Direitos Humanos O que são:



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Transcrição:

Direitos Humanos Universidade Comunitária da Região de Chapecó UNOCHAPECÓ Curso de: Serviço Social Disciplina: Tópicos em Serviço Social II Professora: Elisônia Carin Renk Período: 8º Data: 17/08/15 Acadêmica: Geneci M. de Souza, Veronilde Andreola e Kauana Rodrigues

Direitos Humanos O que são: Os direitos humanos estão baseados no princípio de respeito em relação ao indivíduo. A sua suposição fundamental é que cada pessoa é um ser moral e racional que merece ser tratado com dignidade. Estes são chamados direitos humanos porque são universais. Enquanto as nações ou grupos especializados usufruem dos direitos específicos que se aplicam só a eles, os direitos humanos são os direitos aos quais todas as pessoas têm direito, não importa quem sejam ou onde morem, simplesmente porque estão vivos. Contudo, muitas pessoas, quando se lhes pede para citarem os seus direitos, apenas enumeram a liberdade de expressão e de crença e talvez um ou dois mais. Não há dúvida que estes são direitos importantes, mas o alcance total dos direitos humanos é muito amplo. Significam a opção e a oportunidade. Significam a liberdade de conseguir um trabalho, adotar uma carreira, escolher um parceiro e criar crianças. Incluem o direito de viajar livremente e o direito ao trabalho remunerado sem perseguição, abuso e a ameaça de ser despedido de forma arbitrária. Eles até abarcam o direito ao lazer. Em eras passadas, não havia direitos humanos. Depois surgiu a ideia de que as pessoas deveriam ter certos direitos. E essa ideia, no final da Segunda Guerra Mundial, resultou finalmente no documento chamado Declaração Universal de Direitos Humanos.

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História dos Direitos Humanos Em 539 a.c., os exércitos de Ciro, O Grande, o primeiro rei da antiga Pérsia, conquistaram a cidade da Babilónia. Mas foram as suas ações posteriores que marcaram um avanço muito importante para o Homem. Ele libertou os escravos, declarou que todas as pessoas tinham o direito de escolher a sua própria religião, e estabeleceu a igualdade racial. Estes e outros decretos foram registados num cilindro de argila na língua arcádica com a escritura cuneiforme. Conhecido hoje como o Cilindro de Ciro, este registo antigo foi agora reconhecido como a primeira carta dos direitos humanos do mundo. Está traduzido nas seis línguas oficiais das Nações Unidas e as suas estipulações são análogas aos quatro primeiros artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O Cilindro de Ciro (539 a.c.) Primeira carta dos direitos humanos Os decretos que Ciro fez em matéria de direitos humanos foram gravados em acadiano num cilindro de barro cozido. Ciro, o Grande, o primeiro rei da Pérsia, libertou os escravos da Babilónia em 539 a.c.

A divulgação dos direitos humanos Com início na Babilónia, a ideia de direitos humanos espalhou se rapidamente para a Índia, Grécia e por fim chegou a Roma. Ali surgiu o conceito de lei natural, na observação do facto de que as pessoas tendiam a seguir certas leis não escritas no curso da vida, e o direito romano estava baseado em ideias racionais tiradas da natureza das coisas. Os documentos que afirmam os direitos individuais, como a Carta Magna (1215), a Petição de Direito (1628), a Constituição dos Estados Unidos (1787), a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), e a Declaração dos Direitos dos Estados Unidos (1791) são os precursores escritos para muitos dos documentos de direitos humanos atuais. Após a Revolução Francesa em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão concedeu liberdades específicas da opressão, como uma expressão da vontade geral.

A ideia de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos por Deus, alguns acreditam que não haveria nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais. Outros argumentam ser necessário manter termos separadas para eliminar a associação com características normalmente relacionadas com os direitos naturais., sendo John Locke talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria. HISTÓRIA Os Direitos Humanos são o resultado de uma longa história, foram debatidos ao longo dos séculos por filósofos e juristas. O início desta caminhada, remete-nos para a área da religião, quando o Cristianismo, durante a Idade Média, é a afirmação da defesa da igualdade de todos os homens numa mesma dignidade, foi também durante esta época que os filósofos cristãos recolheram e desenvolveram a teoria do direito natural, em que o indivíduo esta no centro de uma ordem social e jurídica justa, mas a lei divina tem prevalência sobre o direito laico tal como é definido pelo imperador, o rei ou o príncipe.

Para os racionalistas todos os homens são por natureza livres e têm certos direitos inatos de que não podem ser despojados quando entram em sociedade. Foi esta corrente de pensamento que acabou por inspirar o atual sistema internacional de proteção dos direitos do homem. A evolução destas correntes veio a dar frutos pela primeira vez em Inglaterra, e depois nos Estados Unidos. A Magna Carta (1215) deu garantias contra a arbitrariedade da Coroa, e influenciou diversos documentos, como por exemplo o Ato Habeas Corpus (1679), que foi a primeira tentativa para impedir as detenções ilegais. A Declaração Americana da Independência surgiu a 4 de Julho de 1776, onde constavam os direitos naturais do ser humano que o poder político deve respeitar, esta declaração teve como base a Declaração de Virgínia proclamada a 12 de Junho de 1776, onde estava expressa a noção de direitos individuais. A Carta Magna (1215) Carta Magna, ou Grande Carta, assinada pelo rei da Inglaterra, em 1215, foi um ponto de viragem nos direitos humanos.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em França em 1789, e as reivindicações ao longo dos séculos XIV e XV em prol das liberdades, alargou o campo dos direitos humanos e definiu os direitos económicos e sociais. Mas o momento mais importante, na história dos Direitos do Homem, é durante 1945-1948. Em 1945, os Estados tomam consciência das tragédias e atrocidades vividas durante a 2ª Guerra Mundial, o que os levou a criar a Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de estabelecer e manter a paz no mundo. Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada a 20 de Junho de 1945, que os povos exprimiram a sua determinação «em preservar as gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das nações, grande e pequenas; em promover o progresso social e instaurar melhores condições de vida numa maior liberdade. A criação das Nações Unidas simboliza a necessidade de um mundo de tolerância, de paz, de solidariedade entre as nações, que faça avançar o progresso social e económico de todos os povos. Em 1945, cinquenta nações reuniram se em San Francisco e formaram a Organização das Nações Unidas para proteger e promover a paz.

Os principais objetivos das Nações Unidas, passam por manter a paz, a segurança internacional, desenvolver relações amigáveis entre as nações, realizar a cooperação internacional resolvendo problemas internacionais económico, social, intelectual e humanitário, desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção. Assim, a 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é fundamental na nossa Sociedade, quase todos os documentos relativos aos direitos humanos tem como referência esta Declaração, e alguns Estados fazem referência direta nas suas constituições nacionais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, ganhou uma importância extraordinária, contudo não obriga juridicamente que todos os Estados a respeitem e, devido a isso, a partir do momento em que foi promulgada, foi necessário a preparação de inúmeros documentos que especificassem os direitos presentes na declaração e assim forçase os Estados a cumpri-la. Foi nesse contexto que, no período entre 1945-1966 nasceram vários documentos. Petição de Direito (1628) Em 1628, o Parlamento Inglês enviou esta declaração de liberdades civis do rei Carlos I.

A Declaração dos Direitos da Constituição dos EUA protege as liberdades fundamentais dos cidadãos dos Estados Unidos. A Primeira Convenção de Genebra (1864) O documento original da primeira Convenção de Genebra, em 1864, estipulava o cuidado de soldados feridos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) A Declaração Universal dos Direitos do Homem tem inspirado um número de outras leis e tratados de direitos humanos em todo o mundo.

Conceito DIREITOS HUMANOS Desde o nascimento da Organização das Nações Unidas em 1945, o conceito de direitos humanos se tem universalizado, alcançando uma grande importância na cultura jurídica internacional. Em 10 de Dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adoptada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em sua Resolução 217 A (III), como resposta aos horrores da Segunda Guerra Mundial e como intento de sentar as bases da nova ordem internacional que surgia atrás do armistício. Coincidência ou não, foi proclamada no mesmo ano da proclamação do estado de Israel. Posteriormente foram aprovados numerosos tratados internacionais sobre a matéria, entre os quais se destacam os Pactos Internacionais de Direitos Humanos de 1966, e foram criados numerosos dispositivos para sua promoção e garantia.

A Carta das Nações Unidas estabeleceu seis corpos principais, incluindo a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Tribunal Internacional de Justiça, e em relação aos direitos humanos, um Conselho Social e Económico (ECOSOC). A Carta da ONU concedeu à ECOSOC o poder de estabelecer comissões para os assuntos económicos e sociais e para a proteção dos direitos do homem. Uma delas foi a Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que, sob a presidência de Eleanor Roosevelt, viu a criação da Declaração Universal dos Direitos do Homem. A Declaração foi redigida por representantes de todas as regiões do mundo e abarcou todas as tradições legais. Inicialmente adotada pelas Nações Unidas a 10 de dezembro de 1948, é o documento dos direitos humanos mais universal em existência, delineando os direitos fundamentais que formam a base para uma sociedade democrática.

A seguir a este ato histórico a Assembleia exigiu a todos os países membros que publicassem o texto da Declaração e que fizessem com que fosse disseminada, exibida, lida e explicada principalmente nas escolas e noutras instituições educacionais, sem qualquer distinção baseada no estatuto político dos países ou territórios. Hoje em dia, a Declaração é um documento vivo que foi aceite como um contrato entre um governo e o seu povo em todo o mundo. De acordo com o Livro de Recordes Mundiais do Guinness, é o documento mais traduzido no mundo. Representantes das Nações Unidas de todas as regiões do mundo adotaram formalmente a Declaração Universal dos Direitos do Homem em 10 de dezembro de 1948.

Os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: 1. Todos Nós Nascemos Livres e Iguais 2. Não Discriminar 3. O Direito à Vida 4. Nenhuma Escravatura 5. Nenhuma Tortura 6. Tu Tens Direitos Não Importa Onde Vás 7. Somos Todos Iguais Perante a Lei 8. Os Direitos Humanos São Protegidos Por Lei 9. Nenhuma Detenção Injusta 10. O Direito a Julgamento 11. Estamos Sempre Inocentes Até Prova em Contrário 12. O Direito à Privacidade 13. Liberdade para Mover 14. O Direito a Asilo 15. Direito a uma Nacionalidade

16. Casamento e Família 17. O Direito às Tuas Próprias Coisas 18. Liberdade de Pensamento 19. Liberdade de Expressão 20. Direito de Ajuntamento Político 21. O Direito à Democracia 22. Segurança Social 23. Direito dos Trabalhadores 24. O Direito à Diversão 25. Comida e Abrigo para Todos 26. O Direito à Educação 27. Direito de Autor 28. Um Mundo Justo e Livre 29. Responsabilidade 30. Ninguém Pode Tirar-lhe os Seus Direitos Humanos

(DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS) HTTP://WWW.OHCHR.ORG/E HTTP://WWW.OHCHR.ORG/EN/UDHR/DOCUMENTS/UDHR_TRANSLATIONS/ POR.PDFN/UDHR/DOCUMENTS/UDHR_TRANSLATIONS/POR.PDF (vídeo de direitos Humanos) https://www.youtube.com/watch?v=acx8e38yb0u https://www.youtube.com/watch?v=-3vwwfn677q

Direitos Humanos no âmbito da inclusão produtiva, trabalho, moradia e meio ambiente

Trabalhadores imigrantes sobre a perspectiva dos direitos fundamentais São diversos os motivos que levam o trabalhador à migração; ele pode ser compelido por situações extremas como a guerra, perseguições étnicas ou simplesmente a fuga da pobreza e da fome. A pobreza e a esperança de uma vida melhor levam à imigração legal ou ilegal, permanente ou temporária. Por livre e espontânea vontade, por obrigação ou por ambos os motivos, o homem estende a sua vida sobre mundos separados. Também são frequentes as migrações temporárias internacionais: haitianos que vão cortar cana em São Domingos, enquanto dominicanos vão cortar cana nos Estados Unidos; colombianos que vão trabalhar na Venezuela; mexicanos que vão colher frutas nos Estados Unidos. Esse movimento abre espaço para a clandestinização das relações de trabalho: os contratos não são permanentes, os direitos trabalhistas são burlados, e as práticas adotadas estimulam o barateamento da mão-de-obra. Mesmo na imigração autorizada essa desvalorização dos salários nacionais acontece. Nos Estados Unidos, por exemplo, os plantadores de cana da Flórida podem importar mão-de-obra temporária do Caribe, desde que não haja trabalhadores americanos que aceitem o salário oferecido mecanismos que anulam conquistas operárias históricas.

A questão da emigração de brasileiros e dos abusos a seus direitos fundamentais ganhou tamanha dimensão que gerou a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Emigração (CPMI da Emigração) pelo Congresso Nacional. Do Relatório Final da CPMI, de autoria do deputado João Magno, destaca-se a localização, na década de 1980, do início do movimento migratório contínuo de brasileiros para o exterior, década marcada por profunda recessão econômica e generalizado sentimento de falta de oportunidades no Brasil. Entre 1985 e 1987, cerca de 1,25 milhão de brasileiros teriam deixado o país sem retorno, uma evasão de quase 1% da população. Estima o relatório que atualmente existam cerca de 3 milhões de cidadãos nacionais espalhados por vários continentes. O relatório cita ainda Teresa Sales. O que se pode concluir, portanto, é que a atual migração de trabalhadores tem como causa direta, embora não única, os efeitos da globalização da economia. Os trabalhadores pobres que migram para os países industrializados, entretanto, acabam por fazê-lo de modo marginal, e são submetidos a uma exploração sistemática e que desafia os padrões de recursos humanos que se espera sejam respeitados nos países.

Em 1980, foi aprovada a Lei 6815 Estatuto do Estrangeiro - marcada por um período nacional de limitações democráticas, o Regime Militar. Lastreado na Constituição de 1967, o Estatuto dos Estrangeiros não partilha de uma visão dos direitos dos migrantes, calcados nos direitos humanos. Constitucionais seriam suficientes para considerarmos derrogada, em muitos aspectos, a vigente lei de Estrangeiros Lei 6815/80. Particularmente relevante é o artigo 5, quando afirma: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...). Assegura, assim, caráter hegemônico Resquício de um período sombrio, o Estatuto do Estrangeiro é o principal instrumento regulatório dos imigrantes no território nacional. Contudo, com a promulgação da atual Constituição Federal, de 1988, o Estatuto encontra-se sem qualquer base constitucional para sustentá-lo.

A Constituição Federal, como sabemos, está norteada por princípios e valores fundamentados no respeito à dignidade humana, à cidadania e à prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais. Consigna expressamente que tem entre seus fundamentos primeiros a cidadania e a dignidade da pessoa humana e que constituem objetivos igualmente fundamentais construir uma sociedade livre, justa e solidária, bem como promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor e quaisquer outras formas de discriminação. Segue o artigo 4, com o compromisso de que o Brasil, em suas relações internacionais deverá se pautar na prevalência dos direitos humanos (art. 4º, II) e pela concessão de asilo político (art. 4º, X). Já estas afirmações ao conceito de que os estrangeiros residentes no país estão em condição jurídica paritária à dos brasileiros no que concerne à aquisição e gozo de direitos civis.

A Declaração afirma que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo (...) e que os estadosmembros se comprometem a promover em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais. Destaca-se o art. 13, assegurando que todo indivíduo tem direito de deixar qualquer país, inclusive o seu e de retornar a este quando quiser, toda pessoa tem liberdade de circulação. E o art. 15 assegura a toda pessoa o direito a uma nacionalidade e de não ser privado arbitrariamente de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

A regra da igualdade estabelecida na Constituição, em seu artigo 5º, equipara brasileiros e estrangeiros residentes no País. O direito ao trabalho é reconhecido pelo ordenamento constitucional brasileiro como um direito fundamental social (art. 6º), e o acesso a condições de trabalho básicas, como segurança, remuneração justa, jornada condigna, são direitos sociais constitucionais dos trabalhadores (art. 7º). De acordo com Martins (2008, p. 165), a Constituição assegura, no art. 1º, IV, o valor social do trabalho; a ordem econômica é fundada na valorização do trabalho humano (art. 170; a ordem social tem como base o primado do trabalho (art. 193). E, conclui, os estrangeiros também precisam trabalhar e obter o valor social do trabalho. No campo fático, e não obstante as garantias constitucionais, parte da massa de trabalhadores estrangeiros que ingressa no Brasil o faz de maneira irregular, sem submeter-se aos trâmites legais de imigração, o que impede que obtenham autorização legal para exercer trabalho remunerado no país.

Em consequência, tais pessoas iniciam seu trabalho na condição de ilegais, e em razão disso são objeto de exploração por empregadores inescrupulosos, permanecendo trabalhando sem observância das condições mínimas de segurança, higiene e remuneração condigna. São frequentes os casos de submissão a condições análogas às de trabalhador escravo, o que não se restringe às regiões inóspitas ou às fronteiras, mas atinge também os grandes centros. Instala-se um círculo vicioso: o trabalhador se deixa explorar porque tem consciência que está em situação irregular, e, se procura a proteção do sistema legal, pode ser expulso do país; e o empregador (que muitas vezes também é estrangeiro, já tendo sido explorado antes, embora agora conte permanência regular no país) promove a exploração porque se sente resguardado da denúncia em razão do medo de deportação do trabalhador explorado. Esses trabalhadores não têm acesso a seus direitos sociais fundamentais, e, no mais das vezes, sequer têm conhecimento que a legislação nacional assegura parcelas como salário mínimo, jornada de oito horas diárias, férias anuais remuneradas e décimo terceiro salário.

Já há 15 mil imigrantes do Haiti no Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=tdlhcuyakxy Reportagem Especial: Imigração Haitiana em Itajaí: HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=GST3NU0LTOY

Por que inclusão produtiva? Incluir produtivamente quem? Onde? Como? Por quem? Mudar a desigual relação capital x trabalho; Para que uma inclusão produtiva bem sucedida ocorra, não basta que existam oportunidades de boa qualidade e que estas sejam acessíveis aos mais pobres. É também imprescindível que, com seu esforço, as famílias pobres aproveitem plenamente essas oportunidades. A inclusão produtiva, não necessariamente, viabiliza oportunidades de ocupação e renda, logo, não garante a autonomia do usuário. Há que se ressaltar que o registro de tais ações deve ser feito, pois dispendem recursos públicos. Ainda que não exista uma política pública que defina o escopo da inclusão produtiva, se os resultados estão no campo da subjetividade, das relações interpessoais sem dúvida ganhos da maior importância não deveriam ser classificadas no plano da inclusão produtiva.

Inclusão produtiva na assistência social Sem desconsiderar que o combate à pobreza, de forma qualitativa, está condicionado a mudanças na estrutura de produção e na regulamentação do Estado, a informação é direito, e que boa parte dos serviços ofertados não é acessada por falta de conhecimento da população de sua existência, se a assistência social cumprir o papel de mobilização e encaminhamento, mudando a natureza de sua complexa relação com a inclusão produtiva, ou seja, de executora de ações, para articuladora, estará dando grande contribuição para aproximar os usuários das oportunidades econômicas e sociais existentes.

Inclusão Produtiva Urbana Para as cidades, a inclusão produtiva articula ações e programas que favorecem a inserção no mercado de trabalho seja por meio do emprego formal, do empreendedorismo ou de empreendimentos da economia solidária. Reúne iniciativas de oferta de qualificação sócio profissional e intermediação de mão de obra, que visam à colocação dos beneficiários em postos de emprego com carteira de trabalho e previdência assinada, de apoio a microempreendedores e a cooperativas de economia solidária. Sendo elas: O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); Brasil Sem Miséria e o Programa Mulheres Mil. Sistema Nacional de Empregos (SINE) O MDS firma parcerias com entidades representativas de empregadores com o objetivo de captar vagas de emprego para o público do Plano BSM. O microempreendedor individual (MEI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). O Bolsa Família A Secretaria Nacional de Economia Solidária (SNAES), O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

Inclusão Produtiva Rural É a inclusão dos trabalhadores rurais nas suas produções agrícolas e garantindo sua vivencia no campo com dignidade humana. Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma das ações da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN) do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O PAA compra alimentos da agricultura familiar para doações e para a formação de estoques, contribuindo para segurança alimentar e o fortalecimento da agricultura familiar das famílias em situação de extrema pobreza. O Programa Bolsa Verde é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e faz parte do Plano Brasil sem Miséria. Tem por objetivo incentivar a conservação do meio ambiente e a melhoria das condições de vida e a elevação da renda da população em situação de extrema pobreza. Incluindo famílias que vivem em Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável federais; projetos de assentamento florestal, projetos de desenvolvimento sustentável ou projetos de assentamento agroextrativista instituídos pelo INCRA; e áreas ocupadas por famílias ribeirinhas reconhecidas pela Secretaria de Patrimônio da União.

O programa luz para todos é destinado a propiciar o atendimento em energia elétrica a parcela da população do meio rural que não possui acesso a esse serviço público. A distribuição de sementes é uma das ações do Plano Brasil Sem Miséria com foco na inclusão produtiva rural. Envolvendo: 1)Disponibilização de sementes e mudas com identificação de cultivares adequados aos territórios atendidos; 2)Organização dos produtores de sementes e mudas de espécies locais; 3)Apoio à estruturação de bancos de sementes crioulas, e; PAA 4)Ações de capacitação em tecnologias de pós-colheita. O Programa Água para Todos APT implanta equipamentos destinados à captação e armazenamento de água para consumo humano e também tecnologias sociais para atividades produtivas, incluindo agricultura e criação de animais, além de sistemas coletivos de abastecimento de água.

O serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER consiste em visitas técnicas para identificar as necessidades e potencialidades de cada família. O Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais é uma das ações do Plano Brasil Sem Miséria. Realizando um acompanhamento que privilegia a inserção produtiva e social das mulheres e da juventude e estimula a agricultura sustentável, a segurança alimentar e a organização dos produtores. Com o objetivo de: potencializa de forma sustentável, a produção da agricultura familiar. qualifica os produtores para o acesso às políticas pública.

Referências: http://www.humanrights.com/pt/what-are-human-rights/brief-history/cyruscylinder.html(unidos pelos Direitos Humanos) HTTP://WWW.OHCHR.ORG/E HTTP://WWW.OHCHR.ORG/EN/UDHR/DOCUMENTS/UDHR_TRANSLATIONS/POR.PDFN/ UDHR/DOCUMENTS/UDHR_TRANSLATIONS/POR.PDF(DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS) http://www.humanrights.com/pt/what-are-human-rights/violations-of-human-rights/article- 3.html(Historia dos Direitos Humanos) SALADINI, Ana Paula Sefrin. Trabalho e imigração: Os Direitos Sociais do Trabalhador Imigrante sobre perspectiva dos direitos fundamentais de Jacarezinho PR. 2011. (monografia) Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP. Disponível em: http://uenp.edu.br/index.php/editais-prograd-pibid/doc_view/1964-ana-paula-sefrin-saladini MELESI, Rosita. Por uma Nova Lei de Migração: a perspectiva dos direitos humanos. TOSI, Ciusepp. Um breve esboço da história conceitual dos direitos do homem. BELLINHO, Lilith Abrantes. Uma evolução histórica dos direitos humanos.

SOUZA, Fátima Valéria Ferreira de. Assistência social e inclusão produtiva: algumas indagações. O Social em Questão - Ano XVII - nº 30, 2013. pg 287 298. http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/osq_30_souza_14.pdf http://www.brasilsemmiseria.gov.br/inclusao-produtiva/inclusao-produtivaurbana http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/superacao-da-extremapobreza%20/inclusao-produtiva-rural/fomento