O papel da prosódia no processamento mental de frases: teste perceptivo de Self- Paced Listening em Português Europeu.



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Transcrição:

O papel da prosódia no processamento mental de frases: teste perceptivo de Self- Paced Listening em Português Europeu. Aline Alves Fonseca * 1. Introdução Nosso trabalho analisa a realização prosódica, em Português Europeu (PE), de frases com ambiguidades estruturais temporárias, conhecidas na psicolinguística como sentenças Garden-Path (Frazier, 1979). Tais estruturas possuem um SN em posição ambígua que pode ser erroneamente interpretado como Objeto Direto do verbo antecedente, mas que é, na verdade, Sujeito do verbo seguinte, como em: (1) Enquanto Gil caçou os coelhos correram pelo bosque com medo. Na primeira leitura em voz alta das frases, sem que se tenha havido um contato anterior ou uma leitura prévia, os leitores tendem a realizar uma fronteira de sintagma entoacional (doravante I) logo após o SN ambíguo (sublinhado), ligando-o como objeto direto do verbo precedente. Este efeito de aposição errada é chamado efeito Garden- Path (GP) e é previsto, sobretudo, pelo princípio síntatico Late Closure (LC), usado pelo nosso processador mental de sentenças (parser). LC prevê que os novos elementos que vão sendo encontrados em uma sentença devem ser apostos ao sintagma que estiver sendo correntemente processado. Na segunda leitura da sentença, os leitores fazem a reanálise do material sintático, pois percebem que o SN ambíguo não pertence ao SV anterior. Na realização sonora, fazem o fechamento antecipado do SV, sem a inclusão do SN, produzindo uma fronteira de I logo após o verbo. Desta maneira, o SN ambíguo fica livre da associação com o verbo precedente e pode ser aposto, acertadamente, como argumento externo do verbo que se segue. Os aspectos prosódicos, tanto da leitura errônea (que chamaremos de Leitura GP) quanto da leitura de Reanálise de um conjunto experimental de 24 sentenças do tipo Garden-Path foram analisados a partir de um teste de produção com 12 informantes do PE (falantes nativos de Lisboa). Os parâmetros utilizados na análise acústica foram: a divisão em constituintes prosódicos hierárquicos (Nespor & Vogel, 1986; Frota, 2000), * Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da FaLe/UFMG. Bolsista Capes. Email: alineafon@yahoo.com.br

a marcação entoacional (Pierrehumbert 1980; Frota 2000) e os efeitos de duração associados à fronteira de I que se forma no trecho ambíguo (Frota 2000). Verificamos que a realização prosódica das leituras GP e de reanálise, no PE, diferem entre si, principalmente, no que diz respeito ao local da marcação da fronteira de I e no número de acentos de sintagmas fonológicos (φ) atribuídos. Na leitura GP, o acento tonal H+L* recai sobre a sílaba tônica do SN ambíguo (95% de ocorrência) e é seguido por um tom fronteira do tipo H% (72,7% de ocorrência). Os informantes realizaram cerca de 31 acentos de φ. Na leitura de reanálise, o acento tonal H+L* recai sobre a sílaba tônica do primeiro verbo (a ocorrência deste acento cai para 72,7%) e é seguido por um tom fronteira H% (a ocorrência se mantém, 72,7%). O número de acentos de φ também cai, ocorrendo 19 vezes. Com relação aos dados acústicos de duração, medimos as sílabas tônicas e póstônicas em posição de fronteira de I. Tal medição foi feita comparando a ocorrência da sílaba em questão em posição de fronteira e não-fronteira proporcionalmente a um trecho idêntico da frase em sua primeira e segunda leitura. Encontramos uma média de duração significativamente maior para as sílabas pós-tônicas independentemente da ocorrência de pausas (média Pós-Tônicas front.: 16,29% média Pós-Tônicas nãofront.: 9,06% / teste t das médias de %, p= 0,001). O alongamento da sílaba tônica, apesar de ter ocorrido, não foi estatisticamente significativo. Com os dados obtidos, concluímos que os falantes marcam prosodicamente a interpretação que projetam para uma dada estrutura sintática. Encontramos um padrão prosódico entoacional que se mantém na marcação de fronteiras de I no PE. Esse padrão apenas confirma as predições feitas por Frota (2000) para a boa formação de Is no PE Standard. 2. O teste perceptico Self-Paced Listening Uma vez constadada as diferenças prosódicas na mudança de interpretação dos leitores, partimos para a aplicação de um teste perceptivo para verificarmos se a prósodia na leitura de sentenças ambíguas do tipo Garden-Path pode conduzir a interpretação de ouvintes quanto a estruturação sintática das sentenças. Para tanto, criamos um corpus com 75 frases ambíguas divididas em 3 condições experimentais (EC, SW e LC) e realizadas em duas leituras diferentes: (i) a prosódia é incongruente com a estrutura sintática (Leitura GP) e (ii) a prosódia é congruente com a sintaxe

(Leitura Reanálise). Vejamos alguns exemplos (o símbolo I% mostra a mudança da fronteira prosódica de I da leitura GP para a leitura de reanálise e as / mostram a divisão das frases nos fragmentos que foram apresentados aos ouvintes): Leitura GP: Frag_1 Frag_2 Frag. crítico Frag_4 (2a) frase EC Enquanto Gil caçava / os coelhos I%/ correram pelo bosque / com medo. (2b) frase SW Enquanto Gil caçava/ o arado I%/ bloqueou a passagem / da quinta. (2c) frase LC Enquanto Gil caçava I% / os coelhos / acertou o cachorro / do vizinho. Leitura Reanálise: (3a) frase EC Enquanto Gil caçava I% / os coelhos / correram pelo bosque / com medo. (3b) frase SW Enquanto Gil caçava I%/ o arado / bloqueou a passagem / da quinta. (3c) frase LC Enquanto Gil caçava / os coelhos I%/ acertou o cachorro / do vizinho. As frases experimentais foram lidas por uma leitora portuguesa fonologicamente treinada para marcar os dois tipos de leituras com pistas prosódicas similares àquelas encontradas nas leituras espontâneas do teste de produção. As frases na condição EC são assim chamadas porque precisam de uma fronteira antecipada (Early Closure) para que a ambiguidade não ocorra; as frases SW (Semantic Weak) possuem um SN semanticamente incompatível de ser OD do primeiro verbo; e as frases LC (Late Closure) não são ambíguas, o SN do Frag_2 é o OD do verbo precedente, e a posição de sujeito é preenchida pelo sujeito da primeira oração que está elíptico. O teste perceptivo que aplicamos é de metodologia amplamente utilizada em estudos psicolinguísticos, chamado Self-Paced Listening (Rayner & Clifton, 2002 e Ferreira et al, 1996). Na técnica de SPL, controlamos a quantidade de texto (falado) que o informante pode ouvir de cada vez. Quando o informante termina de ouvir um trecho, ele aciona um botão e o próximo trecho é apresentado. O programa usado na apresentação da tarefa registra o tempo gasto pelo informante para acionar o botão e chamar o trecho seguinte. Em nosso experimento, os 150 itens experimentais (75 frases X 2 leituras cada) foram divididos em 4 fragmentos para audição, como apresentado nos exemplos (2) e (3) acima. Em hipótese, se a prosódia conduzir a concatenação sintática das sentenças no momento do processamento, o tempo de reação ao fragmento crítico (tempo que o ouvinte vai demorar para acionar o botão e chamar o fragmento seguinte) será maior na audição dos fragmentos críticos da leitura GP do que na audição dos fragmentos da

leitura de reanálise. Isso porque a fronteira de I após o SN (Frag_2) faz com que este seja aposto ao verbo do Frag_1 como seu OD, quando o leitor se deparar com um verbo sem sujeito no fragmento crítico, terá que refazer a estrurura sintática (que foi direcionada pela prosódia) e desligar o SN do primeiro fragmento para poder interpretálo como sujeito do verbo presente no frag. crítico. Nosso experimento foi aplicado, individualmente, a 60 informantes portugueses que ouviam cada trecho das frases com fones de ouvido do tipo concha e chamavam o trecho seguinte acionando um botão em um joystick ligado ao notebook. 3. Resultados e Conclusões Vejamos abaixo um resumo das médias dos tempos de reação ao fragmento crítico, no teste perceptivo SPL, separados pelas 3 condições de teste e pelas 2 leituras: TR (tempo de reação) do Fragmento Crítico - Condições GP, SW e LC (I) Condição (J) Condição Médias de TR (ms) Diferença das médias(i-j) p-valor (anova) Cond.EC Leitura GP 1446,4 Cond. EC Leitura Re 1370,61 Cond.SW Leitura GP 1399,71 Cond. SW Leitura Re 1358,41 Cond. LC Leitura GP 1480,99 Cond. LC Leitura RE 1339,58 75,79 0,013 41,3 0,155 141,41 0,001 A diferença positiva e estatisticamente significante para as médias de TR das frases nas condições EC e LC, nas leituras GP e de reanálise, mostram-nos que a marcação prosódica feita na leitura de reanálise atuou no momento do processamento evitando a entrada do ouvinte no efeito Garden-Path, diminuindo o tempo de reação ao fragmento crítico. Por outro lado, a marcação prosódica da leitura GP fez com que os ouvintes cometessem um engano na concatenação sintática das sentenças, acarretando a necessidade de reanálise da estrutura para sua compreensão, consequentemente, acarretou em um tempo maior de reação ao fragmento crítico. Para a condição SW (Semantic Weak) a diferença não significante entre as médias de TR do fragmento crítico era esperada pois, nesta condição acontece uma antecipação da desambiguação da sentença causada pela incompatibilidade semântica entre o SN ambíguo e o verbo precedente. Tais resultados corroboram a The Rational Speaker Hypothesis, proposta por Carlson et al (2001) que afirma: os falantes são conscientes na execução prosódica e

empregam a entoação de maneira consistente com a interpretação que dão às sentenças e, os ouvintes interpretam a entoação assumindo que o falante não fez tal escolha prosódica sem razão. Referências Biliográficas CARLSON, K., CLIFTON, C. Jr. & FRAZIER, L. Prosodic boundaries in adjunct attachment. Journal of Memory and Language, 45. 2001. pp. 58-81. FERREIRA, F., HENDERSON, J. M., ANES, M. D., WEEKS Jr., P. A., McFARLANE, D. K. Effects of Lexical frequency and Syntactic Complexity in Spoken-Language Comprehension: Evidence from The Auditory Moving-Window Technique. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory and Cognition, 2. vol. 22. 1996. pp. 324-335. FRAZIER, L. On comprehending sentences: Syntactic parsing strategies. PhD dissertation, University of Connecticut. 1979. FROTA, S. Prosody and focus in European Portuguese. Phonological phrasing and intonation. New York: Garland Publishing. 2000. NESPOR, M. & VOGEL, I. Prosodic Phonology. Dordrecht-Holland: Foris Publications. 1986 PIERREHUMBERT, J. The Phonology and Phonetics of English Intonation. PhD Thesis, MIT. 1980. RAYNER, K., & CLIFTON, C., Jr. Language processing. In: MEDIN, D. (Volume Editor) Stevens. Handbook of Experimental Psychology: Memory and Cognitive Processes. Third Edition: Volume 2. New York: John Wiley and Sons, Inc. Copyright John Wiley & Sons, Inc. 2002. pp. 261-316.