Palavras-chave: LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DO PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO.

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Transcrição:

DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO: INCISO I, ART. 509º, CAPÍTULO XIV, TÍTULO I, LIVRO I, DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DANIEL MORAIS ALVES 1 DIOVANNA GABRIELLI CAVALCANTE DE ARAÚJO 2 NESTOR ALBERTO CHAVEZ JÚNIOR 3 PEDRO HENRIQUE MONTEIRO GURGEL DO AMARAL 4 TIAGO NOBRE DE AZEVEDO 5 ÀCSA LILIANE CARVALHO BRITO SOUZA 6 RESUMO Através de uma análise sobre os artigos 509º a 512 (Da Liquidação de Sentença, Capítulo XIV, Título I, Livro I, do Novo Código de Processo Civil), procura-se elucidar a forma como ocorre o procedimento da liquidação de sentença, cujo objetivo é o de definir o valor exato da condenação (que se deu de forma ilíquida), a ser pago pelo devedor. O intuito maior da referida pesquisa é expor de forma sucinta, a maneira como se dá a liquidação de sentença por arbitramento, dando ênfase primeiramente as características que compõem a liquidação, e os já citados procedimentos. Utilizou-se de pesquisas nas internet e pacificações de doutrinadores para um melhor estudo e fundamentação. É possível considerar que a liquidação de sentença por arbitramento da às partes, através de suas possibilidades uma maior amplitude para a resolução da lide, ressaltando ainda, a maior exatidão da condenação através da prova pericial. Palavras-chave: LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DO PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO. INTRODUÇÃO No presente trabalho apresentaremos um pouco sobre a liquidação de sentença, o seu procedimento dentro de um processo e quais as hipóteses que temos disponíveis para podermos definir o valor exato sobre a causa em análise. De forma objetiva e nítida 1 Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, daniel_goe@hotmail.com; 2 Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, diovanna_07@hotmail.com; 3 Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, junior9pvh@hotmail.com; 4 Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, pedro_henrique_gurgel@hotmail.com; 5 Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, tiagonobre28@hotmail.com; 6 Professora orientadora do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, acsasouzaadvocacia@gmail.com Porto Velho RO, Outubro de 2017.

2 mostraremos também o seu conceito, as espécies de liquidação e a legitimidade de quem pode requerer a liquidação de sentença. 1. DO CONCEITO E DA NECESSIDADE DO PROCEDIMENTO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA JUDICIAL A liquidação de sentença pode ser compreendida como a definição exata do valor da condenação determinada em decisão judicial que não se mostra líquida, ou seja, aquela que se apresenta de forma incerta, sujeita a alterações, ocorrendo na maioria das vezes complementações. Em busca de um melhor entendimento, DIDIER JR. (2007, p. 448) afirma: O objetivo da liquidação é, portanto, o de integrar a decisão liquidanda, chegando a uma solução acerca dos elementos que faltam para a completa definição da norma jurídica individualizada, a fim de que essa decisão possa ser objeto de execução. Dessa forma, liquidação de sentença é atividade judicial cognitiva pela qual se busca complementar a norma jurídica individualizada estabelecida num título judicial. Como se trata de decisão proferida após atividade cognitiva, é possível que sobre ela recaia a autoridade da coisa julgada material. Dessa forma, é possível perceber que o processo de liquidação de sentença revela-se necessário toda vez que a decisão condenatória não apresentar o valor da prestação pecuniária ou a espécie de obrigação que a parte deve cumprir. Tal procedimento destina-se à concreção do objeto da condenação, impedido que o credor não saiba o que deve exigir e, consequentemente, o devedor o que deve cumprir. A liquidação é considerada ainda um simples incidente processual, não ensejando nova discussão da lide já decidida, e pode ser aplicada diante de situações de ordem prática, que impossibilitem o autor de mensurar o seu pedido. Ou seja, nessa hipótese, possibilita-se a formulação de pedido genérico que, caso concedido, será depois quantificado. Mas é necessário ressaltar, que em regra o autor da demanda deve formular pedido certo e determinado. É possível encontrar a liquidação de sentença, situada nos arts. 509º à 512º, Capitulo XIV (Da Liquidação de Sentença), Título I, Livro I, do atual Código de Processo Civil: Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, procederse-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. 1 o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. 2 o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. 3 o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. 4 o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.

3 Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. 2. DOS LEGITIMADOS E DAS TÉCNICAS PROCESSUAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Quanto à legitimidade para requerer a liquidação, temos: Legitimidade ativa: a onde a legalidade para instaurar a liquidação de sentença é daquele apontado como credor no título a ser liquidado. Legitimidade passiva: a liquidação é instaurada contra aquele apontado como devedor no mesmo título. É de extrema importância manifestar que o posicionamento da doutrina sempre foi no sentido de que, nada impede o devedor de dar início à liquidação, podendo esse, ao ser apurado o valor, cumprir voluntariamente a obrigação.entendimento esse consagrado agora no Novo CPC. Com relação às técnicas processuais, são divididas em três possibilidades: Fase de liquidação: a liquidação ocorre dentro de um processo já existente. Desenvolve-se como uma fase posterior a sentença, necessária para a execução. Processo de liquidação: a liquidação é objeto de um processo de conhecimento autônomo, instaurado com essa exclusiva finalidade e que exige a citação da parte demandada. Liquidação incidental: a liquidação ocorre como um incidente processual da fase executiva do procedimento ou do processo autônomo de execução. Assim encontrando o valor exato de algo que era considerado ilíquido, podendo dar execução ao processo. 3. DALIQUIDAÇÃO DE DECISÃO QUE CONTÉM PARTE LÍQUIDA E OUTRA ILÍQUIDA E DA LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA Pacificado pela doutrina, o entendimento quanto à liquidação de decisão que contém parte líquida e outra ilíquida é o de que se a sentença contém uma parte definida e outra incerta, o credor poderá promover a liquidação dessa e, paralelamente, a execução daquela. Essa noção basilar ajuda a nortear as interpretações legais sobre o tema. De toda sorte, esse procedimento dúplice é uma faculdade outorgada ao credor que o utilizará se quiser. Caso contrário, poderá promover por primeiro a liquidação da parte ilíquida e, só depois dela encerrada, promover a execução integral de toda a sentença. Em se tratando da liquidação provisória de sentença é preciso compreender que segundo GONÇALVES (2017, p. 960) nos casos em que se admite a execução provisória, será possível também liquidação provisória, caso a sentença não seja líquida. A título de melhor explicação pode-se afirmar que na liquidação provisória a parte interessada pode requerer a liquidação da obrigação ainda que a sentença condenatória se encontre sujeita à apelação com efeito suspensivo. 4. DAS ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA No que diz respeito às espécies de liquidação de sentença, a mesma pode se dá por duas modalidades, sendo elas:

4 Liquidação por arbitramento: o art. 509, inciso I, do NCPC manteve a liquidação por arbitramento, prevista no art. 475-C do CPC/1973. Deve-se optar por este tipo de liquidação quando determinado por sentença ou convencionado pelas partes, ou ainda, quando exigir a natureza do objeto da liquidação. Salientando-se que continua em vigor a orientação constante do enunciado de súmula do STJ, nº 344, dispondo que a liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada. Liquidação pelo procedimento comum: prevista no artigo 509, inciso II do NCPC, é conhecida como liquidação por artigos (prevista no art. 475-E do CPC/1973). Como exposto, houve mudança apenas na sua nomenclatura. Na liquidação pelo procedimento comum existe a necessidade de comprovação de fatos novos, ligados ao quantum debeatur, ou seja será necessária, quando para se determinar o valor da condenação, houver a necessidade de fato que tenha ocorrido após a sentença e que tenha relação direta com a determinação da obrigação nela constituída. 5. DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO Como citado anteriormente, a liquidação de sentença por arbitramento é aquela determinada por sentença, convencionada pelas partes ou quando é considerada condição do objeto de liquidação. Tal modalidade é cabível a parte quando a apuração da quantia devida na condenação dependa da realização de perícia. Trata-se de trabalho técnico, normalmente entregue aos cuidados de profissional especializado em determinada área de conhecimento científico, pelo qual se vai determinar o valor da obrigação constituída pela sentença ilíquida. Dessa maneira, verifica-se a utilização da prova pericial, ocorrendo na forma procedimental, à postulação de liquidação por arbitramento pela parte, sendo nomeado perito pelo juízo e fixado prazo para fins de entrega do laudo. Posteriormente, com o laudo, o juiz profere a decisão, declarando o valor da condenação ou individualizando o seu objeto. Se ao analisar o laudo, o Juiz verificar a necessidade de realização de nova prova pericial, assim será feita, sendo que em caso de estarem presentes os dados necessários para o convencimento do juízo, será dispensada a realização de nova perícia. Com efeito, a liquidação por arbitramento é utilizada em casos que ordinariamente seria possível que a determinação da condenação fosse efetuada antes da prolação da sentença. No entanto, tal não ocorre em razão de ser mais viável que se profira a sentença desde logo e se postergue a determinação da condenação, colhendo-se prova futura, de natureza pericial. Isso porque a matéria que envolve a perícia futura já se encontra resolvida, estando seus parâmetros fixados, mas a definição dos limites da condenação depende de prova técnica. Dentre os motivos para que a perícia de determinação da condenação fique proposta para momento futuro, podemos destacar o encadeamento progressivo dos atos processuais. Se existem elementos para se julgar procedente o pedido indenizatório, em alguns casos é preferível que se decida logo sobre a questão, transferindo-se o seu aperfeiçoamento para outra fase, ou seja, a fixação da quantia devida. CONCLUSÃO Conclui-se que, o processo de liquidação de sentença é indispensável para a resolução da lide, dando continuidade ao processo, e buscando-se da maneira mais exata definir o valor a ser pago pelo devedor. Em se tratando da liquidação por arbitramento teremos o auxílio de um perito, o que pode ser considerado um processo mais técnico e de melhor exatidão.

5 REFERÊNCIAS DIDIER JR, Fredie. et al. Curso de Direito Processual Civil - Vol. 2. 1 Ed. Salvador: Juspodovim, 2007. BRASIL. Lei 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, 17 mar. 2015. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.