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Transcrição:

RESUMO NÃO TÉCNICO (RNT) FASE DE EPDA SETEMBRO 2015 PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA DE MOÇAMBIQUE, ÁREA DELTA DO ZAMBEZE Consultec - Consultores Associados, Lda. Rua Tenente General Oswaldo Tazama, 169 Maputo, Moçambique Telefone: +258-21-491 Fax: +258-21-491-578 Spectrum Geo Ltd Dukes Court, Duke Street Woking Surrey GU21 5BH UK 1 INTRODUÇÃO O Grupo Spectrum é um prestador de serviços sísmicos idóneo dirigidos a clientes à escala global. Este Grupo possui escritórios no Reino Unido, EUA, Noruega, Singapura e Austrália, bem como fornece serviços inovadores, multicliente e de alta qualidade de imagem sísmica. A Spectrum tem uma vasta experiência na realização de pesquisas sísmicas marítimas 2D e 3D em todo o mundo. Recentemente, concluiu um grande projecto de pesquisa 2D na Bacia de Orange, ao largo da África do Sul, sem quaisquer incidentes ou impacto ambiental. No presente momento, o Grupo da Spectrum pretende adquirir em Moçambique dados sísmicos 3D em águas profundas ao largo da costa de Sofala e Zambézia. O levantamento 3D terá uma extensão entre 10 e 15 km 2 e será realizado dentro de uma área de 34 km 2. 2 CONSULTOR AMBIENTAL A CONSULTEC -Consultores Associados, Lda. foi contratada para elaborar os estudos ambientais necessários à solicitação da licença ambiental. A CONSULTEC é uma empresa Moçambicana de Consultoria com sede em Maputo e registada como Consultor Ambiental na Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA) do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER). 3 ENQUADRAMENTO LEGAL No âmbito da Avaliação de Impacto Ambiental do Projecto foi efectuada a identificação e o resumo da principal legislação nacional relacionada com o desenvolvimento de projectos ligados ao sector do petróleo e sobre o meio ambiente aplicáveis ao projecto proposto. Para além dos requisitos regulamentares nacionais moçambicanos foram também identificados e resumidos outros padrões e requisitos internacionais que podem ser pertinentes. 4 ABORDAGEM E METODOLOGIA DE AIA Com base nas disposições no Anexo I do Decreto 45/2004 que regulamenta o processo de avaliação do impacto ambiental, o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) classificou o Projecto como sendo de Categoria A, o que requer uma avaliação do impacto ambiental e social completa. Por consequência, é necessário submeter o Estudo de Pré- Viabilidade Ambiental e de Definição do Âmbito (EPDA) que inclui os Termos de Referência para a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) ao MITADER para a sua aprovação. O EPDA tem como objetivo identificar os principais impactos do projecto, para apresentar pela primeira vez o projecto ao público e para definir os estudos necessários para o EIA. Durante o EIA são feitos estudos mais detalhados, avaliados os impactos e definidas as recomendações para diminuir os Documento de Discussão para a Consulta Pública do Estudo do Estudo de Impacto Ambiental 1

impactos negativos e para aumentar os impactos positivos associados ao projecto. As medidas de recomendações serão posteriormente incluídas no Plano de Gestão Ambiental (PGA) como acções claras e práticas. As conclusões do EIA são novamente apresentadas ao público, numa segunda fase de participação pública, e o relatório do EIA é entregue ao MITADER. Caso o MITADER aprove o EIA, será emitida uma licença ambiental. A entidade responsável pelo projecto terá de cumprir todas as medidas definidas no EIA e no PGA. A consulta pública é uma parte muito importante deste processo e será feita de acordo com os requisitos legais nacionais. O Esboço do Relatório do EPDA estará disponível para comentários durante o período da consulta pública. As preocupações do público recolhidas serão documentadas no Relatório Final do EPDA e tidas em consideração durante a realização do EIA. O concurso abrangeu um total de 15 blocos, correspondentes a uma área total de cerca de 76.800 km 2, no offshore do Rovuma, Zambeze e Angoche, e no onshore em torno da concessão Pande-Temane e das áreas de Palmeira. LOCALIZAÇÃO O Grupo Spectrum propõe-se conduzir um projecto de pesquisa sísmica marítima 3D, no designado Blocos do Delta do Zambeze, numa zona com uma área total de 34 km 2, que pode ser executado de uma forma faseada. As profundidades da água na área de pesquisa estarão compreendidas entre 50 e 2.100 m e as actividades terão lugar, aproximadamente, entre 75 e 80 km de distância da costa. 5 DESCRIÇÃO DO PROJECTO O Instituto Nacional de Petróleos (INP), em nome do Governo da República de Moçambique, fechou, recentemente, a licitação do 5º concurso para a concessão de áreas de pesquisa e produção de hidrocarbonetos. Área dentro da qual se realizará a pesquisa sísmica 3D A operação de pesquisa 3D deverá durar cerca de 6 a 10 meses, dependendo do tamanho final da área a pesquisar dentro da área definida, das condições climatéricas e outros fatores. Será possível dividir as pesquisas em áreas menores para garantir que aquisição não terá lugar em épocas de restrições ambientais. CARACTERÍSTICAS DO PROJECTO INP - 5º Concurso de Concessão de áreas para Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos A pesquisa sísmica marinha é um método de determinação de características geológicas abaixo do fundo do mar, através do envio de ondas acústicas para as diversas camadas de rocha existentes no fundo do mar, registando em seguida o tempo necessário para que cada onda seja reflectida de novo para a superfície. Mede-se também a força do sinal recebido. Trata-se da forma mais fiável para a exploração inicial de petróleo e gás, sendo essencial para a Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 2

identificação de características geológicas que podem conter jazidas de petróleo ou gás. Os geólogos e geofísicos procedem então ao mapeamento das imagens para procurar possíveis estruturas que contenham petróleo ou gás. Navio de aquisição sísmica Actualmente, os navios sísmicos são construídos propositadamente com muitas características especiais, incluindo acomodações para a tripulação, instrumentos, heliporto, motores e hélices silenciosos. Aquisição 3D A pesquisa 3D incide sobre áreas específicas, geralmente com alvos geológicos conhecidos a partir de um levantamento prévio 2D. Antes do levantamento, é efectuado um planeamento cuidadoso para garantir que a área a pesquisar foi definida com precisão. Navio sísmico típico A sísmica 3D envolve um grande investimento de tempo dinheiro e existe um grande esforço no processamento e interpretação dos levantamentos, pelo que é importante que a campanha de aquisição seja bem delineada para atingir os objectivos da pesquisa. Sala de Instrumentos Exemplo de um navio em operação Esta sala é o lugar onde está localizada e é operada a principal instrumentação sísmica. A localização desta sala é diferente de um navio para outro, mas normalmente situase num local central, debaixo da ponte, frente ao convés traseiro. Nesta sala encontram-se os principais instrumentos para a gravação de dados sísmicos, bem como para o controlo do streamer e da fonte de energia de disparo dos canhões. Convés traseiro Os streamers sísmicos estão guardados nesta sala em grandes bobinas e, quando a aquisição está em curso, são colocados na parte traseira e/ou na parte lateral do navio e rebocados diretamente atrás deste. Exemplo de imagens com os dados processados Equipamento a bordo antes de ser colocado na água O número de streamers varia consoante o navio, mas podem chegar a ser dezasseis para pesquisas 3D. Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 3

Sala do compressor Esta sala contém os motores do compressor e os compressores que fornecem ar de alta pressão à fonte dos conjuntos de canhões. Os compressores têm capacidade para recarregar os canhões de ar, rápida e continuamente, permitindo que os conjuntos de canhões disparem normalmente a cada 10 segundos durante a aquisição de dados por períodos consecutivos de cerca de 12 horas de disparos, dependendo da extensão da linha de navegação. Streamers sísmicos O cabo sísmico ou streamer detecta os níveis de energia muito baixos refletidos a partir da fonte sísmica que viajam através da camada de água em direção à terra e regressam à superfície, através da utilização de dispositivos sensíveis à pressão chamados hidrofones. Os hidrofones convertem os sinais de pressão reflectidos em energia eléctrica, digitalizada e transmitida ao longo dos streamers sísmicos até ao sistema de gravação existente a bordo do navio sísmico, onde os dados são gravados em fita magnética. O comprimento do streamer utilizado depende da profundidade e tipo de alvo geológico de uma determinada pesquisa. Em pesquisas recentes foram utilizados streamers com comprimentos da ordem dos 5.000 a 6.000 metros e em pesquisas detalhadas usaram-se streamers com até 12.000 metros de comprimento. Os volumes de energia total da fonte variam de pesquisa para pesquisa e são definidos para fornecer energia sísmica suficiente para detectar o objectivo geológico da pesquisa OPERAÇÕES O primeiro estágio da operação é abastecer o navio sísmico com combustível e efetuar o carregamento de água, alimentos e equipamento sísmico, necessários às operações e à tripulação. No estágio seguinte, o navio dirige-se até ao local da pesquisa. A tripulação terá de ter antecipadamente todos os detalhes necessários com respeito ao delineamento da pesquisa, bem como o tipo e as quantidades de equipamentos a utilizar. Os operadores do navio terão acesso à informação que especificará o local onde cada linha sísmica tem de começar e acabar, qual a fonte de energia de disparo e o intervalo de disparo. Esta informação estará integrada no sistema de navegação a bordo do navio. Quando o navio estiver próximo da área de pesquisa, os observadores geofísicos e mecânicos irão verificar todos os equipamentos. Fonte Sísmica O canhão de ar compreende duas câmaras de elevada pressão. A elevada pressão do ar é alimentada pela câmara superior de controlo a partir do compressor existente a bordo do navio. Linhas sísmicas planeamento da campanha O tempo de mudança de linha varia de acordo com o delineamento da pesquisa e com a configuração do equipamento, mas, normalmente, demora entre uma a três horas. Exemplo de um canhão de ar Será durante a aproximação ao início da linha que os procedimentos de protecção ambiental serão aplicados. Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 4

Será realizada, pelo menos 30 minutos antes do disparo dos canhões, uma observação visual de mamíferos marinhos a partir do navio sísmico. ÁREAS DE INFLUÊNCIA A área de influência direta (AID) inclui a zona de exclusão segurança em vigor em torno do navio sísmico, durante as actividades de levantamento. A área de influência indireta (AII) inclui a região ao largo da Província de Sofala e Zambézia numa área de 34 km 2. 6 AMBIENTE BIOFÍSICO E SOCIOECONÓMICO CLIMA Observação de mamíferos marinhos Nalgumas áreas ou nalguns momentos específicos (noiteou nevoeiro intenso), os métodos acústicos poderão ser adicionalmente utilizados para identificar a presença de mamíferos marinhos na vizinhança do conjunto dos canhões. MÃO-DE-OBRA Um navio sísmico será fretado para realização da pesquisa. A embarcação será tripulada por funcionários da empresa de aquisição sísmica. Um ou vários navios de apoio poderão ser necessários para acompanhar a embarcação principal a tripulação destas embarcações poderá ser de origem local. Normalmente, existe uma tripulação marítima, a equipe técnica da aquisição sísmica, os Observadores de Mamíferos Marinhos/Operadores de PAM, as equipas de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente, Valores Mobiliários e os responsáveis pela comunicação com pescadores locais. Poderá ainda existir um elemento de apoio em terra possivelmente recrutado localmente. A região de centro de Moçambique apresenta um clima subtropical húmido, influenciado pelos ventos alísios de sudeste. De acordo com Koppen esta região é caracterizada pela ocorrência de duas estações distintas: uma quente e chuvosa (de Novembro a Abril) e outra mais fria e seca (entre Maio a Outubro). A temperatura média anual é de 24 o C e a precipitação média anual é superior a 1000 mm. A direcção dos ventos é de sudeste com uma velocidade do vento média anual inferior a 13 km/h. OCEANOGRAFIA A massa principal de água de superfície no Canal de Moçambique circula em direcção ao sul e é denominada Corrente de Moçambique, constituindo um dos ramos da Corrente Equatorial do Sul. Esta corrente transporta água quente e de salinidade relativamente baixa, proveniente dos mares do Pacífico e Indonésia, através do Oceano Índico. VANTAGENS DO PROJECTO Contribuição para o sucesso do 5º Concurso de Concessão de Área para a Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos promovido pelo INP e ausência de dados de pesquisa sísmica 3D nos blocos do Delta do Zambeze. Esta pesquisa propõe-se avaliar e compreender o potencial de hidrocarbonetos das águas na costa ao largo da Beira e Quelimane, através da aquisição de novos dados sísmicos, com recurso à tecnologia avançada mais recente, de modo a fornecer imagens claras das condições geológicas existentes de modo a ajudar a tomada de decisão dos operadores petrolíferos. Correntes marinhas no canal de Moçambique Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 5

A plataforma continental de Moçambique é estreita, e raramente se prolonga mais do que poucos quilómetros pelo mar adentro. A plataforma varia entre 15 a 25 km de largura. Na zona em estudo destaca-se o Banco de Sofala, uma área com quase 50.000 km 2 com profundidades inferiores a 100 m. inundadas. A dinâmica do delta é fundamental para manter o processo ecológico funcional. A costa de mangais é particularmente importante para mais de 73 espécies de aves aquáticas, incluindo várias espécies vulneráveis e ameaçadas e para a indústria da pesca, particularmente para a pesca do camarão. GEOLOGIA Até aos tempos jurássicos os continentes da Antárctida e Africa faziam parte do supercontinente que se chamava Gondwana. Há cerca de 185 milhões de anos este supercontinente fracturou-se e deu origem a várias placas menores. A altura em que estes acontecimentos ocorreram e a geometria de como se fracturou o continente, separando África e Antártica, bem como a quantidade de vulcanismo ligado a estes acontecimentos, ainda são controversos. Na parte sul do Canal de Moçambique existe uma elevação submersa, designada por Elevação da Beira (Beira High), que é uma anomalia crustal. Ainda é controverso se essa área é um fragmento continental ou foi formado durante um período de maior magmatismo e é de origem oceânica. Adjacente a este monte submarino encontra-se a área da Depressão do Delta do Zambeze que apresenta materiais da crusta em cerca de 7 km e sedimentos com cerca de 2 km de espessura. É nestes sedimentos que se encontram potencialmente hidrocarbonetos. Exemplo de Mangal As espécies de peixes pelágicas pequenas mais importantes foram observadas no Banco de Sofala, na área de Bazaruto e, na Baía de Maputo. As espécies mais abundantes incluem a anchova, bicuda, peixes roncadores, xaréua, peixe-serra, sardinha e carapau. A profundidades situadas entre 500 m e 2.800 m, as espécies mais abundantes são o atum, peixe-agulha e os tubarões. No grupo dos atuns, o atum-amarelo e o atum-patudo são as espécies mais frequentes. Possíveis direcções de migração dos hidrocarbonetos nas formações geológicas na área de pesquisa Existem muitos indícios em várias formações geológicas de serem formações produtivas em gás e petróleo. ECOLOGIA MARINHA A área de estudo proposta situa-se na região centro da costa moçambicana, uma região ecológica conhecida como a Costa de Mangais, que inclui dois grandes sistemas deltaicos de Moçambique: o Delta do Zambeze e Delta do Rio Save. Os Deltas são caracterizados por amplas áreas planas com muitos canais que se vão ramificando. Por causa da topografia quase plana, o fluxo de água é lento e induz a acumulação de areia na foz dos rios. Isso tem gerado uma série de habitats que pode ser permanente ou sazonalmente Estima-se que a ocorrência destas espécies ao largo do Banco de Sofala se verifique a profundidades entre 1.200 a 2.000 m. De entre as espécies de peixes-agulha o mais frequente é o marlim e, entre os tubarões, os mais abundantes são o tubarão-azul e o tubarão-galha-preta. Em águas profundas ocorrem igualmente camarões e lagostas. Um número considerável de espécies com interesse especial para a conservação ocorrem ao longo da costa de Moçambique. Várias espécies de importância regional e global ocorrem nesta área, incluindo tartarugas marinhas, peixes e aves. Os cetáceos marinhos na área de pesquisa incluem grandes espécies migratórias de baleias como as baleias corcundas e minke, espécies de baleias residentes em alto mar, espécies de baleias errantes (cachalotes e baleias-piloto). Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 6

As tartarugas marinhas são capazes de atravessar grandes e profundos oceanos e potencialmente podem usar a área de pesquisa na sua rota de migração. ÁREAS DE CONSERVAÇÃO Baleia Minke Ocorrem também espécies de golfinhos pelágicos (golfinhode-risso, golfinho-cabeça-de-melão e falsa-orca) e espécies de golfinhos residentes (golfinho rotador e golfinho pintado pantropical). A Eco-região Marinha de África Oriental identificou algumas áreas prioritárias para espécies e populações (comunidades) e estes são locais com biodiversidade que devem ser objecto de conservação. Na região de interesse, a Baía de Sofala foi identificada como uma área de interesse a nível subregional, enquanto o Sistema do Delta Zambeze e do Arquipélago de Bazaruto foram sinalizados áreas de interesse a nível global (áreas prioritárias para conservação). Nenhuma dessas áreas é directamente afectada pela pesquisa proposta. Golfinho pintado pantropical Todas as espécies de baleias e golfinhos são protegidas pela Lei Nacional de Moçambique (Artigo 14º e Anexo II do Decreto n.º 51/99, de 31 de Agosto, o qual aprova o Regulamento da Pesca Recreativa e Desportiva). As quatro espécies de tartarugas marinhas, cuja ocorrência está documentada na área em estudo, têm estatuto de conservação de Ameaçadas, nomeadamente a tartarugacabeçuda, a tartaruga-verde e a tartaruga olivácea. A tartaruga-de-bico-de-falcão está classificada como Criticamente Ameaçada. Área de pesquisa relativamente à Baía de Sofala e ao Sistema do Delta do Zambeze. O Arquipélago de Bazaruto localiza-se mais a Sul. SÓCIO-ECONOMIA O projecto abrange 2 Províncias, respectivamente, a de Sofala e a da Zambézia. Estas províncias como distritos costeiros apresentam: Sofala Machanga; Búzi; Dondo; Muanza; Cheringoma e Marromeu; a Zambézia apresenta Chinde; Inhassunge; Maganja da Costa; Namacurra; Pebane e Nicoadala. A maioria da população (67%) está localizada nas regiões centro e sul, com 43% da população a habitar os distritos litorais e ocupando 19% do território nacional. A Zambézia apresenta uma densidade populacional de 42 habitantes/km 2 e Sofala 25 habitantes/km 2. Tartaruga-de-bico-de-falcão Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 7

A taxa de alfabetização é um bom indicador da vulnerabilidade de uma comunidade e parece seguir um padrão decrescente de norte para sul. A Província da Zambézia tem uma taxa de analfabetismo mais elevada (62,5) do que Sofala (43,4%). A nível de cuidados de saúde, na Região Centro (Zambézia e Sofala) apenas as capitais das províncias estão equipadas com hospitais centrais. A taxa de incidência do VIH/SIDA abrange mais do que 10% da população. A malária é a principal causa de morte, a cólera e a diarreia são também doenças dominantes. Em termos de infra-estruturas e serviços a Região Centro recebe energia vinda de Cahora Bassa, mas apenas 6% da população tem acesso a este serviço. A restante população usa sobretudo madeira e parafina como fontes de energia. Apenas 6% das famílias na Região Centro têm acesso ao fornecimento de água canalizada, enquanto as restantes utilizam água não tratada de rios, poços e outras fontes. As estradas N1, N7, N104, e N6 ligam a Região Sul ao Norte de Moçambique, até ao Zimbabué e Zâmbia. A nível de rendimentos e actividades produtivas a agricultura, silvicultura e pesca são os principais sectores de actividade que garantem a subsistência da maioria da população. Aproximadamente 90% das mulheres trabalha neste sector global de utilização de recursos naturais. Os outros sectores, cujas actividades ocupam uma proporção significativa de pessoas, são o comércio, indústria produtora e serviços administrativos. A pesca é uma actividade importante e generalizada que envolve vários setores da população moçambicana ao longo de toda a costa do país. As actividades de pesca usam vários tipos de equipamentos e tecnologias e exploraram diferentes recursos numa variedade de habitats marinhos, desde as águas rasas até espécies de águas profundas. Existem três segmentos principais no sector das pescas em Moçambique: pesca artesanal, semi-industrial, e industrial. Da produção actual, aproximadamente 91% provêm da pesca artesanal, 2% da semi-industrial e 7% da industrial. Contudo, em termos de valor, as capturas da pesca industrial representam mais de metade do valor total (52%), enquanto que a pesca artesanal representa 42%, com os restantes 6% vindos da semi-industrial. A área de pesquisa não interfere com a zona de pesca artesanal e semi-industrial, devido à distância que se localiza da costa, mas pode ter um impacto a nível da pesca industrial. Área da pesquisa fora da zona de pesca semi-industrial. As embarcações de pesca semi-industrial são de tamanho médio, maioritariamente envolvidas na pesca do camarão. As capturas concentram-se no camarão, no atum e em peixes demersais. A maior parte da conservação do peixe a bordo é feita com gelo. A pesca industrial utiliza embarcações maiores (>20 m em comprimento) ficando 30 dias ou mais no mar, e incide sobre peixe e camarão em águas rasas e águas profundas. As capturas são maioritariamente para exportação. Os barcos de pesca industrial e semi-industrial estão frequentemente também equipados com congeladores. Este tipo de pesca utiliza meios mecânicos para pescar. Navio de pesca de camarão. A pesca desportiva e recreativa tem vindo a crescer em consequência do aumento do turismo no país. Durante 2011, foram emitidas 3.017 licenças para este tipo de pesca. Até agora não têm havido conflitos entre a pesca desportiva e recreativa e outros tipos de pesca (artesanal e comercial). Em relação ao Turismo na Província da Zambézia - conhecida como a capital do coco a praia de Zalala dista 45 km a Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 8

nordeste da cidade capital - Quelimane. Além do 6 de Novembro, cinco ilhas dos Arquipélagos das Primeiras e Segundas, foram declaradas como área de protecção, esperando-se que tal traga mais turismo no futuro. Na Província de Sofala, a Beira é uma grande cidade, a segunda maior cidade de Moçambique. Tem disponível o resort de férias Rio Savanne, 40 km a norte da Beira, numa estrada de cascalho situada entre a foz do rio e Savanne e o Oceano Índico. O resort só tem acesso por barco através do rio. Potenciais atrações turísticas incluem a catedral, o farol, a praia de Macuti e o Grande Hotel da Beira. Recentemente reabilitado o Parque Nacional da Gorongosa também se localiza nesta província. De acordo com a legislação moçambicana o Instituto Nacional da Marinha (INAMAR) detém a autoridade na gestão do tráfego marítimo nas águas sob a jurisdição da República de Moçambique. Para a implementação da gestão da segurança na navegação contam com a colaboração do Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação. A CFM - Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique é uma entidade para-estatal que supervisiona as vias marítimas e portos em Moçambique. O Porto da Beira é uma parceria público-privada entre a CFM e a Cornelder Holding. Atualmente, o porto da Beira é o terceiro mais movimentado em Moçambique. Desempenha um importante papel para os países como Zimbabué, Zâmbia e Malawi, na fronteira de Moçambique, sendo usado por estes países para importar e exporta seus produtos. 7 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS Os principais objectivos do EPDA incluem a identificação de quaisquer questões fatais (riscos ambientais e sociais inaceitáveis) relativas à implementação da actividade que poderão ameaçar a viabilidade do projecto e a identificação dos potenciais impactos ambientais da actividade, de modo a definir os aspectos a investigar em detalhe durante a fase de EIA. Na Fase de EPDA identificam-se eventuais questões fatais que possam inviabilizar o projecto, potenciais impactos ambientais e os aspectos a investigar com detalhe na fase de EIA Os potenciais impactos da actividade proposta resultantes das actividades de pesquisa sísmica em meio marinho no Bloco do Delta do Zambeze foram identificados através dum processo sistemático, no qual são consideradas com atenção as interacções entre as actividades propostas do projecto e o ambiente biofísico e socioeconómico, a fim de identificar os impactos ambientais do projecto. Na tabela seguinte apresentam-se a identificação preliminar dos impactos ambientais do projecto e as potenciais medidas que podem ser aplicadas para a minimização dos impactos identificados. A identificação dos impactos apresentada baseia-se no nível de conhecimento disponível nesta fase do Processo de AIA. Contentores de mercadorias no Porto da Beira O Porto de Quelimane também é uma parceria públicoprivada entre a CFM e Cornelder Holding. Actualmente, o quarto mais movimentado em Moçambique, mas com as reformas no porto de Pemba, em breve, passará para quinto lugar. É assim possível que no decorrer das fases seguintes, nomeadamente durante a fase de EIA, sejam identificados impactos adicionais, resultantes dos estudos mais detalhados a desenvolver. Nesse caso, os eventuais impactos adicionais identificados serão integrados no relatório do EIA. As questões agora colocadas na fase de consulta pública serão registadas detalhadamente no Relatório do Processo de Participação Pública da Fase de EPDA e serão igualmente integradas e avaliadas na fase de EIA. Documento de Discussão para a Consulta Pública Fase de EPDA 9

Actividades de Projecto Características das actividades Potenciais impactos Medidas de Gestão Comentários Navegação da embarcação sísmica e da embarcação de apoio dentro da área de aquisição sísmica de e para os portos. Riscos aumentados de segurança e, interferência com o trânsito marítimo Medidas padrão de segurança da navegação; incluir o serviço constante de vigilância, durante as operações no mar. Avisos aos marinheiros, para comunicar aos demais utilizadores do mar, da localização e data das actividades de pesquisa propostas. O aumento do tráfego marítimo devido à operação de navios sísmicos e de apoio será mínimo. Emissões gasosas a partir dos motores de combustão (CO 2, NO X, SO X, CO, matéria particulada, etc.). Redução da qualidade do ar local e contribuição para as emissões de carbono. Cumprimento das exigências da MARPOL, Anexo VI. As emissões atmosféricas são dispersas rapidamente devido ao constante movimento do navio Operações gerais do navio Ruído gerado pelas operações das embarcações. Perturbação da fauna marítima (desvio comportamental da fonte do ruído, etc.). São empregados Observadores de Mamíferos Marinhos e outras técnicas acústicas para detectar a presença de fauna marinha. Os navios sísmicos são projetados para gerar muito pouco ruído, uma vez que o ruído gerado pelo navio pode interferir com a aquisição de dados sísmicos. Uso da iluminação durante as operações nocturnas. Impactos sobre a fauna marinha (p. ex. lulas e peixes) atraídas pelas luzes, incluindo: - Efeitos sobre o comportamento de alimentação e/ou acasalamento; e - Aumento de predação. São necessárias luzes de navegação e de aviso para a segurança mas, deve ser minimizada a iluminação não imprescindível Libertação de água de lastro, captada em águas estrangeiras, para as águas locais. Redução da biodiversidade local, devido ao deslocamento da biota local/nativa pela biota marinha exótica. Recomenda-se o cumprimento das directrizes da Organização Marítima Internacional (OMI) no que diz respeito à gestão da água de lastro. Documento de Discussão para a Consulta Pública - Fase de EPDA 10

Actividades de Projecto Características das actividades Potenciais impactos Medidas de Gestão Comentários Operações gerais do navio Colisão entre embarcações no mar ou derrames de combustível. Toxicidade e/ou efeitos de sufocação sobre a biota marinha na trajectória do derramamento, sendo os litorais particularmente vulneráveis. Medidas padrão de segurança da navegação, a incluir o serviço constante de vigilância. O uso do óleo diesel e/ou do gasóleo naval (menos persistentes em relação à maior parte dos demais combustíveis marítimos). Supervisão e avaliação contínuas dos riscos durante as operações de abastecimento. Implementar o plano de contingência para derramamentos de petróleo, para enfrentar derramamentos dos Níveis I e II É improvável que derrames de óleo diesel e/ou gasóleo naval cheguem ao litoral, a menos que ocorra um grande derrame muito perto da costa, ou no porto durante o abastecimento. Aquisição de dados Navegação da embarcação com equipamento sísmico em funcionamento. Potencial mortalidade da fauna marinha através de: - Emaranhamento com os equipamentos de pesquisa sísmica (boia de traseira), sobretudo as tartarugas. - Colisões com barcos, em particular com mamíferos marinhos de grande dimensão Uso do procedimento de arranque suave dos canhões de ar para estimular a saída da zona pela fauna marinha. O uso dum dispositivo de segurança para tartarugas nas bóias de trás, para minimizar qualquer risco de emaranhamento pelas tartarugas. São empregados a bordo os OMM e a MAP para detectar a presença de fauna marinha. - Aquisição de dados Aquisição de dados em zonas pesqueiras. Interferência com a actividade pesqueira, redução das taxas de captura e efeitos socioeconómicos associados, em resultado de: - Perda de acesso a zonas de pesca devido à presença da embarcação sísmica; - Perda de equipamento pesqueiro devido a emaranhamento com o equipamento sísmico; - Alterações a taxas de capturas devido aos impactos do ruído sísmico nas espécies comerciais. - Implicações socioeconómicas. Zona de exclusão (segurança) em volta da embarcação sísmica e do equipamento rebocado. Embarcação de apoio empregue para avisar ao demais trânsito de embarcações e para limpar a trajectória sísmica. Avisos aos marinheiros, para comunicar aos demais utilizadores do mar, da localização e data das actividades de pesquisa propostas. A zona de exclusão move-se junto com o navio sísmico e o impacto sobre qualquer uma das áreas será de muito curto duração. A zona de exclusão será muito pequena em relação ao tamanho da maioria das áreas de pesca. Documento de Discussão para a Consulta Pública - Fase de EPDA 11

Actividades de Projecto Características das actividades Potenciais impactos Medidas de Gestão Comentários Ruído (sísmico) subaquático, devido ao uso dos canhões de ar comprimido. Potenciais impactos sobre a fauna marinha, incluindo: - Alterações comportamentais, com a fauna a evitar a área de pesquisa, e possível interferência com a migração ou a reprodução. - Interferência com a comunicação animal subaquática (mascaramento das vocalizações e outros sons). - Danos patológicos e mortalidade. Uso do procedimento de arranque suave dos canhões de ar para estimular a saída da zona pela fauna marinha. São empregados a bordo os OMM e a MAP para detectar a presença de fauna marinha. Para os disparos em determinadas situações A área ao largo da zona Centro de Moçambique é ecologicamente importante para várias espécies ameaçadas de mamíferos marinhos e tartarugas, e conta com importantes áreas de mangal e bancos de pesca. Descargas e eliminação de resíduos Descarga para o mar de efluentes sanitários e águas residuais Impactos sobre o biota marinho causados por condições anaeróbias, devido ao aumento da carência biológica de oxigénio na coluna de água. Cumprimento do Anexo IV da MARPOL, que inclui o tratamento a bordo do efluente de esgoto antes da sua descarga. Os volumes descarregados serão pequenos e, como os navios estão em constante movimento, a descarga será dispersa rapidamente. Descarga para o mar do escoamento do convés e da água dos porões. Efeitos de toxicidade sobre o biota marinho. Cumprimento do Anexo I da MARPOL antes da descarga. Descargas e eliminação de resíduos Armazenamento, transferência e deposição em terra de resíduos perigosos e não combustíveis. Uma gestão deficiente dos resíduos e a deposição arbitrária em terra podem contribuir para poluição do ar, da água e do solo, impactos de incómodos sobre as comunidades locais, etc. Cumprimento do Anexo VI da MARPOL (Prevenção de Poluição do Ar proveniente dos Navios). Todos os resíduos não perigosos, inflamáveis serão incinerados a bordo, no entanto os volumes serão relativamente pequenos e dispersão das emissões será rápida devido ao movimento constante da embarcação sísmica. Descarga para o mar de efluentes sanitários e águas cinzentas Impactos sobre o biota marinho causados por condições anaeróbias, devido ao aumento da carência biológica de oxigénio na coluna de água. Cumprimento dos procedimentos para a Gestão e Controlo dos Resíduos. Documento de Discussão para a Consulta Pública - Fase de EPDA 12

8 PRINCIPAIS ASPECTOS A INVESTIGAR NO EIA Os impactos potencialmente mais significativos identificados vão carecer duma avaliação adicional detalhada por especialistas, para se averiguar a sua significância e identificar medidas de mitigação que possam ser implementadas para a reduzir. Recomenda-se, portanto, que os impactos associados aos seguintes factores ambientais sejam avaliados com particular detalhe no EIA: Ecologia Marinha: deve proceder à avaliação do impacto das actividades propostas no ambiente marinho. O estudo deve fornecer uma descrição detalhada do ambiente afectado através da revisão da literatura biofísica existente. Deverão ser identificados os habitats e espécies sensíveis com potencial de serem afectadas pelas actividades de pesquisa propostas. Recomendar medidas de mitigação práticas e apropriadas para inclusão no Plano de Gestão Ambiental. Sócio-Economia e Pescas: Deverá compreender a extensão dos recursos de turismo na economia local e regional bem como os recursos pesqueiros na área de projecto e a identificar as actividades comerciais, de subsistência e de pesca de recreio. O estudo basear-se-á nos dados do Instituto de Investigação Pesqueira, do Instituto de Desenvolvimento da Pesca em Pequena Escala e da investigação pesqueira. Os resultados deste estudo serão usados pela equipa socioeconómica na avaliação dos potenciais impactos socioeconómicos deste projecto e na determinação de medidas mitigadoras. Trafego Marítimo: Descrição do nível de tráfego marinho existente que pode ser afectado pelas actividades de pesquisa proposta. 9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES De acordo com o Regulamento do Processo de AIA, os principais objectivos do EPDA são os de (i) identificar eventuais questões fatais associadas à actividade e (ii) determinar o âmbito do EIA, através da elaboração dos respectivos TdR, nos casos em que não haja questões fatais que tornem inviável a actividade. Não foram identificados questões fatais que ponham em causa a viabilidade do Projecto. Apesar disso, foram identificados alguns impactos ambientais e sociais do Projecto potencialmente significativos, e que deverão merecer uma particular atenção no desenvolvimento da fase subsequente do Processo de AIA. 10 FASES SEGUINTES De 7 a 29 de Setembro de 2015 decorrerá o Processo de Consulta Pública da Fase de EPDA para o presente Projecto. Serão efectuadas reuniões públicas na Beira, Quelimane e Maputo. As reuniões serão divulgadas nos principais meios de comunicação social, em particular em jornais e foram adicionalmente enviadas cartas personalizadas a convidar as principais Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) para participarem nas mesmas. Todos os comentários obtidos durante este processo serão compilados num relatório de Consulta Pública e tidos em consideração para a elaboração do relatório final do EPDA, que será submetido ao MITADER para a análise e decisão sobre o licenciamento ambiental do projecto. Uma vez submetido o relatório final do EPDA, o MITADER deverá dar uma resposta dentro de 30 dias úteis. Para clarificação de dúvidas e comentários entre em contacto connosco: Consultec, consultores Associados Lda. Telefone 21 491 555 82 30 44 240 Fax 21 491 578 Email: spaisana@consultec.co.mz jjetimane@consultec.co.mz 11 ONDE ENCONTRAR O EPDA COMPLETO? O Relatório de EPDA em versão preliminar está disponível em língua Portuguesa. As cópias em papel do EPDA estão disponíveis para consulta nos seguintes locais: Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA MITADER) em Maputo Direcção Provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Sofala e Zambézia Escritórios da Consultec em Maputo. No site da Consultec www.consultec.co.mz está disponível a versão preliminar em formato digital Documento de Discussão para a Consulta Pública - Fase de EPDA 14