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Transcrição:

Anais ISSN online:2326-9435 XXIII SEMANA DE PEDAGOGIA-UEM XI Encontro de Pesquisa em Educação II Seminário de Integração Graduação e Pós-Graduação A IMPORTÃNCIA DO ESPAÇO PARA O DESENVOLVIMENTO PROTAGONISTA DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Formação de professores e intervenção pedagógica SOUZA, Ravelli Henrique ravelli_28@hotmail.com SIQUEIRA, Ana Claudia de anacsiqueira2015@gmail.com OLIVEIRA, Marta Regina Furlan de marta.furlan@yahoo.com.br Universidade Estadual de Londrina INTRODUÇÃO Apesar de ser uma prática antiga em muitos países, no Brasil, a organização dos espaços em sala de aula, nos Centros de Educação Infantil, ainda não recebeu um olhar mais atento dos professores. Talvez isso ocorra por falta de uma compreensão em relação a boa estruturação desse espaço que promove o desenvolvimento cognitivo e auxilia na formação da personalidade da criança. Nesse contexto, os estudos apresentados neste trabalho ressaltam a importância de o professor reconhecer a organização do espaço em creches como fator gerador de oportunidades para o amplo desenvolvimento das crianças, para o protagonismo infantil e para a aquisição de conhecimentos pela criança. Um ambiente capaz de promover a interação com outras crianças, o envolvimento com o meio, a participação e trocas de experiências culturais propicia, desse modo, o desenvolvimento da criatividade e da autonomia infantil. Para Zabalza, (1998, p. 241), o espaço é um acúmulo de recursos de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Justamente por isso é tão importante a organização dos espaços de forma tal que constituam um ambiente rico e estimulante de aprendizagem. É fundamental que o professor esteja preparado no sentido de compreender a importância da organização do espaço escolar em que a criança está inserida, para que esta possa internalizar as experiências

ali vivenciadas, pois o ambiente interfere, de forma direta, no processo de desenvolvimento da aprendizagem, além de ser um segundo educador. Quando o professor está ciente da importância de um espaço organizado para a promoção de uma inter-relação eficiente e produtiva entre ambiente e aprendizagem, este pode propiciar situações lúdicas e inúmeras outras atividades, na rotina da educação infantil, a fim de favorecer um ambiente impulsionador para as descobertas, para a alegria, para a interação e, principalmente, para as aventuras fascinantes que envolve a aprendizagem e desenvolvimento de criança desde a mais tenra idade. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo principal discutir a organização do espaço em Creches e, para tal, buscou entender a concepção de infância, de criança e de desenvolvimento/aprendizagem, além de investigar a importância do arranjo espacial dos cantos pedagógicos em creches e, sua contribuição no processo de aprendizagem e desenvolvimento no universo da pequena infância. Há, cada vez mais estudos voltados para o tema aqui proposto, assim, é com base nesse fato que justificamos a investigação a que nos propusemos, ou seja, a confirmação de que um ambiente organizado constitui o fator facilitador do desenvolvimento integral da criança, pois propicia a internalização do aprendizado e o desenvolvimento da criatividade e da autonomia. Nesse sentido, o estudo tem como base a seguinte questão-problema: Como os profissionais de Educação Infantil podem organizar o espaço da creche de forma a identificar, em seu cotidiano, aspectos positivos e negativos na disposição do ambiente, de modo a detectarem elementos que auxiliam no planejamento de atividades que propiciem aprendizagem e o máximo desenvolvimento das crianças? O estudo, aqui apresentado, caracteriza-se como pesquisa bibliográfica. Para Marconi e Lakatos (2006, p. 71), a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras. Desta maneira, o trabalho está dividido em duas partes: A primeira parte apresenta a concepção de infância, de criança, de aprendizagem e de desenvolvimento; a segunda parte discute a organização do espaço na creche: cantos pedagógicos e a ação protagonista da criança. Por fim, são apresentadas as considerações finais levando em consideração que, a partir do momento em que o professor se torna ciente de que a organização do espaço, na sala de referência, é de fundamental importância para a promoção desenvolvimento da criança, ele deve buscar meios que possibilitem adequar, da melhor forma possível, a estrutura espacial na qual as crianças estão inseridas à rotina diária.

1 A APRENDIZAGEM E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO UNIVERSO DA PEQUENA INFÂNCIA Compreender a criança como um ser em desenvolvimento, capaz de aprender desde o seu nascimento, é o primeiro passo para se pensar a formulação de um trabalho que esteja totalmente voltado para atender suas necessidades. A infância, período que não se repetirá em outra etapa da vida de qualquer indivíduo, constitui um solo extremamente fértil para a assimilação de estímulos que serão fundamentais para a apropriação do conhecimento e o desenvolvimento das habilidades humanas. Durante o período da infância, a criança é livre para brincar e, por meio das brincadeiras, vai construindo sua personalidade e internalizando conceitos que são absorvidos desde os primeiros anos de vida. Quando uma criança brinca com seus amiguinhos, graças à interação propiciada por essa atividade, aprende a negociar, a ter empatia, avaliar riscos, resolver problemas, desenvolver a criatividade e a imaginação, respeitar o outro e buscar e oferecer estímulos que lhe darão suporte para a formação de sua personalidade adulta. Sarmento e Pinto (1997) diferenciam os conceitos de criança e infância, com definição e delimitação em duas categorias: Infância, como categoria social que assinala os elementos de homogeneidade deste grupo minoritário, e as crianças, como referentes empíricos cujo conhecimento exige a atenção aos fatores de diferenciação e heterogeneidade, afigura-se não como uma redundância ou uma sutileza analítica, mas como uma necessidade incontornável na definição de um campo de estudos ou investigações (SARMENTO e PINTO, 1997, p.24). Assim, percebe-se a necessidade de se definir, separadamente, criança e infância. Varela e Alvarez-Uria (1992, p. 69) apresentam a seguinte definição: a criança, tal como a percebemos atualmente, não é eterna nem natural; é uma instituição social de aparição recente ligada a práticas familiares, modos de educação e, consequentemente, a classes sociais. Para Vygotsky, Luria e Leontiev (2010) a criança é um sujeito ativo, atento, que, constantemente, cria hipóteses sobre seu ambiente, assim, os autores consideram o meio como fator que interfere, diretamente, no processo de desenvolvimento. Os estudiosos defendem que, por meio da interação social, a criança entra em contato com elementos que são mediadores, dos quais fará uso para a criação de processos mentais que lhe proporcionarão desenvolvimento.

É importante reconhecer que, historicamente, é recente a valorização do ser criança, que não encontrava papel de destaque na antiguidade, assim, não tinha seus direitos, como cidadão, respeitados. A criança era percebida, conforme descreveu o filosofo Jean Jacques Rousseau, como um adulto em miniatura, que, inclusive, ingressava cedo no mundo do trabalho, ou seja, assim que seus pais ou tutores julgassem que ela já tivesse condições de executar determinada tarefa. Nos dias atuais, infelizmente, ainda é possível constatar, em muitas regiões do Brasil, devido a diversos fatores, a existência de crianças que perdem sua infância para o maligno sistema de trabalho infantil. No Brasil, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, que foram fixadas pela Resolução nº 5 (2009), apresentam o seguinte conceito de criança: Sujeito histórico e de direitos que nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia constrói sua identidade pessoal e coletiva brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade produzindo Cultura (BRASIL, 2009, p.12). Aos profissionais da educação cabe a responsabilidade de identificar, nas instituições onde exercem sua prática pedagógica, qual a definição de criança adotada pela escola, com base no Projeto Político Pedagógico. Além disso, deve estar ciente de que poderá encontrar divergências de pensamento, assim, deve se amparar nos fundamentos éticos e oficiais que garantem à criança o direito de ser respeitada em sua ampla concepção. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação infantil (2009), as Propostas Pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades; Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática e Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais (BRASIL, 2009, p.16). Amparado pelo que exigem os documentos oficiais, o professor deverá, então, ser capaz de elaborar uma proposta de trabalho que atenda, de forma eficaz, suas intenções pedagógicas. Nesse sentido, a criança precisa ser percebida nas suas especificidades físicas afetivas, cognitivas, sociais e religiosas, de forma integral e coerente com o desenvolvimento psíquico infantil, uma vez que, segundo as diretrizes curriculares para a educação infantil, a

criança é um sujeito histórico e de direitos e nas interações, relações e práticas cotidianas vivências e constrói sua identidade pessoal [...] (BRASIL, 2009, p.12). Com base nessas definições de criança e infância, o professor pode organizar um ambiente físico e social de qualidade para a criança, ou seja, um espaço adequado ao trabalho pedagógico, que seja promotor de seu desenvolvimento e protagonismo infantil. Desse modo, para que possa realizar um trabalho eficiente, o educador não pode ignorar as características dessa etapa primordial da vida do indivíduo, bem como as especificidades da criança no universo da pequena infância. Entretanto, cabe ressaltar que durante muito tempo, a educação para crianças não recebeu a devida atenção, quer das autoridades, quer dos profissionais, pois se limitava, simplesmente, aos cuidados básicos da rotina diária. Atualmente, garantida por lei, a educação da criança pequena integra o sistema público e faz parte da primeira etapa da educação básica. De acordo com o Manual de Orientação Pedagógica, as interações e a brincadeira são consideradas eixos fundamentais para se educar, com qualidade (BRASIL, 2012, p.60). Gouvêa (2002) salienta que a visão de que a criança deveria ocupar lugares diferentes em relação à sociedade adulta instigou a construção de saberes sobre a infância: como as crianças pensavam, como compreendiam o mundo, como se relacionavam com outras crianças e com outros adultos, como se tornavam adultos? A partir daí a ciência começou a investigar como a criança se desenvolve. Assim, ao se perceber que todos os acontecimentos que integram o cotidiano da criança servem ou colaboram para estruturar sua formação psíquica, atentou-se para a qualidade do processo educativo, isto é, para a prática pedagógica desenvolvida nos estabelecimentos de Educação Infantil. Um ambiente capaz de fornecer à criança infinitas possibilidades de aprendizagem, em sua rotina diária, irá contribuir, na mesma intensidade, para o processo de desenvolvimento da mesma. Desse modo, como a infância é uma importante etapa na vida da criança, para atuar na educação infantil, o profissional necessita compreender a importância de seu papel na mediação do processo de ensino, de modo a despertar um desenvolvimento capaz de tornar a criança um ser autônomo, independente, crítico, criativo e social. Para Kramer, (2003), o professor deve: Tomar a realidade das crianças como ponto de partida para o trabalho, reconhecendo sua diversidade; Observar as ações infantis e as interações entre as crianças, valorizando essas atividades; Confiar nas possibilidades que todas as crianças têm de se desenvolver e aprender, promovendo a

construção de sua autoimagem positiva; Propor atividades com sentido, reais e desafiadoras para as crianças, que sejam simultaneamente significativas e prazerosas, incentivando sempre a descoberta, a criatividade e a criticidade; Favorecer a ampliação do processo de construção dos conhecimentos, valorizando o acesso aos conhecimentos do mundo físico e social; Enfatizar a participação e a ajuda mútua, possibilitando a construção da autonomia e da cooperação (KRAMER, 2003, p 38). Assim, é fundamental que o professor compreenda a importância de propiciar um ensino que seja estimulador das funções psíquicas. Desta maneira, para que o ensino aconteça, o professor deve pensar sua ação docente ciente de que ele é o mediador do processo de ensino-aprendizagem, e, para que possa conseguir explorar todo o potencial cognitivo de seu aluno, precisa identificar os saberes prévios, oriundos de sua realidade cultural, que o mesmo traz consigo, de modo a alcançar a maior eficácia possível no trabalho pedagógico com a criança. 2 A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO NA CRECHE: CANTOS PEDAGÓGICOS E A AÇÃO PROTAGONISTA DA CRIANÇA Considerando-se que os cantos pedagógicos são promotores de autonomia e do máximo desenvolvimento das crianças, pois não adianta somente organizar o espaço, mas é necessário que o mesmo permita a movimentação das crianças e a descentralização do adulto, tem-se como objetivo refletir sobre a maneira mais adequada de se organizar os arranjos espaciais na sala de referência da creche, no sentido de viabilizar uma proposta educativa que esteja em sintonia como o bem-estar da criança e, de acordo com as intenções pedagógicas do ensino para crianças de 0 a 5 anos. De tantos arranjos espaciais na educação infantil, apresentamos como possibilidade emancipatória de organização do espaço, os conhecidos os cantos pedagógicos que, quando bem planejados, podem contribuir efetivamente no processo protagonista de crianças pequenas. Um ambiente rico valoriza desde a brincadeira mais simples até o aperfeiçoamento da linguagem como um todo, no processo educativo, promovendo a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. Nesse tipo de trabalho, o professor não precisa prender a atenção de todos, pois o próprio espaço se incumbe disso, proporcionando à criança autonomia de ação, enquanto potencializador dos interesses, desejos e curiosidades infantis. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, apresentam a seguinte justificativa para esse tipo de arranjo espacial:

[...] é que o mesmo favorece mais as interações dos grupos de crianças e melhor o oriente ao redor de um foco, permitindo a elas oportunidades de escolha. Esses cantinhos podem ser fixos ou arrumados a cada dia, segundo a programação do professor ou as sugestões das crianças (BRASIL, 2009, p.33-34). Assim, fica claro que o objetivo dos cantos pedagógicos é proporcionar ações organizadas que incentivem a autonomia da criança, o que favorece o desenvolvimento de forma abrangente dentro da sala de aula, graças a uma ação educativa intencional, com base em uma concepção formadora. A organização do espaço, em creches, deve suprir as necessidades biológicas, psicológicas, sociais e históricas das crianças, considerando-se as características pessoais, a cultura, o estilo de vida, a faixa etária e o desenvolvimento psíquico de cada uma delas. Nono (2011) salienta que essa nova organização leva em conta três partes da sala de aula: o chão, o teto e as paredes. Para a autora (2011): Em cada uma dessas partes, elas enxergaram possibilidades de garantir experiências interessantes e desafios para as crianças, por meio do uso de divisórias de diversos tamanhos e em diversas alturas, caixas de papelão recortadas e transformadas, brinquedos, canaletas para as crianças passarem por dentro, muretas para impedi-los de seguir em frente e obrigá-los a experimentar outros trajetos, cortinas, espelhos e móbiles (NONO, 2011, p.3). Assim, os espaços ficam mais atraentes e estimuladores para as crianças pequenas, além disso, é aproveitada toda a estrutura da sala de aula, inclusive os cantos, que, normalmente, são excluídos pelos professores. Entretanto, não se pode esquecer que o problema não está relacionado apenas à falta de vontade dos professores, pois, muitas vezes, estes desejam reorganizar os espaços, mas carecem de apoio e recursos da equipe gestora da escola ou a instituição apresenta condições inadequadas. Além disso, em muitos casos, a formação do professor o impede de pensar na organização da sua sala em termos de arranjo espacial semiaberto. Para Nono (2011, p. 7), os ambientes infantis devem estar organizados de modo a promover o desenvolvimento da identidade pessoal de cada criança, o desenvolvimento de diversas competências e oportunidades para o contato social e privacidade. Quando bem organizados e planejados, os espaços e cantos pedagógicos possibilitam a realização de um trabalho didático construtivo, prático e eficiente, para o desenvolvimento de interações

dinâmicas que dão luz a novas possibilidades e amplificam o processo pedagógico em relação ao ensino e aprendizagem. O espaço é como uma estrutura de oportunidades e contexto de aprendizagem e de significados (ZABALZA, 1998, p. 236). Assim, em espaços bem planejados, a criança tem a possiblidade de explorar e interpretar conhecimentos aprendidos, estabelecer relações significativas e ampliar seu universo de aprendizagem. Nesse sentido, a atenção aos modos como organizamos os espaços na educação infantil, pode ser um grande diferenciador do trabalho pedagógico, uma vez que as crianças pequenas revelam, em relação ao espaço circundante, uma sensibilidade perceptiva e uma competência inatas e de nível extremamente elevado e que são polissêmicas e holísticas (RINALDI, 2012, p. 154). Assim, qualquer canto pode ser organizado para propiciar atividades de aprendizagem, utilizando-se materiais de baixo custo que não oferecem perigo aos pequenos. Com esses materiais disponíveis em um canto, pode-se: estimular a socialização de crianças de diferentes faixas etárias; conhecê-las por meio da observação, pois, nesses momentos, a criança entra em contato com seu mundo imaginário, assim, suas ações deixam transparecer suas vivências; e propiciar a ampliação de sua capacidade de interação com o meio. Assim, cabe ao professor saber organizar, adequadamente, o espaço, para que não haja poluição visual e para que as crianças se sintam estimuladas a brincar nos cantos oferecidos. É importante que os cantos sejam frequentemente trocados, conforme o interesse das crianças, desse modo, o professor deve ficar atento e observar como cada um reage diante da ocupação do ambiente e interage na situação da brincadeira. Nesse sentido, segundo Zabalza (1998, p. 237), a forma de organização do espaço e a dinâmica que for gerada da relação entre os seus diversos componentes irão definir o cenário das aprendizagens. Além disso, é interessante promover também atividades em espaços abertos, onde as crianças possam ver e ter contato com a natureza, o que estimula os sentidos de uma maneira mais ampla, pois as mesmas são instigadas a ter contato com objetos e lugares diferentes e identifica-los. É, desse modo, fundamental propiciar sempre experiências diversificadas para que as crianças não percam o interesse, e, para tal, deve-se usar símbolos que chamem a atenção e disponibilizar um ambiente organizado para recebê-las. Dessa forma, a organização deve estar relacionada com a diversificação dos espaços, que devem estimular a atenção das crianças, de forma que as mesmas se sintam atraídas pela proposta oferecida por meio dos cantos pedagógicos. Um espaço adequadamente organizado

proporciona às crianças formas dinâmicas de aquisição e internalização de conhecimentos, o que favorece o processo de desenvolvimento integral e o protagonismo infantil. É fundamental que o professor perceba que o ambiente no qual a criança está inserida tem a importante função de oferecer, de acordo com sua organização, oportunidades para o amplo desenvolvimento dos pequenos. O ambiente deve ser capaz de promover a interação com outras crianças, o envolvimento com o meio, a participação e trocas de experiências culturais, o que estimula a criatividade e a autonomia. Assim, o professor deve estar preparado, ou seja, deve ter conhecimentos específicos que o auxiliem a compreender a importância da organização do espaço e as maneiras de como organizá-lo, de modo a favorecer às crianças a internalização das experiências ali vivenciadas, pois o espaço interfere, de forma direta, no processo de desenvolvimento da aprendizagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse texto objetivou realizar uma revisão bibliográfica sobre a importância da organização do espaço em creches, dando ênfase ao desenvolvimento do protagonismo infantil via cantos pedagógicos. Foram apresentados argumentos que defendem que o olhar do professor deve estar voltado, atentamente, para esse aspecto. Um espaço organizado de forma adequada proporciona às crianças formas dinâmicas de apropriação e internalização do conhecimento, graças a uma rotina organizada que favorece o processo de desenvolvimento da autonomia com maior eficácia. Constatou-se, com base em estudiosos pesquisados, que o processo de ensinoaprendizagem, na educação infantil, é de extrema importância, pois esta é a primeira etapa da educação básica, fase em que as crianças terão a oportunidade de adquirir o conhecimento por meio de um trabalho organizado e intencional do professor. O ambiente e o espaço estão explicitamente interligados, pois, para que haja ambiente, necessita-se de um espaço, e é no espaço que acontece o ambiente, no qual se concretizam as relações interpessoais, ou seja, entre professor e criança e criança-criança. Assim, fica claro que a sala de aula é um espaço que precisa ser organizado de maneira que proporcione situações para que as crianças se desenvolvam e aprendam de maneira efetiva e intencional. O desenvolvimento da criança só se dará a partir do momento em que o professor atuar como mediador do processo ensino-aprendizagem, tendo a responsabilidade de ser um bom profissional, que investe na formação continuada para que possa criar ambientes lúdicos

e permitir situações de brincadeiras, nas quais as crianças irão aprender a desenvolver sua identidade pessoal e a autonomia. Pode-se concluir que as creches e as escolas de educação infantil, ao serem construídas, devem levar em conta que serão ocupadas e utilizadas por crianças. Assim, devese levar em consideração a realidade do bebê e/ou da criança que utilizará o espaço e com ele estabelecerá uma relação de aprendizagem. Desse modo, esses espaços devem ser pensados e planejados para serem lugares de aprendizagem. Este trabalho teve o intuito de contribuir, significativamente, para desenvolvimento de uma nova percepção em relação ao espaço da educação infantil, de modo a estimular os professores a pensarem e organizarem o trabalho pedagógico visando à autonomia e emancipação dos pequenos. REFERÊNCIAS BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil, Resolução nº 5, de (17 de dezembro de 2009, p.12). BRASIL. Ministério da Educação/Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. RESOLUÇÃO N. 5, de 17 de DEZEMBRO DE 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: 2009. BRASIL, MEC. Manual de Orientação Pedagógica: Brinquedos e Brincadeiras de Creches. 2012. DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, Editora Artes Médicas do Sul. 2010. GOUVÊA, M. C. S. Infância, sociedade e cultura. Em A. Carvalho & F. Salle s & M. Guimarães (Org..), Desenvolvimento e aprendizagem (p. 13-29). Belo Horizonte: Editora da UFMG. 2002. KRAMER, Sônia. A Infância e sua Singularidade. In: BRASIL. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. MARCONI, Marina de A. & LAKATOS, Eva. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006. NONO, Maébi Anabel. Organização do temo e do espaço na educação infantil: pesquisas e práticas. UESP Instituto de Biociências, Leras e Ciências Exatas. Departamento de Educação. São José do Rio Preto, 2011.

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