Tribunal de Justiça do Estado do Ceará PJe - Processo Judicial Eletrônico Consulta Processual 30/11/2015 Número: 0047313-30.2015.8.06.0020 Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Órgão julgador: 6º Juizado Especial Cível e Criminal Última distribuição : 04/11/2015 Valor da causa: R$ 15000.0 Assuntos: Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? SIM Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO Partes Tipo Nome ADVOGADO RÉU AUTOR CRISTIANO PORTO LINHARES TEIXEIRA BANCO ITAUCARD S.A. ANTONIO EVANGELISTA DE SOUSA Id. 14555 35 14555 14 14555 00 14554 49 Data da Assinatura Documento Documentos 04/11/2015 15:32 PROCURAÇÃO Procuração 04/11/2015 15:32 DOCUMENTOS Documento de Comprovação 04/11/2015 15:32 ANTONIO EVANGELISTA Petição Inicial 04/11/2015 15:32 Petição Inicial Petição Inicial Tipo
http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415310806000000001426196 Número do documento: 15110415310806000000001426196 Num. 1455535 - Pág. 1
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 6ª UNIDADE DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DA COMARCA DE FORTALEZA (CE). ANTÔNIO EVANGELISTA DE SOUSA, brasileiro, casado, comerciante, portadora de RG nº 27455781 e inscrita no CPF sob o nº 266.628.173-68, residente e domiciliado à Rua Jornalista Antonio Pontes Tavares, nº 1100, Cajazeiras, Fortaleza-Ce, por seu advogado in fine assinado, vem com respeito e o costumeiro acatamento à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS COM PEDIDO DE LIMINAR, em face de BANCO ITAUCARD S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº 17.192.451/0001-70, com endereço na Alameda Pedro Calil, nº 43, bairro Vila das Acácias, Poá-SP, CEP: 08557-105, pelos fatos e fundamentos a seguir exposto: I DA JUSTIÇA GRATUITA O Autor pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita, assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e nos termos da Lei Federal n.º 1060/50, vez que se declara pobre na acepção jurídica do termo e não possui condições para suportar as despesas do processo sem privar-se dos recursos para seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração acostada aos autos. Av. Washington Soares n. 55, Sala 315 Torre Empresarial Iguatemi Telefones 3044.0123 / 3044.1369 1 http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415285212500000001426162 Número do documento: 15110415285212500000001426162 Num. 1455500 - Pág. 1
II DOS FATOS O autor contratou com a Requerida financiamento do veículo GOL 1.0, MARCA Volkswagen, PLACA NQR7281, CHASSI 9BWAA05W39P110145, no dia 8 de setembro de 2013. O Requerente sempre adimpliu com as parcelas do referido financiamento tempestivamente. Ocorre Excelência, que no mês de abril de 2015, o autor começou a receber cobranças telefônicas insistentes da parcela com vencimento em 08 de março de 2015, parcela 18/36, nº 019/01491632-4, no valor de R$ 576,70 (quinhentos e setenta e seis reais e setenta centavos). Registre-se que a citada parcela foi paga no dia subseqüente ao seu vencimento, 09 de março de 2015, segunda-feira, e, mesmo assim, as cobranças perduram até os dias atuais. Por diversas vezes o autor entrou em contato com a instituição financeira, ora Requerida, informando do adimplemento da parcela, entretanto, as cobranças não cessaram. A Ré, não satisfeita, ainda inscreveu indevidamente o nome da Autora no SERASA, órgão de proteção ao crédito, conforme faz prova documentos em anexo. Diante do exposto, não vendo outra alternativa senão a do socorro ao Poder Judiciário, a Autora propõe a presente ação, no sentido de que seja declarada a inexistência do débito, bem como seja retirada a negativação indevida de seu nome e reparados os danos morais suportados. III DO DIREITO Perante os fatos narrados, verifica-se a prática de ato ilícito por parte da Ré, que por infundada atitude de cadastrar o nome do Autor junto aos cadastros de proteção ao crédito acabou por gerar danos. Para início do debate, transcreve-se o artigo 186 do Código Civil: Av. Washington Soares n. 55, Sala 315 Torre Empresarial Iguatemi Telefones 3044.0123 / 3044.1369 2 http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415285212500000001426162 Número do documento: 15110415285212500000001426162 Num. 1455500 - Pág. 2
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. O artigo supra traz a definição do Ato Ilícito, que aplicado no presente caso decorre da ação da Ré em inserir o nome do Autor nos cadastros de inadimplentes, por decorrência de dívida inexistente. Ao se analisar os documentos anexos com os fatos narrados, é facilmente perceptível a quitação do Autor perante suas obrigações com a Ré. Não verificada a inadimplência do Autor para com a Ré, não há que se falar no direito de que o nome dessa possa ser devidamente incluído no cadastro de inadimplentes. Deste modo, ao cadastrar indevidamente o nome do Autor junto dos órgãos protetivos, verifica-se a violação de seus direitos através de ato ilícito. O artigo 927 do mesmo código determina a obrigação de indenizar por aquele que acaba por causar dano a outrem mediante ato ilícito, independentemente de culpa. Não só o Código Civil, mas a própria Constituição da República, artigo 5º, inciso X, determina a inviolabilidade da vida privada, honra e imagem das pessoas, garantindo o direito de indenização mediante a ocorrência de dano material ou moral pela violação. Neste diapasão, ao tratar inicialmente do cabimento de indenização por dano moral, vale trazer para esta exordial a seguinte decisão do STJ: PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. DANOS MORAIS. PROVA. DESNECESSIDADE. INDENIZAÇÃO. ARBITRAMENTO. ALTERAÇÃO NA VIA ESPECIAL. HONORÁRIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, nos casos de inscrição indevida no cadastro de inadimplentes, considera-se presumido o dano moral, não havendo necessidade da prova Av. Washington Soares n. 55, Sala 315 Torre Empresarial Iguatemi Telefones 3044.0123 / 3044.1369 3 http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415285212500000001426162 Número do documento: 15110415285212500000001426162 Num. 1455500 - Pág. 3
do prejuízo, desde que comprovado o evento danoso. (REsp 419365 / MT, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, Dj. 11/11/2002) (Grifou-se) O Superior Tribunal de Justiça é pacífico ao determinar que a inscrição indevida junto ao cadastro de inadimplentes caracteriza dano moral in re ipsa, ou seja, independe de prova para sua configuração. Ainda, o mesmo CDC visa proteger o consumidor, apoiando-se no princípio in favor debilis. Tal princípio pressupõe a fragilidade do consumidor diante da relação de consumo, visto sua hipossuficiência diante do que lhe é imposto na relação de consumo. Neste sentido, há de se destacar o artigo 6º, inciso VII, do referido código, que garante ao consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, garantindo-lhe a inversão do ônus da prova em detrimento da superioridade do prestador de serviços, como ocorre no caso em comento. Portanto, verifica-se que o ato ilícito praticado pelas Rés vai além do determinado pelo Código Civil, infringindo o CDC e a própria Constituição da República no que diz à honra e imagem dos indivíduos. IV DA LIMINAR O artigo 273 do Código de Processo Civil permite ao juiz antecipar, a pedido da parte, os efeitos da tutela pretendida na inicial, desde que exista prova inequívoca, verossimilhança e dano iminente. Desta maneira, configurado o ato ilícito devidamente comprovado, gerando prejuízo para o Autor, verifica-se a possibilidade da concessão de tutela antecipada para que o nome do Autor seja retirado dos cadastros de inadimplentes sob pena de aplicação de astreinte. Verificando-se o direito do Autor em ter sua honra e imagem imaculadas frente ao seu adimplemento perante suas obrigações civis, percebese que o ato ilícito praticado pelas Rés fere seus princípios constitucionais e Av. Washington Soares n. 55, Sala 315 Torre Empresarial Iguatemi Telefones 3044.0123 / 3044.1369 4 http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415285212500000001426162 Número do documento: 15110415285212500000001426162 Num. 1455500 - Pág. 4
legais ao ter seu nome indevidamente sujo perante o mercado de crédito e até de trabalho, ensejando reparação imediata. Como alegado, a manutenção indevida do nome do Autor nos cadastros de inadimplentes traz graves prejuízos à sua honra e imagem, prejudicando oportunidades de emprego e de concessão de crédito junto a instituições financeiras. Portanto, a não retirada imediata do nome do Autor dos serviços de proteção ao crédito, além dos prejuízos já ocasionados, continuará a gerar novos e irreparáveis danos por consequência de ato ilícito. V DOS PEDIDOS Diante do exposto, pede e requer a Vossa Excelência que: 1 Que seja concedida a liminar pretendida, no sentido de retirar o nome da Autora dos órgãos de proteção ao crédito, e, caso esse honrado Juízo entenda necessário, que determine a prestação de caução de preferência fidejussória;; 2 Que sejam concedidos os benefícios da assistência judiciária gratuita, na forma legal; 3 Que seja citada a promovida no endereço preambular para, querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia; 4 Que seja deferida a inversão do ônus da prova, nos termos do Código de Defesa do Consumidor; 5 Que seja julgada totalmente procedente a presente ação, a fim tornar definitivo os efeitos da liminar pleiteada; declarar a inexistência do débito com vencimento em 08 de março de 2015, parcela 18/36, nº 019/01491632-4, no valor de R$ 576,70 (quinhentos e setenta e seis reais e setenta centavos; bem como, condenar a Requerida ao pagamento de indenização por danos morais no importe de R$ 15.000,00 (quinze mil reais); Av. Washington Soares n. 55, Sala 315 Torre Empresarial Iguatemi Telefones 3044.0123 / 3044.1369 5 http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415285212500000001426162 Número do documento: 15110415285212500000001426162 Num. 1455500 - Pág. 5
6 Que seja condenada a promovida em custas e honorários sucumbenciais a serem fixados na proporção de 20% sobre o valor da causa; Protesta provar o alegado através de todos os meios de prova em direito permitidos, bem como a juntada posterior de novos documentos e demais provas. Atribui-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para efeitos meramente fiscais. Nestes termos, Pede deferimento. Fortaleza, 4 de novembro de 2015. CRISTIANO PORTO LINHARES TEIXEIRA OAB/CE 21.937 BRUNA LEITE DE MATOS SOUSA OAB/CE 28.675 Av. Washington Soares n. 55, Sala 315 Torre Empresarial Iguatemi Telefones 3044.0123 / 3044.1369 6 http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415285212500000001426162 Número do documento: 15110415285212500000001426162 Num. 1455500 - Pág. 6
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 6ª UNIDADE DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DA COMARCA DE FORTALEZA (CE). ANTÔNIO EVANGELISTA DE SOUSA, brasileiro, casado, comerciante, portadora de RG nº 27455781 e inscrita no CPF sob o nº 266.628.173-68, residente e domiciliado à Rua Jornalista Antonio Pontes Tavares, nº 1100, Cajazeiras, Fortaleza-Ce, por seu advogado in fine assinado, vem com respeito e o costumeiro acatamento à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS COM PEDIDO DE LIMINAR, em face de BANCO ITAUCARD S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº 17.192.451/0001-70, com endereço na Alameda Pedro Calil, nº 43, bairro Vila das Acácias, Poá-SP, CEP: 08557-105, pelos fatos e fundamentos a seguir exposto: I DA JUSTIÇA GRATUITA O Autor pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita, assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e nos termos da Lei Federal n.º 1060/50, vez que se declara pobre na acepção jurídica do termo e não possui condições para suportar as despesas do processo sem privar-se dos recursos para seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração acostada aos autos. II DOS FATOS O autor contratou com a Requerida financiamento do veículo GOL 1.0, MARCA Volkswagen, PLACA NQR7281, CHASSI 9BWAA05W39P110145, no dia 8 de setembro de 2013. O Requerente sempre adimpliu com as parcelas do referido financiamento tempestivamente. Ocorre Excelência, que no mês de abril de 2015, o autor começou a receber cobranças telefônicas insistentes da parcela com vencimento em 08 de março de 2015, parcela 18/36, nº 019/01491632-4, no valor de R$ 576,70 (quinhentos e setenta e seis reais e setenta centavos). http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415315963000000001426112 Número do documento: 15110415315963000000001426112 Num. 1455449 - Pág. 1
Registre-se que a citada parcela foi paga no dia subseqüente ao seu vencimento, 09 de março de 2015, segunda-feira, e, mesmo assim, as cobranças perduram até os dias atuais. Por diversas vezes o autor entrou em contato com a instituição financeira, ora Requerida, informando do adimplemento da parcela, entretanto, as cobranças não cessaram. A Ré, não satisfeita, ainda inscreveu indevidamente o nome da Autora no SERASA, órgão de proteção ao crédito, conforme faz prova documentos em anexo. Diante do exposto, não vendo outra alternativa senão a do socorro ao Poder Judiciário, a Autora propõe a presente ação, no sentido de que seja declarada a inexistência do débito, bem como seja retirada a negativação indevida de seu nome e reparados os danos morais suportados. III DO DIREITO Perante os fatos narrados, verifica-se a prática de ato ilícito por parte da Ré, que por infundada atitude de cadastrar o nome do Autor junto aos cadastros de proteção ao crédito acabou por gerar danos. Para início do debate, transcreve-se o artigo 186 do Código Civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. O artigo supra traz a definição do Ato Ilícito, que aplicado no presente caso decorre da ação da Ré em inserir o nome do Autor nos cadastros de inadimplentes, por decorrência de dívida inexistente. Ao se analisar os documentos anexos com os fatos narrados, é facilmente perceptível a quitação do Autor perante suas obrigações com a Ré. Não verificada a inadimplência do Autor para com a Ré, não há que se falar no direito de que o nome dessa possa ser devidamente incluído no cadastro de inadimplentes. Deste modo, ao cadastrar indevidamente o nome do Autor junto dos órgãos protetivos, verifica-se a violação de seus direitos através de ato ilícito. O artigo 927 do mesmo código determina a obrigação de indenizar por aquele que acaba por causar dano a outrem mediante ato ilícito, independentemente de culpa. Não só o Código Civil, mas a própria Constituição da República, artigo 5º, inciso X, determina a inviolabilidade da vida privada, honra e imagem das pessoas, garantindo o direito de indenização mediante a ocorrência de dano material ou moral pela violação. http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415315963000000001426112 Número do documento: 15110415315963000000001426112 Num. 1455449 - Pág. 2
Neste diapasão, ao tratar inicialmente do cabimento de indenização por dano moral, vale trazer para esta exordial a seguinte decisão do STJ: PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. DANOS MORAIS. PROVA. DESNECESSIDADE. INDENIZAÇÃO. ARBITRAMENTO. ALTERAÇÃO NA VIA ESPECIAL. HONORÁRIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, nos casos de inscrição indevida no cadastro de inadimplentes, considera-se presumido o dano moral, não havendo necessidade da prova do prejuízo, desde que comprovado o evento danoso. (REsp 419365 / MT, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, Dj. 11/11/2002) (Grifou-se) O Superior Tribunal de Justiça é pacífico ao determinar que a inscrição indevida junto ao cadastro de inadimplentes caracteriza dano moral configuração. in re ipsa, ou seja, independe de prova para sua Ainda, o mesmo CDC visa proteger o consumidor, apoiando-se no princípio in favor debilis. Tal princípio pressupõe a fragilidade do consumidor diante da relação de consumo, visto sua hipossuficiência diante do que lhe é imposto na relação de consumo. Neste sentido, há de se destacar o artigo 6º, inciso VII, do referido código, que garante ao consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, garantindo-lhe a inversão do ônus da prova em detrimento da superioridade do prestador de serviços, como ocorre no caso em comento. Portanto, verifica-se que o ato ilícito praticado pelas Rés vai além do determinado pelo Código Civil, infringindo o CDC e a própria Constituição da República no que diz à honra e imagem dos indivíduos. IV DA LIMINAR O artigo 273 do Código de Processo Civil permite ao juiz antecipar, a pedido da parte, os efeitos da tutela pretendida na inicial, desde que exista prova inequívoca, verossimilhança e dano iminente. Desta maneira, configurado o ato ilícito devidamente comprovado, gerando prejuízo para o Autor, verifica-se a possibilidade da concessão de tutela antecipada para que o nome do Autor seja retirado dos cadastros de inadimplentes sob pena de aplicação de astreinte. Verificando-se o direito do Autor em ter sua honra e imagem imaculadas frente ao seu adimplemento perante suas obrigações civis, percebe-se que o ato ilícito praticado pelas Rés fere seus princípios constitucionais e legais ao ter seu nome indevidamente sujo perante o mercado de crédito e até de trabalho, ensejando reparação imediata. http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415315963000000001426112 Número do documento: 15110415315963000000001426112 Num. 1455449 - Pág. 3
Como alegado, a manutenção indevida do nome do Autor nos cadastros de inadimplentes traz graves prejuízos à sua honra e imagem, prejudicando oportunidades de emprego e de concessão de crédito junto a instituições financeiras. Portanto, a não retirada imediata do nome do Autor dos serviços de proteção ao crédito, além dos prejuízos já ocasionados, continuará a gerar novos e irreparáveis danos por consequência de ato ilícito. V DOS PEDIDOS Diante do exposto, pede e requer a Vossa Excelência que: 1 Que seja concedida a liminar pretendida, no sentido de retirar o nome da Autora dos órgãos de proteção ao crédito, e, caso esse honrado Juízo entenda necessário, que determine a prestação de caução de preferência fidejussória;; 2 Que sejam concedidos os benefícios da assistência judiciária gratuita, na forma legal; 3 Que seja citada a promovida no endereço preambular para, querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia; 4 Que seja deferida a inversão do ônus da prova, nos termos do Código de Defesa do Consumidor; 5 Que seja julgada totalmente procedente a presente ação, a fim tornar definitivo os efeitos da liminar pleiteada; declarar a inexistência do débito com vencimento em 08 de março de 2015, parcela 18/36, nº 019/01491632-4, no valor de R$ 576,70 (quinhentos e setenta e seis reais e setenta centavos; bem como, condenar a Requerida ao pagamento de indenização por danos morais no importe de R$ 15.000,00 (quinze mil reais); 6 Que seja condenada a promovida em custas e honorários sucumbenciais a serem fixados na proporção de 20% sobre o valor da causa; Protesta provar o alegado através de todos os meios de prova em direito permitidos, bem como a juntada posterior de novos documentos e demais provas. Atribui-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para efeitos meramente fiscais. Nestes termos, Pede deferimento. Fortaleza, 4 de novembro de 2015. http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415315963000000001426112 Número do documento: 15110415315963000000001426112 Num. 1455449 - Pág. 4
CRISTIANO PORTO LINHARES TEIXEIRA OAB/CE 21.937 BRUNA LEITE DE MATOS SOUSA OAB/CE 28.675 http://pje.tjce.jus.br/pje1grau/processo/consultadocumento/listview.seam?nd=15110415315963000000001426112 Número do documento: 15110415315963000000001426112 Num. 1455449 - Pág. 5