Este livro se baseou na edição original em alemão de Warum wird man Mitglied der Anthroposophischen Gesellschaft?, publicada em 2011 pela Verlag am Goetheanum Direitos desta edição reservados à Editora Antroposófica Ltda www.antroposofica.com.br editora@antroposofica.com.br Rua da Fraternidade, 180 04738-020 São Paulo, SP Tel: Fax(11) 5687-9714 Tradução: Edith Asbech Revisão: Iana Ferreira Projeto Gráfico: Raul Gonzalez Sobre capa do original em alemão por: Raul Gonzalez ISBN: 978-85-7122-245-8 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Prokofieff, Sergei O. Por que alguém se torna membro da sociedade antroposófica? / Sergei O. Prokofieff ; Tradução Edith Asbech. -- 1. ed. -- São Paulo : Antroposófica, 2014. Título original: Warum wird man Mitglied der Anthroposophischen Gesellschaft?. ISBN 978-85-7122-245-8 1. Antroposofia 2. Ciências ocultas 3. Cosmologia 4. Sociedade 5. Sociedade Antroposófica Universal 6. Teosofia I. Título. 14-10044 CDD-299.935 Índices para catálogo sistemático: 1. Antroposofia 299.935
Sergej O. Prokofieff Tradução: Edith Asbech O texto produzido em alemão pelo autor foi revisto para produção editorial por Ute E. Fischer
As agremiações sociais são, assim, os misteriosos receptáculos nos quais elevadas entidades espirituais se introduzem para atuar por intermédio de cada pessoa em particular, do mesmo modo como a alma age por intermédio dos membros do corpo físico... É este o segredo do progresso da humanidade futura: atuar a partir de comunidades, de agremiações. Rudolf Steiner 1 E o solo perfeito, dentro do qual devemos hoje colocar a Pedra Fundamental, são os nossos corações, na sua harmoniosa atuação conjunta, na sua vontade permeada pelo amor de, em união, levar para o mundo o querer antroposófico. Rudolf Steiner 2 Que prossigamos para sempre conscientes dessa Pedra Fundamental hoje configurada para a Sociedade Antroposófica. Rudolf Steiner 3
ÍNDICE Prefácio... 9 1. A sociedade antroposófica e o ser antroposofia... 15 2. As novas almas grupais... 19 3. Do individual ao social... 23 4. As quatro principais consequências do congresso de natal continuidade e neofundação... 29 5. O carma da sociedade antroposófica... 47 6. O espírito do congresso de natal esoterismo e exoterismo... 63 7. A pedra fundamental e a volta de cristo no plano etérico... 71 8. A nova máxima na formação de uma sociedade... 83 9. O mistério de micael e as tarefas da sociedade antroposófica... 91 10. O congresso de natal e a missão de christian rosenkreutz... 99 11. O esoterismo diferenciado da sociedade antroposófica... 111 12 A sociedade antroposófica geral e o seu fundador, rudolf steiner... 121 Observações... 142 Bibliografia... 157 Literatura para aprofundamento do tema... 160
Prefácio Por que alguém se torna membro da Sociedade Antroposófica? Repetidamente ouvimos essa pergunta e nos últimos anos com frequência crescente. Nos tempos de hoje, temos ainda necessidade da Sociedade Antroposófica? A Antroposofia e seus resultados práticos já não estão suficientemente disseminados entre largas camadas sociais, de modo que talvez já não se faça necessária uma representação específica na forma de um grupo social bem organizado, de uma comunidade? Essa e outras perguntas semelhantes precisam ser consideradas e estudadas com a seriedade a que fazem jus. De qualquer maneira, também o futuro da Sociedade Antroposófica depende diretamente da resposta coerente de cada antropósofo. No caso da Sociedade Antroposófica, trata-se de uma fundação de tal importância para o seu instituidor, Rudolf Steiner, criador da Antroposofia, que durante o Congresso de Natal de 1923/1924 ele se uniu com essa Sociedade até o mais íntimo do seu próprio carma, dedicando-lhe absolutamente tudo no último ano e meio de sua vida. Portanto, pode surgir a pergunta apreensiva: essa sumamente importante criação de Rudolf Steiner estaria existindo ainda com o mesmo sentido com o qual ele a entregou ao mundo no Natal de 1923? 9
10 Ao se falar com pessoas interessadas na Antroposofia sobre os motivos pelos quais elas não se tornam membros da Sociedade Antroposófica ou eventualmente falando com um membro sobre a sua intenção de desligamento da Sociedade, três respostas são comumente ouvidas: o Congresso de Natal durante o qual foi fundada a Sociedade Antroposófica foi designado como um fracasso já durante a vida de Rudolf Steiner ou, pelo menos, logo após a sua morte; os conflitos mais antigos, tanto quanto os conflitos atuais dentro da Sociedade, não permitem que em seu âmago se evidencie o impulso do Congresso de Natal; ou, finalmente, são apontadas como causa as situações conflitantes dos últimos anos dentro da Sociedade Antroposófica, como, por exemplo, as questões concernentes à constituição, o aperfeiçoamento do Salão Principal ou a insatisfação com a escolha do local onde hoje está colocado o Grupo. Cada uma delas poderia constituir um motivo. Acresça-se a isso o fato de que o ser humano da atualidade, principalmente o mais jovem, sente de modo crescente a aversão generalizada por comprometer-se em manter determinada direção na vida, mais ainda quando isso significa filiar-se como membro de alguma associação. Por mais que todos esses motivos possam ser considerados justos e válidos sob determinados aspectos, eles não atingem a real profundidade do verdadeiro problema. Antes de alguém poder chegar à
conclusão final quanto ao fato de tornar-se membro da Sociedade Antroposófica, é necessário, ao vivenciar a si mesmo como antropósofo e quando estiver familiarizado com o acesso da Antroposofia às questões a respeito do conhecimento das metas esotéricas e das tarefas dessa Sociedade, que foram colocadas por Rudolf Steiner durante o Congresso de Natal, que tais questões tenham se tornado primordiais para essa pessoa. Em outras palavras, se a decisão a ser tomada a respeito dessa questão deve ser fundamentada espiritualmente e, como consequência, ser uma decisão realmente responsável, será necessário que a ela anteceda um trabalho esotérico. Uma orientação geral não é o suficiente nesse caso. Faz-se necessária uma análise concreta, um estudo objetivo dos fundamentos esotéricos e da dimensão espiritual e social da Sociedade Antroposófica. Para este autor, não se trata de, por meio dessas explicações, incentivar de um modo exterior, formal, o leitor a ingressar na Sociedade Antroposófica. Trata-se, sim, da mediação de alguns pontos de vista esotéricos e de possíveis razões para que uma decisão nesse sentido possa ser tomada com plena consciência, responsabilidade e embasada solidamente em conhecimentos esotéricos. Somente quando a decisão a respeito de tornar-se membro da Sociedade Antroposófica independentemente da razão pela qual ela for tomada pelo indivíduo, somente quando essa decisão acontece embasada em tais princípios funda- 11
12 mentais, ela terá também sua justificativa no âmbito espiritual. Sem dúvida alguma, é possível ser diligente no sentido do estudo da Antroposofia, ser diligente em seguir o caminho esotérico ou estar comprometido na participação ativa dentro de uma iniciativa prática e, no entanto, não ter interesse no complexo todo de tarefas e metas que fazem parte da Sociedade Antroposófica. Ao mesmo tempo, porém, é muito fácil reconhecer que ao lado do muito que a Antroposofia consegue dar a cada um individualmente o que só pode ser conquistado por meio de esforço pessoal, ela coloca diante da sociedade humana tarefas não menos importantes, as quais, devido a seu teor, um grupo pequeno não consegue resolver, mas que apenas uma comunidade bem maior, que se esforce da melhor maneira possível no sentido do atual Espírito da Época, por representar diante dele a humanidade toda em suas múltiplas ramificações e agrupamentos, tem a capacidade de realizar. É dessas tarefas que aquele que está empenhado na luta pela decisão de tornar-se ou não membro da Sociedade Antroposófica precisa ter uma imagem o mais clara possível. Entretecida a isso está também a questão de se essa pessoa está pronta para trabalhar em conjunto com outras na concretização das metas espirituais e sociais da Sociedade, com a consciência de que tais metas não poderão ser alcançadas nem individualmente nem pelo trabalho realizado em grupos pequenos.
Por essa razão, intrínseco ao que foi dito aqui está, sobretudo, o fato de que à pergunta formulada logo no início, pergunta renovadamente colocada pelos novatos, é dada por parte da Sociedade Antroposófica uma resposta clara, mas também esotericamente fundamentada. Essa resposta é a de que não é por tradição ou por hábito apenas, não é a partir do desejo de encontrar refúgio, amparo, em uma comunidade fechada e concorde, a qual protege dos opressivos problemas do mundo, mas apenas a partir do conhecimento claro das metas e tarefas dessa Sociedade, assim como da vontade individual surgida a partir desse conhecimento de colaborar na realização de tais metas e tarefas, que poderá surgir uma resposta positiva a essa pergunta. As considerações que se seguem foram pensadas no sentido de oferecer ao leitor a orientação necessária e uma possível ajuda. Goetheanum, Época de Micael, 2011 Sergej O. Prokofieff 13