DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Transcrição

1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL Provas em espécie parte 6 Prof(a). Bethania Senra

2 - De igual modo, não terá consequência o vício se não tiver sido objeto de impugnação pela parte contrária. - Podem se referir a documentos públicos ou particulares. Se for hipótese de certidão ou traslado, basta que se faça o cotejo do documento defeituoso com o original. Falsidade documental: - Um documento é idôneo quando a declaração nele contida é verdadeira e a assinatura é autêntica.

3 - A não ser nos casos de vícios materiais evidentes (como borrões, rasuras etc), não basta à parte impugnar o documento contra si produzido, já que a fé do documento público ou particular somente cessa sendo declarada judicialmente a sua falsidade (art. 427, CPC). - Há dois caminhos para se obter o reconhecimento judicial da falsidade documental: - A ação declaratória autônoma (art. 19, II, CPC). - O incidente de falsidade (art. 430, CPC).

4 Espécies de falsidade: Primeiramente, há que se dizer que a falsidade da assinatura não enseja necessariamente o incidente de falsidade para seu reconhecimento. Produzido o documento por uma parte e negada a assinatura pela outra, incumbirá à primeira o ônus de provar a veracidade da firma, o que será feito na própria instrução da causa. CPC, art. 427, parágrafo único. A falsidade consiste em: I - formar documento não verdadeiro; II - alterar documento verdadeiro.

5 - A falsidade material surge nas hipóteses em que o vício se manifestou na elaboração física do documento. - A falsidade ideológica ocorre quando a declaração ou fatos expostos no documento não correspondem a verdade, embora o documento seja materialmente verdadeiro. - Completa a idéia de falsidade material o seguinte dispositivo legal: CPC, art Cessa a fé do documento particular quando: I - for impugnada sua autenticidade e enquanto não se comprovar sua veracidade;

6 II - assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento abusivo. Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu documento assinado com texto não escrito no todo ou em parte formá-lo ou completá-lo por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário. Arguição de falsidade: CPC, art A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.

7 - Presume-se autêntico o documento, se a arguição não for oferecida no prazo legal (art. 411, III, CPC), salvo se essa arguição decorreu de erro de fato ou coação. - A presunção de autenticidade decorrente da admissão expressa ou tácita não impede o ajuizamento de ação autônoma visando à declaração de falsidade daquele mesmo documento (art. 19, II, CPC). - A arguição de falsidade tem por objeto a autenticidade ou falsidade de um documento que é prejudicial ao julgamento da causa.

8 CPC, art. 430, parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19. CPC, art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: II. II - da autenticidade ou da falsidade de documento. CPC, art A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada.

9 - Logo, se for resolvida como questão principal, a solução dada fará coisa julgada comum (art. 503, caput, CPC). Porém, se for resolvida como questão incidental, a solução terá aptidão para a coisa julgada nos termos do 1º do art. 503, CPC, desde que preenchidos os seus pressupostos. CPC, art A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:

10 Referências: DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito Processual Civil. v. 2, 10 ed., Ed. Jus Podivm, Salvador: THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. v. 1, 56 ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2015.