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Transcrição:

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - Recurso de Revista Repetitivo nº TST-IRR-1325-18.2012.5.04.0013 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - Existência de risco à saúde e à integridade física dos trabalhadores expostos à radiação ionizante dos aparelhos de raios-x móvel, com vistas ao recebimento do adicional de periculosidade previsto no art. 193 da CLT. A matéria é debatida sobre quatro perspectivas: 1) Técnica; 2) Jurídica; 3) Legal; 4) Econômica.

1) Debate Técnico: O uso de aparelhos móveis de raio-x é seguro, portanto, não representam risco aos trabalhadores e só emite radiação, em níveis baixos, quando ligado. O risco de contaminação é zero, comparáveis aos níveis normais aos quais uma pessoa é exposta diariamente X Apresenta risco à saúde dos operadores e demais pessoas, de acordo com as más condições de utilização nos hospitais. Os profissionais envolvidos nos exames com raio-x móvel ficam de fato expostos a índices que podem causar doenças decorrentes da exposição

2) Debate Jurídico: Em 08/05/2015 foi publicada a Portaria n 595 pelo Ministério do Trabalho e Emprego que introduziu nota explicativa à Portaria 518/2003, à qual expressamente afasta a caracterização da periculosidade em áreas que utilizam equipamentos móveis de Raios X para diagnóstico médico; áreas tais como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de recuperação e leitos de internação, não são classificadas como salas de irradiação em razão do uso do equipamento móvel de Raios X. O objetivo da Portaria foi explicitar o conteúdo e alcance da Portaria n 518/2003 a qual não se aplica aos aparelhos de raio-x móvel, com fundamento no art. 200 da CLT

A Nota Explicativa inserida no Quadro Anexo a Portaria 518/2003, dispõe sobre as atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas, nos seguintes termos: NOTA EXPLICATIVA: 1. Não são consideradas perigosas, para efeito deste anexo, as atividades desenvolvidas em áreas que utilizam equipamentos móveis de Raio X para diagnóstico médico. 2. Áreas tais como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de recuperação e leitos de internação não são classificadas como salas de radiação em razão do uso de equipamento móvel de Raio X.

3) Debate Legal: Tramitação, validade e aplicação da Portaria n. 595, relacionadas: - Atendimento das disposições normativas exigidas na legislação (CF, CLT e NRs) em matéria de segurança e saúde no trabalho (art. 155 e 200 da CLT e Portaria 1.127/2003 comissão tripartite) tramitação regular pelo MTE. - A Portaria atendeu aos pressupostos formais, tendo em vista a competência do MTE, não alterando, nem modificando a Portaria 518/2003, inexistindo extinção de direitos e, portanto, alcançando toda e qualquer situação desde a edição das Portarias 3.999/87 e 518/2003.

4) Debate Econômico: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Recurso de Revista Repetitivo nº TST-IRR-1325-18.2012.5.04.0013 Discussão O trabalho com Raios X não deveria ser caracterizado como perigoso, ensejando o pagamento apenas de insalubridade, quando cabível. Risco à saúde x Risco de vida????

CONCLUSÕES DEFENDIDAS PELA INSTITUIÇÕES HOSPITALARES: - O equipamento móvel de Raios X é utilizado essencialmente quando não é possível transportar o paciente para uma sala de equipamento fixo. - O tempo de exposição utilizado no equipamento móvel de Raios X é ínfimo. - As características técnicas de equipamentos móveis e fixos de Raios X são muito distintas, sendo assim, os critérios de proteção radiológica devem considerar essas diferenças.

CONCLUSÕES DEFENDIDAS PELA INSTITUIÇÕES HOSPITALARES: - As áreas como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de recuperação e leitos de internação são classificadas como área livre, isentas de critérios especiais de proteção radiológica, conforme a normativa técnica. - Quanto à inexistência do uso de EPI plumbífero na utilização do aparelho móvel de Raios X, não há justificativa para tal uma vez que os trabalhadores permanecem em área livre avaliada por levantamento radiométrico.

CONCLUSÕES DEFENDIDAS PELA INSTITUIÇÕES HOSPITALARES: - Quanto ao grau de exposição à radiação X do equipamento móvel de Raios X, não há evidência cientifica acerca dos efeitos biológicos induzidos por radiação ionizante em quaisquer trabalhadores que atuam em locais que utilizam o equipamento móvel de Raios X. - Os profissionais que atuam em áreas tais como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de recuperação e leitos de internação, à exceção do operador do equipamento e, eventualmente, a equipe executora do exame, NÃO são classificados como trabalhadores ocupacionalmente expostos, uma vez que exercem suas atividades em área livre não existindo risco a saúde e integridade física destes trabalhadores.

OBRIGADA! Ana Cristina Marques Cardoso Quevedo XAVIER ADVOGADOS anacristina@xavier.adv.br