A prática de exercício físico durante o período de gestação

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Transcrição:

A prática de exercício físico durante o período de gestação Cristiane Chistófalo* Ariane Jacon Martins* Sérgio Tumelero** tumelero.prof@toledo.br * Faculdades Integradas Toledo de Araçatuba Curso de Educação Física - Araçatuba - SP. ** Centro Universitário Moura Lacerda Curso de Educação Física - Câmpus Ribeirão Preto - SP. (Brasil) Introdução Através de nossa história, toda literatura que recomenda "exercícios" durante a gestação é sempre baseada no "senso comum". Pesquisas, quando realizadas, nunca concluem exatamente o que ocorre durante o período gestacional, pois nem médicos, nem pesquisadores, nem as próprias gestantes querem correr qualquer tipo de risco. Infelizmente, nenhum padrão de exercícios foi propriamente desenvolvido para gestantes, e alguns trabalhos domésticos são extremamente árduos do que algumas atividades físicas bem orientadas (BARROS, 1999). Se, por um lado, a comunidade médica falha em pesquisas concretas e estabelece programas pré-natais com bases puramente cientificas, por outro lado os defensores ferrenhos do esporte promovem programas específicos desprovidos de bases cientificas, de avaliações clinicas e supervisão médica. A única certeza que se tem é a de que nós, profissionais que vamos trabalhar com gestantes, devemos proporcionar a elas uma atividade física agradável e segura, respeitando a individualidade e, principalmente, obedecendo regras básicas de bom senso. Precisa-se ter em mente o processo que acontece durante a gestação e que provoca profundas alterações metabólicas e hormonais, modificando respostas às atividades físicas (BARROS, 1999). De acordo com ARTAL & WISWELL, (1986) a gravidez provoca na mulher alterações fisiológicas e psicológicas que merecem ser discutidas. Por volta da 10ª semana gestacional inicia-se o aumento do volume plasmático, provocada pela retenção hidrossalina. O aumento da volemia produz um aumento do fluxo cardíaco, aumentando o volume de ejeção sistólica, e, especialmente a partir do sexto mês de gravidez, ocorre um aumento da freqüência cardíaca, em torno de 10 a 15 batimentos por minuto, ocasionado pela queda da resistência periférica. A modificação corporal básica que ocorra na gravidez é o aumento uterino. Até, por volta da 10ª semana, o útero ainda está restrito à cavidade pélvica, mas a partir daí, seu aumento se evidencia sobre a parede abdominal. Durante a gravidez ocorre a expansão torácica, pelo relaxamento dos ligamentos intercostais e ascensão do diafragma pelo crescimento uterino, que resulta no aumento da capacidade inspiratória, no decorrer da gravidez, em até cerca de 300 ml. Modificações no nível de ventilação por minuto estão relacionadas a um aumento do volume corrente e da freqüência respiratória (ARNONI, 1996). Para HANLON (1999), a modificação postural é um mecanismo compensatório, que tende a minimizar os efeitos ligados ao aumento de massa e distribuição corporal na gestante. Por exemplo, a hiperlordose lombar deve-se à distensão dos músculos da parede abdominal e à projeção do corpo para frente do centro de gravidade. Devido ao acréscimo do volume uterino no abdome.

Nos últimos meses de gravidez, as mulheres tendem a projetar os ombros para frente, arqueando mais que o normal a curva das costas, para encontrar um equilíbrio postural. Podem aparecer, assim, dores nas costas, pelo excessivo esforço das fáscias musculares, sendo, portanto, um fator negativo ficar por longo tempo em pé em posição fixa, ou carregar pesos. As articulações dos joelhos e dos tornozelos tornam-se menos estáveis, e as da coluna vertebral e do quadril alcançam uma mobilidade que, apesar de modesta, expõe a musculatura dessas regiões a maior tensão. As lesões ortopédicas, que ocorrem freqüentemente durante a gravidez podem ser devido ao hiper-relaxamento ligamentar, como também as modificações no equilíbrio da mulher. Desse modo, a hiperlordose lombar aumenta particularmente o risco de hérnia de disco (ROMEN, 1991). Os exercícios para gestante deveriam incluir a combinação de atividades aeróbias envolvendo grandes grupamentos musculares e atividades que desenvolvessem força de determinados músculos. Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa ajudar no processo de expulsão da criança. A força muscular dos membros superiores é também muito importante para carregar o bebê, que aumenta, cada vez mais, o seu peso (BARROS, 1999). Nas prescrições iniciais de exercício aeróbio deveriam ser incluídas, no mínimo, três sessões semanais, com dias intercalados de exercício, cada uma com duração de 30 a 45 minutos. A intensidade de exercícios empregadas deve manter uma média estável da freqüência cardíaca numa faixa de 130 a 150 batimentos por minuto. A freqüência mínima é de três vezes na semana e programados em diferentes atividades, duração e intensidade. Atividades onde existam contato físico e chances de queda são desaconselhados (BARROS, 1999). As adaptações do organismo ao exercício aeróbio no adulto sadio incluem o aumento do volume de ejeção sistólica e um aumento do debito cardíaco máximo. O objetivo desejado para todas essas mudanças é que toda e qualquer intensidade de exercício constituam um nível relativamente baixo de estresse no estado de condicionamento, o que seria evidenciado facilmente por uma menor elevação da freqüência cardíaca (PIRIE, 1989). No entanto, na gestante, provavelmente não é o aumento das varias capacidades que constitui o resultado desejado. Mais especificamente deveria ser a manutenção do debito sistólico, a capilarização muscular e a capacidade oxidativa da célula muscular para se contrapor à diminuição dessas capacidades, devido à redução da atividade diária, regularmente observada durante a gestação. Há muito tempo o fortalecimento dos músculos abdominais tem sido recomendado para a manutenção da postura, para ajudar na fase de expulsão do parto e para retornar ao aspecto da parte inferior do tronco antes da gravidez. Devido à grande quantidade de movimentos que requerem os cuidados com a criança, o aumento de força dos membros superiores pode ser muito útil. Uma questão importante para a mulher interessada em continuar um programa de exercício após a concepção é quanto tempo deve esperar para iniciá-lo. Devido ao grande estresse fisiológico e psicológico do parto e às mudanças hormonais que a ele se seguem, geralmente recomenda-se que os exercícios intensos não sejam realizados antes de uma a duas semanas após o parto. Existem grandes diferenças individuais, e as regras mais lógicas a serem seguidas são o desejo da mãe em exercitar-se a sua percepção das respostas fisiológicas quando da retomada dos exercícios (SKINER, 1991). MITTELMARK et al. (1991), referem que, no global, podemos tirar as seguintes conclusões:

Mulheres que se exercitam antes da gravidez, e que continuam a faze-lo durante a gravidez, tendem a ganhar menos peso e a parir bebês menores que os de controles. Todas as mulheres, sem levar em conta o nível de atividade física prévio, diminuem sua atividade física com o progredir da gravidez. Mulheres fisicamente ativas tendem a tolerar melhor a dor do parto. E que são necessárias, para a prática do exercício físico, algumas recomendações: Prescrição médica. Para qualquer atividade física com gestantes são necessárias sempre as prescrições e avaliações médicas, sem isso o profissional estará sujeito a correr riscos desnecessários. O médico deverá especificar as atividades que a gestante não deve executar e a intensidade ideal para o trabalho. Não objetivar o condicionamento físico, não aumentar a atividade física de antes da gravidez. Não se deve ter como objetivo o aumento do condicionamento físico, pois com a gestante ocorre exatamente o inverso: sua resistência inicial tende a diminuir. O ideal é não aumentar a atividade física ou mantê-la desenvolvida como antes de engravidar (não deixar para começar a fazer exercícios somente ao ficar grávida). Realizar exercícios que não levem a fadiga, com duração de no Máximo 30 minutos de atividade vigorosa, sempre entre 50% e 70% da capacidade máxima da gestante. Durante a atividade física com as gestantes, o cuidado para não cansá-la é essencial e deve ser uma preocupação constante do profissional; a parte mais "forte" da aula (parte aeróbia) deve ser de no máximo meia hora e a freqüência cardíaca não deve exceder a capacidade média individual de cada aluna. Evitar o aumento na temperatura corporal (evitando lugares muito quentes e água no máximo a 32 graus no inverno). Durante a atividade física, a temperatura do corpo tende a subir; se o ambiente ou a água estiverem muito quentes poderá ocorrer na gestante uma hipertermia (excesso de calor). Além disso, deve-se evitar roupas muito pesadas ou quentes. Ressalta-se que as diferenças ambientais e climáticas também devem ser levadas em consideração, bem como a época do ano: inverno ou verão. Em São Paulo, por exemplo, a temperatura da água pode ser mais elevada, por volta dos 31 graus no inverno e 29 no verão; já no Nordeste, deve ser mantida em no máximo 28 graus no inverno e 26 no verão. Evitar a perda hídrica durante a atividade física (bebendo água antes, durante e após as atividades). Realizar as atividades de 2 a 3 vezes por semana, no mínimo, com duração de no máximo 90 minutos. Evitar exercícios em gestantes que tenham riscos comprovados pelo obstetra responsável. Por isso, a necessidade da prescrição médica já mencionada. Parar as atividades assim que a gestante apresentar algum sintoma fora do comum. A gestante deve ser orientada a respeitar seu próprio corpo e acatar a posição do médico com relação às atividades liberadas. Qualquer sintoma incomum ou fora dos padrões normais deve ser imediatamente comunicado pela gestante ao profissional que deve aconselhá-la a fazer essa comunicação imediatamente ao médico. Estar sempre controlando a freqüência da gestante, através de equipamentos específicos. Caso não possa contar com essa tecnologia, o profissional deve controlar as gestantes pela tomada constante da freqüência, pela própria aluna ou pelo Percept Test (observação do rosto da aluna, vendo se está com expressão cansada ou assustada). Temos ainda o Talking Test: por meio de uma ou duas perguntas, o profissional avaliará pela forma da resposta se a gestante está ofegante ou não.

Os exercícios vão, necessariamente, auxiliar para que o parto mais fácil, contribuindo de várias maneiras: melhora na circulação sangüínea; ampliação do equilíbrio muscular; redução do inchaço; alivio nos desconfortos intestinais; diminuição de câimbras nas pernas; fortalecimento da musculatura abdominal, e facilidade na recuperação pós-parto. Objetivos Verificar a quantidade de profissionais médicos que indicam atividades físicas as suas pacientes gestantes. Relacionar as atividades físicas sugeridas por estes profissionais. Verificar qual o tipo de atividade física recomendada pelos profissionais médicos as gestante. Quantificar os benefícios proporcionados pela atividade física em gestantes. Descobrir até que ponto a atividade física não interfere no desenvolvimento do feto. Metodologia Para a elaboração deste trabalho de pesquisa, utilizamos, livros, revistas, artigos de Internet, folders especializados na área de atividade física para gestantes e através de um questionário, pré-elaborado, e encaminhado à 08 profissionais médicos da área de Ginecologia e Obstetrícia da Cidade de Araçatuba - SP. Resultados Quando questionados sobre se indicavam atividades físicas no período de gestação todos os entrevistados afirmaram que sim, diferindo somente no que se refere ao período de início das atividades, 20% deles relataram que indicam atividades físicas no primeiro e no terceiro trimestre da gestação e 60% deles afirmam indicarem atividades físicas com o início no segundo trimestre de gestação (gráfico I). As atividades recomendadas pelos entrevistados (gráfico II) foram: hidroginástica 50%, caminhada 30%, hidroterapia/alongamento 10% e musculação/esportes coletivos 10%.

Gráfico I: Período em que os médicos indicam para o início das atividades. Gráfico II: Tipo de atividade física recomendada pelos médicos para as gestantes. 87% dos entrevistados observa diferença no parto de gestantes que praticaram atividades físicas durante o período de gestação. As diferenças relatadas (gráfico III), foram: 30% tiveram uma recuperação mais rápida, 20% apresentaram benefícios psicológicos, 20% aumento no tônus muscular, 10% na pressão abdominal, 10% relaxamento muscular e 10% na abertura de bacia. Os profissionais médicos entrevistados relataram, ainda, que as gestantes que praticavam atividades físicas durante o período gestacional ganhavam menos peso, em média de 9 kg, as que não praticavam atividades físicas ganhavam em média 15 kg durante este período. Quando questionados, se após o parto estas mulheres voltavam ao peso de antes da gestação afirmaram que: das mulheres que praticavam atividades físicas depois de 6 meses o peso já era igual ao peso de antes do período de gestação. Nas mulheres que não praticaram atividades físicas durante o período de gestação os mesmos afirmaram que a maioria delas, não voltou ao peso de antes do período de gestação.

Gráfico III: Benefícios do exercício físico para as gestantes. Todos os entrevistados afirmaram não existir nenhuma relação quanto a diferenças no peso dos recém nascidos das praticantes e das não praticantes de atividades físicas. Conclusões Os profissionais médicos, que tratam das mulheres no período de gestação, estão extremamente conscientes dos benefícios do exercício físico neste período. Que a atividade física, neste período, auxilia para que as mulheres não ganhem muito peso, possibilitando um retorno mais rápido ao peso de antes do período de gestação. Existe a necessidade de se formar profissionais, da área de Educação Física, especializados para o trabalho com estas mulheres. Exercícios físicos, na maioria das vezes, precisam ser modificados para sua aplicação em mulheres, principalmente no período de gestação. Bibliografia ARNONI, A.S.; ANDRADE, J.; ESTEVES, C.A,. Tratamento com métodos intervencionistas nas gestantes - escolha do momento. Cap. 118, p 1038-42, SOCESP Cardiologia 2ª ed, Atheneu, São Paulo, Souza. AGMR e Mansur A.J., 1996. ARTAL, R.; WISWELL, R.: Exercícios na gravidez, Manole, 1986. BARROS.T.L; GHORAYEB, N. Exercícios, Saúde e Gravidez - in: O Exercício - Preparação Fisiológica, Avaliação Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. Ed. Atheneu, 1999. HANLON, T.W. Ginástica para Gestantes - O Guia Oficial da YMCA para Exercícios pré-natais. Manole, 1999. MITTELMARK, R.A.; DOREY, F.J.; KIRSCHBAUM, T.H.. Effect of maternal exercise on pregnancy outcome. In: Exercise in pregnancy. 2ª ed, Williams & Wilkins, Baltimore, p. 9-29, 1991. PIRIE, L.B.; CURTIS, L.R. El deporte durante el embarazo. Buenos Ayres, Editorial Medica Panamericana, 1989, 220p. ROMEN, Y.; MASAKI D.I.; MITTELMARK, R.A. : Physiological and endocrine adjustment to pregnancy. In Exercise in pregnancy. 2ª ed, Williams & Wilkins, Baltimore, p 9-29, 1991.

SKINER, J.S. Prova de Esforço e Prescrição de Exercício Físico para casos específicos - Bases Teóricas e Aplicações Clinicas. Revinter, 1991.