A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA PARA A PRÁTICA ASSISTENCIAL

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Transcrição:

CONEXÃO FAMETRO 2017: ARTE E CONHECIMENTO XIII SEMANA ACADÊMICA ISSN: 2357-8645 A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA PARA A PRÁTICA ASSISTENCIAL Synara de Fátima Bezerra de Lima Discente do 8º semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza FAMETRO. Voluntária do Programa de Monitoria e Iniciação Científica (PROMIC). E-mail: synara02@gmail.com Jaqueline Diógenes da Silva Discente do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza FAMETRO. Membro do Núcleo de Pesquisas Clínicas NUPEC do Hospital Fernandes Távora HTF). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Sepse e Infecções GSEPSE do Hospital Fernandes Távora HTF. E-mail: jaquediogenesilva@gmail.com Joanna Darlen de Sousa Pereira Discente do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza FAMETRO. Voluntária do Programa de Monitoria e Iniciação Científica PROMIC. E-mail: joanna_darlen@hotmail.com Andréia do Carmo Almeida Discente do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza FAMETRO. Voluntária do Programa de Monitoria e Iniciação Científica (PROMIC). E-mail: natanael._gomes@hotmail.com Sara Marina de Oliveira Marques Discente do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza FAMETRO. E-mail: sara-marina38@hotmail.com Petra Kelly Rabelo de Sousa Fernandes Enfermeira. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem pela Universidade Estadual do Ceará UECE. Docente do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza FAMETRO. E-mail: petrinha_kelly@hotmail.com Título da Sessão Temática: Processo de Cuidar Evento: V Encontro de Iniciação à Pesquisa RESUMO Objetivou-se com este trabalho enfatizar a importância da disciplina de Semiologia e Semiotécnica para a prática assistencial na assistência de enfermagem. Trata-se de um estudo de revisão integrativa, de natureza descritivo. Para seleção dos estudos, realizou-se uma busca na biblioteca eletrônica: SciELO, com publicações nacionais, no período de 2002 a de 2016, com seguintes descritores do DeCS: Cuidados Integrais de Saúde.

Educação em Enfermagem. Enfermagem. A prática da disciplina Semiologia e Semiotécnica favorece os discentes desenvolvem habilidade na execução de procedimentos teórico-práticos necessários à assistência de enfermagem. Ficou evidenciado que o exercício do exame físico passou a ser crucial no cotidiano da prática assistencial do enfermeiro. Assim, acredita-se que a implantação da disciplina de Semiologia e Semiotécnica tem por objetivo melhorar a academia de enfermagem, utilizando-se de metodologia pedagógica ativa e abordagem construtiva, num contexto curricular novo, possibilitando ao graduando de Enfermagem competências e habilidades, como proatividade, criticidade e reflexão. Palavras-chave: Cuidados Integrais de Saúde. Educação em Enfermagem. Enfermagem. INTRODUÇÃO Com o passar dos séculos, a humanidade tem acumulado diversos conhecimentos, possibilitando assim a evolução técnico-científico. Atualmente, acredita-se que essa evolução ocorra quando há reflexão crítica sobre o passado e flexibilidade para mudanças. Nesse contexto, Paschoal (2004) descrevem que as transformações ocorridas na enfermagem contribuíram de forma significativa para o progresso da profissão como ciência e prática social. Uma dessas transformações foi a reestruturação curricular no curso, proposta pela Portaria n. 1.721, de 15 de dezembro de 1994, do Ministério da Educação, na qual foi incorporada a obrigatoriedade do conteúdo de Semiologia e Semiotécnica ao currículo de Enfermagem, de acordo com a Resolução n. 314/94, do Conselho Nacional de educação (CNE). A Semiologia é a investigação e o estudo dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, centrados na realização do exame físico. A Semiotécnica diz respeito ao estudo e ensino da técnica e dos procedimentos necessários ao cuidar que sucedem ao exame físico (POSSO, 2006). O ensino da Semiologia e Semiotécnica demanda conhecimentos integrados às disciplinas do ciclo básico, como Anatomia, Histologia, Fisiologia e Patologia. A disciplina apresenta como ementa o estudo, desenvolvimento e aprimoramento de habilidades e competências necessárias à capacidade de cuidar de pessoas, considerando conceitos e dimensões teórico-metodológicas, com base na investigação clínica por meio dos métodos propedêuticos clássicos. Nessa perspectiva, são esperados dos alunos a identificação das condições de saúde e suas alterações relacionadas ao adulto, o reconhecimento da nomenclatura semiológica e a avaliação clínica do paciente por meio da anamnese e do exame físico. Estimula-se ainda o uso de técnicas apropriadas de comunicação com os colegas de trabalho, pacientes, familiares e a comunidade. Haja vista que é durante o curso de graduação em

enfermagem, que o acadêmico é estimulado a se capacitar para a realização de tais técnicas de modo eficiente, sendo avaliado em relação à concretização desse objetivo. O presente estudo de revisão integrativa justifica-se em razão de que a escassez da anamnese e do exame físico no âmbito hospitalar está crescendo com o decorrer do tempo, propiciando dessa maneira, a desvalorização do ser-saber-fazer do enfermeiro, propagando-se um cuidado sem qualidade ao sujeito e comunidade. Considerando-se o exposto, faz-se necessário a reflexão crítica do graduando em Enfermagem acerca da importância dessa disciplina como instrumento metodológico que incrementa a prática acadêmica e oferece subsídios para o exercício profissional. Assim, objetivou-se com este trabalho enfatizar a importância da disciplina de Semiologia e Semiotécnica para a prática assistencial na assistência de enfermagem. METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de natureza descritivo, com o intuito de reunir e discutir estudos nacionais aborde acerca da disciplina Semiologia e Semiotécnica para prática assistencial nos serviços de enfermagem. A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado com o objetivo de analisar posições diversas em relação a determinado assunto (GIL, 2010). Entre os tipos de revisão da literatura, a revisão integrativa é a mais ampla, pois permite a inclusão simultânea de pesquisa experimental e quase-experimental proporcionando uma compreensão mais completa do tema de interesse (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). O delineamento operacional deste estudo ocorreu por meio das seguintes etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; definição dos critérios de inclusão e exclusão; seleção das informações a serem extraídas dos estudos analisados (categorização dos estudos), análise e interpretação dos dados, avaliação dos estudos incluídos na revisão e apresentação do conhecimento. Para seleção dos estudos para integrar essa pesquisa, realizou-se uma busca na biblioteca eletrônica: Scientific Electronic Library Online (SciELO), com publicações nacionais, no período de 2002 a de 2016. Os descritores utilizados na coleta dos artigos foram: Cuidados Integrais de Saúde. Educação em Enfermagem. Enfermagem. O levantamento dos artigos foi realizado no período de julho a setembro de 2016, norteado por descritores pesquisados nos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS).

Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão para seleção dos artigos: artigos publicados no período de 2002 a 2016; estudos publicados em periódicos nacionais; no idioma português; artigos com resumos e textos completos disponíveis para análise de forma gratuita, disponíveis integralmente na SciELO e artigos relacionados à temática do estudo. Os critérios de exclusão foram: artigos em outros idiomas; monografias; dissertações de mestrado; teses de doutorado e manuais técnicos; capítulos de livros; textos não científicos e todos os artigos repetidos foram retirados da análise do estudo. A análise dos dados foi realizada em duas etapas. Na primeira, foram identificados os dados do artigo e após este momento procedeu-se a segunda etapa de análise, na qual o conteúdo dos artigos foi explorado por meio da leitura crítica atendendo aos critérios de elegibilidade, objetivos, processo analítico e resultados obtidos. A apresentação e discussão dos resultados foram feitas de forma descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO A DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA NA ACADEMIA A disciplina de Semiologia e Semiotécnica caracteriza-se como teórico-prática e desperta grande interesse e curiosidade nos alunos da graduação, pois a mesma representa o primeiro contato do estudante de enfermagem com a prática profissional (FRIAS; TAKAHASHI, 2002). A partir da interação e prática que a disciplina favorece, os discentes desenvolvem habilidade na execução de procedimentos teórico-práticos necessários à assistência de enfermagem. A ementa desta disciplina proporciona uma assistência de enfermagem de menor complexidade ao indivíduo, família e comunidade no atendimento de suas necessidades humanas básicas. As aulas são lecionadas em sala de aula, bem como no laboratório de semiologia a fim de fazer o discente associar de maneira simplificada a teoria à prática. O laboratório é um ambiente destinado ao aprendizado, onde o acadêmico simula a realização de procedimentos, aperfeiçoando suas habilidades técnicas antes de entrar em contato com o paciente, sendo considerado um espaço de reflexão e produção de conhecimento, pois os procedimentos ali realizados farão parte da sua vida profissional (CARVALHO et al., 2012). Considerando-se a prática que a disciplina possibilita aos discentes ao cursá-la, é fundamental a identificação dos estudantes por suas teorias e práticas. Desse modo, torna-se primordial a participação efetiva dos docentes de enfermagem, pois serão eles que otimizarão

as condições de ensino dos fundamentos teórico-práticos para a correta leitura e a adequada interpretação dos sinais e sintomas evidenciados pelo corpo examinado (SANTIAGO, 2013). No que se refere a leitura dos sinais clínicos, implica também, dentre outros importantes aspectos, o poder de autoridade sobre o corpo, respeitando-se todas as instâncias ético deontológicas advindas dessa relação e uma interpretação inteligente e rápida por parte do estudante de enfermagem quando diante das intervenções sobre o cliente. É importante destacar ainda que a referida interpretação de sinais e sintomas favorece no aluno o raciocino crítico e a capacidade de julgamento sobre as ações e condutas primordiais ao cuidado. Tornando-se então, preponderante e imperativo a inserção da Semiologia e Semiotécnica no Processo de Ensino-Aprendizagem do graduando de enfermagem (SANTIAGO, 2013). ASSISTENCIAL A SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA IMPLANTADA NA PRÁTICA Nas concepções de (FREITAS; GUEDES; SILVA, p. 386, 2005), a perspectiva das diretrizes curriculares para a formação de enfermeiros é:... formar enfermeiros com compreensão científica, técnica, política e ética, capazes de intervir no processo saúde/doença do ser humano, numa perspectiva crítico/transformadora voltada para o cuidar, o educar, gerenciar e pesquisar, caracterizando interesses técnicos, práticos e emancipatórios. É necessário citar que as escolas de enfermagem, embora haja novas diretrizes curriculares, ainda não conceberam transformações significativas no ensino de enfermagem no País, uma vez que ainda poucos são os profissionais formados nesta proposta, talvez por isso são poucas as mudanças ocorridas na prática profissional que têm colaborado para um cuidado centrado no atendimento integral ao ser humano (CASATE; CORRÊA, 2012). Além disso, o exercício do exame físico passou a ser crucial no cotidiano da prática assistencial do enfermeiro, pois como antes já citado, é através da anamnese e de um exame físico bem desenvolvido e estruturado, que o enfermeiro é capaz de constatar sinais e sintomas manifestados pelo cliente, inter-relacionando ao seu estilo de vida e fatores sócio/econômico/culturais que possam influenciar diretamente no processo saúde/doença

daquele indivíduo, e a partir disso, implementar os diagnósticos e traçar cuidados efetivos para recuperação do cliente (SANTOS; VEIGA; ANDRADE, 2011). A sua realização, no entanto, não vem sendo aplicada de maneira adequada ou bem-sucedida nos serviços de saúde, podendo resultar em um atendimento com técnicas falhas e informações sem o devido conhecimento técnico-científico. Ressalta-se que de posse da plena execução das manobras da observação, inspeção, palpação, percussão e ausculta, o enfermeiro ganha autonomia para os momentos em que interage com o cliente, aumentando, portanto, e, consideravelmente, seu poder de resolução diante dos agravos do quadro de saúde de seu cliente. Nesse sentido, a Semiologia apresenta-se como uma das preocupações relacionadas ao trabalho especializado do enfermeiro. Portanto, por ser um elemento integrante do Processo de Enfermagem, especificamente durante a etapa do Histórico de Enfermagem, ela não pode ser relegada a um plano inferior daquilo que se deve esperar da atitude do enfermeiro durante sua interação com o cliente (SANTIAGO, 2013). Em face desse contexto, (DIAS et al., 2003) afirmam que a enfermagem contemporânea necessita compreender a relevância da Semiologia e Semiotécnica e apoderarse da grandiosidade dessa disciplina, pleiteando, ao máximo, para efetuar à estreita relação entre a Semiologia como elemento básico na formação do enfermeiro e suas ações, condutas e intervenções próprias e esperadas quando cuidar de seu cliente. Para garantir que a integralidade do cuidado ocorra, são necessárias algumas condutas de diversas naturezas, desde a formação profissional até a mudança das práticas em saúde e enfermagem. Em outras palavras, como pontua Gelbcke et al., (2011), a enfermagem deve pensar nos processos educativos não como mera reprodução do conhecimento/transmissão de informações, mas como um processo de emancipação dos sujeitos envolvidos profissionais e usuários. Para tal, os enfermeiros precisam assumir o grande desafio de definir em que referencial pedagógico se fundará a dimensão educativa de seu processo de trabalho, tanto no magistério como nos campos assistenciais. Sabendo da importância da Semiologia na formação de futuros enfermeiros, entende-se que é necessária uma reflexão sobre seu ensino na academia, para que através da reflexão haja mudanças permanentes quanto à formação dos enfermeiros que farão a profissão no decorrer dos anos. Uma dessas mudanças é a redução da quantidade de aluno por professor, pois provavelmente, uma turma com grande número de alunos dificultará o progresso de uma pedagogia problematizadora, uma vez que o diálogo se torna mais raro, repercutindo negativamente sobre os processos de reflexão e de humanização (DIAS et al.,

2003). Com isso, torna-se indiscutível a importância da interação e comunicação entre os sujeitos participantes do processo educativo. Acredita-se, portanto, que a reconstrução da práxis do enfermeiro em busca da integralidade do cuidado requer a articulação, tanto na formação quanto no cotidiano da prática profissional, das dimensões de seu processo de trabalho: cuidar e educar, tornando-a mola propulsora do reconhecimento e valorização profissional (SILVA; SENA, 2008). Afinal o enfermeiro deve ser agente promovedor e defensor de saúde para todos, caracterizando-se como um profissional comprometido com a profissão, à medida que incorpore os conhecimentos da academia à sua realidade prática, buscando sempre estabelecer um elo constante com essa, no sentido de melhorar seus conhecimentos práticos em benefício da comunidade (SOUZA et al., 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio da leitura e de uma análise reflexiva dos artigos científicos da literatura sobre a importância da disciplina Semiologia e Semiotécnica para a prática assistencial, faz-se o seguinte questionamento: Por que a práxis da disciplina vem sendo negligenciada nos serviços de saúde pelos enfermeiros, visto que estes são treinados e ensinados a realizá-las? Acreditamos que a resposta para tal pergunta seja porque ocorra lacunas no decorrer da graduação, nas quais a quantidade de aulas práticas dentro dos laboratórios seja insignificante, visto que o percentual de uso dessa disciplina na prática é muito pouco, ao passo que o número de alunos por professor seja demasiado, não favorecendo uma boa aula com metodologia ativa, pois desse modo fica escasso a possibilidade da repetição da técnica, além de restringir momentos de tirar dúvidas dos discentes, fazendo com que a habilidade de realizar tais procedimentos sejam insuficientes. De modo geral, constatou-se que a implantação da disciplina de Semiologia e Semiotécnica tem por objetivo melhorar a academia de enfermagem, utilizando-se de metodologia pedagógica ativa e abordagem construtiva, num contexto curricular novo, possibilitando ao graduando de Enfermagem competências e habilidades, como proatividade, criticidade e reflexão. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Parecer n. 314, de 06 de abril de 1994. Brasília (DF): Ministério da Educação e Cultura, 1994. BRASIL. Portaria no 1721, de 15 de dezembro de 1994. Fixa os mínimos de conteúdos e

duração do curso de enfermagem. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1994. CARVALHO, I. S.; NETO, A. V. L.; SEGUNDO, F. C. F; CARVALHO, G. R. P.; NUNES, V. M. A. Monitoria em semiologia e semiotécnica para a enfermagem: um relato de experiência. Rev Enferm UFSM, v. 2, n. 2, 2012. CASATE, J. C.; CORRÊA, A. K. A humanização do cuidado na formação dos profissionais de saúde nos cursos de graduação. Rev Esc Enferm USP, v. 46, n. 1, p. 219-26, 2012. DIAS, M. S. A. et al. Vivenciando uma proposta emancipatória no ensino de semiologia para a enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 11, n. 3, p. 364-370, jun. 2003. FREITAS, M. C.; GUEDES, M. V. C; SILVA, L. F. Curso de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará - a história e o projeto político pedagógico atual. Rev Bras Enferm, v. 56, n. 4, p. 385-387, 2003. FRIAS, M. A. E.; TAKAHASHI, R. T. Avaliação do processo ensino-aprendizagem: seu significado para o aluno de ensino médio de enfermagem. Rev Esc Enferm USP, v. 36, n 2, p. 156-63, 2002. GELBCKE, F. L.; REIBNITZ, K. S.; PRADO, M. L.; LIMA, M. M. KLOH, D. A práxis da enfermeira e a integralidade no cuidado. Enfermagem em Foco, v. 2, n. 2, p. 116-119, 2011. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. MENDES, K. D. S.; SILVEIRA, R. C. C. P.; GALVÃO, C. M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm, v. 17, n. 4, p. 758-764, 2008. PASCHOAL, A. S. O discurso do enfermeiro sobre educação permanente no grupo focal / Amarilis Schiavon Paschoal. Dissertação [Mestrado]. Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná. - Curitiba, 2004. POSSO, M. B. S. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006. SANTIAGO, L. C. O ensino da semiologia na graduação em enfermagem. REME - Rev Min Enferm., v. 16, n. 4, p. 486-485, Out/Dez, 2012. SANTOS, N.; VEIGA, P.; ANDRADE, R. Importância da anamnese e do exame físico para o cuidado do enfermeiro. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 64, n. 2, p. 355-358, Abr. 2011. SILVA, K. L.; SENA, R. R. Integralidade do cuidado na saúde: indicações a partir da formação do enfermeiro. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 42, n. 1, p. 48-56, Mar. 2008. SOUZA, A. C. C. et al. Formação do enfermeiro para o cuidado: reflexões da prática profissional. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 59, n. 6, p. 805-807, Dez. 2006.