TÍTULO: A EXPERIÊNCIA ESCOLAR NA ADOLESCÊNCIA: CONFLITOS E DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Documentos relacionados
TÍTULO: IMPORTÂNCIA DO PROJETO SÓCIO EDUCATIVO COMO INSTRUMENTO DE ENFRENTAMENTO DA VULNERABILIDADE SOCIAL E A MELHORIA NO RELACIONAMENTO FAMILIAR.

TÍTULO: AGRAVAMENTO DO DESEMPREGO FRENTE O ATUAL CONTEXTO SOCIOECONÔMICO

ATIVIDADE ESPORTIVA ENQUANTO ESPAÇO DE ARTICULAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL

AUTOR(ES): THAIS CRISTINA FELICIANO PETRONILIO, LUIZ GUSTAVO DE OLIVEIRA, LIANE PEREIRA DA LUZ

Resultados do Serviço Preparação para o Primeiro Emprego

TÍTULO: AS PRÁTICAS SÓCIOEDUCATIVAS CONTRIBUINDO COM A EDUCAÇÃO FORMAL: EXPERIÊNCIA DO PROJETO MÃOS Á OBRA

Câmara Municipal de Rebouças - Paraná

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: SERVIÇO SOCIAL INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS DE BOTUCATU

Atualidades e mundo do trabalho

Responsabilidade Social

LEI MUNICIPAL Nº DE 15 DE AGOSTO DE 2016.

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: SERVIÇO SOCIAL INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS DE BOTUCATU

CAPTAÇÃO DE PATROCÍNIO 2019/2020 ASSOCIAÇÃO SANTA LUZIA

EDUCADOR SOCIAL SITE: FACEBOOK: CARITAS ARQUIDIOCESANA DE PORTO ALEGRE SAS FACEBOOK: MENSAGEIRO DA CARIDADE

APOIO AO MENOR ESPERANÇA AME

Ressignificação da juventude

MATRIZ DIAGNÓSTICA PARA ORIENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO DO OE DA ESCOLA Orientação e o Planejamento/Plano de Ação- Dimensão Técnica

OS JOVENS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM BUSCA DA SUPERAÇÃO NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO

Relatório de Atividades

Futuro Integral. Categoria do projeto: III Projetos finalizados (projetos encerrados) Nome da Instituição/Empresa: SESC Parana Unidade Apucarana

Plano de Trabalho e Relatório de atividades. Justificativa:

RELATÓRIO DE ATIVIDADES C A S A A B R I G O

TÍTULO: PROPOSTA INTERVENTIVA DO SERVIÇO SOCIAL PARA A GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA: RELATO DA PRÁTICA NUMA ESCOLA DO TERCEIRO SETOR

OT MEDIAÇÃO ESCOLAR 31/08/2018 das 08h00 às 14h00

A EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNADAMENAL E MÉDIO JOSÉ PAULO DE FRANÇA-MARI/PB

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016

Iniciativa. Trajetórias Escolares Desigualdades e Diversidades

Número % A B C D E Total A B C D E. Questão

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICÊNCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

INSTITUTO BOLA PRA FRENTE: POR UM PLACAR SOCIAL JUSTO

SERVIÇOS DE OBRAS SOCIAIS

RESULTADO SISTÊMICO 2. Programa de busca ativa, inclusão e acompanhamento de crianças e adolescentes na escola implementado

Tensões, perspectivas e desafios do ensino médio no brasil: entre a obrigatoriedade e a evasão escolar.

ENSINO MÉDIO COM VISTAS A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

O programa Escola de Tempo Integral de São Paulo. Angélica de Almeida Merli Abril/2018

IDENTIFICAÇÃO ÓRGÃO/ENTIDADE PROPONENTE : SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

TÍTULO: A VIABILIDADE DO ACESSO AOS DIREITOS Á PESSOA IDOSA ATRAVÉS DO CRAS.

ARTIGO SOBRE PBL DESENVOLVIDO NA ESCOLA E MANUAL DE GESTÃO ESCOLAR PARA IMPLEMENTAÇÃO DE PBL

Ementário das disciplinas

MATUR IDADES. Rita de Cássia Martins Enéas Moura

DIAGNÓSTICO QUALITATIVO. Nível de Ensino: Educação Básica

CRIANÇA E ADOLESCENTE FORA DA ESCOLA NÃO PODE (EVASAO ESCOLA)

Percepção da população sobre a avaliação dos estudantes e dos cursos de medicina

Avaliação do Desempenho Escolar

1. Introdução. Adultos do município do Rio de Janeiro. 1 Em 2009, cerca de 30 mil alunos estão matriculados no Programa de Educação de Jovens e

O PERFIL DOS ADOLESCENTES INTERNADOS NA ALA PSIQUIÁTRICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ HUOP ( ). INTRODUÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

O PROGRAMA BOLSA FAMILIA NA VIDA ESCOLAR DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES A PARTIR DA VISÃO DOS PROFESSORES

RELATÓRIO MENSAL DE ATIVIDADES 2018 DEZEMBRO

PLANO GESTÃO Números de alunos da escola e sua distribuição por turno, ano e turma.

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE APOIO AO DISCENTE PADI DA FACULDADE DE DE CIÊNCIAS SOCIAIS DE GUARANTÃ DO NORTE

ProJovem. Secretaria nacional de Juventude Secretaria Geral da Presidência da República Brasil

envolver qualificar participação estudantes inserção saúde na escola protagonistas mobilização colegas

PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO AO USO DE ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA

Sua missão é "ser agente na transformação da sociedade de acordo com a mensagem cristã".

S E D S. Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES CRAS CELSO RAMOS CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de Assistência Social

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Mostra de Projetos 2011

RELATÓRIO MENSAL DE ATIVIDADES 2018 JUNHO

A VISÃO DA ESCOLA SEGUNDO OS ALUNOS DO OITAVO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA VIVÊNCIA DO ESTÁGIO E PIBID

Girleane Rodrigues Florentino, Bruno Lopes Oliveira da Silva

NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, JURÍDICA E DE ESTUDOS SOBRE A PESSOA IDOSA - NASJEPI

AS PERSPECTIVAS DOS ESTUDANTES DO INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ IFPI CAMPUS ANGICAL SOBRE A RELEVÂNCIA DA SUA FORMAÇÃO NO CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS E A NECESSÁRIA FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Emília Gomes Santos 1 Ana Cristina Santos Duarte 2

ECB ESPORTE CLUBE BRASILEIRINHO

Programa Universidade Portas Abertas 2009 a 2011 / UFGD - Impactos sociais, econômicos, culturais e acadêmicos

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: SERVIÇO SOCIAL INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS DE BOTUCATU

Data:02 de Fevereiro de 2018 Conteúdo: A Participação dos Pais no Processo de Corresponsabilização da Educação dos Filhos Professora: Ma.

GAZETA DO POVO Vida e Cidadania

4. Documentos para a inscrição on line através do

TÍTULO: ANALISAR A REALIDADE VIVENCIADA PELAS FAMÍLIAS CHEFIADAS POR MULHERES REFERENCIADAS NO CRAS SETOR SUL

PEREIRA, Ana Célia da R. Autora Professora da Escola Municipal Prof. Anísio Teixeira

Gênero e desigualdade

PNAD Contínua. Produzir informações contínuas. Produzir informações anuais

O ENSINO DE BOTÂNICA COM O RECURSO DO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS.

Diretoria de Pesquisas Coordenação de Trabalho e Rendimento. Educação e Qualificação Profissional

Prof. Dr. Francisco Martins da Silva Orientador Educação Física UCB. Prof. Dr. Jonato Prestes Educação Física UCB

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO ROQUE

O PPP é o documento que afirma a visão sobre educação da escola, como ela reconhece sua missão, qual sua identidade, seus valores.

Eleita 103ª 5ª. melhor ONG do mundo melhor ONG do Brasil. Ranking 500 NGOs Global Geneva

Agenda de combate à pobreza no Brasil e seu efeito sobre as políticas públicas de educação. Roberta Sousa

Aspectos Contextuais e Desempenho Escolar

REGULAMENTO INSTITUCIONAL GERAL DE PROJETOS DE NIVELAMENTO

RADIOGRAFIA DAS ESCOLAS MÉDICAS DO BRASIL

Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)

Vigilância Social: Estudando os instrumentais a serem utilizados pelo PAIF/PAEFI

1.Perfil do Formando Avaliação Formandos

PROGRAMA BOLSA DE INCENTIVO À EDUCAÇÃO NA REDE SESA: UMA EXPERIÊNCIA ALÉM DA PROFISSÃO UM ESTÁGIO PARA A VIDA

RELATÓRIO QUESTIONÁRIO DISCENTE COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO CPA 2013/2

COMO OS ALUNOS VEEM A MATEMÁTICA? Educação Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio (EMAIEFEM) GT 10

FLORENCE DE ENSINO SUPERIOR DIRETORIA ACADÊMICA COMISSÃOO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO - CPA

Edital Nº 01/ Contribuir para a elevação da qualidade da formação acadêmica dos alunos de graduação.

Projeto de Pesquisa em Adaptação de Materiais Didáticos Especializados para Estudantes com Necessidades Especiais

INSTRUMENTAL PARA MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

TÍTULO: POSSIBILIDADES DAS VIVÊNCIAS LÚDICAS NO TEMPO ÓCIO VIVIDO PELAS CRIANÇAS NO RECREIO

ANEXO III ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

Transcrição:

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: A EXPERIÊNCIA ESCOLAR NA ADOLESCÊNCIA: CONFLITOS E DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: SERVIÇO SOCIAL INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS DE BOTUCATU AUTOR(ES): ELAINE CRISTINA RODRIGUES ORIENTADOR(ES): ELCY DUTRA CALVI COLABORADOR(ES): BRUNA CAROLINA BONALUME, PRISCILA SALLESPICOLI

A EXPERIÊNCIA ESCOLAR NA ADOLESCÊNCIA: CONFLITOS E DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM RESUMO A adolescência é uma fase inevitável da vida do ser humano, marcada por transformações e grandes conflitos, sendo estas de caráter biopsicossocial. Em virtude disso há a necessidade de políticas públicas voltadas ao atendimento dessa população, em complemento ao processo ensino aprendizagem frente as dificuldades, encontradas no espaço escola, dentre elas o excessos de faltas, o baixo rendimento em notas, as dificuldades de diálogo e relacionamento apresentados pelos adolescentes no ambito escolar. A presente pesquisa objetivou possibilitar uma leitura real do cenário adolescente/escola onde procurou identificar as diversas questões tais como: a contribuição da escola frente às expectativas para o futuro, mudanças que gostariam que acontecessem e o que mais incomoda no ambiente escolar, dificuldades de relacionamento com professores, aprendizagem e socialização e ainda no entendimento das disciplinas. Portanto evidenciamos a necessidade de estabelecer planos de ensino pautados na formação cidadã, permitindo assim que esses alunos assumam o lugar de sujeitos e o desenvolvimento de habilidades e potencialidades necessárias para sua vida, e contribuindo com perspectivas emancipatórias. Palavras chave: Adolescência, educação e escola. INTRODUÇÃO A pesquisa se caracterizou pela abordagem quanti-qualitativa, com uma amostra composta por 57 adolescentes na faixa etária entre 15 e 18 anos, de ambos os sexos, e representava 41,30 % do total de adolescentes atendidos pelo referido Programa Social, sendo este escolhido por pertencerem a uma área vulnerável de um município de pequeno porte II e estudarem em uma Escola Estadual, também localizada no mesmo bairro, com inúmeras queixas de situações envolvendo a violência, depredação, drogas, dificuldades de relacionamento e ainda um alto índice de evasão escolar e baixo desempenho escolar. Os dados foram coletados através da aplicação de um formulário contendo questões abertas e fechadas de múltipla escolha no período de maio a junho de 2013, após as atividades grupais oferecidas no Programa Social ou em visita domiciliares previamente agendadas. Houve 03 perdas, sendo que 02 ocorreram por motivo de mudança de endereço e 01 por deficiência auditiva, o que representou 5% da amostra. Todos os participantes receberão o termo de consentimento livre e esclarecido, com todas as informações e objetivos da pesquisa. 1

DESENVOLVIMENTO No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2011) existem mais de 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos fora da escola, destes, metade corresponde a jovem de 15 a 17 anos. Em 2011 a população dessa faixa etária era de 83,7% que frequentava a escola, dos 10, 5 milhões de jovens desta idade no país, 8,8 milhões estão na escola, isso indica que o restante (16,3%), que correspondem a 1,7 milhões de jovens desta idade, está fora da escola. O número representa a metade do total de brasileiros de 4 a 17 anos fora da escola, os dados apresentam uma queda em comparação à pesquisa anterior, de 2009, pois a taxa de escolarização da população desta faixa etária foi de 85,2%, ou seja, 8,8 milhões de jovens estudando e 1,5 milhões fora da escola. (IBGE, 2012) A educação é um direito assegurado por lei, porém é possível visualizar que ainda existe uma problemática na questão da educação, principalmente no tocante a evasão escolar, conforme apresentado anteriormente. Diante disso, o Governo Estadual criou um Programa Social, que atende jovens de 15 a 24 anos cujo objetivo é incentivar e estimular a conclusão da educação básica e oferecer acesso a cursos profissionalizantes. (SEADS, 2010) Esse Programa é desenvolvido por meio da Política Nacional de Assistência Social nos municípios, sendo que e em nosso município de pequeno porte II, atendemos 138 adolescentes, divididos em 06 grupos socioeducativos. A partir disso, busca-se somar esforços para a superação da situação de exclusão e vulnerabilidade social pela qual se encontra parcela da população jovem do município, e criar oportunidades para aqueles que ainda não concluíram a escolaridade básica, por falta de acesso à educação, aos seus direitos sociais e a participação social, possa concluí-la, e assim tenham maior possibilidade de superação das situações de vulnerabilidade e de inserção ao mercado de trabalho e o exercício da cidadania. Dentre as atividades do Programa, o contato direto com a escola é realizado mensalmente através de monitoramento efetuado com visita periódica para verificar o comportamento, a frequência e o rendimento escolar individual, assim como se ocorreram mudanças de comportamento quanto à socialização e permanência na escola. Os grupos socioeducativos, são realizados semanalmente, visando proporcionar um espaço para troca de vivências e diálogos sobre relações dos 2

jovens com a escola, além qualificar e estimular o jovem a investir na continuidade de seu processo de formação, proporcionando novas aprendizagens e experiências relacionais importantes para a socialização dos jovens. Nesse sentido, contribui com o fortalecimento de vínculos e relação entre jovens/ escola/ estudo, através de temas trabalhados, experiências nem sempre bem sucedidas trazidas pelos jovens no ambiente escolar. Proporcionando através de ações sobre política educacional, violência, importância da escola, formação profissional, para que a escola seja espaço de articulação, de interesses coletivos e práticas democráticas que podem ser fortalecidos com a organização de grêmios estudantis, fóruns, plenárias e outras formas de representação e mobilização juvenil. A partir dessas discussões, a presente pesquisa parte da Educação como um direito imprescindível para o desenvolvimento pessoal, social, intelectual e cidadão das crianças e adolescentes, enfocando a experiência de um Programa Social como forma de contribuir com a efetivação desse Direito. RESULTADOS A seguir apresentamos uma análise dos resultados obtidos a partir da presente pesquisa. Os dados serão demonstrados através de gráficos que facilitam a visualização dos resultados coletados que apontam a avaliação dos adolescentes frente ao programa e sua importância para permanecia na escola e capacitação para o mercado de trabalho. Gráfico 1- Dados referentes ao bairro de moradia, situação civil, ocupação, idade, ano escolar, nº de membros e renda familiar. 3

Verificamos que 53,70 % dos adolescentes são moradores de um bairro periférico, que apresenta um elevado grau de riscos e vulnerabilidade social; 90,74% dos adolescentes são solteiros, e destes 98,15% só estudam, fato este importante, uma vez que disponibilizam de mais tempo para se dedicar aos estudos. Constatamos, ainda que, 55,56% tem 16 anos, destes 29,63% cursam a 2ª série do ensino médio, ou seja, estão na série escolar condizente com a sua faixa etária, no entanto 5,56% estão na mesma faixa etária mas cursando 8º ano do ensino fundamental, essa defazagem ocorreu em decorrencia da evasao e reprova escolar ocorridas antes de serem inseridos no Programa. Já 25,93% dos adolescentes tem 15 anos, destes 11,11% estão cursando a 2ª série do ensino médio, também com a série escolar condizente com a idade. Quanto a composição familiar 46,30% das famílias tem de 4 a 6 membros, destes 18,52% tem renda familiar maior ou igual a R$ 1.281,00, porém devemos ressaltar que 7,41% possuem a mesma quantia de membros, mais tem de renda familiar menor ou igual a R$ 678,00 a R$ 878,00, caracterizando assim uma baixa renda, enquanto.29,63% das familias tem de 1 a 3 membros, destes 9,26% tem familiar menor ou igual a R$ 678,00 a R$ 878,00 e não souberam informar respectivamente. Gráfico 2- Dados referentes à escolaridade dos pais/responsáveis, à situação de moradia e infraestrutura. No que se refere a escolaridade dos pais ou responsaveis pelos adolescentes, verificamos que 60,49% cursaram o Ensino Fundamental Incompleto e 8,64% são analfabetos Essa baixa escolaridade influencia nas condições de 4

trabalho, e consequentemente, na baixa renda conforme apontado no gráfico 1. Quanto a moradia, 79,63% das famílias residem em casa própria, destas 51,85% possuem de 3 a 4 cômodos e 100 % das famílias possuem água encanada, energia elétrica e esgoto, respectivamente. Embora as condicoes de moradia sejam favoráveis, vale ressaltar o número de comodosse mostra insuficiente em decorrencia do tamanho das famílias e resulta na falta de privacidade e melhores condições de vida. Gráfico 3 - Quanto à disciplina que mais gosta em Ciências da Natureza, Linguagem e Códigos, Ciências Humanas e suas Tecnologias e Matemática e o motivo Dentre as disciplinas que os adolescentes mais gostam, constatamos que na área das Ciências da Natureza, para 35,71% é Biologia, destes 14,29% por ter facilidade no entendimento, maior desempenho e interesse; referente a Lingagem e Código,s 70,37% dos adolescentes gostam mais de Português, destes 29,63% por ter um professor que explica bem a matéria, por este ser legal, facilitando assim o entendimento e 25,93% relata ser pela facilidade de entendimento, maior desempenho e interesse. Sobre as Ciências Humanas e Tecnológicas, 33,33% preferem Geografia por ter maior conhecimento sobre o território e 26,67% gostam mais de História, destes 13,33% porque gostam de saber sobre o passado, e porque se interessam e identificam com o assunto respectivamente.dos adolescentes que gostam mais de matemática 37,50% informa ser pela facilidade de entendimento, por 5

ter maior desempenho e interesse, e ainda por se interessarem e identificarem com o assunto tratado respectivamente.. Verificamos que 70,37% dos adolescentes embora não tenham muita dificuldade no entendimento das disciplinas, às vezes não entendem o que o professor está dizendo, destes 66,67% afirmam ter obtido ajuda algumas vezes, para sanar essas dificuldades com os professores ou colegas da sala. 59,26% relatam não frequentarem reforço escolar no momento, entretanto já frequentaram em outras séries. Com relação ao relacionamento com os professores 62,96% dos adolescentes referem ter bom relacionamento, porém às vezes tem conflitos, já no relacionamento com os colegas 57,41% informam ser bom, pois convivem bem com algumas pessoas da sala, e 37,04% afirmam ser ótimo por conviver bem com todos os colegas. Em relação aos métodos de ensino aplicado em sala de aula, 89,09% gostariam que os professores utilizassem de recursos audiovisuais, laboratórios e atividades que facilitassem o aprendizado. 6

Gráfico 5 - Quanto à visão dos adolescentes sobre o espaço escolar, motivo, as mudanças que almejam e o que mais incomoda. Verificamos que 51,85% dos adolescentes veem o espaço escolar como bom, porém 18,03% relatam se incomodar com a dificuldade de relacionamento entre alunos e corpo docente. Entretanto 25,93% avaliam como ruim, por ser um lugar fechado, escuro e desagradável, destes 34,43% afirmam ser decorrente aos problemas de infraestrutura. Por essas razões, 24,19% dos adolescentes almejam as mudanças na Infraestrutura da escola, enquanto que 17,74% desejam ter professores mais dinâmicos e preocupados com os alunos, e 14,52% gostariam que melhorasse o comportamento indisciplinado dos alunos. Observamos ainda que 72,13% dos adolescentes se incomodam com o barulho, brigas e a falta de respeito entre alunos e professores, o que evidencia a necessidade de estabelecer um plano de ensino pautado em uma formação cidadã e que permita o real exercício do protagonismo juvenil desses alunos. 7

Gráfico 6-Quanto ao relacionamento dos adolescentes com coordenação, direção e demais funcionários e o motivo, referente à motivação de ir para escola, motivo significado da escola, quantas vezes costuma faltar, motivo, expectativas de futuro e a contribuição da escola. Os dados relatam que 57,41% avaliam o relacionamento com coordenadores, direção e demais funcionários como ótimo, por serem tratados com respeito e nunca terem tido problemas com nenhum deles, entretanto 27,78% referem-se a bom relacionamento, por já terem tido dificuldades, destes 64,81% não souberam informar as dificuldades, enquanto que 31,48% revela ser por dificuldade de diálogo com os mesmos. Observamos que, 55,56% dos adolescentes sentem-se pouco motivados para frequentar a escola, destes 25,93% relata ter preguiça, desânimo e desmotivação, já 29,63% sentem-se motivados, destes 14,81% porque querem aprender, ter um bom emprego e ser alguém na vida. Para 44,44% a escola é representa como futuro que proporcionará um bom emprego e melhores condições de vida; 29,63% entendem a escola como aprendizado, educação e conhecimento; 44,44% faltam pelo menos uma vez na semana, destes 16,67% por não ir ninguém de sexta- feira na escola, 27,78% faltam só quando precisam, destes 12,96% devido a problemas familiares. No que se refere às expectativas, 27,78% querem fazer faculdade ou curso técnico, mais ainda não decidiram e trabalhar, 24,07% querem fazer faculdade e trabalhar e 18,52% fazer faculdade; 29,63% afirmam que a escola pouco contribui, pois faltam professores qualificados, e há ausência de conteúdo, e para 25,93% considera que a escola contribui porque a matéria que aprendo vai me ajudar no futuro. 8

CONSIDERAÇÕES FINAIS A escola é importante e fundamental na vida de qualquer ser humano, pois proporcionará condições de aprendizado e conhecimento viabilizando preparo para o mercado de trabalho e ainda melhores condições de construção da cidadania. Portanto, evidencia-se a necessidade de estabelecer planos de ensino pautados na formação cidadã, permitindo assim que esses alunos assumam o lugar de sujeitos da sua formação,investindo no processo de escolarização e no seu futuro como cidadão e profissional, desenvolvendo assim potencialidades como a comunicação, habilidades e capacidades necessárias para sua vida, contribuindo com perspectivas emancipatórias. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA BRASIL, Lei 8.069 Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providencias, Brasília, 1990.,Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Ciclo I- Percurso Socieducativo III: coletivo pesquisador. 1ªed. Brasília, 2009,108p.,Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Ciclo II- Percurso Socioeducativo V: articulador-realizador. 1ªed. Brasília, 2009,396p.,Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Ciclo II- Percurso Socioeducativo V: articulador-realizador-participação cidadã.1ªed. Brasília, 2009,280p., Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Traçado Metodológico. 1ªed. Brasília, 2009,100p. OKADA, A. Uol educação: Brasil tem maior taxa de abandono escolar do Mercosul, SP, 2010. Disponível em:http://educacao.uol.com.br/noticias/2010/09/ 17/brasil-tem-maior-taxa-de-abandono-escolar-do-mercosul.htm. Acesso 05/07/2012 Brasil, Ministério da Educação.Ideb 2011disponível em http://www.portalideb.com.br/ escola / 188955-walter-carrer-prof/ideb-Acesso 28/03/2013. 9