EDUCAÇÃO AMBIENTAL: EXPERIÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS EM ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA



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Transcrição:

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: EXPERIÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS EM ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA Cristhiane da Silva Cavalcanti 1 cristhianecavalcanti@hotmail..com Orientadora: Profª. Drª. Maria Adailza Martins de Albuquerque 2 dadamartins@ig.com.br RESUMO A problemática ambiental nos remete a uma maior conscientização sobre as práticas sociais, em uma realidade cujo fator observado é o descaso, a banalidade com que grande parte das sociedades se relaciona com o meio ambiente. O presente estudo apresenta a importância da Educação Ambiental para formação de novos sujeitos, além de dialogar com a Agenda 21 e a COM-VIDA. Diante do quadro exposto se faz necessário analisar as interrelações do social, com o meio ambiente incluindo a escola, a comunidade, os grupos sociais e ainda os atores envolvidos neste processo, entre outros para que a partir de uma perspectiva maior se tenha uma educação enfaticamente, comprometida com as questões socioambientais. O campo empírico foi uma escola da rede pública do município de João Pessoa PB, além de mais dez escolas, uma creche e uma ONG. A metodologia utilizada foi fruto de vivências relativas a práticas em educação ambiental que fez uso de oficinas pedagógicas com uma abordagem socioambiental. Por fim, concluímos que a educação ambiental é algo que vem ocorrendo de maneira superficial e sem um suporte pedagógico coerente dentro do âmbito escolar, merecendo assim um realce maior nos currículos escolares. Palavras-chave: Educação Ambiental. Escola. Meio Ambiente.Socioambiental. Agenda 21. RÉSUMÉ Les problèmes d'environnement nous conduire à une plus grande prise de conscience des pratiques sociales, une réalité qui est le facteur observé abstraction du truisme de dire que la plupart des sociétés est liée à l'environnement. Cette étude montre l'importance de l'éducation à l'environnement pour la formation des nouveaux sujets et de dialoguer avec le programme Action 21 et COM- VIDA. Compte tenu du cadre cidessus est nécessaire d'analyser les interrelations entre le social, l'environnement, notamment l'école, la communauté, groupes sociaux et même les acteurs impliqués dans ce processus, entre autres, que dans une perspective plus vaste d'éducation a été 1 Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba e aluna do curso de especialização em Educação Ambiental pela FAP. 2 Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, Mestre em Geografia pela Universidade de São Paulo e Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará. Professora Adjunto II do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba.

2 fortement commis aux questions environnementales. Le champ empirique a été une école publique dans la ville de João Pessoa - PB, et dix écoles, une crèche et une ONG. La méthodologie utilisée a été le résultat d'expériences sur les pratiques en éducation environnementale qui fait usage d'ateliers éducatifs avec une approche environnementale. Enfin, nous concluons que l'éducation environnementale est quelque chose qui se produit de manière superficielle et sans un soutien pédagogique cohérente au sein de l'école, elles méritent une attention plus grande dans les programmes scolaires. Mots-clés: l'éducation environnementale. École. Environnement. Socioenvironnemental.

1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: EXPERIÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS EM ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA Cristhiane da Silva Cavalcanti 3 cristhianecavalcanti@hotmail..com Orientadora: Profª. Drª. Maria Adailza Martins de Albuquerque 4 dadamartins@ig.com.br INTRODUÇÃO Este trabalho pressupõe uma análise acerca de como nos últimos tempos temos nos comportado com relação às ações antrópicas na sociedade, tais relações possuem uma gama de consequências que atingem a todas as instâncias e a estas temos fatores associados: os direitos humanos; os deveres dos membros sociais; a qualidade de vida; as relações de poder; os fatores sociais; culturais, políticos e econômicos. A problemática ambiental nos remete a uma maior reflexão sobre as práticas sociais, em uma realidade cujo fator observado é o descaso, a banalidade com que grande parte das sociedades se relaciona com o meio ambiente. Diante do quadro exposto se faz necessário analisar as inter-relações do social, com o meio ambiente incluindo a escola, a comunidade, os grupos sociais e ainda os atores envolvidos neste processo a exemplo dos professores, pedagogos, alunos, líderes comunitários, entre outros para que a partir de uma perspectiva maior se tenha uma educação enfaticamente, comprometida com as questões socioambientais. Não podemos compreender essa situação aqui retratada sem considerar um fator primordial: a educação, esta que perpassa por todas as relações humanas tida a priori como a maneira de formar o homem, diante disso não podemos pensar que tal fato nada tenha haver com o que acontece nas relações sociedade e ambiente, pois pensar assim é negligenciar nossos direitos e mais especificamente é negligenciar uma qualidade de vida saudável, uma educação contextualizada e além de tudo nosso direito e dever de cidadão. A partir de experiências voltadas a Educação Ambiental observamos que as mesmas ocorrem na maioria das vezes de forma 3 Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba e aluna do curso de especialização em Educação Ambiental pela FAP. 4 Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, Mestre em Geografia pela Universidade de São Paulo e Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará. Professora Adjunto II do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba.

2 superficial dentro do âmbito escolar e sem uma maior interação com a comunidade, com isso temos por objetivo compreender como vem ocorrendo a abordagem ambiental no contexto escolar e de como o profissional em Pedagogia tem atuado diante desta situação. A partir de experiências com alunos da rede pública de ensino da cidade de João Pessoa, através de um programa sócio educativo de parceria da prefeitura junto ao governo federal foram desenvolvidas oficinas sobre o meio ambiente, além de vivências com comunidades carentes também relacionadas ao fator socioambiental. Portanto, ao longo deste estudo discutiremos como a educação ambiental vem sendo aplicada dentro de algumas escolas, e como esta vem contribuindo para a formação dos indivíduos no qual discutiremos a importância da educação para a formação de uma educação ambiental comprometida com a realidade vivenciada, entendendo ainda sua contribuição no processo socioambiental. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Primeiramente ao fazermos o resgate histórico da Educação Ambiental compreendamos alguns pontos históricos acerca da história da humanidade. Ao discutimos o contexto histórico da Educação Ambiental, uma analise de todo percurso que envolve as relações do homem com seu lócus natural, se faz necessária ser compreendida, abordamos aqui, portanto, uma leitura de passagens do tempo em que observamos como tal relação têm significado e influenciado na formação das sociedades ao longo dos séculos. Ao analisarmos a conjuntura histórica da humanidade observamos a influência do capitalismo atrelado ao desenvolvimento do mundo e suas intrínsecas relações, ou seja, com a expansão capitalista ao longo dos anos percebemos as consequências da ação humana impulsionada pelo apogeu do capitalismo o que fortemente encontra-se atrelado as relações com o meio ambiente. Conceito de Educação Ambiental Mas hoje em dia o que podemos entender por Educação Ambiental? Para melhor compreender o que é a Educação Ambiental, vejamos o que nos diz a Lei 5 Art. 1o da Lei no 9.795 de abril de 1999; 5 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,1999. Art. 1o da Lei no 9.795. abril de 1999.

3 Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolvese num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política. O termo Educação Ambiental surgiu então pela primeira vez na década de 1970, destinada a qualificar iniciativas educacionais, voltadas especificamente para o conhecimento e a preservação do meio ambiente. A Educação Ambiental deve ocorrer de maneira relacionada com a ação do homem e suas causas, podemos compreendê-la ainda como uma mudança de valores no âmbito social. De acordo com a conceituação de Educação Ambiental Branco (2003) nos afirma que seria a educação ambiental um conjuntos de iniciativas educacionais de todos os setores da sociedade, na busca de uma consciência ambiental. Em 1994 é aprovado por Fernando Henrique Cardoso 6 atual presidente da época o Programa Nacional de Educação Ambiental PRONEA que tem como objetivo inserir politicamente a Educação Ambiental no Brasil. Um ano seguinte, em 1995 é criado pela Portaria 482 do MEC o Curso Técnico em Meio Ambiente como habilitações em nível de 2 grau. Em 1996, são elaborados os novos Parâmetros Curriculares Nacionais, os quais a temática ambiental aparece como preocupação do novo currículo, os PCN s tratam a Educação Ambiental como tema transversal a respeito de tal realidade Branco menciona que; Com o advento dos temas transversais dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1996) preocupação da esfera nacional -, a educação formal é contemplada, hoje, com a possibilidade de ultrapassar o caráter informativo e, mais do que isso, passar a ter um caráter formativo: formando hábitos, atitudes e comportamentos, capazes de sustentar a nova consciência ambiental. (BRANCO, 2003, P.3) 6 Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 18 de junho de 1931) sociólogo, professor universitário e político brasileiro.foi o trigésimo quarto presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerceu por dois mandatos consecutivos, de 1 de janeiro de 1995 a 1 de janeiro de 2003. Foi também o primeiro presidente reeleito da História do país.

4 Mas é apenas em 1997 que a dimensão ambiental disposta nos PCN s é incorporada nos currículos de ensino fundamental, retirando as grades do currículo antes tido como conteudista e reducionista, característica da educação brasileira de tempos atrás que perdura em algumas instâncias até hoje. Como foi discutido o histórico da educação ambiental no Brasil temos constatado nos Parâmetros Curriculares Nacionais na década de 1970 a adoção do termo Educação Ambiental, para designar práticas voltadas para ações educativas voltadas para a preservação do meio ambiente, mas é na Constituição de 1988 que temos a Educação Ambiental como uma exigência para a sociedade e em 1996 com a valorização dos temas transversais os PCN s passam a adotar a preocupação com a problemática ambiental no currículo escolar. Ao nos remetermos ao tema proposto em nosso trabalho, sentimos a necessidade em discutirmos um pouco do que entendemos por meio ambiente. Antes de realmente conceituarmos o que vem a ser meio ambiente, salientamos que a expressão meio ambiente possui várias vertentes, tais como do ponto de vista cultural, natural, regional, urbano entre outros. Em termos mais substanciais entendemos que a nossa legislação traz o meio ambiente exposto no inciso I do artigo 3 da Lei 6.938/81, Política Nacional do Meio Ambiente, o qual conceitua meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. A definição sobre meio ambiente é algo recente, assim também como a preocupação da sociedade brasileira. Como nos relata Leff (2001), afirma que tal preocupação só surgiu diante de sérios agravantes ambientais como a chuva ácida, as mudanças climáticas, desertificação e poluição, entre outros problemas, e o aumento excessivo da população. Desta forma compreendemos em nossa analise neste presente trabalho que a falta de conhecimento a cerca da noção do que é meio ambiente vem nos mostrando que algo na formação, na educação vem ficando a margem do saber, e é essa falta de educação que contribui para a má interpretação do conceito sobre meio ambiente, tendo por consequência a degradação, a poluição, a falta de reconhecimento dos indivíduos como parte do meio ambiente.

5 Antes de tudo, podemos repensar como e porque a educação se torna tão fundamental para este estudo, uma que a relação que o homem estabelece com o meio ambiente perpassa pela via educativa. Com tudo isso educação se apresenta como plano de fundo para a construção da formação socioambiental que pode ser definida como sendo um conjunto de influências que sobre as nossas inteligências, independentemente de nossas vontades, exercem os outros. (Durkheim, 1978.) Notamos então que a educação é ao longo dos tempos algo que vem sendo analisado teoricamente ao longo da civilização humana. Para o Estado a educação tem a finalidade de formar o cidadão, ou seja, dotar os mais jovens de condições básicas para desenvolver a cidadania. (Ferreira, 1993, pg. 22). Assim compreendemos a importância da educação para a vida, para as relações humanas, para o desenvolvimento dos indivíduos lhes proporcionado a capacidade de transformar, de modificar as reais situações encontradas nas variadas sociedades humanas. Identificamos, portanto, a escola e a comunidade como protagonistas de mudanças ambientais. Nessa perspectiva compreendemos que é por meio da educação que podemos construir uma sociedade justa e sustentável, além de buscar valorizar os aspectos culturais, éticos, ecológicos e sociais. Positivamente vemos certa preocupação em se associar a realidade dos alunos com o aprendizado escolar, essa realidade se concretiza ao analisarmos os Parâmetros Curriculares Nacionais PCN s, elaborados pelo Ministério da Educação e Cultura MEC e atendendo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Enfim, as orientações sugeridas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, possuem toda uma de gama de recomendações pedagógicas, das mais variadas disciplinas, apresentando um enfoque criterioso carregado de enfoques históricos, culturais, políticos, sociais, econômicos contribuindo desta forma, para que a escola seja formadora de cidadania. Seguindo esta mesma linha de raciocínio não podemos deixar de relacionar a escola com a questão socioambiental, é a maneira de contextualizarmos o ensino com prática, tal preocupação é explicita através dos Parâmetros Curriculares Nacionais 7 que nos diz: 7 Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente,

6 A preocupação em relacionar a educação com a vida do aluno seu meio, sua comunidade não é novidade. Ela vinha crescendo especialmente desde a década de 60 no Brasil. Exemplo disso são atividades como os estudos do meio. ( 1997, p.26 ) Em meio a este fato observamos o importante papel e responsabilidade da escola perante e através da realidade dos indivíduos se fazer um importante aparelho ideológico capaz de formar cidadãos. É, portanto que observamos o Meio Ambiente como sendo um dos Temas Transversais a ser trabalhado e discutido dentro do âmbito escolar apresentando uma visão de reestruturação da qualidade de vida associada aos aspectos socioambientais. Com isso, notamos a justificativa em se trabalhar a temática ambiental explicita nos PCN s da seguinte forma: Nesse contexto, fica evidente a importância de se educar os futuros cidadãos brasileiros para que, como empreendedores, venham a agir de modo responsável e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro; como participantes do governo ou da sociedade civil, saibam cumprir suas obrigações, exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a comunidade, tanto local como internacional; e, como pessoas, encontrem acolhida para ampliar a qualidade de suas relações intra e interpessoais com o ambiente tanto físico quanto social. (1998, pg. 23) Vejamos, portanto, a transdisciplinaridade como um elo com a finalidade de aliar os conteúdos fragmentados do currículo escolar, em que se é permitido a abertura para uma discussão a cerca da problemática, aqui no caso retratado o meio ambiente propiciando a disciplina trabalhada um estudo didático desta problemática. Com isso, podemos dizer que a educação ambiental deve circular na esfera curricular, como um amplo tema transversal, já que permeia todos os espaços educacionais por se encaixar em todos os assuntos escolares. Observamos o que a este respeito nos diz Freire: Por que não aproveitar a experiências que têm os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes (1997, p. 30). Saúde / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. 1997.

7 Notamos que a educação ambiental se intensifica e colhe bons frutos quando se possui uma ampla visão e troca de informações a respeito dos processos que as circundam e esse fator traduz bem o caráter interdisciplinar desta na qual o educador tem importante papel neste processo: o de engajar os alunos e a comunidade em prol do meio ambiente. Durante nosso estudo pudemos identificar que a Agenda 21 na escola é algo que não é vivenciado, em algumas escolas públicas da cidade de João Pessoa a Agenda 21 trata-se de uma oficina pedagógica inserida no âmbito escolar através de um projeto sócio-educativo através de uma parceira entre a prefeitura e o governo federal. De acordo com essa realidade temos a Agenda 21 inserida apenas a escolas que optam ou não em terem através do programa essa oficina de Agenda 21 e ainda podemos destacar que não são todos que participam do projeto. A seleção dos alunos envolvidos no projeto teve como princípios, casos de alunos vítimas de violência, drogadição, portadores de necessidades especiais, depredadores do patrimônio público, os que estão dentro da distorção idade/série, que tenham casos de reprovação ou evasão escolar, além de pertencer a famílias de baixa renda e que geralmente fiquem sozinhos em casa no horário posterior ao da escola. Com isso observamos que a Agenda 21 vem sido tratada de maneira equivocada quando deveria ser trabalhada de forma homogênea dentro da escola e não um projeto para poucos. De acordo com Novaes 8, 2003, existe um fator-chave no processo de construção da Agenda 21, que seria participação decidida de todos os setores e atores capazes de explicitar os conflitos e pactuar soluções se chegará à sustentabilidade. O ponto de partida deste estudo é analisar como foi abordar conceitos e subsídios para a práxis da Educação Ambiental através da Agenda 21 e da Com Vida. Sendo assim pode-se acompanhar a Educação Ambiental na escola e na comunidade desenvolvendo uma formação, uma sensibilização frente à banalidade dos recursos naturais para então poder se formar uma nova postura/mentalidade frente à realidade que se tem e se pretende modificar. 8 Texto originalmente publicado no livro Meio Ambiente no Século 21-21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Coordenação de André Trigueiro e prefácio da Ministra Marina Silva. Editora Sextante - 2003.

8 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia utilizada nesse estudo foi fruto de práticas relativas a práticas em educação ambiental dentro de escolas públicas e em uma comunidade carente ambas em João Pessoa. Durantes estas práticas, utilizamos o uso de oficinas pedagógicas com uma abordagem socioambiental. O Programa Mais Educação tem como proposta pedagógica o uso metodológico de oficinas específicas voltadas para temáticas escolhidas para cada escola. Entendemos as oficinas como um recurso didático capaz de promover a construção do conhecimento através de práticas vivenciadas que possibilitam uma maior reflexão a cerca do contexto trabalhado. Segundo Mutschele e Gonsales (1998), as oficinas pedagógicas têm função de propagar um espaço de debate através da prática, fomentando a compreensão acerca de um determinado assunto para que os alunos possam refletir sobre as atividades experimentadas, atividades estas que devem apresentar um caráter lúdico. Pudemos reconhecer que os usos das oficinas proporcionaram a troca de experiência através de uma reflexão crítica, em que a prática e a teoria se apresentaram de forma homogênea, tendo ainda como destaque a descoberta de novas formas de interação do saber. Em Ferreira (2001) podemos identificar que a metodologia das oficinas pedagógicas permite ao aluno e ao professor a troca de experiências, ou seja é trazido para a sala de aula as concepções dos alunos a cerca de determinado assunto, no nosso caso especificamente foi as noções prévias de meio ambiente que os alunos traziam a cada oficina,permitindo a interação social e contribuindo significativamente para a realização das oficinas de meio ambiente. Em Andrade (1996), observamos que as questões voltadas ao meio ambiente, podem fazer uso segundo o mesmo de oficinas ecológicas, as quais têm como objetivo proporcionar de forma prática a vivência atrelada ao meio natural, a aspectos relacionados a natureza e a interação do homem. Um aspecto fundamental sobre a metodologia aplicada às oficinas de Meio Ambiente foi o aspecto lúdico, uma vez que a falta de estímulo e de motivação era uma característica dos alunos, acreditamos que isto tenha alguma relação com a sua condição social, entendendo que maioria deles é oriunda da periferia próxima a escola e se encontram em muitos casos em situações de violência, drogas e prostituição. O contexto lúdico foi trabalhado de forma dinâmica envolvendo as crianças e os adolescentes, desenvolvendo também maior harmonia nas relações dentro do grupo.

9 Outro fator importante foi a interação com a oficina e o tema trabalhado. Sendo assim eles puderam aprender a conhecer a si próprios, e aos demais. O aspecto lúdico do projeto foi baseado no uso de dinâmicas geralmente desenvolvidas no inicio de cada oficina, servindo como base metodológica para a realização das demais atividades sugeridas. Nestes momentos pudemos perceber que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilitou a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, além de ter facilitado os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento o que foi fator preponderante para o desempenho dos alunos durante as oficinas. RESULTADOS As experiências descritas neste trabalho tiveram como suporte científico o uso de questionários destinados a professores e coordenadores pedagógicos com o intuito de se fazer um levantamento a cerca da realidade da Educação Ambiental nas escolas. Como ponto de partida analisamos, ao todo onze instituições de ensino, das quais nove foram escolas do município de João Pessoa, uma escola da rede estadual, e uma creche escola. Ao longo de nossa analise, objetivamos conhecer um pouco da realidade da Educação Ambiental e como suas práticas vem sendo realizadas, com isso a pesquisa realizada com professores com formação em Pedagogia, procuramos fazer um levantamento do perfil ambiental das escolas e como acima demonstramos nos gráficos, notamos que a maioria dos profissionais pouco trabalham esse tema transversal em nosso currículo e que as práticas em Educação Ambiental que vem ocorrendo tem se demonstrado de forma superficial, sem surtir um efeito significativo. Assim compreendemos que a pesquisa nos demonstrou que existe uma lacuna entre a prática e a teoria e que o que deveria ser realmente trabalhado nas escolas relativos a Educação Ambiental, mas enfatizamos através da pesquisa que atualmente não se pode mas pensar em meio ambiente sem pensar em Educação Ambiental. É notável que este estudo poderia se apresentar de uma forma mais completa e a problemática assim exige, mas o tempo apresentou ilimitado para a realização de um estudo mais profundo, o que eu não significa que não podemos reconhecer a falha que vem ocorrendo relacionada as práticas em Educação Ambiental.

10 Realizar práticas relacionadas a Educação Ambiental, pode ir além dos muros da escola, ou seja, a educação ambiental pode ocorrer de forma formal ou informal. Entendemos por educação ambiental formal aquela que ocorre dentro da escola, do espaço de formação obrigatória para os indivíduos. De acordo com a Lei 9795/99 artigo a Educação ambiental formal ou no ensino formal é aquela desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, como prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. Enquanto a educação ambiental não formal é aquela educação que ocorre no bairro, na comunidade, em um grupo de pessoas,etc. e podemos considerar o Coletivo Jovem como um ativo precursor da Educação Ambiental Informal, informal pois é aquela educação ambiental que não está nos bancos escolares. A Educação ambiental não-formal é aquela definida pela Lei 9795/99 artigo 13 como aquela educação que realiza ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo desde estudo, fruto da inquietude de como temos observado como a educação vem sido falha na maioria das vezes sendo essa realidade mais negativa quando nos deparamos com o contexto da Educação Ambiental, procuramos através deste relato trazer a tona para conhecimento dos futuros profissionais da educação como esta lacuna vem significando que a educação tem deixado falhas em nosso sistema. Este trabalho teve como início de analise a prática de oficinas pedagógicas através de um projeto do governo federal junto com a prefeitura municipal, o qual traz em sua essência uma oficina intitulada Agenda 21, e com o decorrer de nossa pesquisa nos aprofundando na temática e conhecendo a Agenda 21 nos seus detalhes identificamos, portanto que o projeto na verdade apresenta-se de maneira equivocada por incluir a Agenda 21 como um mero projeto ou simplesmente como uma oficina de educação ambiental, quando como aqui já citado um projeto ainda voltado apenas para alguns alunos que selecionados por sua conduta escolar, ou por sua situação de

11 risco social são inseridos no programa para participarem da oficina relacionada ao meio ambiente. Esta discussão sobre Educação Ambiental, portanto é vista aqui como uma simples analise sobre algumas práticas relacionadas a área, a qual buscamos compreender um pouco acerca do processo pedagógico da mesma, como palco para maiores reflexões para àqueles que almejam de alguma forma contribuir para uma melhoria da educação de um modo geral. Buscamos, desta forma em suma que este trabalho possa contribuir para a valorização de uma educação de qualidade, para que os professores e os pedagogos e estes como professores, coordenadores, orientadores atentem para a importância em se trabalhar a problemática ambiental, não como um fardo e nem tão pouco assumindo uma visão romântica das relações com o meio ambiente, mas que reconheçam a necessidade de transformar os problemas ambientais em desafios a serem encarados, tendo como ferramenta de transformação a educação em suas mais variadas formas.

12 REFERÊNCIAS ARAGÃO. W.. Mercado de Trabalho: Novos Espaços para a atuação do profissional de Pedagogia. João Pessoa: Editora Universitária/ UFPB, Sal da Terra, 2005. BRANCO. S. Educação Ambiental: metodologias e prática de ensino. Rio de Janeiro: Dunya, 2003. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais- Meio Ambiente. Brasília: MEC/SEF, 1996. DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.. G.F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental: práticas inovadoras de educação ambiental. 2 ed. São Paulo: Gaia, 2006. FERREIRA, N. T. Cidadania: uma questão para a educação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1993. FREIRE, P. A educação na cidade. São Paulo. Cortez,1999.. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,1997. LEFF, E. Saber Ambiental. Petrópolis: Vozes, 2001.. E. Epistemologia Ambiental. Cortez: São Paulo, 2001. LOUREIRO, P. P. L.; CASTRO, R.S. Pensamento complexo, dialética e Educação Ambiental. Cortez: São Paulo, 2006. MORAES.A.C.Meio Ambiente e Ciências Humanas.São Paulo,Ed. Hucitec,1994. PONTUSCHKA, N.N. (org.). Um Projeto... Tantas Visões Educação Ambiental na Escola Pública. São Paulo: Copy Set, 1996.