BC: Operações de Crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) caem 0,5% em junho de 2016, acumulando leve alta de 1,0% em 12 meses O crédito total do SFN incluindo as operações com recursos livres e direcionados somou R$ 3.130 bilhões em junho de 2016, após queda de 0,5% no mês e expansão de 1,0% em 12 meses, comparativamente à alta de 0,1% em maio de 2016 e crescimento de 2,0% em doze meses. A redução mensal refletiu a queda de 1,3% do saldo destinado às empresas para R$ 1.600 bilhões parcialmente compensados pela alta de 0,3% do saldo destinado às famílias que totalizou R$ 1.530 bilhões. A relação crédito/pib registrou queda, de 52,5% em maio de 2016 para 51,9% em junho de 2016, com redução de 1,5pp em 12 meses. Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI* vmartins@plannercorretora.com.br +55 11 2172-2565 Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. De acordo com a leitura dos meses anteriores, no acumulado de 12 meses, o mercado de crédito manteve o movimento de desaceleração, tanto nas carteiras com recursos livres, com queda de 0,7% no mês e redução de 1,7% em 12 meses, quanto nos direcionados, com queda de 0,4% em base mensal e crescimento de 3,7% em 12 meses. Esta desaceleração reflete, notadamente, a retração do nível de atividade econômica, a manutenção dos juros em patamar alto, o nível de confiança dos empresários e consumidores, que afeta negativamente a oferta e a demanda de crédito. A inadimplência geral registrou leve recuo, pelo maior volume de renegociações, notadamente no segmento das pessoas físicas. As taxas de juros e os spreads também caíram, em base mensal, acompanhando a queda da demanda e do saldo das operações de crédito. O BC tem uma expectativa de crescimento de 1% do saldo das operações de crédito para este ano, em comparação ao crescimento de 6,7% em 2015, correspondente a 52% do PIB. Para o crédito livre o BC trabalha com queda de 1% e crescimento de 3% nos direcionados. Por controle de capital os bancos públicos devem apresentar o maior crescimento, de 4%, abaixo de 10,9% em 2015. Os privados nacionais devem registrar queda de 4% após retração de 0,8% no ano passado. Os privados estrangeiros devem registrar crescimento de 1% após alta de 6,9% em 2015. Operações com recursos livres caíram 0,7% no mês, sensibilizadas pela redução dos saldos nas operações no segmento de pessoas jurídicas e a queda no saldo das operações com as famílias. Ao final de junho estas operações corresponderam a 50,1% do total de crédito do sistema, somando R$ 1.569 bilhões, após queda de 0,7% no mês, redução de 1,7% em 12 meses e alta de 3,7% em 2015. O saldo destinado às pessoas físicas registrou leve decréscimo de 0,2% no mês para R$ 800 bilhões após expansão de 2,6% em 2015 e crescimento de 1,0% em 12 meses, com Página 1
destaque para as reduções dos financiamentos de veículos e cheque especial. O saldo das empresas totalizou R$ 770 bilhões, após queda mensal de 1,2%, redução de 4,3% em 12 meses, e alta de 4,8% em 2015, destacando-se a retração mensal em adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC), repasses externos e capital de giro. Operações com recursos direcionados registraram queda em base mensal, mas ainda mantém alta no acumulado de 12 meses. O volume de recursos do crédito direcionado representando os restantes 49,9% do total somou R$ 1.561 bilhões, com queda de 0,4% no mês, alta de 3,7% em 12 meses, e crescimento de 9,8% em 2015. O montante destinado a pessoas físicas, de R$ 731 bilhões, cresceu 0,7% no mês, 8,7% em 12 meses e 12,3% em 2015, puxado pela expansão de 0,7% das contratações do crédito imobiliário, e +1,0% no crédito rural. O crédito às empresas somou R$ 830 bilhões, com redução de 1,4% no mês, queda de 0,3% em 12 meses, e alta de 7,8% em 2015, com ênfase para o efeito do câmbio na carteira com recursos do BNDES (-2,1%). De acordo com o Banco Central, os setores de atividade econômica, onde as retrações mensais foram mais significativas destacam-se: a indústria com queda de 1,3% para um saldo de R$ 790 bilhões, o setor de extrativismo com queda de 6,7% e saldo de R$ 41 bilhões, o setor de transformação, com saldo R$ 436 bilhões e redução de 1,7%, e o de transporte, com queda de 3,0% para R$ 155 bilhões. O crédito ao setor público, apesar do recuo mensal de 2,1% (R$ 254 bilhões), registrou expansão de 10,3% em 12 meses, com relevância para o segmento administração pública, que cresceu 13,2%. Das cinco regiões, todas, com exceção da região Norte, registraram decréscimo no saldo das operações acima de mil reais, com destaque de queda para a região Sudeste. Segundo relatório do BC, quanto à segmentação regional do crédito, que considera as operações com valor superior a R$ 1 mil, o saldo relativo a Região Sudeste decresceu 0,6% no mês atingindo R$ 1.682 bilhões em junho de 2016. Na Região Sul, o crédito registrou queda de 0,4% totalizando R$ 546 bilhões. No Nordeste, o saldo foi de R$ 399 bilhões, com queda de 0,4% no mês. No Centro-Oeste o saldo somou R$ 326 bilhões, após redução de 0,2%. Na Região Norte, o saldo de R$ 117 bilhões, correspondeu à alta 0,4% no mês, a única região com crescimento mensal. Página 2
Dinâmica de crescimento por controle de capital, em base mensal, mostrou elevação de participação relativa dos bancos privados nacionais, proporcional queda dos bancos públicos, e manutenção de participação dos privados estrangeiros. A participação dos bancos públicos sobre o crédito total (livres e direcionados) caiu, pela primeira vez em muitos meses, passando de 56,7% em maio de 2016 para 56,6% em junho de 2016, enquanto a dos bancos privados nacionais subiu de 29,0% para 29,1%, na mesma base de comparação. A participação dos bancos privados estrangeiros permaneceu novamente estável, em 14,3%. No mês, houve queda em todos os segmentos por controle de capital, com destaque para a queda de 0,7% no saldo dos bancos públicos. Ao final de junho de 2016, o crescimento acumulado em 12 meses de 1,0% do SFN reflete o crescimento de 4,0% dos bancos públicos, queda de 3,5% dos bancos privados nacionais, e queda de 1,0% dos bancos privados estrangeiros. O BC tem uma expectativa de crescimento de 1% do saldo das operações de crédito para este ano, sendo de +4% para os bancos públicos, queda de 4% para privados nacionais, e crescimento de 1% para os bancos privados estrangeiros. As taxas de juros totais (nos segmentos livre e direcionado) do SFN registraram leve redução de 0,1pp em base mensal. A taxa média de juros das operações de crédito do SFN, inclusos os recursos livres e direcionados, registrou queda de 32,7% em maio para 32,6% em junho, mas ainda com alta de 5,6pp em 12 meses. Essa redução se explica pela queda de 0,1pp no segmento de crédito direcionado para 11,0% (+1,7pp em 12 meses). No segmento de crédito livre, os juros permaneceram estáveis em base mensal em 52,2% e com alta de 8,9pp em 12 meses. Página 3
As taxas de juros (Pessoa Física) registraram queda em base mensal. As operações para o segmento de pessoas físicas, a taxa média de juros caiu 0,2pp para 41,8% em base mensal (+6,5pp em 12 meses). No segmento com recursos livres, o custo médio alcançou 71,4%, com queda de 0,3pp no mês e alta de 13,2pp em 12 meses, com destaque para a redução de 0,6pp no cartão rotativo e queda de 0,2pp no crédito pessoal. No crédito direcionado, o custo médio das operações com as famílias subiu 0,1pp para 10,5% com destaque de alta de 0,1pp nos financiamentos imobiliários e rural. As taxas de juros (Pessoa Jurídica), novamente voltaram a cair. Nos empréstimos às empresas, o custo médio em base mensal foi de 21,7%, com queda de 0,1pp no mês e alta de 2,5pp em 12 meses. Nas operações com recursos livres, o custo médio permaneceu estável, em 30,3% ao ano, com aumento de 2,8pp em 12 meses. Nas contratações com recursos direcionados, a taxa caiu 0,2pp para 11,7%, com destaque para a queda de 0,5pp nos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES. Spread bancário registrou leve queda. O spread do SFN referente às operações com recursos livres e direcionados caiu 0,1pp no mês para 22,7%, mas permaneceu com crescimento de 5,0pp em 12 meses. Esta redução em base mensal refletiu a queda de 0,1pp nos recursos direcionados para 4,1%, uma vez que nas operações com recursos livres os spreads subiram 0,1pp para 39,7% e acumulam alta de 9,2pp em 12 meses. Inadimplência do SFN também caiu. A inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, referente a atrasos superiores a noventa dias, caiu 0,2pp em junho para 3,5%, mas mantém aumento de 0,6pp em 12 meses. Dentre as razões a autoridade monetária destacou o maior volume de renegociações, notadamente no segmento das pessoas físicas. Assim, no crédito às famílias, a inadimplência atingiu 4,0%, com recuo de 0,3pp, enquanto no crédito às empresas, a queda foi de 0,2pp para 3,0%. A inadimplência no crédito livre recuou 0,2pp para 5,6% enquanto no crédito direcionado, caiu de 1,6% para 1,4% em base mensal. Página 4
Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Ingrid Lima Pereira da Conceição ijesus@planner.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião(ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483 A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Página 5