PERFIL DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS DE VACAS DAS RAÇAS GUZERÁ E HOLANDESA EM AMBIENTE TROPICAL

Documentos relacionados
EFEITOS DE MÊS, ORDEM E ESTÁDIO DE LACTAÇÃO SOBRE OS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS DE VACAS E NOVILHAS HOLANDESAS

INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE CLIMÁTICA NOS NÍVEIS HORMONAIS DE VACAS SINDI CRIADAS EM AMBIENTE QUENTE 1

ESTIMATIVA DE NÍVEIS CRÍTICOS SUPERIORES DOS ÍNDICES DE TEMPERATURA E UMIDADE PARA VACAS LEITEIRAS DA RAÇA HOLANDESA

ESTRESSE CALÓRICO E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUÇÃO DO LEITE REVISÃO DE LITERATURA 1

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO DE BOVINOS CONFINADOS EM SISTEMA FREESTALL

EFEITO DO CONFORTO TÉRMICO SOBRE A ESTIMATIVA DA TAXA DE CONCEPÇÃO E A PRODUÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS

INFLUÊNCIA DOS PERÍODOS SECO E CHUVOSO SOBRE OS NÍVEIS DE GLICOSE CIRCULANTE EM CAPRINOS E OVINOS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Índices de tolerância ao calor de vacas leiteiras no período chuvoso e seco no Ceará

Características comportamentais em vacas leiteiras Holandês/Gir de diferentes composições genéticas

Utilização de cruzamentos e resultados em rebanhos de Girolando. José Reinaldo Mendes Ruas Pesquisador Epamig Norte de Minas

Protein Metabolic Profile in Two Genetic Groups of Primiparous Holstein x Gir cows, Two Periods of Lactation in the Dry Period in the Tropics

Características termorreguladoras em vacas leiteiras Holandês/Gir de diferentes composições genéticas

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE TEMPERATURA E UMIDADE PARA BOVINOS LEITEIROS DA RAÇA HOLANDESA EM RIO DO SUL, SC.

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE TEMPERATURA E UMIDADE PARA VACAS LEITEIRAS DA RAÇA HOLANDESA EM RIO DO SUL, SC.

Características produtivas da lactação de quatro grupos genéticos F1 Holandês x Zebu*

Programa Analítico de Disciplina ZOO436 Produção de Bovinos de Leite

Variação anual de hormônios tireoideanos e características termorreguladoras de vacas leiteiras em ambiente quente 1

Nome dos autores: Rafael de Sousa Carneiro Rafael de Sousa Carneiro 1 ; Glauco Mora Ribeiro 2

Avaliação da produção de leite e da porcentagem de gordura em um rebanho Gir leiteiro

Programa Analítico de Disciplina ZOO302 Fisiologia da Produção Animal

COMPORTAMENTO INGESTIVO DIURNO DE BOVINOS ¾WAGYU-BLACK ¼ANGUS EM SISTEMA DE PASTEJO EXTENSIVO EM DIFERENTES ESTAÇÕES

PRODUÇÃO DE LEITE E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA EM AMBIENTE QUENTE

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE OVINOS SANTA INÊS PERANTE CONDIÇÕES CLIMÁTICAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

L correlacionou-se negativamente com a produção, sugerindo maior mobilização de T 4

ADAPTABILIDADE DE CAPRINOS SANNEN E MAROTA MANTIDOS EM CLIMA TROPICAL SEMIÚMIDO

VARIAÇÃO SAZONAL NAS CARACTERÍSTICAS DO PELAME DE CAPRINOS CANINDÉ E MOXOTÓ EM REGIÃO EQUATORIAL SEMIÁRIDA

TERMORREGULAÇÃO TESTICULAR EM BOVINOS

Pesquisador da Embrapa Cerrados - Centro de Transferência de Tecnologias do Zebu Leiteiro

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM NOVA FRIBURGO - RJ

TAXA DE SUDAÇÃO EM CAPRINOS E OVINOS DESLANADOS CRIADOS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO*

COMPOSIÇÃO DO LEITE EM RELAÇÃO ÀS ESTAÇÕES DO ANO EM UM REBANHO LEITEIRO CONFINADO EM SISTEMA COMPOST BARN

EFEITOS DA ESTAÇÃO DO ANO NA PRODUÇÃO DE VACAS HOLANDESAS

INFLUÊNCIA DOS MESES DO ANO SOBRE A MOTILIDADE DO SÊMEN BOVINO FRESCO NO CERRADO MINEIRO

TEMPERATURA RETAL DE BOVINOS DE CORTE DESTINADOS A JULGAMENTO EM PARQUE DE EXPOSIÇÃO

PERFIL METABÓLICO E ENDÓCRINO DE EQUÍDEOS

CURVA DE LACTAÇÃO DAS VACAS DA RAÇA HOLANDESA E JERSEY 1 LACTATION CURVE OF THE DUTCH COWS AND JERSEY

AMBIÊNCIA E PRODUÇÃO DE LEITE

PROTOCOLO DE INDUÇÃO DE LACTAÇÃO EM VACAS E NOVILHAS DA RAÇA HOLANDESA 1

FICHA DE COMPONENTE CURRICULAR

Efeitos da redução da concentração de ocitocina exógena no bem-estar e na produção de leite de vacas lactantes

Universidade Federal de Pelotas Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária

Climatologia da Precipitação no Município de Igarapé-Açu, PA. Período:

VARIABILIDADE DA PRECIPITAÇÃO EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL

Ciência Animal Brasileira Suplemento 1, 2009 Anais do VIII Congresso Brasileiro de Buiatria

ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DA CURVA DE CRESCIMENTO E DURAÇÃO DA VIDA ÚTIL DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA

Programa Analítico de Disciplina ZOO483 Nutrição e Alimentação de Bovinos de Leite

RELAÇÃO ENTRE AS CONCENTRAÇÕES DE UREIA NO LEITE E AS DIFERENTES ESTAÇÕES DO ANO

XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002

TERMOGRAFIA COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DO ESTRESSE TÉRMICO EM VACAS LEITEIRAS.

PRODUÇÃO DE LEITE POR DIA DE INTERVALO DE PARTOS EM UM REBANHO MESTIÇO EUROPEU X ZEBU EM SÃO CARLOS, SP

Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.,v.53, n.6, p , 2001

TÍTULO: MENSURAÇÃO DE PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E DOSAGEM DE GLICOSE PLASMÁTICA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE LACTAÇÃO EM VACAS LEITEIRAS.

Programa Analítico de Disciplina AGF473 Produção de Ruminantes

Marcelo Moreira Antunes Co-orientação: Augusto Schneider Orientação: Marcio N. Corrêa e Ivan Biachi

EFEITO DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO MILHO PELO FARELO DE BISCOITO NA CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE URÉIA DE CORDEIROS MORADA NOVA 1

AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE TEMPERATURA E UMIDADE REFERENTES AO ANO DE 2013 E SEUS EFEITOS SOBRE O ESTRESSE CALÓRICO EM BOVINOS DE LEITE 1

Ciência Animal Brasileira Suplemento 1, 2009 Anais do VIII Congresso Brasileiro de Buiatria

FATORES QUE INTERFEREM NA TAXA DE CONCEPÇÃO DE VACAS LEITEIRAS 1

Variação de peso no pós-parto de vacas F1 Holandês x Zebu de diferentes ordens de parto*

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Izabela C. Vinhal¹; Luisa de M. Coura¹; Renato S. da S. Júnior¹; Thiago l. M. Ribeiro¹; Rafael A. D. Costa¹; Flávio A. S. Nogueira¹.

ANÁLISE DE AGRUPAMENTO DA EFICIÊNCIA ALIMENTAR E ESTRESSE TÉRMICO EM BOVINOS NELORE

UTILIZAÇÃO DE TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA PARA AFERIR A TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE CORPORAL DE VACAS DA RAÇA GIROLANDO

DETERMINAÇÃO DO GRADIENTE TÉRMICO DE CAPRINOS E OVINOS DESLANADOS CRIADOS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO*

Correlação entre as temperaturas corporal e do leite com o momento do estro em vacas leiteiras da raça holandesa

A influência do ambiente quente sobre os parâmetros fisiológicos de vacas leiteiras

AMBIÊNCIA E PRODUÇÃO DE LEITE DAVID RAMOS DA ROCHA AIRTON ALENCAR DE ARAÚJO

EFEITO DA ÉPOCA DO ANO SOBRE OS NÍVEIS DE GLICOSE CIRCULANTE EM CAPRINOS E OVINOS DESLANADOS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

COMPOSIÇÃO DO LEITE EM RELAÇÃO ÀS ESTAÇÕES DO ANO EM UM REBANHO LEITEIRO SEMICONFINADO NO RIO GRANDE DO SUL

COMPORTAMENTO DE EQUINOS EM PASTEJO NO SEMIÁRIDO MINEIRO

CURVA DE LACTAÇÃO DE VACAS PRIMIPARAS E MULTÍPARAS DA RAÇA HOLANDESA 1

PERFIL PROTÉICO NO PRÉ-PARTO DE OVELHAS DA RAÇA IDEAL E A INFLUÊNCIA NO PESO AO NASCIMENTO E PERFIL PROTÉICO DOS CORDEIROS 1

FATORES AMBIENTAIS SOBRE A LONGEVIDADE PRODUTIVA EM VACAS DA RAÇA HOLANDESA

RISCO DE PERDAS POR ESTRESSE CLIMÁTICO NA PRODUÇÃO DE LEITE NO RIO GRANDE DO SUL 1

AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHETO NA INTERFACE CHUVA/SECA

UFPA- FAMET- Brasil- Belém-

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

INFLUÊNCIA DO USO DE ASPERSORES EM CURRAIS DE CONFINAMENTO SOBRE O CONFORTO TÉRMICO E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE BOVINOS DE CORTE DA RAÇA NELORE

Influência das variáveis ambientais sobre as características quantitativas do sêmen de caprinos das raças Canindé e Moxotó

INFLUÊNCIA DO ESTRESSE NO ERITROGRAMA DE BEZERROS MACHOS DA RAÇA NELORE

TRABALHO CIENTÍFICO (MÉTODO DE AUXÍLIO DIAGNÓSTICO PATOLOGIA CLÍNICA)

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR EM AREIA - PB, EM ANOS DE OCORRÊNCIA DE EL NIÑO

ALTERNATIVAS DE MANEJO ALIMENTAR, DE ORDENHA E DE CRIA PARA VACAS F1 HZ EM REGIME DE PASTAGENS

MODELAGEM MATEMÁTICA: OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO LEITEIRA

EFEITOS DA DISPONIBILIDADE DE SOMBRA, DURANTE O VERÃO, SOBRE A COMPOSIÇÃO DO LEITE DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA 1

ESTUDO DA INFESTAÇÃO ARTIFICIAL DE CARRAPATOS ("BOOPHILUS MICROPLUS") EM FÊMEAS BOVINAS DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS "1"

ANÁLISE TEMPORAL DA SENSAÇÃO TÉRMICA NAS CIDADES DE PATOS E SÃO GONÇALO (SOUSA), PARAÍBA, BRASIL

Avaliação fisiológica de bezerros leiteiros mantidos sob diferentes manejos

Desempenho do pepino holandês Dina, em diferentes densidades de plantio e sistemas de condução, em ambiente protegido.

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE VACAS HOLANDESAS FRENTE A RECURSO DE VENTILAÇÃO EM ESTABULAÇÃO LIVRE 1

TESTE DE TOLERÂNCIA AO CALOR E SUA CORRELAÇÃO COM VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS EM BOVINOS NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL 1

Melhoramento gené.co de bovinos leiteiros: estratégias para u.lização de vacas F1

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPÓREA DE CAPRINOS E OVINOS DESLANADOS CRIADOS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO*

EFEITO DA CATEGORIA DA MÃE AO PARTO E MÊS DE NASCIMENTO SOBRE O DESEMPENHO PRÉ DESMAME DE BEZERROS DA RAÇA NELORE MOCHA

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

INTERVALOS DE CÉLULAS SOMÁTICAS SOBRE OS COMPONENTES DO LEITE: gordura e proteína

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO PARA OVINOS EM EXPOSIÇÃO DURANTE FEIRA AGROPECUÁRIA DE SANTARÉM.

CAUSAS DE DESCARTE EM VACAS DA RAÇA HOLANDESA

Particularidades da fisiologia da reprodução em vacas de leite. Roberto Sartori

Avaliação climatológica da cidade de Uberlândia por meio da Análise de Componentes Principais

Transcrição:

Original Article 179 PERFIL DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS DE VACAS DAS RAÇAS GUZERÁ E HOLANDESA EM AMBIENTE TROPICAL THYROID HORMONE PROFILE OF HOLSTEIN AND GUZERAT DAIRY CATTLE IN A TROPICAL ENVIRONMENT Mara Regina Bueno de Mattos NASCIMENTO 1 ; Andressa Alves STORTI 2 ; Ednaldo Carvalho GUIMARÃES 3 ; Vitória Maria SIMIONI 1 1. Professora, Doutora, Faculdade de Medicina Veterinária - FAMEV, Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, Brasil. maran@umuarama.ufu.br; vitoria@ufu.br ; 2. Mestre em Ciências Veterinárias, FAMEV UFU, Uberlândia, MG, Brasil; 3. Professor, Doutor, Faculdade de Matemática FAMAT - UFU, Uberlândia, MG, Brasil. RESUMO: Este estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar as variações nas concentrações séricas de triiodotironina (T 3 ) e tiroxina (T 4 ) em vacas das raças Holandesa e Guzerá, em ambiente tropical. Durante oito meses consecutivos foram coletadas amostras de sangue para dosagens de T 3 e T 4 de 27 vacas em cada rebanho, sendo um Holandês e o outro Guzerá, no município de Monte Alegre de Minas e Uberlândia, respectivamente, MG, Brasil. Também foram registradas a temperatura e a umidade do ar nos dias de coleta do sangue. A interação mês de coleta x rebanho foi significante para concentração sérica dos hormônios tireoideanos. No rebanho Holandês, o valor médio de T 4 foi maior em janeiro e menor em junho e de T 3 maior em julho e menor em dezembro. No Guzerá, o valor médio de T 4 foi maior em novembro e menor em julho e o de T 3, maior em julho e menor em dezembro. Os valores de T 4 variaram em função do rebanho em setembro, novembro e janeiro e de T 3 somente em agosto. A concentração de T 4 varia com a raça, observandose valores médios menores na raça Guzerá comparado a Holandesa. A média de T 3 é igual nas duas raças. PALAVRAS-CHAVE: Bovino. Bos indicus. Bos taurus. Tiroxina. Triiodotironina. Vaca leiteira. INTRODUÇÃO A temperatura ambiente ideal para que animais da raça Holandesa possam expressar seu potencial genético máximo está entre 5 e 18ºC (MORAIS et al., 2008). Entretanto, valores acima desta faixa são facilmente verificados na maioria das regiões do Brasil, em boa parte do ano. Assim, em regiões tropicais é comum observar rebanhos leiteiros com produção aquém daquela considerada adequada, principalmente os de origem europeia, sendo vários os fatores que interferem para que os mesmos não expressem seu potencial genético para produção de leite, dentre eles, problemas adaptativos. De fato, quando um animal homeotérmico é exposto à temperatura ambiente elevada e umidade alta ou à intensa radiação solar, esses elementos meteorológicos estressantes atuam sobre o organismo, desencadeando uma série de reações fisiológicas, inclusive alterações hormonais. Entre as mudanças endócrinas importantes por ocasião do estresse de calor, podem ser destacadas as alterações na concentração dos hormônios tireoideanos. A glândula tireoide é a glândula endócrina mais importante para a regulação metabólica; e seus hormônios são, provavelmente, os determinantes primários do metabolismo basal (CUNNINGHAM; KLEIN, 2008). Estes autores afirmam também que os hormônios tireoideanos aumentam o consumo de oxigênio e, consequentemente, a produção de calor, ou seja, têm efeito calorigênico. Várias pesquisas indicam que a glândula tireóide é sensível ao estresse térmico pelo fato de seus hormônios estarem ligados à termogênese, uma vez que aumentam a taxa metabólica, além de apresentarem ação potenciadora sobre as catecolaminas. Portanto, os níveis de triiodotironina (T 3 ) e tiroxina (T 4 ) podem se apresentar reduzidos em animais expostos à temperatura ambiente elevada, refletindo a menor produção de calor metabólico (JOHNSON et al., 1988). Este estudo teve por objetivo investigar a variação dos valores séricos de T 3 e T 4 em vacas das raças Holandesa e Guzerá, em ambiente tropical. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido na região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, sendo a propriedade do rebanho Holandês situada no município de Monte Alegre de Minas e a do Guzerá em Uberlândia. O clima local é classificado como Aw (tropical) (KÖPPEN, 1948), com temperatura média anual de 22,3 C, umidade relativa do ar em torno de 71% e precipitação pluviométrica de aproximadamente 1500 mm anuais. Na região, observa-se a ocorrência de duas estações ao longo Received: 14/03/11 Accepted: 05/09/11

180 do ano: período chuvoso, de outubro a março, e período seco, de abril a setembro. O nível de radiação solar oscila entre 475 a 500cal/cm 2 /dia e o fotoperíodo médio é de 12 horas. Foram utilizadas 27 vacas de 1ª a 3ª ordem de lactação da raça Holandesa e 27 vacas de 1ª a 8ª ordem de lactação da raça Guzerá. Os animais da raça Holandesa recebiam suplementação de ração comercial nos cochos nos horários de ordenha e eram mantidos em regime de pasto no verão (Brachiaria brizanta) e confinados no inverno, recebendo silagem de milho. As vacas eram ordenhadas duas vezes ao dia, com produção média vaca dia de 18 kg de leite. O controle leiteiro foi realizado quinzenalmente. O manejo dos animais da raça Guzerá foi semelhante, todavia, no horário entre ordenhas, as vacas permaneciam em pastos de Brachiaria decumbens. A produção média diária de leite neste rebanho foi de 8 kg de leite animal dia. Os dados foram coletados uma vez por mês, durante oito meses consecutivos. Foi estabelecida a coleta apenas pela manhã, das nove às onze horas, devido ao ritmo circadiano dos hormônios da tireóide, evitando-se os horários dos picos hormonais e, com isso, o risco de superestimar suas dosagens. Coletou-se uma amostra de 6 ml de sangue de cada animal, pela punção da veia jugular externa, sendo estas mantidas em repouso à temperatura ambiente por três a quatro horas, até a retração do coágulo. Em seguida, a amostra de sangue foi centrifugada a 720xg e o soro acondicionado em frascos devidamente identificados e congelado a - 20 C para posterior análise. As determinações séricas dos hormônios T 4 e T 3 foram realizadas no Laboratório de Bioclimatologia Animal, Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Campus de Jaboticabal, Estado de São Paulo, Brasil. As análises hormonais foram obtidas pelo método fluorométrico imunoenzimático, no equipamento Baxter Stratus II. Para esse equipamento, utilizaram-se kits comerciais específicos para cada hormônio e de uso exclusivo do analisador, contendo, cada um, reagentes suficientes para a análise de 100 amostras e a inclusão de uma curva padrão. O ensaio possuía sensibilidade para variações entre 5 ng/ml e 250 ng/ml de T 4 ; entre 0,25 ng/ml e 8 ng/ml de T 3. Os coeficientes intra e interdosagens eram de 3,6 e 3,2 e de 5,10 e 1,59, respectivamente para T 4 e T 3. Nos dias de coleta de sangue, a temperatura e a umidade do ar foram monitoradas em cada fazenda utilizando-se um psicrômetro comum. A umidade do ar foi expressa como pressão parcial de vapor, calculada a partir dos registros de temperatura do bulbo úmido e do bulbo seco, segundo Silva (2000): P P {t a } = P S {t u } - γ(t a - t u ), kpa em que: P P {t a } é a pressão parcial de vapor à temperatura t a de bulbo seco, kpa; P S {t u } é a pressão de saturação à temperatura t u de bulbo úmido, calculada pela seguinte equação: 0,61078 x 10 (7,5tu/(tu+237,5) ; γ é a constante psicrométrica para a temperatura t a, obtida em tabela de características do ar; t a é a temperatura de bulbo seco, C; t u é a temperatura de bulbo úmido, C. Os dados (valores séricos de T 3, T 4 e proporção T 3 :T 4 ) foram analisados de acordo com o esquema de parcelas subdivididas ( Split-Plot ) no tempo. O efeito rebanho foi considerado parcela, enquanto que o efeito mês de coleta, foi considerado como subparcela. Para comparar contrastes entre médias, foi aplicado o teste de Scott-Knott, com 5% de significância. A análise estatística dos dados foi realizada por meio do pacote computacional SISVAR (versão 4.0), conforme Ferreira (2000). RESULTADOS No rebanho Holandês, a temperatura ambiente ( C) nos dias de coleta de sangue teve uma amplitude de 10 C, com nível máximo registrado em novembro e mínimo em janeiro. A umidade do ar exibiu valores menores em junho, novembro e dezembro e maiores em julho e agosto (Tabela 1). Já no rebanho Guzerá, a amplitude térmica foi de 8,5ºC, registrando-se a temperatura máxima em outubro e a mínima em janeiro. Os valores de umidade do ar foram menores em junho, julho e agosto e maiores em outubro. A interação mês de coleta de sangue x rebanho foi significante para T 3, T 4 e proporção T 4 :T 3. Dessa forma, procedeu-se o desdobramento da interação, fixando-se inicialmente o mês e posteriormente o rebanho (Tabela 2). Quando se fixou o mês de coleta de sangue, verificou-se que, dentro de cada mês, os valores de T 4 variaram em função do rebanho em setembro, novembro e janeiro (Tabela 2). Por outro lado, fixando-se o rebanho, observou-se que, no rebanho Holandês, o nível sérico de T 4 foi significantemente maior em janeiro e setembro e menor em junho e julho, com valor intermediário nos demais meses. No rebanho Guzerá, o nível sérico de T 4 foi significantemente maior em novembro, dezembro e janeiro do que nos demais meses. A média geral de tiroxina (T 4 ) foi de 78,72 ng/ml, valor superior aos encontrados na literatura

(REAP et al., 1978; WALSH et al., 1980; CONTRERAS et al.,1999). 181 Tabela 1. Temperatura ambiente (t a ) em C e pressão parcial de vapor (Pp {t a }) em kpa no dia da coleta de sangue de vacas da raça Holandesa e Guzerá, em Monte Alegre de Minas e Uberlândia, respectivamente, MG, Brasil. Holandês t a P p {t a } Guzerá t a P p {t a } Junho 27,00 1,97 25,00 1,40 Julho 26,00 3,09 23,00 1,53 Agosto 29,00 3,70 30,00 1,46 Setembro 28,00 2,47 27,00 2,30 Outubro 27,00 2,08 31,00 3,29 Novembro 30,00 1,88 25,00 2,21 Dezembro 26,50 1,90 24,00 2,73 Janeiro 20,00 2,33 22,50 2,49 Tabela 2. Médias dos valores séricos de tiroxina (T 4 ), triiodotironina (T 3 ) em ng/ml e da proporção T 4 :T 3 segundo o mês de coleta de sangue e o rebanho, em vacas das raças Holandesa e Guzerá, em Monte Alegre de Minas e Uberlândia, respectivamente, MG, Brasil. T 4 T 3 T 4 :T 3 Rebanho Rebanho Rebanho 1* 2 Média 1 2 Média 1 2 Média Jun 61,48 ca 69,00 ba 65,24 1,58 ba 1,44 ba 1,51 38,46 ca 47,57 ba 43,02 Jul 67,81 ca 55,18 ba 61,50 1,78 aa 1,69 aa 1,74 38,57 ca 32,83 ca 35,70 Ago 80,64 ba 67,48 ba 74,06 1,49 ba 1,74 ab 1,61 56,96 ba 39,20 cb 48,08 Set 104,25 aa 69,14 bb 86,70 1,56 ba 1,64 aa 1,60 70,44 aa 44,33 bb 57,39 Out 73,74 ba 71,74 ba 72,74 1,50 ba 1,47 ba 1,48 49,52 ba 49,41 ba 49,47 Nov 76,59 bb 98,22 aa 87,40 1,61 ba 1,48 ba 1,55 49,85 bb 66,81 aa 58,33 Dez 81,59 ba 84,66 aa 83,12 1,42 ba 1,39 ba 1,40 57,73 ba 60,11 aa 58,92 Jan 112,03 aa 85,96 ab 99,00 1,46 ba 1,54 ba 1,50 77,40 aa 57,76 ab 67,58 Média 82,27 75,17 1,55 1,55 54,87 49,75 1 Dentro da mesma linha, médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott (5%); 2 Dentro da mesma coluna, médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott (5%);* 1 e 2 correspondem, respectivamente, aos rebanhos Holandês e Guzerá. Fixando-se o mês de coleta de sangue, observou-se que, dentro de cada mês, os valores de T 3 variaram em função do rebanho somente em agosto, com valor inferior no rebanho Holandês. Fixando-se o rebanho, no rebanho holandês houve aumento significante do nível sérico de T 3 em julho em relação aos demais meses. Já no rebanho Guzerá, verificou-se valor maior nos meses de

182 julho, agosto e setembro, e menor nos meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro e junho. Notou-se média geral de T 3 de 1,55 ng/ml, valor próximo ao encontrado por Millar e Albyt (1985), Tiirats (1997), Morais et al. (2008), superior aos obtidos por Reap et al. (1978), Aceves et al. (1987) e Contreras et al. (1999). Fixando-se o mês de coleta, verificou-se que os valores da proporção T 4 :T 3 variaram de forma significante em função do rebanho em agosto, setembro, novembro e janeiro. Quando se fixou o rebanho, o Holandês apresentou maior média em janeiro e setembro, e menor em junho e julho. Já o rebanho Guzerá apresentou maior média em novembro, dezembro e janeiro, e menor em julho e agosto. DISCUSSÃO A diferença observada entre os valores médios de T 4 e T 3 encontrados neste estudo e os relatados na literatura consultada pode ser explicada por diversos fatores, entre eles, a composição genética (MORAIS et al., 2008), a ordem de lactação (NASCIMENTO et al., 2006) e o estágio de lactação (TIIRATS, 1997). De acordo com Johnson et al. (1988), os níveis de T 3 e T 4 podem se apresentar reduzidos em animais expostos à temperatura ambiente elevada e estão associados à menor produção de calor metabólico. Neste estudo também foram verificadas diferenças significantes de T 4, T 3 e proporção T 4 :T 3 entre os meses de coleta, em função do rebanho. Este resultado pode ser explicado pelo fato das raças zebuínas, como a Guzerá, serem mais adaptadas às variações climáticas que ocorrem de um mês para outro em relação a raças europeias, como a Holandesa. Morais et al. (2008), estudando a variação anual das concentrações séricas de hormônios tireoidianos em vacas leiteiras no nordeste, encontraram médias menores de T 3 em rebanho Holandês em comparação com animais mestiços Holandês zebu. Para os autores, este resultado indica que, em animais menos adaptados, como os da raça Holandesa, a redução da secreção de T 3 ajuda a diminuir a produção de calor endógeno, na tentativa de se ajustar a ambientes quentes. No presente estudo, de modo geral, não houve variação significativa de T 3 entre os meses de coleta, exceto no mês de agosto. Isto confirma que, mesmo o T 3 sendo responsável pela termogênese obrigatória, outros fatores além da temperatura ambiente podem regular a sua síntese (MORAIS et al., 2008). Magdub et al. (1982) verificaram que, em vacas da raça Holandesa em lactação, sob efeitos do estresse de calor, as concentrações plasmáticas de T 4 e T 3 foram menores em temperatura ambiente elevada do que em condições de conforto térmico. Por outro lado, Vanjonack e Johnson (1975) não constataram diferenças nos valores de T 4 quando vacas da raça Holandesa foram expostas à temperatura de 30 C por 18 horas, verificação também corroborada por Tiirats (1997), que não observou diferença entre valores de T 4 e T 3 no inverno e no verão, em vacas da raça Holandesa. Tais resultados discordam dos obtidos no presente estudo, possivelmente devido às diferentes metodologias aplicadas. Neste estudo, realizado em região tropical, sendo as condições climáticas registradas em campo, e, portanto, o tempo de exposição ao calor é menor, ou seja, existe um período de temperaturas mais amenas e outro com temperaturas mais elevadas. O método empregado por Vanjonack e Johnson (1975), os quais utilizaram câmaras climáticas, o tempo mantido sob estresse por calor foi maior (18 horas), porém apenas um dia. Assim, além de considerar a intensidade do estresse é importante analisar o tempo de exposição. Quanto ao estudo de Tiirats (1997), este foi na Estônia, em que o autor cita somente as estações do ano e não especificam a temperatura ambiente. Neste estudo, os animais da raça Guzerá mostraram-se mais adaptados ao clima quente da região tropical, pois foi observado menor média de T 4 (75,17 ng/ml). Já no rebanho da raça Holandesa, esta foi superior (82,27 ng/ml). Morais et al. (2008) verificaram menores níveis basais de T 4 em vacas 15/16 e 31/32 Holandês obtidas por cruzamento absorvente, usando como base a raça Guzerá comparados aos rebanhos: mestiços Holandês x SPRD com proporção de 7/8 a 31/32 e mestiços Holandês x Zebu com proporção 7/8 a 31/32. Esses autores citam que os animais obtidos por cruzamento absorvente com vacas da raça Guzerá, e, portanto, animais adaptados, os ajustes do equilíbrio térmico já podem ter sido realizados no processo de aclimatação. Dessa forma, a capacidade de adaptação do gado holandês ao ambiente quente da região tropical é limitada, o que reflete inclusive na baixa produção leiteira. CONCLUSÃO A raça bovina influencia os valores de tiroxina. Vacas da raça Guzerá apresentam menor valor médio do que vacas da raça Holandesa. Já as concentrações de triiodotironina, de modo geral, são iguais nas raças Holandesa e Guzerá.

183 ABSTRACT: This study was conducted to evaluate the serum concentrations of triiodothyronine (T 3 ) and thyroxine (T 4 ) in two herds of Holstein and Guzerat dairy cattle in a tropical environment. T 3 and T 4 concentrations were determined in blood samples collected from 27 cows in each herd over eight consecutive months. The Holstein herd was located in Monte Alegre de Minas and the Guzerat in Uberlândia, MG, Brazil. Air temperature and humidity were also recorded on collection days. The interaction between month of collection and herd was significant for serum concentration of thyroid hormones. In the Holstein herd average T 4 concentration was highest in January and lowest in June while T 3 concentration was highest in July and lowest in December. In the Guzerat herd T 4 concentration was highest in November and lowest in July while T 3 concentration was highest in July and lowest in December. T 4 concentrations varied according to herd in September, November and January, while T 3 concentrations varied only in August. T 4 concentrations varied according to breed. Mean T 4 levels were lower in Guzerat than in Holstein cattle. The mean T 3 is equal in both breeds. KEYWORDS: Bovines. Bos indicus. Bos taurus. Dairy cattle. Thyroxine. Triiodothyronine. REFERÊNCIAS ACEVES, C.; ROMERO, C.; SAHAGUN, L.; VALVERDE, C. Thyroid hormone profile in dairy cattle acclimated to cold or hot environmental temperatures. Acta Endocrinology, Copenhagen, v. 114, n. 2, p. 201-207, 1987. CONTRERAS, P. A.; PHIL, M.; WITTWER, F.; RUIZ, V.; ROBLES, A.; BRÖHMWALD, H. Valores sanguíneos de triyodotironina y tiroxina en vacas frisón negro a pastoreo. Archivos de Medicina Veterinária, Valdivia, v. 31, n. 2, p. 205-210, 1999. CUNNINGHAM, J. G.; KLEIN, B. G. Glândulas endócrinas e suas funções. In:. Tratado de Fisiologia Veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. cap. 34, p. 431-466. FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do SISVAR para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000, p. 255-258. JOHNSON, H. D.; KATTI, P. S.; HAHN, L.; SHANKLIN, M. D. Environmental physiology and shelter engineering with special reference to domestic animals: short-term heat acclimation effects on hormonal profile of lactating cows. Missouri: University of Missouri.1988. 30p. (Research Bulletin, 1061). KÖPPEN, W. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. México: Fundo de Cultura Econômica, 1948. 478p. MAGDUB, A.; JOHNSON, H. D.; BELYEA, R. L. Effect of environmental heat and dietary fiber on thyroid physiology of lactating cows. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 65, n. 12, p. 2323-2331, 1982. MILLAR, K.R.; ALBYT, A.T. Evaluation of R. I. A. kits for the measurement of thyroid hormones in sheep and cattle sera. New Zealand Veterinary Journal, Wellington, v. 33, n. 7, p.116-117, 1985. MORAIS, D. A. E. F.; MAIA, A. S. C.; SILVA, R. G.; VASCONCELOS, A. M.; LIMA, P. O. ; GUILHERMINO, M. M. Variação anual de hormônios tireoideanos e características termorreguladoras de vacas leiteiras em ambiente quente. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 37, n. 3, p. 538-545, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbz/v37n3/20.pdf>. Acesso em: 12 out. 2010. NASCIMENTO, M. R. B. M.; VIEIRA, R. C.; SILVA, G. C. Efeitos de mês, ordem e estádio de lactação sobre os hormônios tireoideanos de vacas e novilhas holandesas. Archives of Veterinary Science, Curitiba, v. 11, n. 2, p. 55-60, 2006. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/veterinary/article/view/6786/4844>. Acesso em: 22 nov. 2010.

184 REAP, M. B. S.; CASS, C. M. S.; HIGHTOWER, D. D. V. M. Thyroxine and triiodothyronine levels in ten species of animals. Southwestern Veterinarian, College Station, v. 31, n. 1, p. 31-34, 1978. SILVA, R. G. Introdução à bioclimatologia animal. São Paulo: Nobel, 2000. 450p. TIIRATS, T. Thyroxine, triiodothyronine and reverse-triiodothyronine concentrations in blood plasma in relation to lactational stage, milk yield, energy and dietary protein intake in Estonian dairy cows. Acta Veterinária Scandinavica, Copenhagen, v. 38, n. 4, p. 339-348, 1997. VANJONACK, W. J.; JOHNSON, H. D. Effects of moderate heat and milk yield on plasma thyroxine in cattle. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 58, n. 4, p. 507-511, 1975. WALSH, D. S.; VESELY, J. A.; MAHADEVAN, S. Relationship between milk production and circulating hormones in dairy cows. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 63, n. 2, p. 290-294, 1980.