ABSTRACT Density of planting system on direct sowing in onions, cultivar Serrana and hybrid Mercedes.



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Transcrição:

Densidade de plantio na semeadura direta em cebolas, cultivar Serrana e híbrido Mercedes. Lázaro Gonçalves Siqueira 1 ; Tiyoko Nair Hojo Rebouças 2 ; Anselmo Eloy Silveira Viana 2 ; Fernanda Almeida Grisi 2 ; José Lindorico Mendonça 3 ; Sanzio Molina Vidigal 4. 1 EAFSAL C.P.: 71-39560 000, Salinas-MG. 2 UESB Vitória da Conquista BA. Tiyoko02@ig.com.br 3 EMBRAPA CNPH. 4 EPAMIG. RESUMO A cebola é uma hortaliça fortemente influenciada pelos fatores ambientais. Tradicionalmente cultivada no Brasil pelo sistema de mudas e também por semeadura direta. Com o objetivo de avaliar densidades de plantio foi utilizado o híbrido Mercedes e a cultivar Serrana, nos espaçamentos de 0,12 x 0,07 x 0,07 m (D1=1.071.428 plantas.ha -1 ); 0,16 x 0,07 x 0,07 m (D2=892.857 plantas.ha -1 ) e 0,20 x 0,07 x 0,07 m (D3=714.285 plantas.ha -1 ). O delineamento foi de blocos casualizados, em fatorial 3 x 2, com 4 repetições. A densidade afetou de modo significativo a produção comercial e a massa fresca média dos bulbos. O híbrido Mercedes apresentou produção total e comercial superior a cultivar Serrana. Quando a densidade aumentou de 714.285 para 1.071.428 plantas.ha -1, a produção comercial reduziu. A densidade que apresentou produção superior foi de 714.285 plantas.ha -1. Os dois genótipos se apresentaram com o mesmo ciclo cultural para as densidades D2 e D3, na densidade D1 Serrana aumentou o ciclo cultural. Palavras-chave: Allium cepa L, espaçamento, propagação, produção e qualidade de bulbo. ABSTRACT Density of planting system on direct sowing in onions, cultivar Serrana and hybrid Mercedes. Onion is a vegetable strongly influenced by the environmental factors. Cultivated traditionally in Brazil by system of seedlings and also for direct sowing in the field. With the objective appraised densities; the hybrid Mercedes and the cultivar Serrana, with spacings of 0,12 x 0,07 x 0,07 m (D1=1.071.428 plants.ha -1 ); 0,16 x 0,07 x 0,07 m (D2=892.857 plants.ha -1 ) and 0,20 x 0,07 x 0,07 m (D3=714.285 plants.ha -1 ). The design was randomized blocks, in the factorial 3 x 2, with 4 replications. For the considered agroecological environmental conditions density affected in significant way a commercial production and a medium fresh mass of the bulbs. The hybrid Mercedes showed the total production and commercial higher to cultivar Serrana. Whenever the density increases from 714.285 to 1.071.428 plantas.ha -1, the commercial production decrease. The density that showed higher production was 714.285 plants.ha -1. The two genotypes came with the same cultural cycle for the densities D2 and D3, in the density D1 to cultivar Serrana it increased the cultural cycle. Keywords: Allium cepa L., spacing, propagation, quality and production of bulb. 1

2 INTRODUÇÃO A cebola (Allium cepa L.) foi cultivada inicialmente nos estados do sul do Brasil, introduzida no país pelos imigrantes europeus. Atualmente, é cultivada praticamente em todo o território nacional. A produção e a produtividade brasileira vem crescendo nos últimos anos. O levantamento do IBGE de 2001 indica produção de 1.050.000 t. e produtividade de 16.278 kg.ha -1 (BRASIL, 2004). É tradicionalmente cultivada no Brasil pelo sistema de mudas, mas também por semeadura direta, o que já vem ocorrendo em Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Bahia. Em áreas que dispõem de solo com textura que possibilite a semeadura direta, tem sido adotado esse sistema, que utilizando máquinas, herbicidas, alta densidade de plantas, híbridos mais produtivos, diferentes época de plantio e método de irrigação, etc, viabiliza a produção em grandes áreas, obtendo aumento de produtividade. O trabalho teve como objetivo, avaliar densidades de plantio em semeadura direta de cebolas, cultivar Serrana e híbrido Mercedes. MATERIAL E MÉTODOS A semeadura direta com posterior desbaste no dia 9 de maio de 2003, na Escola Agrotécnica Federal de Salinas MG., 16 10 S e 42 18 W, altitude média de 472 m. Temperatura média anual de 25,2 C. Solo classificado como Latossolo Vermelho Amarelo Eutrófico de textura média. A adubação realizada segundo as recomendações para o estado de Minas Gerais (RIBEIRO et al, 1999). Utilizou-se o método de irrigação por aspersão convencional e capina manual. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições, em fatorial 3 x 2 formado por três densidades de plantio: densidade 1 = 1.071.428 plantas.ha -1 (0,12 X 0,07 X 0,07m), densidade 2 = 892.857 plantas.ha -1 (0,16 X 0,07 X 0,07m) e densidade 3 = 714.285 plantas.ha -1 (0,20 X 0,07 X 0,07m) no híbrido Mercedes e na cultivar Serrana. As parcelas com área total de 3,3 m 2, com semeadura no nível do solo. Foi feito desbaste aos 30 dias após a semeadura. Após a colheita, quando 60% das plantas apresentaram o estalo, os bulbos foram submetidos à pré cura por três dias ao sol e a cura por quinze dias em galpão ventilado. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas médias da massa fresca, observa-se diferença, para produção total, comercial e produção de bulbos da classe 3. A produção comercial do híbrido foi de 35,18 t.ha -1, e a cultivar atingiu 22.67 t.ha -1 (Tabela 1). Resultado superior ao obtido por Vidigal et al, (2001), que obtiveram uma produtividade de 32,9 t.ha -1 com o híbrido Mercedes com

semeadura em Maio. Os dados da classe 4, por não apresentarem homogeneidade de variância, mesmo depois de transformados, não foram submetidos à análise de variância. Tabela 1 - Média da massa fresca do bulbo (t.ha -1 ) da produção total (PT), comercial (PC) e produções de bulbos das classes 4 (C4), 3 (C3) e 2 (C2) entre genótipos de cebola. Salinas MG., 2003. Genotipo PT % PC % C4 % C3 % C2 % Mercedes 40,2 a 100 35,18a 87,49 0,62 1,54 17,65 a 43,90 16,70 a 41,5 Serrana 33,2 b 100 22,67b 68,26 - - 6,56 b 19,75 16,98 a 51,1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 3 A produção comercial e de bulbos da classe 3, reduziu linearmente com o aumento na densidade de plantas de 0,0145 e 0,0132 kg, respectivamente, para cada planta que acrescenta-se ao estande (Figura 1), indicando que o ótimo na parábola da produção por densidade, descrita por Bleasdale (1966), pode ser alcançada em densidade menor que as avaliadas. Concordando também com Churata-Masca e Ikawa, (1973), Churata-Masca e Murakami, (1974) e com Fontes e Menezes Sobrinho, (1975) de que existe um espaçamento ideal com o qual é possível obter máxima eficiência na produtividade e qualidade do bulbo. Produção (Kg/ha) 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 Produção comercial Classe 3 y = 41550-0,0145x r 2 = 0,82 y = 23889-0,0132x r 2 = 0,94 600 700 800 900 1000 1100 Densidades (plantas/ha) a Produção (kg/ha) 15000 10000 5000 0 Classe 1 Mercedes y = - 7889 + 0,0197x r 2 = 0,98 Classe 1 Serrana y = - 828,78 + 0,0072x r 2 = 0,99 600 800 1000 1200 Densidades (plantas/ha) b Figura 1 Estimativas de massa fresca da produção comercial e produção de bulbos das classes 3 e 1 de cebolas, cultivar Serrana e híbrido Mercedes, em função de densidade de plantas. Salinas MG., 2003. Quanto à classe 1, ocorreu aumento na produção, com elevação da densidade de 0,0197 para Serrana e 0,0072kg para Mercedes, demonstrando que o híbrido apresenta menor produção de refugos e melhor adaptação para as altas densidades (Figura 1). Quanto ao número de bulbos a cultivar apresentou maiores medidas para o estande inicial, final e número de charutos, enquanto que o híbrido apresentou maior número de bulbos da classe 3, além de 4.166 bulbos.ha -1 na classe 4. O híbrido apresenta, portanto, maior número de bulbos nas classes comerciais 3 e 4, de preferência do mercado brasileiro. Os maiores valores de estande final, quando comparados com o inicial se deu,

provavelmente, pela ocorrência de germinação após o desbaste, principalmente para a cultivar, que pode ter sido afetada pelo encrostamento do solo, devido à impedância ou resistência da crosta e a taxa de evaporação, observado por Rapp et al. (2000) e por Fontes e Silva (2002). Tabela 2 - Médias do número de plantas entre os genótipos, para o estande inicial (EI), estande final (EF), classe 3 (C3), classe 2 (C2) e charutos (CH). Salinas MG., 2003. Genotipo EI % EF % C3 % C2 % CH % Mercedes 893.227b 99,11 901.213b 100 190.798a 21,17 364.756a 40,47 2.604b 0,28 Serrana 939.408a 98,29 955.727a 100 83.680b 8,75 364.235a 38,11 17.013a 1,78 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. 4 O comportamento da classe 3 apresentou linear, com aumento no estande ocorre o aumento do número de bulbos na classe 3. A medida que aumentou-se o número de bulbos na classe 3, a produção diminui; acarretando decréscimo na massa dos bulbos (Figura 2). Com o aumento da densidade, observa-se um aumento linear do número de plantas na classe 1, com uma reposta mais acentuada para a cultivar Serrana. Observou-se diminuição do ciclo cultural da Serrana com menor densidade de plantio, discordando de Rumpel e Felczynski (2000), que afirma que à medida que aumenta a densidade diminui o ciclo cultural. Filgueira (2000) afirma que maior umidade retarda a maturação e favorece o aparecimento de charutos. Podemos supor que maior densidade provocou competição, favorecendo maior desenvolvimento de doenças foliares, estiolamento e acamamento, com conseqüente conservação da umidade, prolongando o ciclo e aumentando o número de charutos. Para Mercedes, ocorreu uma uniformidade na maturação sem variação do ciclo cultural, com porte ereto, maior uniformidade de bulbos em comparação a Serrana, suporta maiores densidades. Verificou-se que a menor densidade possibilitou maior produção de bulbos da classe 3, indicando que a densidade de 714.285 plantas.ha -1 é a mais recomendada, dados próximos ao observado por Ikawa (1972) e Churata-Masca e Ikawa (1973) que foi de 600.000 plantas.ha -1. Bleasdale (1966), Lucas (1970), Ramos (1970) e Frappel (1973) citados por Fontes e Menezes Sobrinho (1975) recomendam até 70 plantas.m 2, o que resulta em um estande de 440.000 plantas.ha -1 aproximadamente. Guimarães et al. (1997) recomendam 25 sementes por metro linear, correspondendo a 416.000 plantas.ha -1, para a máxima produção comercial. Já Murakami (1974), recomenda 20 plantas.m -1 uma densidade de 266.000 plantas.ha -1, diferente dos resultados obtidos de 714.285 plantas.ha -1 e confirmando que os estandes avaliados estão acima do estande ideal.

5 Estande 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0 Classe 3 (C3) Classe 1 Mercedes (C1M) Classe 1 Serrana (C1S) C1S y = - 572711 + 1,1677x r 2 = 0,88 C3 y = 3492,6 + 0,3485x r 2 = 0,95 C1M y = - 233839 + 0,6285x r 2 = 0,99 600 700 800 900 1000 1100 Densidades (plantas/ha) a Número de dias 114 113 112 111 Ciclo cultural Serrana y = 104 + 0,00008x r 2 = 0,75 110 700 800 900 1000 1100 Densidades (plantas/ha) b Figura 2 Estimativa de estande inicial, final, número de plantas da classe 3, da classe 1 de cebolas do híbrido Mercedes, número de plantas de cebolas da classe 1 e ciclo da cultivar Serrana em função da densidade de plantas. Salinas MG., 2003. Os resultados obtidos permitiram concluir que as densidades afetaram a produção comercial. O híbrido apresentou produção total e comercial superior a cultivar. A produção comercial foi reduzida com elevação da densidade de plantas. A densidade de 714.285 plantas.ha -1 propiciou melhor produção. O ciclo cultural foi reduzido em 30 dias no híbrido Mercedes e 38,5 dias na cultivar Serrana, em relação às especificações técnicas fornecidas pelas empresas produtoras das sementes. REFERÊNCIAS BLEASDALE, J. K. A. The effects of plant spacing on the yield of bulb onions (Allium cepa L.) grown from seed. The Journal of Horticultural Science, v. 41, p. 145-153, 1966. BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA. Estatísticas Agrícolas. Disponível em URL:<http://www.agricultura.gov.br/pls/portal/docs/PAGE/MAPA/ ESTATÍSTICAS/AGRICULTURA_EM_NUMEROS/3127G.XLS. Acesso em 17/02/2004. CHURATA-MASCA, M. G. C.; IKAWA, J. Efeitos de diferentes densidades de população sobre a produção de cebola (Allium cepa L.). Revista de Olericultura, v. 13, p. 99, 1973. CHURATA-MASCA, M. G. C.; MURAKAMI, J. Y. Efeitos de densidades crescentes de semeadura direta na produção de cebola (Allium cepa L.). Revista de Olericultura, v. 14, p. 170, 1974. FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: Editora da UFV, 2000. 402p. FONTES, P. C. R.; MENEZES SOBRINHO, J. A. de. Efeito de diferentes espaçamentos entre plantas e entre fileiras na produção de cebola. Revista de Olericultura, v. 15, p. 47-49, 1975. FONTES, P. C. R; SILVA, D. J. H. da. Métodos de produção de cebola. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.23, n.218, p.28-35, 2002. GUIMARÃES, D. R.; TORRES, L.; DITTRICH, R. Viabilidade técnica da semeadura direta para a cultura da cebola. Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v.10, n.1, p.57-61, 1997. IKAWA, J. Efeito de diferentes densidades de populações sobre a produção de cebola. (Tese graduação em Agronomia) Faculdade de Medicina Veterinária e Agronomia de Jaboticabal, Universidade Estadual Paulista. Jaboticabal, S. P. 1972. 21p

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