modulo de Urgência do Sistema CROSS (antiga CRUE) conhecer o perfil do serviço de Urgência e Emergência instalado CRUE/SP no período de 2009, identificando algumas de suas características. OBJETIVOS E METODOLOGIA Os objetivos desse artigo foram descrever o processo de implantação da Central de Urgência e Emergência da SES/SP no município de São Paulo, no decorrer dos anos 2008 e 2009, identificando os motivos centrais que levaram a sua execução, as resistências a esse política e as repercussões atuais na Gestão do SUS e conhecer a demanda do ano de 2012 do serviço de Urgência e Emergência instalado, implantado no período de 2009 como CRUE/SP/SES (renomeado e transferido da Coordenadoria de Regiões de Saúde em 2010, com a criação na Coordenadoria de Serviços de Saúde, através do decreto n.56.061, de 02.08.2010, da Central de Regulação de Ofertas em Serviços de Saúde - CROSS/Módulo de Regulação de Urgência). Para o cumprimento desses objetivos foram revisados documentos oficiais, relatórios técnicos e manuais. Também foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 10 agentes públicos, que exerceram funções de coordenação e técnica no período de implantação. Todos os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 5

Essa investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, parecer nº 113.972. Também foi coletado dados do sistema eletrônico da CROSS Modulo de Urgência, quanto a demanda das 17 Regionais de Saúde do Estado de São Paulo, resoluções regionais ou não, e número total de solicitações durante o período de janeiro a dezembro de 2012. REFERENCIAL TEÓRICO As ações de Regulação da assistência foram introduzidas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo em 1990, por meio da implantação da Regulação médica para as demandas de urgências traumáticas. Em 1996, inicia-se a estruturação para a criação das centrais de regulação médica. Durante os anos de 2005 e 2006 foram reagrupadas as Centrais de Regulação de Urgência no Estado de São Paulo. A SES/SP passa por reestruturação administrativa nesse período, resultando em 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS). A Coordenadoria de Saúde do Interior, passa neste momento a se chamar Coordenadoria de Regiões de Saúde - CRS. Em 2008 são concentradas as centrais de regulação da Grande São Paulo em um espaço único no DRS I. É proposta a implantação de cinco complexos macro regionais de regulação (CMRR), com finalidade de qualificar a organização regional dentro do processo de Regionalização. No ano de 2009, iniciaram-se as atividades da Central de Regulação de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo CRUE/SP para as cinco macrorregiões (Gráfico 1). Antes do inicio das atividades da CRUE/SP foi necessário um grande movimento do setor de Regulação de cada regional, para desenvolver, junto ao Grupo de Regulação da 6

SES/SP na CRS, todo o material necessário ao desenvolvimento das atividades da futura CRUE e planejamento de todos os detalhes indispensáveis à operacionalização 5. O Caderno * de Regulação desenvolvido continha o contato com a Regulação e Diretoria de cada Departamento Regional, o mapa com sua localização no Estado, o mapa de seus colegiados, uma tabela com o fluxo dos municípios por complexidade, a relação de serviços por especialidade com endereço e telefone, identificação das centrais de Regulação municipais de urgência, referenciadas ou não existentes por DRS, e protocolos de regulação já estabelecidos, para instrumentalizar o médico regulador na realização de suas funções na CRUE/SP. Gráfico 1 Fonte: Documento interno Coordenadoria de Regiões de Saúde /SES/SP- Implantação das cinco Centrais de Regulação Macrorregionais de Urgência e Emergência - Março 2009 * Caderno: Contém itens para o entendimento de alguns conceitos, orientação técnica, subsídios para a atividade de regulação das 5 Macro Regiões. O Caderno completo contém 234 paginas). 7

A partir de 2008, a Coordenadoria de Regiões de Saúde através do Grupo de Planejamento e Avaliação (GPA) realizou oficinas com a participação das equipes de regulação e planejamento de todos os 17 Departamentos Regionais de Saúde para o levantamento da estrutura de cada Central de Regulação. RESULTADOS E DISCUSSÃO A regulação da oferta e do acesso aos serviços deve ser desenvolvida em uma Central de Regulação, estrutura básica que compõe o Complexo Regulador que é uma estratégia para regular a oferta e a demanda em saúde 6. Com este intuito foi realizada a implantação da Central de Regulação de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo CRUE-SP. As centrais reguladoras regionais funcionavam com plantões pagos a médicos que faziam parte de um núcleo de reguladores, mas que não existiam como estrutura formal. No próprio Decreto não era definida uma estrutura de Regulação dentro do Departamento Regional. O nível central da SES/SP dava suporte a ações de regulação:...era um processo totalmente irregular. Não tinha nenhuma orientação de referência e contrarreferência. Cada região trabalhava de um jeito e... ia muito pela politicagem, pelo conhecimento pessoal dos médicos chamados de reguladores, função que não existia no Estado....lembro que a regulação de urgência e emergência funcionava de forma descentralizada nas regiões de saúde com uma central na sede da SES que servia de suporte para a Grande São Paulo e para alguns casos do interior. Agente Público entrevistado. 8

Um dos maiores problemas nas Regionais era a falta de recursos para referência, a dificuldade no encaminhamento do paciente, falta de leitos ou de capacidade técnica dos serviços, nos quais o paciente ou familiar recorria muitas vezes à imprensa, para poder solucionar o caso. Não havia intercâmbio entre as regiões, então, muitos casos deixavam de ser atendidos:...a Central funcionava com uma central de vagas e todos as demandas iam para esta central, até mesmo exames de raio X. A função não era bem definida e sem saber o objetivo da Central, o profissional contratado não tinha claro o seu papel. Faltavam profissionais para a operacionalização. Muitas vezes o profissional estava em sua casa, consultório. Não tinham dedicação exclusiva, não cumpriam sua jornada integral. O técnico de regulação ligava para o profissional para orientação....os profissionais trabalhavam no limite e faziam muitas vagas zero por não ter disponibilidade do recurso. Poderia ter o recurso mas sem vaga e a unidade não queria receber e para poder oferecer o melhor ao paciente utilizava-se muito a vaga zero. Entendem que a principal justificativa para a unificação foi centralizar a visualização de todos os recursos existentes que estavam pactuados regionalmente, de acordo com a proximidade para cada paciente. Ter um...mapa de tudo que está acontecendo no Estado, de todos os recursos de saúde. Aumentar a eficiência do ponto de vista operacional, otimizando os recursos humanos e físicos. Ao mesmo tempo uma Central única, com mais poder, teria maior capacidade de resolução nos casos solicitados a ela. Outros acreditavam que foi para organizar o processo de regulação no Estado. Perceberam que a Central começou a ter um poder maior na regulação: Agente Público entrevistado. 9

...os Departamentos faziam o possível dentro de sua realidade mas víamos que apesar de um Departamento conhecer como funcionava o outro, percebiam que havia muita diferença. Era uma coisa meio perdida, solta no Estado. Com a Centralização, o Estado começa a tomar pé do processo e acaba profissionalizando este processo de regulação, aparece também o reconhecimento do profissional regulador. Então hoje a gente percebe que a CRUE deu uma outra cara para o processo de regulação. Em uma das Regionais, não entenderam pois achavam que estavam estruturados, mesmo percebendo que havia necessidade de maior eficácia na atuação. Ficaram preocupados com que esta unificação fosse desfazer tudo que já existia e pensavam: Como vou fazer depois se desmontou tudo o sistema que tinha lá.. Para alguns o objetivo foi padronizar, ter um norte, por isto colocar em um espaço físico único em São Paulo, para facilitar e...ainda tinha a questão do conhecer, né, do poder local, delegado, impunha poder ao regulador local... Quero transferir meu cunhado, um clientelismo mesmo e que com a centralização isto se perderia, ficaria uma questão técnica somente, normatizaria e padronizaria a conduta:...o gestor Estadual frente a todas essas dificuldades, acreditava que unificando as Centrais Regionais, teria uma equipe com envolvimento regional com os prestadores, e trabalharia de uma forma lógica, sem interferências, absorvendo todos os casos e encaminhando de acordo com toda a capacidade existente. Havia necessidade de se ter no nível central todo um trabalho que era Regional, que foi a visualização da pactuação das referências que já existiam mas não estavam sistematizadas. Foi necessário levantar todos os recursos existentes, o seu porte, a complexidade das regiões, classificar os municípios desde o de menor complexidade até o de maior, em todos os 645 e assim visualizar o fluxo dos pacientes. Houve busca de espaço Agente Público entrevistado. 10

apropriado, com instalações adequadas e RH que atendessem ao volume de atendimento. Foi necessário pensar no dimensionamento dessa Central, a definição se iria ser regional, descentralizada, na cidade de São Paulo e em um único espaço físico. Confirmam a necessidade do conhecimento do que cada região...atendia ou deixava de atender, onde o paciente morava e para onde iria conforme sua necessidade entre as várias complexidades. Para esta organização, foi dividido o Estado em cinco macrorregiões de saúde:...a ideia inicial era fazer em cada uma delas uma Central Macro de regulação e a que nós faríamos, seria a Macro da Macro, uma regulação maior. Só que para chegar nesse ponto tínhamos que passar por diversos momentos. Toda esta coleta de informação, dependia de material que fosse enviado pela Regional. Este material foi planilhado para maior organização e revisado pelo Departamento Regional até tudo estar confirmado para a confecção do Caderno de suporte técnico para a regulação de urgência, com todos os recursos disponíveis no Estado de São Paulo. Foi feito todo o processo seletivo para os médicos reguladores e também telefonista auxiliar de regulação médica; entrevistas para avaliar o perfil e depois o treinamento desta equipe para qualificar a operacionalização. O primeiro passo foi a articulação no nível regional/municipal e estadual, entre gestores, incluindo o representante local da gestão estadual. Na operacionalização houve a necessidade do movimento para desativar uma Central que estava operando e ativar esta nova Central que estava sendo implementada, da organização para o levantamento da necessidade de recursos humanos, estrutura física, equipamentos para esta nova Central e da definição da grade de referência por região de saúde, município ou Regional (que serve de base para a regulação até hoje, com as devidas atualizações). Foi necessário pactuar, padronizar as referências, para que no Caderno com todas as referências detalhadas fosse visualizada a realidade local, com a maior fidelidade da Agente Público entrevistado. 11

região de forma a que todos tivessem como conhecer a realidade de cada região. Também foram desenvolvidos manuais, protocolos. O processo foi gradativo. Em uma das Regionais, a Regulação funciona até hoje durante o dia a semana toda. Estava mais organizada, tinha um sistema informatizado de organização na época da unificação, um projeto piloto de regulação on line junto com o Hospital da Clinicas local. Já tinham começado a ter uma visualização do processo de regulação, o qual acompanhavam frequentemente. Quando percebiam alguma dificuldade ligavam para a CRUE/SP, que já estava em operacionalização com outra Regionais, para ajudar na regulação daquele caso. Foram realizadas muitas reuniões para a troca de informações e padronização de processos em que as Regionais apresentavam toda grade local, dificuldades geográficas entre outras especificidades para melhor estruturar a CRUE/SP. Inicialmente a regulação ficou aqui e lá ao mesmo tempo, foram passando o funcionamento local para a nova Central até que eles se achassem capazes de continuar sozinhos, foi uma parceria, um trabalho de equipe a fim de conhecer cada região, estabelecendo grade de referência por especialidade e orientação de fluxos Para não trabalhar com vagas e sim referências. Foi organizado o fluxo das referências de alta complexidade em cada região de forma que o médico regulador pudesse orientar o solicitante a encaminhar o paciente para o lugar certo, em um atendimento mais adequado e em tempo hábil. Foram consideradas na grade as áreas médicas que necessitavam de maior agilidade na regulação. O Caderno elaborado pelo Grupo de Regulação da época tinha como função subsidiar o médico regulador na identificação do local mais adequado para o atendimento do paciente. A implantação foi gradativa quanto ao período de atendimento, primeiro noite, depois fim de semana, depois dia de uma DRS, depois de outra DRS, organizando a Macro região. Constataram-se dificuldades na implantação devido à resistência em desmanchar as centrais regionais, algumas mais que outras, mesmo a distância perceberam que algumas 12

regiões estavam mais estruturadas que outras e que as que estavam com mais dificuldades acharam...interessante a concentração em São Paulo, para eles solucionando o problema da regulação de urgência. Outras Regionais acharam que perderiam espaço, uma vez que regulação significa poder importante dentro do Sistema:..era um feudo com deputados, profissionais e quando você traz a regulação para um espaço sistematizado, tudo via SES, quebra o feudo. Havia uma sensação de poder local ao decidir para onde iria o paciente. Poder mandar e desmandar. Ao vir para a Central criou-se uma insegurança quanto a capacidade de regular adequadamente:...será que o médico regulador tem noção desta região, suas fragilidades, os grandes nós?. Determinadas Regionais enfatizavam dizendo que conheciam muito mais a região e somente eles poderiam fazer a melhor regulação, colocando o paciente no melhor recurso. Houve dificuldade na definição do local, do ponto de vista de estrutura física, equipar, e prover o sistema na área da informática, mas a maior dificuldade foi transportar um processo que se dava no nível regional e que já vinha sendo operado assim a muito tempo. Regionalmente, os médicos tinham conhecimento detalhado da referência, sua localização, apesar de ter uma grade redefinida, reavaliada, sabia quem estava solicitando e o médico regulador da nova Central não morava na região, não conhecia os serviços. Os serviços também reagiram. As pessoas estavam habituadas a lidar com conhecidos. No início houve dificuldade operacional, eminentemente técnica, que foi a dificuldade de comunicação. Sendo o primeiro contato via telefone ou fax, encontraram limitações da rede local de telefonia: Agente Público entrevistado. 13

.. a primeira dificuldade foi o desconhecimento das especificidades da região pelos médicos reguladores da nova Central. Havia dificuldades com as distâncias entre o local onde estava o paciente e para onde deveria ir, estradas existentes, a falta de parceira dos hospitais locais com a nova Central. Muitos médicos não respeitavam o colega regulador, agiam como subordinados. Foi um período de adaptação. Houve muita rejeição dos profissionais das Regionais:...foi como se estivessem tirando algo da gente, e foi arrancada, né?. Algumas Regionais não queriam abrir mão da regulação da urgência, opondo-se à regulação unificada. A resistência foi maior em principalmente uma da Regionais que estava mais organizada. Outras logo entenderam e se dispuseram a colaborar para agilizar o processo. A inserção de cada Regional dependeu do momento de cada uma. Quem já tinha muita dificuldade, facilitou a transferência. Em áreas com poucos serviços e longas distâncias foi mais difícil integrar o sistema unificado. Foi fundamental a participação intensa da equipe e acompanhar todo o processo até a efetiva implantação para solucionar as dificuldades:...a ideia inicial das 5 centrais macrorregionais não foi implantada, foi uma fase intermediária onde tínhamos 20 centrais descentralizadas para a unificação. Já havia sido definido o enxugamento nas centrais....montar uma central única com cinco centrais macro regionais, fisicamente descentralizadas nas cinco macrorregiões foi a proposta defendida pelo Secretário da Saúde do Estado, seu adjunto e o Coordenador da CRS, naquele momento. Agente Público entrevistado. 14

Perceberam que foi muito importante o comprometimento da equipe do Grupo de Regulação de São Paulo, 24 horas por dia, sempre disponíveis. Nas conversas com as Regionais dizem que o mesmo sentimento pairava na época. Todavia há um reconhecimento positivo com a implantação da Central de Regulação, mais ágil encaminhamento do paciente e a observação quanto ao empoderamento da Central para intervir no processo de regulação, aumentando a eficiência e eficácia em relação aos casos resolvidos na Central além da otimização dos recursos físicos e humanos, melhorando a qualidade da assistência. A capacidade operacional teve um ganho com a informatização dos processos e a padronização:...os Hospitais passaram a respeitar mais a gente...você conhece as pessoas... acaba sendo meio paternalista....a CRUE pela distância decide, precisou vai, doa a quem doer... foi um ganho para mostrar para os prestadores que o leito que o paciente está precisando, é SUS. Reconhece a profissionalização do processo com médicos reguladores capacitados para lidar com os grandes conflitos do dia a dia. Todo o processo aproximou as Regionais do nível central. Criou uma maior integração, um vínculo. Citam que antes se sentiam isolados: A urgência passou a ser resolvida de melhor forma com a possibilidade de ver o estado como um todo, trazendo mais possibilidades para o paciente. A rede de atenção vai muito além do que chamamos de assistência, envolve auditoria, avaliação e controle. O que fizemos foi organizar a assistência em relação aos fluxos. A rede de atenção primária, secundária, terciária, estamos sempre construindo. Agente Público entrevistado. 15

O sistema possibilitou a visualização dos vazios assistenciais e todo sistema estruturado, que forneça informações adequadas é fundamental para o planejamento regional. Com tudo padronizado, normatizado, sistematizado e conhecendo todo o sistema do Estado, fica mais fácil enfrentar...o desafio que está colocado pela atual gestão,... fazer o caminho contrário, por redes, Redes Regionais de Assistência à Saúde (RRAS)...acho que este desafio servirá de tema para um outro trabalho. O Modulo de Urgência do sistema eletrônico CROSS - Central de Ofertas em Serviços de Saúde/SES, que teve a sua gênese na CRUE/SP/SES, fornece dados para o monitoramento, avaliação e controle da regulação, sendo assim, uma ferramenta de planejamento e gestão do SUS. Um dos relatórios deste Módulo do Sistema CROSS, utilizado para a composição da tabela abaixo, contem os seguintes dados: número da ficha, classificação de risco, data/hora da solicitação, data/hora da finalização, tempo de resolução, nome do paciente, sexo, idade, data de nascimento, nome do TARM (telefonista auxiliar de regulação médica), regulador inicial, regulador final, uso de transporte, forma de resolução, nome do médico receptor, CID 1, descrição, CID 2, descrição, tipo de recurso solicitado 1, recurso, tipo de recurso solicitado 2, recurso, complexo solicitante, DRS solicitante, CGR (colegiado gestor regional) solicitante, município solicitante, CNES do solicitante, unidade solicitante, complexo executante, DRS executante, CGR executante, município executante, CNES do executante, unidade executante. Este relatório possibilita várias análises dependendo dos itens utilizados. QUADRO 1 - Número total de solicitações de regulação de caso para atendimento em urgência e emergência por Departamento Regional de Saúde 2012, São Paulo. Agente Público entrevistado. 16

Macro Sul Sudeste Macro Noroeste Macro Nordeste Macro Centro Oeste Macro Centro Leste I - Grande São Paulo 18446 II - Araçatuba 5468 III - Araraquara 1170 IX - Marília 4221 VII Campinas 15301 IV - Baixada Santista 10338 V - Barretos 615 VIII - Franca 15878 VI Bauru 8626 X - Piracicaba 1135 XII Registro 150 XV - São José do Rio Preto 2289 XIII Ribeirão Preto 16241 XI Presidente Prudente 2822 XVI Sorocaba 16389 XIV São João da Boa Vista 2393 XVII Taubaté 3910 Total 49233 8372 35682 15669 13436 Fonte: CROSS/SES/SP O Quadro 1 mostra que a macro região que teve um maior número de solicitações foi a Sul-sudeste em 2012. QUADRO 2 - Atendimentos solicitados e o executante por Macro Região Regional - 2012 Macro Sul Sudeste 99,4% realizado na macrorregião Noroeste 96,9 %, realizado na macrorregião Nordeste 98,3 %, realizado na macrorregião Centro Oeste 98,4% realizado na macrorregião Centro Leste 97,0% realizado na macrorregião Sul sudeste 15056 6 36 16 63 Noroeste 5 3079 32 48 26 Nordeste 14 34 15096 25 53 Centro Oeste 28 46 37 5866 39 Centro Leste 44 11 158 8 5791 Total 15147 3176 15359 5963 5972 Fonte: CROSS/SES/SP 17

No Quadro 2 verificamos que, das solicitações de regulação por macro região, a sua maioria é executada na própria macro região A implantação da Central de Regulação de Urgência/Emergência, no município de São Paulo, pela Secretaria de Estado da Saúde, foi uma medida política, mas com grande relevância técnica, isto é, foi uma decisão política com consequência técnica, melhorando principalmente o acesso do paciente SUS,...colocando o Estado de São Paulo na frente em relação à regulação de urgência. A implantação de um serviço de regulação de urgência e emergência da SES/SP, no município de São Paulo, sede da Secretaria, fez-se necessária para superar os limites efetivos das centrais regionais, possibilitando, também para o Gestor estadual, mecanismos de controle e avaliação de sua função regulatório do SUS. Uma questão a ser aprofundada na lógica e na consolidação da descentralização é a questão do reconhecimento da fragilidade das pactuações regionais, ficando evidente a necessidade de responsabilidade compartilhada entre gestão estadual e municipal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 - Bombarda, FP. Regulação do acesso na assistência de alta complexidade em cardiologia: limites e possibilidades na gestão do SUS [dissertação]. São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2008. 2 Violência e Saúde Temas - Serviços de Saúde - Acesso aos serviços de saúde, Biblioteca Virtual em Saúde BVS; Descritores em Ciências da Saúde; Número de Registro 6448; Identificador único DOO6297. Fundação Oswaldo Cruz [citado em 20 de setembro de 2011] Disponível em: http://www.bvsvs.icict.fiocruz.br/php/level.php?lang=pt&component=21. Agente Público entrevistado. 18

3 - Avaliação Nacional da Comissões Intergestoras Bipartites (CIBs): As CIBs e os Modelos de Indução da Regionalização no SUS Relatório Teórico-Metodológico; Projeto de Pesquisa maio/2010 [citado em 07 de setembro de 2011] Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/descentralizacao/cibs/pdf/relatorioteorico_metodologicopesq uisa_cibsregionalizacao.pdf. 4 - Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM 399 de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006. Brasília (DF). 2006. [citado em 04 de setembro de 2012] Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/portarias/port2006/gm/gm-399.htm 5 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde SAS Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas DRAC. Série técnica - Desenvolvimento de Sistemas e Serviços de Saúde A Política de Regulação do Brasil 12. Brasília (DF): OPAS/OMS; 2006. 6 - Tomomatsu, MF. Instrumentos de Regulação [Texto produzido para o projeto de qualificação de gestores da 17ª. RS]. Nov/2006 [citado em 20 set. 2011]: p. 01. Disponível em: www.ccs.uel.br/nesco/regesus/arquivos/txt%2011.doc 19